Os Doze são enviados em missão

Naquele tempo, 7 Jesus chamou os Doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8 Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10 E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11 Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” 12 Então os Doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13 Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo (Mc 6, 7-13).

XV Domingo Do Tempo Comum

Jesus conferiu aos Apóstolos o poder de expulsar os espíritos imundos e o dom de curar os enfermos, para que os homens daquela época dessem crédito à mensagem do Evangelho. E em nossos dias, qual é a prova da autenticidade da Boa-nova que os evangelizadores devem apresentar ao mundo moderno?

Mons. João S. Clá Dias, EP

Antes de enviar os Apóstolos em missão, a pregar o Evangelho, Jesus dá-lhes preciosos conselhos que, embora possam parecer a alguns um tanto árduos de serem postos em prática, continuam inteiramente válidos, pois suas palavras permanecem para sempre.

Falava Ele para homens de seu tempo, fazendo uso dos recursos de linguagem habituais à cultura dos orientais, na qual abundavam as imagens, os enigmas, as parábolas. Mas estas, desde que interpretadas de maneira adequada, revelam valiosas normas de apostolado, utilíssimas para quem segue hoje os passos do Mestre na meritória e difícil tarefa de evangelizar.

É admirável o modo como Ele preparava os Apóstolos para a missão que logo em seguida haveria de lhes dar. Seu divino método pedagógico estava baseado no seu sublime exemplo. Primeiro fez com que O acompanhassem na pregação, vissem os milagres operados, participassem até de uma investida fracassada em Nazaré, onde tudo parecia concorrer para que a pregação obtivesse bom êxito. Só depois os envia em missão a pregar a Boa-nova, quando seu espírito já estava mais preparado pela experiência e fora já um tanto abalada a ilusão de que à frente deles se abria uma larga e cômoda avenida de sucessos.

O que o apóstolo deve esperar encontrar pelo caminho não são sucessos, mas, o mais das vezes, incompreensões, obstáculos e sofrimento. A cruz será a companheira inseparável do verdadeiro apóstolo, mesmo que lhe seja concedido o dom de fazer milagres e dominar os espíritos impuros.

Recomendações do Divino Mestre

Naquele tempo, 7a Jesus chamou os Doze

E m tudo quanto fazia Nosso Senhor, encontramos princípios de altíssima sabedoria, pois seus atos eram reali zados com divina perfeição. Podemos, pois, nos perguntar por que terá Ele escolhido doze Apóstolos, e não um outro número qualquer, de acordo com as necessidades concretas do momento. Em seus comentários ao Evangelho de São Mateus, São Tomás de Aquino dá uma razão: “Por que doze? Para mostrar a conformidade entre o Antigo e o Novo Testamento: assim como no Antigo houve doze patriarcas, no Novo são doze” Apóstolos.

Em seguida, muito ao gosto dos medievais, o Doutor Angélico discorre sobre a simbologia dos números e apresenta outro motivo: “Era também para indicar a perfeição, porque o número doze resulta de duas vezes seis. Com efeito, seis é um número perfeito, já que se compõe de todas as suas partes: ele vem de um, de dois ou de três, e estas partes, somadas umas às outras, dão seis. Assim, o Senhor escolheu doze para indicar a perfeição. ‘Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito’(Mt 5, 48)”.

7b …e começou a enviá-los dois a dois…

O fato de enviar os Apóstolos dois a dois obedece a um princípio de prudência. Dada a natureza sociável do homem, a companhia de um irmão serve-lhe de valioso apoio psicológico, tanto nas dificuldades concretas da vida como nas provações espirituais, tornando mais suportável o peso a carregar. Com solicitude divina, Nosso Senhor já lhes ensinava uma norma de conduta que favorecia a prática da virtude da perseverança e seria seguida por tantos religiosos, no decorrer dos séculos. Esta norma favorece também as virtudes da vigilância e da humildade, pois quem aceita a companhia de um irmão e sujeita-se a ser vigiado por ele, reconhece, de forma implícita, a sua debilidade. A este, terá o demônio mais dificuldades para vencer com suas insídias; e o mundo, menos poder para envolvê-lo com suas seduções.

Quantas pessoas, lançando-se com empenho nas lides do apostolado, prevaricaram ao longo do caminho por confiarem nas suas próprias forças e se aventurarem sozinhas! Acabaram por ser tristemente seduzidas pelas ilusões do mundo… A companhia de um irmão é sempre um anteparo para um sem-número de tentações e de seduções, as quais, hoje mais do que nunca, podem se apresentar até nos recintos mais sagrados, como também na tranquilidade da residência pessoal, durante uma “navegação” imprudente pelos vastos e perigosos espaços virtuais da internet…

Há dois mil anos, não havia os riscos morais de nossa época. Apesar disso, Nosso Senhor enviou seus Apóstolos dois a dois, para se entreajudarem e sustentarem mutuamente na fé, quando surgissem dificuldades: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos” (Mt 10, 16).

Também o padre Manuel de Tuya assinala que o fato de partirem os Apóstolos em duplas lhes possibilitava “ajudarem-se e vigiarem-se” uns aos outros, e acrescenta que, além disso, conferia autenticidade às suas palavras, pois, afirma, “ninguém podia suspeitar daquele que tinha uma testemunha”.

O abade Duquesne aduz outras razões, não menos importantes: “Seguramente queria Jesus indicar, com isso, também a união que deve reinar entre seus ministros e seus verdadeiros discípulos”. E conclui o comentário com um sábio conselho: “É máxima de prudência procurar, sempre que possível, este auxílio que Jesus Cristo estabeleceu, santificou e ofereceu a seus Apóstolos”.

Também a sabedoria nos fala no mesmo sentido: “Dois homens juntos são mais felizes que um isolado, porque obterão um bom salário do seu trabalho. Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário: se ele cair, não há ninguém para levantá-lo” (Ecl 4, 9-10).

7c …dando-lhes poder sobre os espíritos impuros.

Era esta outra prova irrefutável da divindade de Nosso Senhor. Sendo o poder dos Anjos muito superior ao dos homens, ninguém pode vencer um espírito impuro a não ser com o auxílio de Deus. Cristo tem não só este poder, como também a capacidade de transmiti-lo aos Apóstolos, pois Ele é Deus. E a Igreja, até os dias de hoje, o confere aos seus ministros, designando exorcistas, com o encargo de — em caso de possessão diabólica comprovada, e seguindo normas bem estritas — expulsarem os espíritos impuros com o poder que Cristo outorgou a ela.

No tempo de Nosso Senhor, o império do mal estendia-se sobre toda a humanidade, imersa nas trevas do paganismo e da idolatria, manifestando-se frequentemente através de possessões, como nos relatam numerosas passagens dos Evangelhos.

Talvez em nossos dias não seja tão visível o domínio do mal sobre o mundo, como era na Antiguidade, mas sua ação, sem dúvida, é mais ampla e insidiosa, levando grande número de pessoas a acharem que não existe o demônio nem o pecado. Assim, as almas, por falta de defesa, ficam mais expostas à sua maléfica influência. E a assombrosa degradação dos costumes de nossa época, com a consequente multiplicação dos crimes, não será um sintoma desta forma sub-reptícia de dominação dos espíritos impuros em toda a Terra?

8 Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não
ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.
9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas
túnicas.

A radicalidade destas determinações de Nosso Senhor aos Apóstolos tem suscitado entre os exegetas e mestres espirituais, no transcurso da História da Igreja, múltiplas interpretações.

Segundo alguns, entre os quais São Francisco de Assis, tais preceitos devem ser seguidos à risca, de acordo com o exemplo dos Apóstolos. Outros interpretam as palavras de Nosso Senhor num sentido figurado, fazendo as devidas adaptações às circunstâncias de cada época e lugar. De qualquer modo, é inequívoca a intenção de Nosso Senhor de, com estas prescrições, tornar claro que os Apóstolos, ao se dedicarem à evangelização, não deviam preocupar-se com os recursos materiais, mas fazer uso apenas do que lhes era indispensável.

Toda a sua confiança deveria estar posta na proteção de Deus, tanto para obter os meios de subsistência como, sobretudo, para alcançar os meios sobrenaturais, ou seja, a graça, indispensável à conversão das almas.

Algumas vezes o evangelizador, demasiadamente preocupado com os recursos materiais para desenvolver suas atividades em favor da salvação das almas, pode acabar por depositar sua confiança nos próprios esforços e qualidades naturais, esquecendo-se de que só Deus, com a graça divina, é capaz de mover os corações. Todo o resto, inclusive o apóstolo, não passam de meros instrumentos nas mãos do Altíssimo. Por conseguinte, depois de ter feito todos os esforços para o bom resultado da evangelização, devemos estar convictos de que somos “servos inúteis” (Lc 17, 10).

A melhor maneira de assegurar bons frutos de apostolado consiste em ter esta disposição de alma, de entrega absoluta nas mãos da Providência, confiando cegamente em seu auxílio.

Deixemos de lado a interpretação dada pelos exegetas às discrepâncias entre os evangelistas sobre o uso ou não de bastão, e outros detalhes de menor importância, e voltemos nossa atenção para a belíssima simbologia que alguns autores ressaltam nas prescrições do Divino Mestre.

São Tomás de Aquino recolhe na Catena Áurea várias destas interpretações simbólicas, repletas de sabedoria. Santo Agostinho explica que o uso das sandálias, em vez de calçado comum, “indica que este tipo de calçado tem algum significado envolto no mistério: nele o pé não fica coberto por cima nem entra em contato com a terra, quer dizer, o Evangelho não deve permanecer oculto nem se apoiar em comodidades terrenas”.

Quanto à recomendação de não levar duas túnicas para a viagem, a interpreta o mesmo Doutor: “E com o fato de proibir vestir — e não só levar ou ter — duas túnicas, com estas palavras ‘e não vistam duas túnicas’, a que os exorta senão a andar na simplicidade, sem a menor duplicidade?”.

Por sua vez, São Beda interpreta da seguinte forma o simbolismo do pão, da sacola e do dinheiro: “No sentido alegórico, a sacola representa os encargos e os embaraços mundanos; o pão, as delícias da Terra; e o dinheiro na cintura, a sabedoria que permanece escondida. […] Com efeito, quem se revestiu das funções de evangelizador não pode dobrar-se sob o peso das ocupações terrenas, nem deixar-se amolecer pelos desejos carnais, nem esconder, sob a negligência de um corpo entregue à ociosidade, o talento da palavra que lhe foi confiado”.

10 E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até
vossa partida”.

Ao tratar sobre este episódio, o Evangelista São Mateus é mais detalhado, especificando que deve ser escolhida a casa de uma pessoa digna: “Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida” (Mt 10, 11).

É quase intuitivo o motivo pelo qual Nosso Senhor lhes faz esta recomendação. “Sem uma prudente escolha” — comenta Fillion — “poderiam pôr em risco sua reputação pessoal e prejudicar a causa do Reino dos Céus. Não devem ir para a casa do mais rico ou do mais influente, mas sim para a que seja mais digna. Recebidos numa casa, ali permanecerão até a partida. Mudar-se para outra seria sinal de superficialidade ou de pouca mortificação, que desdourariam a dignidade apostólica”.

11 “Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem
vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como
testemunho contra eles!”

Uma vez mais, à semelhança do exemplo por Ele dado em Nazaré, Nosso Senhor adverte que não se deve insistir com aqueles que não querem acreditar na Boa-nova. O tempo é uma criatura de Deus, de cujo uso Lhe deveremos prestar contas. Desperdiçá-lo, insistindo em evangelizar quem não quer salvar-se, implica em deixar de pregar àqueles que aproveitariam melhor a mensagem da salvação. Não terão estes razões para recriminar, no dia do Juízo, quem os privou de tão precioso bem?

A linguagem dos símbolos fala muito mais aos homens do Oriente do que a nós, ocidentais, que herdamos uma mentalidade dada ao utilitarismo. Rasgar as vestes em sinal de indignação, cobrir a cabeça de cinzas para significar a penitência ou grande tristeza eram atitudes, entre outras, que os orientais sentiam necessidade de tomar para expressar seus sentimentos mais vivos. Bem como, ao ser alvo de grande rejeição, o gesto de bater as sandálias para sacudir o pó expressa o rompimento total, a vontade de não levar consigo nem sequer a poeira da terra cujos habitantes não quiseram aceitar a Boa-nova.

Pirot e Clamer descrevem a origem de tal costume: “Procediam assim os judeus quando saíam do solo pagão e entravam na Terra Santa. Para deixar claro que não queriam guardar nenhum contato impuro, eles sacudiam até a poeira de suas sandálias, gesto simbólico que assinalava quão completa era a ruptura entre o judeu e o pagão. Da parte dos Apóstolos, este gesto simbólico destinava-se a mostrar aos judeus rebeldes à voz da graça, que eles se tornaram indignos da mensagem que lhes era oferecida, a tal ponto que mereciam ser considerados e tratados como pagãos. Assim agiram Paulo e Barnabé em Antioquia da Pisídia, quando uma revolta provocada pelos judeus os forçou a deixar esta cidade e ir para Icônio (cf. At 13, 51)”.

Efeitos da pregação

12 Então os Doze partiram e pregaram que todos se convertessem.

E sta pregação dos Apóstolos tem aqui o sentido de conversão do coração, ou seja, penitência interior, mais do que atos externos de mortificação — por exemplo, jejuar, vestir-se de saco ou cobrir-se de cinza —, como os que faziam tantas vezes os fariseus, para serem vistos e louvados pelos homens.

“A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às más obras que cometemos. Ao mesmo tempo, é o desejo e a resolução de mudar de vida, com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda da sua graça”, conforme ensina a Igreja.

13 Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes,
ungindo-os com óleo.

Além do poder de expulsar os demônios, Nosso Senhor deu aos Apóstolos o dom de fazer milagres. Nesta primeira missão, eles operavam as curas ungindo os doentes com óleo, enquanto o Divino Mestre o fazia simplesmente com a força de sua palavra. O Concílio de Trento viu insinuado nesta unção o Sacramento da Unção dos Enfermos. Alguns teólogos veem-na como as “origens reais” desse Sacramento, ao passo que outros a consideram apenas um “tipo ou figura”.

É esta uma boa ocasião para recordar alguns dos efeitos do Sacramento que a Igreja reserva para quem se encontra em perigo de morte, causado por doença ou por envelhecimento. Não é necessário, para receber a Unção dos Enfermos, que a morte seja iminente; basta que a doença seja grave e possa vir a causar o falecimento, ainda havendo esperança de cura.

“O principal dom deste Sacramento” — ensina o Catecismo da Igreja Católica — “é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias do estado de enfermidade grave ou da fragilidade da velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo, que renova a confiança e a fé em Deus e fortalece contra as tentações do maligno, tentação de desânimo e de angústia da morte. Esta assistência do Senhor pela força do seu Espírito quer levar o enfermo à cura da alma, mas também à do corpo, se for esta a vontade de Deus. Além disso, ‘se ele cometeu pecados, lhe serão perdoados’ (Tg 5, 15)”.

Por este motivo, não é raro que enfermos graves se vejam curados após receber a Unção dos Enfermos, ou tenham a vida prolongada mais do que as expectativas normais da medicina. Não percamos, pois, qualquer oportunidade de proporcionar esta graça inestimável aos que reúnem as condições requeridas para receber validamente este Sacramento. Entre seus efeitos admiráveis — defendem grandes doutores e teólogos, como São Tomás de Aquino, São Boaventura, Santo Alberto Magno, Santo Afonso de Ligório, entre outros — está o de preparar a alma para entrar diretamente na glória, dependendo das disposições interiores com as quais ela o recebe. Não seriam estes efeitos razão suficiente para pedirmos a Unção dos Enfermos com verdadeira sofreguidão, sempre que uma doença grave nos visitar?

Deus dá, para cada época, os remédios mais adequados

O mundo moderno não necessita menos de ser evangelizado que o antigo. Entretanto, por vezes, talvez nos sintamos em desvantagem em relação à época passada, vendo o progresso avassalador do mal e a falta de operários para anunciarem a Boa-nova. Onde estão os novos apóstolos capazes de fazer milagres, como os de outrora, de expulsar os espíritos impuros e de pregar a penitência como eles?

Deus sempre dá para os males de cada época os remédios mais adequados. Quando Jesus convocou os Doze, era mais conveniente, para o bem das almas, que eles realizassem prodígios portentosos a fim de provar a veracidade da doutrina admirável que anunciavam.

E hoje? Que milagres precisa operar quem se dedica ao apostolado, para mover as almas à conversão? Em nossa época tão secularizada, talvez os milagres não produzam o efeito que tiveram nos tempos apostólicos. Por isso, o “milagre” que os autênticos evangelizadores devem fazer é o de anunciar a Jesus Cristo mediante o testemunho de uma vida santa; portanto, praticando a virtude, aspirando à santidade e desprezando as solicitações e os ilusórios encantos do mundo. Este, sim, é o “milagre” capaz de assombrar o nosso mundo secularizado, pois a prática estável dos Dez Mandamentos não é possível só com as forças naturais da vontade humana, como nos ensina o Magistério Eclesiástico. É preciso que a graça santificante divinize o homem e o faça agir e viver à busca da perfeição.

É este o portentoso “milagre” que poderá abalar a incredulidade ou o indiferentismo de nossos coetâneos, como tantas vezes nos recordaram os últimos Papas, e já ensinava o Concílio Vaticano II, referindo-se ao apostolado laical: “Os leigos tornam-se valorosos arautos da Fé naquelas realidades que esperamos (cf. Hb 11, 1), se juntarem sem hesitação, a uma vida de fé, a profissão da mesma Fé. Este modo de evangelizar, proclamando a mensagem de Cristo com o testemunho da vida e com a palavra, adquire um certo caráter específico e uma particular eficácia por se realizar nas condições ordinárias da vida no mundo”.

Sigamos as sapienciais recomendações do Concílio Vaticano II, sendo autênticos arautos da Boa-nova, como o foram os evangelizadores dos primeiros tempos da Igreja, sobretudo, com a “pregação” de uma vida irrepreensível e santa, segundo os preceitos admiráveis do Evangelho. Só assim uma Nova Evangelização conseguirá vencer a onda de secularismo que invade a sociedade hodierna. ♦️


Excertos de “O Inédito sobre os Evangelhos, Vol. IV. Ano B.

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