Naquele tempo, 35 os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38 Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39 Vede minhas mãos e meus pés: sou Eu mesmo! Tocai em Mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que Eu tenho”. 40 E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42 Deram-Lhe um pedaço de peixe assado. 43 Ele o tomou e comeu diante deles. 44 Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre Mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45 Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46 e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48 Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24, 35-48).
III Domingo da Páscoa
A notícia da Ressurreição de Jesus despertou, no Cenáculo e no Sinédrio, um clima de febricitação. O tema era o mesmo, as testemunhas, porém, bem diferentes, e muito mais os destinatários dos relatos. O dogma da Ressurreição seria fundamentalíssimo para o futuro da Religião e era indispensável haver vários que comprovassem, com solidez de declaração, o terem visto Jesus vivo, nos dias logo posteriores à sua Morte.
Mons. João S. Clá Dias, EP
A hipótese de que, tendo morrido Jesus, seus discípulos roubaram e ocultaram seu Corpo, com o intuito de espalhar o boato de sua Ressurreição, reaparece com frequência ao longo da História.
Originou-se ela momentos depois de o Salvador ter operado o grande milagre de retomar sua vida humana em Corpo glorioso. Seus adversários, aqueles mesmos que haviam planejado e exigido sua Morte, compraram o testemunho de soldados venais e — por temor e ódio — puseram em circulação esta hipótese (cf. Mt 28, 11-15).
Ainda nos dias de hoje não é raro ouvir ecos desta insolente zombaria.
O contrário de fanáticos e alucinados
Por outro lado, a ideia de considerar a Ressurreição do Senhor um mito, nascido da alucinação sofrida por alguns poucos,
não esteve alheia aos próprios Apóstolos. Foi o que se deu quando ouviram a narração feita pelas Santas Mulheres, após seu encontro com Jesus naquele primeiro dia (cf. Lc 24, 1-11).
Este mesmo fato comprova que os discípulos não podem ter sido os autores de uma fábula sobre este milagre, pois a experiência nos mostra o quanto é em função de um grande desejo, ou de um grande temor, que o alucinado passa a ver miragens. Entretanto, a hipótese de que — por pura alucinação — foram os Apóstolos os autores do “mito” da Ressurreição do Senhor não deixou de circular por meio dos lábios e plumas de hereges, nestas ou naquelas épocas.
Na realidade, eles não haviam compreendido o alcance das afirmações do Divino Mestre sobre o que se passaria no terceiro dia após sua Morte e, portanto, nem chegaram a temer ou desejar a Ressurreição. E isso a tal ponto que não hesitaram em negar a veracidade do relato das Santas Mulheres. Ou seja, eles demonstraram estar bem no oposto da acusação de terem sido uns fanáticos e alucinados a propósito da Ressurreição, pois não aceitavam sequer a simples possibilidade de ela vir a se tornar efetiva. O exemplo máximo de tal impostação de espírito deu-se com São Tomé, o qual só se rendeu diante de um fato irrefutável: colocar o dedo nas adoráveis chagas de Jesus (cf. Jo 20, 24-28).
Ademais, negar a veracidade da Ressurreição, lançando a calúnia de ter sido ela uma invenção de alucinados, corresponderia, ipso facto, a reconhecer a existência de um milagre não muito menor: o da conquista e reforma do mundo, levada a cabo por um reduzido número de desvairados.
* * *
O Evangelho deste 3º Domingo da Páscoa conclui com o esclarecimento formal e categórico da parte de Jesus aos Apóstolos, a respeito da missão que lhes outorgava. Aproveita a ocasião para conversar sobre o mais importante tema para eles e, por conseguinte, para a Santa Igreja nascente.
Tratava-se de assumirem a mesma missão de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois este permaneceria no mundo por meio deles.
Nada deveria ser olvidado: nem a Paixão com seus méritos, nem a própria vida do Divino Mestre, com seus ensinamentos. Concretiza-se, então, uma identidade de missão entre Jesus e os Apóstolos. Aliás, na oração dirigida ao Pai, na Última Ceia, havia já Ele revelado esta aproximação: “Eu lhes transmiti as palavras que Tu Me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de Ti, e creram que Tu Me enviaste. […] Dei-lhes a tua Palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. […] Como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo” (Jo 17, 8.14.18).
Anteriormente, chegara mesmo a afirmar: “Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc 10, 16).
Por isso São Paulo diria mais tarde, em tom de plena certeza: “Que os homens nos considerem […] administradores dos mistérios de Deus” (I Cor 4, 1); e “é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio” (II Cor 5, 20). Os discípulos deverão pregar e implantar a Igreja em todas as partes, com a mesma autoridade divina com que Cristo realizou sua missão no mundo, tal como nos relata São Mateus: “tudo o que ligardes sobre a Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes sobre a Terra será também desligado no Céu” (18, 18). E São Marcos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (16, 15).
Cristo os constituiu sacerdotes da Igreja para salvação e santificação das almas, fazendo-os herdeiros e participantes de seu sumo e eterno sacerdócio. Esta missão continua ainda nos dias atuais e deverá perdurar até o fim dos tempos, através do ministério sacerdotal. Tal como Jesus, o presbítero dá “Glória a Deus no mais alto dos Céus e na Terra paz aos homens, objetos da benevolência divina” (Lc 2, 14). É ele alter Christus: “Como o Pai Me enviou, assim também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Deste modo, a obra universal de Redenção e de transformação do mundo trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo, com toda a sua divina eficácia, Ele continua a operá-la, e continuará sempre, por meio de seus ministros. ♦️
Excertos de “O Inédito sobre os Evangelhos”. III Domingo da Páscoa, ano B.
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Agradecer a nossa Senhora pelo dom da vida, por tudo que acontece, agradecer por fazer parte da família dos arautos ,poder aprender muita coisa ,conviver alegre com as dores ,saber que fazem parte da vida e fortificam me na fé ,nosso senhor Jesus Cristo teve muitos sofrimentos mesmo assim continuou firme na sua caminhada. Também confio muito . Quero seguir o exemplo . Ver nossa Senhora como modelo e procurar me guiar por ela.