Domingo de Ramos

Por Plinio Corrêa de Oliveira

O defeito que diminui a eficácia das meditações sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, consiste em meditar os fatos da vida do Redentor sem aplicar ao que sucede em torno de nós. Espanta-nos a ingratidão e a mudança repentina dos judeus que depois de aclamarem o Salvador no Domingo de Ramos, crucificaram-no com um ódio inexplicável na Sexta-feira Santa.

Essa ingratidão e essa versatilidade (inconstância) não a tiveram apenas os judeus do tempo de Nosso Senhor.

 Ainda  hoje  no  coração  de  muitos  fiéis  Nosso  Senhor  suporta  essas alternativas  de  adorações e  de  vitupérios (insultos). E  não  se  passa  apenas  no segredo das consciências. Em muitos países Ele é  glorificado e ultrajado em curtos intervalos de tempo.

Todos  sabem  que  o  pecado  é  um  ultraje feito a  Deus. Quem  peca mortalmente expulsa Deus de seu coração, rompe as relações filiais que Lhe deve como criatura, e repudia a graça.

Assim, há uma analogia entre o gesto dos judeus matando o Redentor, e a nossa situação, quando pecamos gravemente.

Ora, quantas vezes é depois de termos glorificado a Nosso Senhor por nossos atos ou por nossos lábios, caímos em pecado e O crucificamos em nosso coração!

O mesmo se dá com muitas nações contemporâneas. Fazem manifestações religiosas em que glorificam a Nosso Senhor. Ao mesmo tempo, os estadistas tramam, ora em silêncio, ora disfarçados, a ruína das instituições católicas!

Assim, enquanto tais católicos proclamam seu amor à Igreja de Cristo, por sua negligência, por sua tibieza, por sua indiferença, permitem que a Igreja seja manietada (mãos amarradas), que sua influência seja solapada (ocultada), que sua atividade seja disfarçadamente impedida, a fim de que a reação se  torne impossível.

Povos como esses, que depois de terem aclamado Nosso Senhor como Rei, preparavam perseguições como a grande e divina tragédia da Semana Santa.

Graças a Deus, porém, não é apenas a mudança e a maldade dos judeus que sobrevivem em nossos dias. Também se vêem gestos que lembram a piedade da Verônica  e  do  Cirineu  para  com  Jesus Cristo, tão  sobranceiros  diante  de  seus perseguidores.  

Se é certo que nossa época se assinala por tantas defecções, é certo também que teremos pela graça de Deus, num futuro breve,  uma época de grandes santos, admiráveis pela virtude da fortaleza, da prudência, da temperança e da justiça, que o mundo parece tão esquecido.

Nosso Senhor Jesus Cristo está muito ultrajado em nossos dias. Sejamos nós aquelas almas reparadoras, que se não é pelo brilho da virtude, ao menos pela sinceridade de nosso amor sem palavrório sonoro e pescoço torto,  façamos atos de reparação junto ao Sacrário nestes dias santos. 

  Jornal  O Legionário”, nº 447 – 6 de Abril de 1941.

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