Múltiplos e poderosos são os milagres realizados por meio desse celestial afresco de Mater Boni Consilii — Mãe do Bom Conselho —, testemunhados por Santos, Papas, católicos de todas as condições e mesmo incrédulos. Fortaleça-se assim tua fé. Beneficia-te dessas graças que são derramadas com maternal abundância, com magnificência de Rainha, sobre todos aqueles que, piedosa e confiantemente, sabem pronunciar as excelsas palavras:
Ó Mãe do Bom Conselho, rogai por nós!
Suspenso no ar
O santo afresco chegou a Genazzano e está, até hoje, junto a uma das paredes da igreja, sem, no entanto, colar-se em tal parede. Eis as conclusões, a esse respeito, dos principais historiadores do Santuário: De Orgio, Mons. Dillon, Mons. Addeo e Buonanno.
Tais são as palavras de Fr. De Orgio:
“Bem nas horas de Vésperas, do feliz citado dia de 25 de abril [1467], apareceu em Genazzano a referida Santa Imagem; trazida por mãos angélicas encontrou-se suspensa ali na rústica parede da nova igreja, e com três novos singularíssimos prodígios então acontecidos. […] A celeste pintura estava sustentada por virtude divina a um dedo da parede, suspensa sem nela fixar-se; e este é um milagre tanto mais estupendo se considerarmos que a referida Imagem está pintada com cores vivas em fina camada de reboco, com a qual se destacou por si mesma da igreja de Scutari, na Albânia, como ainda pelo fato comprovado mediante a experiência e observações feitas, segundo o qual, ao tocar-se na Santa Imagem, esta cede”.
Já o Pe. Buonanno, ao falar acerca da aparição da Mãe do Bom Conselho, afirma que:
“Todas estas maravilhas se resumem, enfim, no prodígio contínuo que consiste em encontrarmos hoje esta Imagem no mesmo lugar e do mesmo modo como ela aí foi deixada pela nuvem no dia de sua aparição, na presença de todo um povo que teve então a felicidade de vê-la pela primeira vez. Ela pousou a uma pequena altura do chão, a uma distância de aproximadamente um dedo da parede nova e rústica da capela de São Brás, e ali ficou, suspensa sem nenhum suporte”.
E o grande historiador de Nossa Senhora de Genazzano, Mons. Dillon diz que “embora no Ofício da festa de Nossa Senhora do Bom Conselho seja dito claramente que a Santa Imagem apareceu na parede da Igreja dos agostinianos — ‘mirabiliter apparuit in ariete’ — entretanto existe uma tradição ininterrupta mencionada por muitos escritores que diz que antes ela se achava junto à parede sem tocá-la de modo algum. Não há nada de contraditório nessas asserções, pois bem pode ter acontecido que a Santa Imagem não tenha pousado imediatamente sobre a parede, embora, depois, ela possa tê-la tocado em cima ou embaixo.
Os arquivistas Gaetano e Calisto Marini, que despenderam tantos esforços para examinar cada circunstância relativa à traslação e à aparição, não registraram o fato, e nenhuma alusão a esse respeito foi feita pelo advogado que defendeu os argumentos a favor de uma e de outra, diante da Sagrada Congregação dos Ritos, em 1789. Contudo, é absolutamente certo: 1º) que a Santa Imagem nunca saiu da posição que tão miraculosamente escolheu; e 2º) que todos aqueles que a examinaram no decurso dos séculos atestaram que a consideravam completamente isolada, sem qualquer suporte que seja”.
Se não pôde acompanhar ao vivo, veja no vídeo todos os detalhes da devoção de Nossa Senhora do Bom Conselho e de seu milagroso afresco.
Três prodígios envolvem o sagrado afresco
A conservação dessa pintura com a perenidade de suas cores é, de si, um primeiro prodígio. Pois, como se sabe, mesmo afrescos de grandes mestres vão-se esmaecendo com o decorrer dos tempos, apesar de alguns deles se encontrarem em locais apropriados, bem resguardados e pintados em grossas paredes. Entretanto, tal pintura, mesmo extremamente delgada, mantém suas cores até hoje viçosas.
Outro prodígio — e este ainda mais impressionante — é que desde a sua chegada a Genazzano, a 25 de abril de 1467, permanece a Santa Imagem suspensa no ar sem nenhum apoio na parede, ou qualquer outro tipo de suporte que a mantenha em tão extraordinária condição estática! Infelizmente, o altar que a abriga não foi construído com a preocupação de deixar à vista prodígio tão extraordinário. Todavia, comprovam-no várias declarações prestadas sob juramento, de testemunhas altamente fidedignas, existentes nos registros da história do Santuário.
Há, porém, um terceiro prodígio não menos extraordinário do que os precedentes: as variações fisionômicas e de colorido da Imagem. Diversos pintores de talento esmeraram-se em fazer reproduções da venerável efígie. Seus esforços, contudo, resultaram vãos, pois as cores do original, especialmente das faces de Nossa Senhora e do Divino Infante, mudavam, variando dos matizes dourados do trigo aos tons avermelhados e vivos de uma rosa. Além disso, os traços fisionômicos da Imagem se alteravam, exprimindo desde uma tristeza suave até uma alegria radiante.
As surpreendentes mudanças fisionômicas da Imagem “respondem” às orações dos fiéis
Não é fácil retratar a expressão da Imagem, pois suas mudanças fisionômicas são frequentes. O que o pincel mais exímio ou a melhor câmara fotográfica podem captar fica ainda aquém da realidade, como o comprovam inúmeros artistas e fotógrafos que diante de Mater Boni Consilii têm estado. Essas mudanças — percebidas por tantos e tantos fiéis e registradas pelos autores que trataram do assunto — constituem como que constantes milagres à disposição de todos os necessitados que visitem a Mãe do Bom Conselho.
Quantos fiéis aflitos, ao se aproximarem d’Ela com fé e piedade, foram afagados por consolações interiores! Não será raro que eles constatem também variações cromáticas e fisionômicas operando-se no afresco. A Mãe do Bom Conselho e o Menino Jesus parecem então sorrir, comprazidos, como que confirmando aos necessitados aquilo que já lhes haviam feito sentir interiormente: “Meus filhos, não vos aflijais; o que vos angustia será resolvido”. Nesse momento, é-lhes fácil entender a profundidade daquelas palavras do Pe. Thomas de Saint-Laurent, quando fala da confiança: “Voz de Cristo, voz misteriosa da graça que ressoais no silêncio dos corações, vós murmurais no fundo das nossas consciências palavras de doçura e de paz. Às nossas misérias presentes repetis o conselho que o Mestre dava, frequentemente, durante a sua vida mortal: ‘Confiança, confiança!’”.
Uma testemunha ocular da coroação da Imagem, a 17 de novembro de 1682
Ao longo de quinhentos anos, várias foram as comissões incumbidas pelas autoridades eclesiásticas de analisar os milagres que cercam a existência desse afresco. Eis aqui algumas dessas declarações e depoimentos. No ano de 1682, desejando-se honrar a Santa Mãe do Bom Conselho com o título de Rainha, foram preparadas diligentemente coroas de ouro a serem postas no santo afresco, no lugar de outras mais simples. Tal contecimento, ocorrido em 17 de novembro do citado ano, foi providencial para que as maravilhas dessa Santa Imagem ficassem patentes.
As palavras, citadas por Buonanno, são do Fr. Fulgêncio Ricitelli, Prior do convento de Genazzano, alguns dias depois do ocorrido:
“O Capítulo da Basílica de São Pedro mandou um Cônego com duas coroas de ouro, uma para a Senhora Santíssima e a outra para o Menino Jesus. […] O mesmo Cônego, tendo sido levantado o cristal todo emoldurado de prata que cobria a Virgem, tirou as coroas que ditas imagens possuíam mostrando ao mesmo tempo admiração não pequena, porque viu que as imagens estavam simplesmente em reboco finíssimo, o qual somente na extremidade acima da cabeça apoiava-se na parede e todo o demais permanecia sem apoiar-se; de modo que o dito Cônego, tocando no rosto e em todo o restante do afresco viu que o reboco se movimentava e cedia, como se fosse um quadro sem apoio algum. Isso maravilhou sobremaneiramente o mesmo clérigo e todos os demais, pois prova que, não podendo naturalmente o reboco manter-se sem apoio, o quadro mantém-se milagrosamente.
A fim de colocar as referidas coroas de ouro, houve necessidade de prendê-las com fios e amarrá-los em pinos que havia na parede acima da Imagem, pois não era possível pô-las na cabeça de Nossa Senhora, por tratar-se de reboco sem apoio…
Genazzano, 22 de novembro de 1682.
Humilíssimo e Devotíssimo Servo
Fr. Fulgêncio Ricitelli, Agostiniano”
Famoso pintor genovês do século XVIII testemunha diversos milagres observados na Imagem
Tal foi a fama que o afresco da Santíssima Virgem causou pelas diversas regiões, que no ano de 1747, um pintor de Gênova, Luigi Tosi, resolveu estampar uma cópia da Mãe do Bom Conselho, a fim de que seus concidadãos participassem dos celestes e maternais benefícios.
Partiu ele para a cidade de Genazzano, lá chegando no mês de junho. Antes de iniciar a pintura, obtida a devida licença dos padres agostinianos, foi-lhe retirada a placa de cristal que protege a Imagem, a fim de melhor estampar o rosto da Mãe de Deus. Porém, eis que estando ele a analisar o santo afresco, este se tornou causa de tantos prodígios, que o referido pintor os lavrou em ata, no dia 11 de junho, ad æternam rei memoriam.
Afirma ele que o afresco da Mãe do Bom Conselho é quase irreproduzível, uma vez que os traços mais parecem ser obra angélica que humana. Ademais, como experimentado pintor, declara “que algum artista bastante melhor que um homem, ou ao menos algum santo varão a teria pintado e delineado: tanto mais que não se pode conhecer, ou discernir, se seja verdadeiramente pintura, ou mais bem uma Imagem milagrosamente impressa com celestes cores, e quase que enxertada numa simples superfície e pedaço de parede, que é a única sustentação de tão grande tesouro”. E, carinhoso e maternal gracejo, a Santa Mãe de Deus deixava o pintor num estado de confusão: posicionado o cavalete e a tela, pôs-se ele a olhar cuidadosamente o quadro; e eis que as fisionomias de Nossa Senhora e do Menino Jesus tornavam-se mutáveis para o olhar do retratista… Somente quando este, vencido pela manifestação de tanta maravilha, ajoelhara-se e orara à Mãe do Bom Conselho que lhe permitisse pintá-la, foi que conseguiu distinguir claramente os traços do santo afresco.
“A Santa Imagem muda de semblante e de colorido a todo instante e de improviso”
Mas as manifestações do santo afresco ao mencionado pintor não cessavam, pois ao longo de todo o seu trabalho, os belos rostos de Mãe e Filho mudavam constantemente de cores: “Por volta das vinte horas, repentinamente, a Santa Imagem mudou de semblante e de cor, mostrando-se aos olhares de todas as testemunhas com um novo aspecto de majestade, e com uma fisionomia tão acesa, rosada e flamejante, que as faces pareciam duas rosas frescas e vermelhas. E essa mudança imprevista, visibilíssima e potentíssima, suscitou às almas de todos nós um tão incomum estupor e ternura, que um circunstante prorrompeu em terníssimo e copiosíssimo pranto, chegando mesmo a retirar-se da santa capela e do santo altar, por causa da veemente comoção”.
Atesta o artista Luigi Tosi que, ao longo de suas pinceladas, o olhar e as pupilas brilhavam diversamente. Quando o rosto da Imagem se encontrava alegre, os olhos apareciam majestosos; e quando mais colorido, os olhares ficavam mais abertos. Após tantos fatos naturalmente inexplicáveis, todos os presentes eram concordes em afirmar que aquele quadro era um potentíssimo milagre!
“Ela cedia pela ligeiríssima pressão das mãos…”
Quando a Santa Imagem desceu em Genazzano, na capela de São Brás, diz-nos a tradição que ela estabeleceu-se aí não afixada na parede, mas sim a uma curta distância da mesma, sem apoiar-se. É o que prova o historiador Buonanno, quando afirma que “nós mesmos comprovamos, como pessoas dignas de toda fé, que, devendo, por ocasião do centenário de 1867, limpar a Imagem, demo-nos conta de que Ela cedia pela ligeiríssima pressão de suas mãos, isolada e destacada da parede”.
Tais comprovações não são somente de séculos atrás, mas no ano de 1936, reuniram-se várias autoridades eclesiásticas para fazer acurada análise da Santa Imagem. E, entre outras coisas, declaram que o afresco, “se ligeiramente percutido, dá a clara sensação de vazio”; e “se delicadamente pressionado, visivelmente oscila”.
Extraído da obra “Mãe do Bom Conselho” de Mons. João S. Clá Dias, EP.
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