A Apresentação do Menino Jesus e a Purificação de Maria Virgem

Festa da Apresentação do Senhor 

No Templo, Jesus Se oferece ao Pai para resgatar os homens, por meio de Maria, e também por Ela é entregue à Igreja, nas mãos do velho Simeão

Mons. João S. Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho

22 Quando se completaram os dias para a purificação da Mãe e do Filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-Lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o Menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o Menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

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A festa dos irmãos celestes

Solenidade de Todos os Santos

Na Solenidade de Todos os Santos a Igreja nos convida a ver com esperança nossos irmãos celestes, como estímulo para percorrermos por inteiro o caminho iniciado com o Batismo e atingirmos a plena felicidade na glória da visão beatífica

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 


I – Os Santos, irmãos celestes?

Na Solenidade de Todos os Santos a Igreja celebra todos aqueles que já se encontram na plena posse da visão beatífica, inclusive os não canonizados. A Antífona da entrada da Missa nos faz este convite: “Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos”.1 Sim, alegremo-nos, porque santos são também — no sentido lato do termo — todos os que fazem parte do Corpo Místico de Cristo: não só os que conquistaram a glória celeste, como também os que satisfazem a pena temporal no Purgatório, e os que, ainda na Terra de exílio, vivem na graça de Deus. Quer estejamos neste mundo como membros da Igreja militante, quer no Purgatório como Igreja padecente, quer na felicidade eterna, já na Igreja triunfante, somos uma única e mesma Igreja.

E como seus filhos temos irmandade, conforme diz São Paulo aos Efésios: “já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos Santos e membros da família de Deus” (Ef 2, 19).

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A Cruz, centro e ápice da História

Festa da Exaltação da Santa Cruz

Para compreender a arquitetonia do magnífico plano divino da criação, devemos ver a Redenção operada na Cruz como o centro da História, em torno do qual tudo se conjuga para a glória de Deus, até mesmo o pecado

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

A Cruz nos abriu as portas do Céu

Quando Adão e Eva, por causa do pecado, foram expulsos do Paraíso, as portas do Céu se fecharam para o homem, e assim teriam permanecido até hoje se não fosse a Redenção. Poderíamos chorar nossa culpa, mas as lamentações de nada adiantariam para nos alcançar o convívio eterno com Deus, pois só uma iniciativa d’Ele o poderia fazer. E foi o que aconteceu quando Se encarnou e morreu por nós na Cruz.

É por isso que a Igreja quer concentrar a atenção dos fiéis nesse augusto Madeiro, celebrando a festa da Exaltação da Santa Cruz, e no dia seguinte a comemoração de Nossa Senhora das Dores, que une à Cruz as lágrimas de Maria Santíssima, Corredentora do gênero humano. Em ambas as celebrações, a Liturgia nos permite venerar de modo especial o instrumento de nossa salvação, o qual passou a ser objeto de adoração a partir do momento em que Jesus Cristo foi nele crucificado, com terríveis cravos que transpassaram sua Carne sagrada. Tal é o poder do preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo! Devemos adorar a Cruz com a mesma latria que tributamos ao Homem-Deus, tanto por ser imagem d’Ele quanto por ter sido tocada por seus membros divinos e inundada por seu Sangue.1

Por este motivo, recomenda-se manter duas velas acesas durante a exposição de uma relíquia do Santo Lenho. Diante do panorama apresentado pela Igreja nesta ocasião, é preciso considerarmos de maneira apropriada o mistério de um Deus crucificado.

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A correção fraterna, uma opção ou um dever?

XXIII Domingo do Tempo Comum

Quem não corrige seu próximo causa dano não somente a ele, mas também a si próprio. Ver-se-á privado dos méritos e benefícios do cumprimento desse dever, e acabará por escandalizar os que constatam sua negligência

Mons. João S. Clá Dias, EP

 

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15 “Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16 Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu. 19 De novo, Eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na Terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos Céus. 20 Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estou aí, no meio deles” (Mt 18, 15-20).

A correção, grande meio de salvação

Santo Afonso Maria de Ligório escreveu uma bela obra intitulada A oração, grande meio para alcançarmos de Deus a salvação. Seu conteúdo é preciosíssimo e irrefutável. Numa de suas páginas, o Santo chega a afirmar que “quem reza, certamente se salva e quem não reza, certamente será condenado”.

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“Per crucem ad lucem!”

XXII Domingo do Tempo Comum

É a dor inevitável em nossa existência? Pode o fiel encontrar a verdadeira felicidade nesta vida? No que consiste ela?

Monsenhor João S. Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

 

Os antecedentes

Em sua infinita bondade, aprouve a Deus deixar inscritos no universo reflexos visíveis de suas perfeições invisíveis, para através deles os homens chegarem mais facilmente ao conhecimento de seu Criador. “Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18, 2), canta o salmista. Um dos predicados divinos manifestados de maneira admirável na natureza é, sem dúvida, a inesgotável dadivosidade.

Com efeito, para justos e pecadores, para bons e maus, a cada dia nasce radiante o Sol, com renovada e deslumbrante beleza, proporcionando vida às criaturas. Sem cessar, brotam em profusão das nascentes as águas cristalinas que dessedentam homens e animais, alimentam rios e mares onde vive uma multidão incontável de seres; as chuvas irrigam regularmente toda a terra, as árvores dão seus frutos com abundância e, assim por diante, tudo obedecendo a uma majestosa sincronia.

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A fé de Pedro, fundamento do Papado

XXI Domingo do Tempo Comum

Num ardoroso ímpeto de fé, São Pedro adianta-se aos outros Apóstolos e proclama que Cristo é o Filho de Deus. Como recompensa a este ato de fidelidade, Jesus o constitui a pedra sobre a qual edificará sua Igreja

Monsenhor João S. Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 


Naquele tempo, 13 Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15 Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17 Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu. 18 Por isso Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na Terra será ligado nos Céus; tudo o que tu desligares na Terra será desligado nos Céus”. 20 Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias (Mt 16, 13-20).

A promessa da fundação da Igreja

Naquele tempo, 13 Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali
perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho
do Homem?”

Partindo de Betsaida, onde havia curado um cego (cf. Mc 8, 22-26), Nosso Senhor Se dirigiu com os discípulos a Cesareia de Filipe, cidade situada a uns 50 km de distância, num território de exuberante beleza natural, situado ao norte da Palestina.

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