O Jovem e a Peneira

Um jovem resolveu abandonar o mundo com seus atrativos e embrenhou-se numa floresta. Tinha ânsias de estar sempre com Deus Nosso Senhor. Para pensar e viver somente para Ele, construiu para si um casebre. Dali saía apenas uma vez por semana para ouvir a pregação que um solitário monge fazia a algumas almas ali na solidão do mato.

Depois de ouvir vários sermões, um dia esse jovem procurou o santo ancião para conversar e expor-lhe uma dificuldade que o afligia.

– Meu pai, só tenho um amor que é o amor a Deus. Só tenho unicamente esse desejo que é o de amá-lo cada dia mais. Por isso deixei o mundo com os seus atrativos e vim passar a vida neste deserto com poucas criaturas humanas.

– Estou feliz em minha pequena cela no casebre. Vivo tranquilo com a oração, a leitura e a meditação. Deixo o silêncio de minha cela somente para vir ouvi-lo toda semana. Meu pai, eu o ouço com atenção, mas não sei o que se passa  comigo, pois sinto que não tiro fruto de suas prédicas. Não seria melhor que eu ficasse em minha cela consagrando o tempo à oração, à leitura e meditação?

Respondeu o santo velho

– Meu filho, não pense em fazer isso.  Continue a vir sempre para ouvir essas práticas, que lhe farão muito bem ao teu espírito, embora pareça que não sirvam para a purificação de tua alma.

O jovem continuava ouvindo a explicação do velho monge, mas duvidando em seu coração. O ancião terminou de falar e em seguida, pegando uma peneira, entregou-a ao noviço e disse:

 – Toma meu filho, vai até a fonte aqui perto e traga-me a peneira cheia de água.

 O jovem, obediente, lá foi. Passados alguns instantes, voltava correndo com a peneira molhada, porém vazia.

– Meu pai, disse, a água se foi pelos buraquinhos da peneira

– Anda, insistiu, volta à fonte e traga-me rápido a peneira cheia de água.

 Pela segunda vez lá foi o noviço. Encheu-a completamente, e voltou correndo  para não deixar cair a água. Foi em vão. Não ficou nada na peneira, só algumas gotinhas.

O ancião sorriu. O obediente noviço corre pela terceira vez à fonte, enche a peneira, e quando de volta chega á cela do mestre, diz:

– Meu pai, não adianta. Eu vim correndo, mas toda água escorreu, até as gotinhas.

O santo monge deu-lhe então esta maravilhosa lição:

– É verdade, meu filho, você não me trouxe a água que esvaiu-se pelos buracos. Mas a peneira veio mais limpa. Você  lavou a peneira.

O noviço compreendeu a bonita lição. Quer dizer, ele foi aos sermões, e parecia que não tirava proveito nenhum. Continuou assistindo as pregações e pouco a pouco a sua alma ficou purificada das vaidades do mundo. E a compreensão e o amor das coisas divinas triunfou em seu coração.


    (“Tesouro de Exemplos”, Pe.Francisco Alves, C.SS.R., Ed.Vozes,1958– págs. 125)

amor aparecida apostolado apostolado do oratório arautos do evangelho arautos sacerdotes cidades comentario ao evangelho comunhão reparadora comunidade coordenadores Cristo deus devoção encontro eucaristia evangelho familias fátima grupos do oratorio heraldos del evangelio igreja imaculado coração de maria jesus liturgia maria meditação missa missao mariana Monsenhor João Clá Dias natal Nossa Senhora nossa senhora de fátima nosso senhor Notícias o inédito sobre os evangelhos oratório oração paróquia peregrinação Plinio Correa de Olivieira primeiro sábado santa missa santíssima virgem

Deixe uma resposta