No ano de 1925 em Dublin (Irlanda) um jornal publicou a seguinte notícia: “Um homem idoso perdeu os sentidos na Praça Gramby Lane. Levado ao hospital viram que estava morto; e não tinha nenhum documento”.
Depois constatou-se que era Matt Talbot, que de alcoólatra inveterado se tornou um verdadeiro santo. Era o segundo de 12 irmãos, e nasceu numa família pobre de Dublin em 1856. Terminada a instrução primária, Matt Talbot empregou-se na casa de um negociante de vinhos, como moço de recados, aos doze anos de idade. Aí aprendeu a beber. E passados dois anos era um miserável alcoólatra.
Os pais pensavam que mudando de emprego, o rapaz deixasse a bebida, e puseram-no a trabalhar como ajudante de pedreiro. Continuou porém, preso ao álcool. No fim de cada semana gastava quase todo o ordenado nas tabernas.
Quando não bebia, Matt era amável, serviçal, simpático e acolhedor. Mas quando ficava embriagado, fazia-se valentão e metia-se em brigas. E foi durante 14 anos um pobre bêbado e jogador viciado. A bebida o atraia irresistivelmente e o jogo o hipnotizava. Aos sábados, dia de pagamento, ele aguardava no portão da fábrica os operários com o ordenado da semana, esperando que o convidassem para beber um copo. Quase ninguém parava para falar com ele, pois não era bem visto, obviamente.
Numa tarde caiu em terrível abatimento físico e moral, como não lhe havia acontecido até então. Sentia nojo de si mesmo por causa do seu vício degradante. Como se sucedessem esses estados com tanta freqüência, um dia disse à mãe, para surpresa dela: Ó mãe, hoje fiz uma promessa a Deus!
– Que promessa você fez, meu filho?
– A promessa de não beber durante três meses!
No dia seguinte foi trabalhar normalmente na fábrica. Passou bem a semana inteira, sem beber. No sábado imediato, os companheiros o convidaram para ir à taberna beber um copo, o que raramente acontecia. Por delicadeza aceitou o convite. Mas os colegas ficaram admirados quando o viram beber apenas água mineral!
Entretanto, a luta para cumprir a promessa naqueles três meses foi para ele um tormento. E dizia à sua mãe como forma de desabafo:
– Já não aguento mais, minha mãe! Tenho que voltar a beber!
Mas ele resistia, e as lágrimas corriam-lhe pela face. Mais tarde confessou: “Foi então que me pareceu ouvir uma voz interior que me dizia: — Matt, a sua sobriedade é uma tolice. Você é incapaz de viver sem bebida. Um homem viciado como você não consegue viver sem álcool.
Matt entendeu que era um aviso do Céu a convencê-lo que por suas próprias forças seria incapaz de abandonar o vício da bebida. Era preciso pedir essa graça a Deus Nosso Senhor.
De seguida humilhou-se e suplicou a Deus que lhe concedesse forças para dominar e largar esse vício da embriaguez.
A partir de então, ia toda manhã à Igreja dos Franciscanos para assistir a Missa e receber devotamente a Sagrada Comunhão.
Passados os três meses, Matt renovou o voto por um ano. Aos poucos foi se livrando da bebida até se tornar um homem livre dessa prisão alcoólica, embora de vez em quando tivesse que lutar contra a tentação da volta à bebida. Numa dessas ocasiões ele disse:
“Quando em certa manhã ia para a Igreja dos Franciscanos, assaltou-me um forte desejo de tomar álcool. Não sabia como havia de resistir. Durante duas horas andei sem rumo pela cidade e parei na frente de uma igreja. Entrei, ajoelhei-me diante do altar, e supliquei a Deus: “Senhor, não me deixeis recair na embriaguez, que desejo vencer com o vosso amparo e ajuda” . Fiquei ali não sei quanto tempo”.
Ao longo dos anos, pouco a pouco Matt tornou-se outro homem. Sentia-se completamente livre da tentação da bebida. De vez em quando era visto entrar numa e outra taberna com um envelope na mão. Era o dinheiro para pagar as bebidas que bebeu fiado.
Daí por diante, entregou-se a uma rotina de muita oração e penitência, durante seus últimos 40 anos de vida. Levantava-se às 5 da manhã para assistir à Missa antes do trabalho e dava à oração todos os momentos livres de que dispunha. Quando caiu desmaiado ao dirigir-se para a Missa, e levado para o hospital, encontraram-lhe o corpo cingido por áspero cilício de pontas de arame mordentes, sinal da grande mortificação que praticava.
Introduzido o processo de beatificação em 1947, foi declarado Venerável em 1975. A sua conversão foi tão real e sincera que dificilmente se encontrará nestas terras um exemplo de tanta oração e penitência como a deste carregador das docas de Dublin.
Matt Talbot morreu a caminho da Missa na Igreja dos Franciscanos, depois de ter completado 69 anos de idade.
Jornal de Dublin – Irlanda – 8 de Julho de 1975 .
Foto: http://saintsresource.com/matt-talbot
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