Santa Beatriz da Silva, Virgem

Em 17 de agosto a Igreja celebra a memória de Santa Beatriz de Portugal.

A família de Santa Beatriz

“…educada num profundo espírito e virtudes cristãs.”

De nobilíssima família portuguesa, Beatriz da Silva e Menezes, nasceu na graciosa e ensolarada vila alentejana de Campo Maior, no ano de 1437.

Filha de D. Rui Gomes da Silva, Alcaide Mor da já mencionada vila de Campo Maior e Ouguela e de Dona Isabel de Menezes, que era filha de D. Pedro de Menezes que foi Governador da Praça de Ceuta, nessa altura pertencente à coroa dos reis de Portugal. Os pais de Beatriz pertenciam à primeira nobreza e estavam ainda aparentados com a família real.

Na Corte

“…enchia de fervor com o seu exemplo”.

Para Beatriz decorria tranquila a vida no velho solar de Campo Maior. Totalmente entregue a Deus, tinha esquecido o mundo com toda a sua agitação, embora vivesse nele.

Mas o Senhor tinha-a criado para coisas maiores que esta vida calma, e, para isso, tinha de a fazer passar pelo crisol do sofrimento, como costuma sempre fazer com os eleitos do seu coração.

A Princesa Isabel de Portugal, filha de D. Duarte, contrai núpcias com D. João II de Castela, e leva a sua prima Beatriz como dama. Entretanto, os ciúmes da Rainha chegaram ao desejo de a fazer desaparecer.

Diz-nos uma biografa da Santa, que Beatriz “era formosíssima, prudente, afável, inteligente, composta e de muita gentileza”, e outro autor: “que era bela, maravilhosamente bela, até ao deslumbramento”.

O Ciúme

“…procurava viver em recolhimento, dando todo o seu amor e o maior tempo possível a Deus, o verdadeiro Senhor do seu coração.”

Costuma dizer-se que há males que vêm para bem, e vice-versa, que há bens que vêm para mal. E foi precisamente o caso de Beatriz.

A sua beleza, graciosidade e doçura, de fato levou muitos nobres a pretendê-la para casar, aos quais, ela negou sempre a sua mão.

Mas, o facto mais doloroso, foi causado pelo ciúme da rainha que, chegou ao cúmulo de a fechar num cofre, para que Beatriz ali morresse asfixiada. Tudo por ciúme, devido às atenções que o rei dava à jovem, que, de forma alguma, procurava atrair sobre si as atenções de quem quer que fosse, muito pelo contrário, procurava viver no recolhimento, dando assim todo o seu amor e o maior tempo possível ao Pai Eterno, o verdadeiro Senhor do seu coração.

A visão de Santa Beatriz

“…a sua vocação: fundar uma Ordem com o fim de honrar a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria”.

Todavia, foi naquela prisão, que a Santa recebeu em plenitude o “Dom de Deus”. Foi-lhe foi dada a conhecer a sua futura missão, a sua vocação: a de fundar uma Ordem, com o fim de honrar a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.

Nos três dias que permaneceu naquela escura prisão, apareceu-lhe a Santíssima Virgem com o menino nos braços. Trazia vestido um hábito todo branco e escapulário da mesma cor, e a cobri-la um manto azul.

Era vontade de Deus e de Maria que, Beatriz, fundasse uma Ordem destinada a defender e honrar o Mistério da Imaculada Conceição.

O inesperado

“…a rainha deu-lhe licença e liberdade para ir viver aonde mais fosse de sua vontade”.

O desaparecimento da jovem dama, provoca no seu tio D. João de Menezes (que também se encontrava na corte de Tordesilhas, ao serviço de D. João II de Castela), grande preocupação, até porque ele sabia do grande ciúme que a rainha nutria por Beatriz e temia o pior.

À pergunta de D. João de Meneses a Dona Isabel, sobre o paradeiro da sobrinha, a rainha respondeu-lhe «que viesse vê-la», e levou-o ao sítio onde a deixara encerrada, certa de que, ao abrir o cofre, a encontraria morta.

Viva a viu aparecer, e mais bela do que nunca! A rainha, pasmando do que tinha diante de si, não atinava que dizer. Assombrada duma coisa tão inesperada, não queria dar crédito aos seus próprios olhos.

Com este espanto, e, ao mesmo tempo, para se livrar da ocasião de voltar a criar problemas à dama Beatriz, a rainha deu-lhe licença e liberdade para ir viver aonde mais fosse de sua vontade.

Certamente que esta «experiência de encarceramento» foi, na vida de Beatriz, um marco importante que a levou a dar uma grande viragem no rumo da sua vida e a levou a abandonar a vida palaciana da corte de Tordesilhas e a retirar-se para Toledo.

Santa Beatriz em São Domingos “O Real”

“Florescia em todas as virtudes, era tida por santa e obrava milagres”.

Depois do sucedido e, com a autorização da rainha, Beatriz, retirou-se para a cidade de Toledo, onde viveu, voluntariamente, em completo encerramento, no Convento Dominicano de São Domingos O Real, ou O Antigo. Ali passou trinta longos anos, como senhora de piso, longe de tudo e de todos os seres queridos e totalmente desprendida das vaidades terrenas e desejos mundanos. E, como a formosura do seu rosto foi a causa de tantas discórdias na corte, cobriu o rosto com um véu branco durante o resto da sua vida, salvo em raríssimas excepções.

Os preparativos

Com a sua admirável generosidade, passou a dar-se sem reservas, ao cumprimento da missão que Deus lhe confiava”.

Dizem os biógrafos da Santa fundadora, que lhe apareceu outra vez a Mãe de Deus. Mostrar-lhe Nossa Senhora como haveria de ser o hábito que trariam vestido as suas religiosas, pois, já o havia feito, a quando da visão no cofre em Tordesilhas. Ademais disse-lhe que havia chegado o tempo de pôr mãos à realização da Obra.

Urgia, agora, dedicar à realização da sua Obra todas as forças e o tempo que lhe restava viver na terra.

Com a sua admirável generosidade, passou a dar-se sem reservas, ao cumprimento da missão que Deus lhe confiava. Finalmente, o sonho que iluminara toda a sua vida começava a realizar-se e a criar forma.

A fundação

“Terão como carisma próprio o da Imaculada Conceição”.

Ajudada pela rainha Isabel “a Católica”, que lhe deu os palácios chamados de Galiana, por terem outrora pertencido à princesa Galiana, filha de um rei mouro que os mandara construir propositadamente para esta sua filha, bem como a Igreja de Santa Fé, situada junto ao Palácio de Galiana.

Beatriz deixa o Convento de São Domingos O Real, onde viveu 30 longos anos. Instala-se, então, com mais doze donzelas de muita virtude e nobreza, no local que a rainha lhes oferecera. Entrou com grande alegria nessa casa tão desacomodada. Logo, deu ordens para que se fizessem as obras necessárias e conveniente para a transformar num Convento.

E, finalmente, no antigo palácio, de uma princesa moura, tem o seu berço a Ordem da Imaculada Conceição, melhor dizendo, começam a escrever-se com letras de luz, silêncio e oração as glórias da Imaculada Conceição.

A glorificação de Santa Beatriz

“…a Igreja sente necessidade e alegria em nos dizer que Beatriz da Silva, é Santa”.

Ao longo da história, Deus suscita homens e mulheres que, compreendendo o único Absoluto, e que foram capazes de assumir atitudes de vida que, ainda hoje, têm lições de vida e de sabedoria.

Inteiramente abandonados à ação de Deus, os santos deixam-se conduzir pelo Espírito Santo por caminhos desconhecidos, até ao dom total de si mesmos. E foi o que aconteceu com Beatriz da Silva e Menezes, por isso mesmo, a Igreja sente necessidade e alegria em nos dizer que, fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, faz parte deste grupo de obras-primas da criatividade do Espírito Santo e que nunca se repetem, que são os Santos. E fá-lo oficialmente, quando o Papa Pio XI a 28 de Julho de 1926 a beatifica e a 3 de Outubro de 1976, o papa Paulo VI a canoniza.

Fotos: santiebeati.it
Fonte – site: http://santabeatrizdasilva.com/santa-beatriz/biografia/


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