Admirar, eis a solução de incontáveis problemas nossos

Naquele tempo, 1 Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3 Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia porque era muito baixo. 4 Então, ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje Eu devo ficar na tua casa”. 6 Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7 Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-Se na casa de um pecador!”. 8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9 Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10 Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 1-10).

XXXI Domingo do Tempo Comum

O egoísmo nos traz a amargura e a infelicidade. Como Zaqueu, subamos com coragem e sem respeito humano a “árvore da admiração” a tudo o que é verdadeiro, bom e belo, e teremos a alegria de receber Jesus em nossa alma.

Por Mons. João S. Clá Dias, EP

A admiração transforma

Em certo sentido, todos somos Zaqueus. Estando nesta vida em estado de prova, a qualquer momento pode Nosso Senhor passar diante nós e nos chamar, servindo-Se de uma leitura, uma conversa, uma pregação, ou quiçá por meio de uma moção interior da graça.

Como responderemos nós se, como ao publicano, Ele nos disser: “desce depressa, porque hoje vou hospedar-Me em tua casa?” “Saberemos imitar a generosidade de Zaqueu e, antecipando-nos à admoestação do Senhor, responder-Lhe com espontânea prontidão: ‘doravante, quero firmemente não pecar mais?’”.

Tudo dependerá da admiração que tivermos.

O caminho da conversão do publicano, narrado nesta passagem do Evangelho, começou com um mero sentimento de curiosidade para com aquele Homem do qual ele tanto ouvira falar. Mas, pela ação da graça, logo se transformou em desejo de conhecê-Lo, falar-Lhe e estar com Ele, dando início ao processo que haveria de torná-lo um verdadeiro “filho de Abraão”.

Como Zaqueu, assim devemos reagir também nós, fugindo das multidões e subindo na “árvore da admiração” para melhor contemplar o Divino Mestre. Porque quem está tomado de verdadeiro enlevo, escuta a palavra do Senhor, observa seus preceitos e enfrenta todas as dificuldades para segui-Lo, até o fim.

Árduo seria avaliar até que ponto são profundas as consequências desse voltar-se enlevado para o que é superior, se não fosse São Tomás de Aquino nos ensinar: “A primeira coisa que então [ao atingir o uso da razão] ocorre ao homem pensar é deliberar sobre si mesmo. E se se ordenar ao fim devido, conseguirá pela graça a remissão do pecado original”. Ou seja, derramam-se sobre ele os mesmos efeitos do Batismo sacramental!

Essa ousada afirmação do Doutor Angélico é analisada em profundidade por Garrigou-Lagrange, segundo o qual, se um menino não batizado e educado entre os infiéis, ao chegar ao pleno uso da razão amar eficazmente “o bem honesto por si mesmo e mais do que a si mesmo”, estará justificado. “Por quê? Porque desse modo ama eficazmente a Deus, autor da natureza e soberano bem, confusamente conhecido; amor eficaz que no estado de queda não é possível senão pela graça, que eleva e cura”.

Com efeito, na admiração pelo bem o homem se torna semelhante ao objeto de seu enlevo.

Pelo contrário, ao fechar-se em si mesmo, julgando encontrar nisso a felicidade, enche a alma de amargura, tristeza e frustração, pois a desvia de sua finalidade suprema que é Deus. “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e nosso coração estará inquieto enquanto não repousar em ti”, ensina o grande Santo Agostinho.

Através do enlevo pelos reflexos do Criador, a exemplo de Maria, Mãe de todas as admirações, melhor nos identificaremos com Jesus, modelo perfeitíssimo de todos os homens. Terá entrado, assim, a salvação em nossa casa, pela porta da admiração!


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