O sacerdócio comum dos fiéis

Felizes aqueles que evangelizam com o Imaculado Coração de Maria

A cada ano que começa, renovam-se os projetos, os planos e as metas. Novos desafios se apresentam a todos, bem como as tarefas de levar adiante nossas obrigações familiares, profissionais, pessoais, etc. Aos nossos caríssimos coordenadores e participantes soma-se a tudo isso, o encargo de administrar e sustentar seus respectivos grupos.

Nesse post queremos chamar a atenção para uma realidade desse trabalho, tão meritório, mas ainda pouco conhecida: o “sacerdócio comum dos fiéis”.

“Vós sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio,
uma nação santa” (I Pd 2, 9).

Sacerdócio comum e sacerdócio ministerial

A Cristo pertence o único e eterno sacerdócio, do qual Ele quis tornar partícipes os Apóstolos. Quando eles se espalharam pelo mundo pregando o Evangelho, fundaram igrejas locais e ordenaram presbíteros para atendê-las.

Assim nasceu e se desenvolveu o sacerdócio ministerial, próprio daqueles que recebem o Sacramento da Ordem e, com ele, o múnus de ensinar, governar e santificar os fiéis. Só quem recebeu esse Sacramento no grau de presbítero tem o poder de renovar o Sacrifício do Calvário, de perdoar os pecados e de administrar a Unção dos Enfermos.


Tais prerrogativas, o Senhor não as outorgou sequer aos Anjos e, menos ainda, as possuem os fiéis leigos. Assim o ensina o Papa Pio XII, ao acentuar que o sacerdócio comum dos fiéis “difere, não só em grau, mas essencialmente”, do sacerdócio ministerial ou hierárquico.

Essa diferença, entretanto, não implica em disputa ou rivalidade. Pelo contrário, explica o Concílio Vaticano II, os dois sacerdócios “ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo”. Todos somos vítimas e sacerdotes.

Como se exerce, então, esse sacerdócio comum dos fiéis?

Comentando a citada passagem da Epístola de São Paulo aos Romanos, São Pedro Crisólogo explica que “o ser humano não precisa ir buscar fora de si a vítima que deve oferecer a Deus; traz consigo e em si o que irá sacrificar a Deus”. Somos, a imagem de Nosso Senhor, ao mesmo tempo vítimas e sacerdotes

E por isso proclama: “Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo”.

“Ó homem”, insiste o Crisólogo, “sê tu sacrifício e sacerdote de Deus; não percas aquilo que te foi dado pelo poder do Senhor. Reveste-te com a túnica da santidade, cinge-te com o cíngulo da castidade; […] eleva continuamente a tua oração como perfume de incenso; empunha a espada do Espírito; faze de teu coração um altar. E assim, com toda confiança, oferece teu corpo como vítima a Deus”.

Esse oferecimento de si próprio, todos somos chamados a fazê-lo. Ninguém pode realizar essa oblação em nosso lugar, nem sequer os ministros consagrados.

“Com prazer faço a vossa vontade”

O primeiro passo dessa entrega consiste em cumprir os Mandamentos, conforme ensina o Autor Sagrado: “Quem observa a Lei faz numerosas oferendas. É um sacrifício salutar guardar os preceitos, e apartar-se de todo pecado. Afastar-se da injustiça é oferecer um sacrifício de propiciação, que consegue o perdão dos pecados” (Eclo 35, 1-3).

Na mesma linha, o Concílio Vaticano II convida a cada batizado exercer seu santo sacerdócio “por meio de todas as obras próprias do cristão, […] na recepção dos Sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa”; todos quantos foram incorporados à Igreja pelo Batismo “ficam obrigados a difundir e defender a Fé por palavras e obras como verdadeiras testemunhas de Cristo”.


Já no âmbito da família, “como numa igreja doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da Fé e favorecer a vocação própria de cada um, especialmente a vocação sagrada”.

O melhor meio, portanto, de tornar efetivo na vida cotidiana o sacerdócio comum dos fiéis é seguir o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo que, já no momento de sua Encarnação, fez ao Pai o ato de entrega de toda a sua existência, conforme as palavras do salmista: “Eis que venho! Sobre Mim está escrito no livro: ‘Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa Lei'” (Sl 39, 8-9). Oferecimento confirmado e efetivado ao longo de sua vida terrena, até o momento supremo do “consummatum est” (Jo 19, 30).

Quem se sentir impotente, recorra à ajuda da graça

Não estranhemos sentir falta de forças para seguirmos as pegadas de Nosso Senhor. Ele próprio sentiu a fragilidade da natureza humana a ponto de suplicar no Horto das Oliveiras: “Meu Pai, se é possível, afastai de Mim este cálice!”. Entretanto, acrescentou ato contínuo uma ressalva na qual revela sua disposição de levar ao extremo o holocausto de Si mesmo: “Faça-se, todavia, a vossa vontade, e não a minha” (Mt 26, 39). Enviou-Lhe então o Pai um Anjo do Céu para confortá-Lo (cf. Lc 22, 43).

Portanto, quem se sente impotente por si, recorra à ­ajuda da graça. Peça com ­humildade e confiança, por intermédio d’Aquela que é o Refúgio dos Pecadores. Ela lhe obterá forças para tornar efetiva a resolução de fazer sempre a vontade de Deus em cada ato da vida diária.

Quem assim fizer o holocausto de sua vida terá uma existência feliz nesta Terra, pois cumpriu com sua missão de batizado, e, sobretudo, quando soar a hora da morte, seu Anjo da Guarda intercederá por ele junto a Nossa Senhora: “Excelsa Rainha e Mãe, por vossa misericórdia, este vosso filho combateu o bom combate, terminou sua carreira, guardou a fé. Pedi agora a Nosso Senhor Jesus Cristo que o receba em sua glória”  (cf. II Tim 4, 7-8). ♦


Revista Arautos do Evangelho, Outubro/2015, n. 166, pp. 24-25

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2 respostas para “O sacerdócio comum dos fiéis”

  1. Estimada Olivia
    Salve Maria!

    Antes de mais nada, desejamos que Nossa Senhora derrame as melhores graças a todos da Paróquia São Sebastião em Montes Claros/MG neste Primeiro Sábado.

    Todos os meses disponibilizamos a meditação neste blog. A deste mês já está à disposição com o título “Meditação para o Primeiro Sábado de fevereiro de 2016”, na qual, um pouco abaixo do texto, há uma linha em azul onde se lê: “clique aqui e tenha acesso ao texto completo da meditação”.

    Portanto, basta “clicar” nesta linha em azul e a sra verá na tela a meditação inteira, a qual poderá ser impressa e distribuída. Para facilitar neste mês, segue abaixo a meditação. É só clicar e acessar. Para os próximos meses, siga os passos acima.

    http://mediablogs.arautos.org/oratorio/files/2016/01/Medita%C3%A7%C3%A3o-fevereiro-de-2016.pdf

    P.s.: Notamos que houve uma mudança em seu e-mail. Não se preocupe, já alteramos para o atual. Deve ter sido por esse motivo que a sra não recebeu a meditação deste mês.

    Em Jesus e Maria
    Apostolado do Oratório – Jorge

  2. desejo receber a meditação do mes de fevereiro para reunir com os grupos da paróquia são sebastião.desde já muito obrigada
    se possível favor enviar todos os meses a meditação de cada mês subsequente.obrigada salve maria

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