A medida, infinita, do nosso amor ao próximo

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá.17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”. ((Jo 15,9-17)

VI Domingo da Páscoa

Por Mons. João S. Clá Dias, EP

A iniciativa parte sempre de Deus

Se tivéssemos uma noção do amor que o Criador tem por cada um de nós, talvez fôssemos capazes de avaliar com exatidão a medida com que devemos amá-Lo. – Mas, sendo Deus a Humildade em substância, Ele frequentemente não mostra a mão quando intervém nos acontecimentos, para nos converter ou nos sustentar na fé. Deste modo, corremos o risco de formar uma ideia muito irreal da solicitude divina em relação a nós.

Somos, por exemplo, católicos apostólicos romanos, e pensamos ter sido nossa adesão à Religião verdadeira fruto de uma decisão motivada pela superioridade desta sobre as outras crenças. Ou seja, julgamos ter sido nós mesmos os que escolhemos a Deus, quando, por nossas próprias forças, jamais seríamos capazes nem sequer de praticar de maneira estável os Dez Mandamentos.

No referente à nossa conversão, é sempre o Criador quem toma a iniciativa. Foi Ele que nos criou, Ele que nos escolheu para fazermos parte da Igreja, e é Ele quem nos dá as graças indispensáveis para segui-Lo.

O verdadeiro sentido da palavra “amor”

A Liturgia deste 6º Domingo da Páscoa, tão rica em ensinamentos, situa a palavra amor numa perspectiva completamente diversa daquela à qual estamos acostumados, convidando-nos para o mais elevado relacionamento que seja possível alcançar nesta Terra: a amizade com Jesus.

Se nos primórdios da nossa era os pagãos, ao se referir aos cristãos, diziam: “Vede como eles se amam e como estão dispostos a morrer um pelo outro”, nos nossos dias, tão tristemente paganizados, este afeto deve brilhar de modo a atrair aqueles que se afastaram da Igreja. E, para isso, precisamos expungir de nossas almas todos os sentimentalismos, romantismos ou egoísmos que possam existir nelas.

“Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus” (I Jo 4, 7), exorta na segunda leitura o Apóstolo São João. Quem ama com verdadeiro amor não busca ser adorado pelo outro, nem exige reciprocidade. Procura, pelo contrário, ser educado, cuidadoso e zeloso para com todos, sem fazer acepção de pessoas, visando refletir de alguma maneira, no convívio do dia a dia, o afeto inefável que Cristo manifestou por cada um de nós durante sua Paixão.

Peçamos, pois, neste domingo, a graça de reger nosso amor a Deus e ao próximo segundo a medida infinita da benquerença divina. E tenhamos bem presente em nossos corações o alerta que em sua Encíclica Caritas in veritate o Papa Bento XVI nos fez: “Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente”. ♦️


Excertos de “O Inédito sobre os Evangelhos”, Ano B, VI Domingo da Páscoa.

amor aparecida apostolado apostolado do oratório arautos do evangelho arautos sacerdotes cidades comentario ao evangelho comunhão reparadora comunidade coordenadores Cristo deus devoção encontro eucaristia evangelho familias fátima grupos do oratorio heraldos del evangelio igreja imaculado coração de maria jesus liturgia maria meditação missa missao mariana Monsenhor João Clá Dias natal Nossa Senhora nossa senhora de fátima nosso senhor Notícias o inédito sobre os evangelhos oratório oração paróquia peregrinação Plinio Correa de Olivieira primeiro sábado santa missa santíssima virgem

Deixe uma resposta