Fuga da Comunhão

Quantas pessoas deixam de procurar a comunhão para não se sentirem obrigadas a viver com maior recolhimento e maior desapego das coisas desta terra. Esse é o motivo verdadeiro porque muitos não comungam com maior frequência.

Certas pessoas tímidas, aconselhadas por seu confessor a comungar com mais frequência, costumam responder: eu não sou digna.

— Não sabes que quanto menos comungas mais indigna te tornas, porque sem a comunhão terás menos força e cairás em mais faltas? Obedece ao confessor, deixa-te guiar por ele! As faltas, quando não plenamente voluntárias, não impedem a comunhão. Das tuas faltas, a maior é a de não obedecer a teu confessor.

Mas, dirá ainda:

— Mas eu levei uma vida má no passado!

— Não sabes que mais necessidade do médico e dos remédios justamente tem a pessoa que está mais doente? Jesus na Eucaristia é médico e remédio. É Santo Ambrósio quem diz: “Eu, que sempre peco, preciso sempre do remédio a meu alcance”.

Este Pão do Céu requer que se tenha fome, Ele quer ser desejado. Este pensamento “hoje eu comunguei, amanhã eu vou comungar” nos torna atentos para fugir do pecado e fazer a vontade de Deus!

— Mas eu não sou fervoroso.

— Se falas do fervor sensível, isso não é necessário e Deus nem sempre o dá até mesmo às pessoas mais piedosas.

Basta que tenhas o fervor de uma vontade resolvida a ser toda de Deus e a progredir no amor de Deus. Diz Gerson que quem deixa a comunhão por não sentir a devoção que desejaria sentir, faz como aqueles que não se achegam ao fogo porque sentem frio.

Quantas pessoas deixam de procurar a comunhão para não se sentirem obrigadas a viver com maior recolhimento e maior desapego das coisas desta terra. Esse é o motivo verdadeiro porque muitos não comungam com maior frequência. Sabem que a comunhão diária não pode estar junto com o desejo de aparecer, com a vaidade no vestir, com o apego aos prazeres da gula, as comodidades, as conversas maldosas. Sabem que deveria haver mais oração, praticar mais mortificações internas e externas, maior recolhimento.

É por isso que se envergonham de aproximar mais vezes da comunhão. Sem dúvida, tais pessoas fazem bem em deixar a comunhão frequente enquanto se acham neste estado lastimoso de tibieza. Mas deve sair dessa situação de tibieza quem se sente chamado a uma vida mais perfeita e não querer pôr em perigo a própria salvação eterna.


Por Santo Afonso Maria de Ligório. In: LIGÓRIO, Afonso Maria de. A prática do amor a Jesus Cristo. Trad. Gervásio Fabri dos Anjos. 7. ed. Aparecida: Santuário, 1996, p. 106-107.

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