Quinta-feira Santa – Nunca devemos rejeitar uma graça

Ao ver Cristo Se aproximar para lavar-lhe os pés, São Pedro, sempre impulsivo, teve um verdadeiro sobressalto. Como os demais Apóstolos, não podia compreender naquele momento a transcendência do gesto do Divino Mestre. Mas Nosso Senhor lhe adverte que se não o permitisse, não teria parte com Ele

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

Jesus lava os pés dos apóstolos – Igreja de São Demétrio – Loarre – Espanha


Pedro disse: “Senhor, Tu me lavas os pés?” Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. Disse-Lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se Eu não te lavar, não terás parte comigo”. Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos” (Jo 13 6-10).

Podemos imaginar o que deve ter sido sentir os próprios pés sendo lavados pela Segunda Pessoa da Santíssima Trindade!

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Confiança

Trazemos a nossos leitores um pensamento de Monsenhor João Clá Dias, sobre a importância da confiança no momento da confissão, com vistas a nos preparar para a cerimônia de devoção do Primeiro Sábado, que se dará no próximo fim de semana

Confiança!

Santo Agostinho afirma que: “O pior do pecador não é o pecado cometido, o pior do pecador é quando ele perde a confiança em Deus”.

Por isso, tenhamos a compenetração de que qualquer que seja a circunstância, desde que saibamos pedir perdão, como está no Pai Nosso, nós obtemos perdão e, ainda, obtemos graças para enfrentar situações piores.

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Meditação para o Primeiro Sábado de janeiro de 2015

I – Por que Jesus quis ser batizado?

O batismo conferido por São João não era da mesma natureza que o Batismo sacramental, instituído posteriormente por Nosso Senhor Jesus Cristo. Provinha verdadeiramente de Deus, mas não tinha o poder de conferir a graça santificante. O próprio Batista pôs em realce a diferença: “Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3, 16).

O efeito do batismo de São João consistia num incentivo ao arrependimento dos pecados, explica São Tomás de Aquino.

Ora, em Jesus não havia sequer sombra de pecado, nem poderia haver, uma vez que Ele era o Homem-Deus. Não tinha, portanto, matéria para arrependimento e penitência. O que explica, então, que Ele tenha querido ser batizado?

1 – Sujeitar-se à condição humana

Várias são as razões dadas pelos Padres e Doutores da Igreja.

Eis uma delas: quando o Verbo se fez Homem, Ele quis se sujeitar às leis que regem a vida humana. Por exemplo, obedeceu às leis que estavam em vigor entre os judeus, sendo apresentado no Templo após seu nascimento, sofrendo a circuncisão, e cumprindo os ritos da Páscoa judaica. Assim, quis também receber o batismo penitencial de João. Perdido no meio da multidão, Jesus – inocente – submeteu-se a um rito destinado ao pecador: “Convém cumpramos a justiça completa”, justificou-se Ele perante o profeta.
Comentando essas palavras, Santo Agostinho diz que Nosso Senhor “quis fazer o que ordenou que todos fizessem”. E Santo Ambrósio acrescenta: “A justiça exige que comecemos por fazer o que queremos que os outros façam, e exortemos os outros a nos imitarem pelo nosso exemplo”.

Outra razão reside no fato de que Nossa Senhora veio ao mundo para resgatar todos os homens, vítimas do pecado de Adão, ao aceitar o batismo de penitência, Ele, que nunca pecou e jamais poderia pecar, assumiu simbolicamente o pecado de toda a humanidade! (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, dependendo da versão, depois de clicar em (Leia mais aqui!), será preciso procurar o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de dezembro de 2014

Meditação para o Primeiro Sábado de março de 2014

I – Dois senhores que não admitem rivais

“Pobres sempre tereis entre vós” (Jo 12, 8), respondeu Jesus a Judas que, perplexo diante de um grande gasto de Maria Madalena, que ungiu os adoráveis pés do Salvador, perguntara: “Por que não se vendeu esse bálsamo por trezentos denários e não se deu o dinheiro aos pobres?” (Jo 12, 5).

Essa é a grande ansiedade que permeia as almas de povos e nações dos últimos tempos, ou seja, a frenética busca dos bens materiais. Ora, segundo os Doutores espirituais, tanto mais se dividem os homens, quanto mais se apegam a esses bens. Pelo contrário, tanto mais união, benquerença e paz há entre eles, quanto mais se entregam aos bens espirituais. São Tomás de Aquino se serve várias vezes desse elevado pensamento de Santo Agostinho: “Os bens espirituais podem ser possuídos ao mesmo tempo por muitos, não, porém, os bens corporais”.

Assim, quanto maior for o número dos que possuem os mesmos bens do espírito, tanto melhor será.

Eis a Liturgia de hoje a nos indicar uma profunda solução para as crises atuais: a da desgastada questão social e a da ameaçada economia mundial.

Quanto mais o coração humano se entrega intensamente a uma determinada coisa, mais se aparta das outras. Seguindo essa via, alguns santos alcançaram um alto grau de virtude, sobretudo ao abraçarem o exagero. São Francisco de Assis chega a fazer um matrimônio místico com a pobreza, e Santo Inácio de Loyola, ao partir para Jerusalém, depois de sua contemplação em Manresa, deixa na praia de Barcelona tudo quanto lhe haviam dado; leva consigo três companheiras: a Fé, a Esperança e a Caridade.

“Ninguém pode servir a dois senhores: Porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.

O presente Evangelho faz parte do famoso Sermão da Montanha, do qual São Mateus transcreve as partes essenciais. Nele transparece a forte advertência do Divino Mestre contra o desvario dos que se afanam pelos tesouros deste mundo e acabam por se perder em meio às aflitivas preocupações da vida presente  (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, depois de clicar em (Leia mais aqui!) encontre o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de fevereiro de 2014