O Santo Abandono

O Bem-aventurado Henrique Suso caminhou muito tempo por esta via dolorosa, e eis os ensinamentos que recebeu do Céu

Uma voz interior lhe disse: “Henrique, abre a janela de tua cela, observa bem o que veres e aprende uma lição da vida”. Ele abriu e viu um cão que corria pelo claustro do convento, tendo na boca um pequeno tapete. O animal mordia o tapete, lançava-o no ar, arrastava-o pelo chão e fazia-lhe rasgos.

 Essa voz interior lhe disse a seguir: “Assim você será arrastado e rasgado pelas  palavras de teus irmãos de hábito. E veja só como o tapete se deixa maltratar de todos os modos, e em silêncio, e você faça o mesmo. É preciso resignar-se a isso”. Ele desceu ao claustro, pegou o tal tapete e o guardou consigo durante muitos anos como um  valioso tesouro.

Quando Henrique tinha uma tentação de impaciência com alguém, ele olhava para o tapete a fim de reconhecer-se nele e se calava imediatamente.

Quando ele desviava o olhar de desprezo para alguns que o oprimiam, uma voz lhe dizia no seu coração: “Lembra-te de que eu, o Senhor, não desviei uma só vez meu olhar daqueles que me açoitavam no rosto e no corpo”. Então, ele sentia um arrependimento e se corrigia ato contínuo.

 A voz interior lhe disse ainda: “Quando te maltratarem com palavras e atos, Deus Nosso Senhor quer que suportes tudo com paciência. Ele quer que morras para ti mesmo, que não tomes tua refeição para antes ires a teus irmãos e pacificares a cólera deles por meio de suas palavras e atos de humildade. Você não deve achar que eles sejam um judas, mas sim são escolhidos por Deus, e eles são objetos para a sua provação, para o bem de sua alma“.

Para uma alma que é indiferente a tudo, a vontade de Deus o encontra livre e toma conta dele como de um terreno que não pertence a ninguém. Para essa alma, tudo é igualmente bom, qualquer coisa lhe agrada.

            É não ser nada, ser pouco ou ser muito.

            Tanto se lhe faz mandar ou obedecer a um outro.

            Pode ser humilhado, desprezado ou ignorado. Ou exaltado.

            Pode passar por necessidades ou estar provido de tudo.

            Tanto faz ter muitos lazeres ou estar tomado de trabalhos.

            Agrada-lhe estar sozinho ou estar na melhor das companhias.

            Ver um longo caminho pela vida, ou só ver o lugar imediato.

            Ser consolado, ou estar na aridez ou desolado.

            Ter boa saúde, ou estar doente e sofrer por muitos anos.

            Ser útil ou sentir-se um peso para a comunidade.

            Viver muito, ou morrer agora.

            Ele quer tudo, porque não quer nada. Ele não quer nada, porque quer tudo”.


(Do livro “O Santo Abandono”)


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