Expande-se a Adoração Perpétua

Vão se difundindo em todo mundo católico as capelas de adoração eucarística perpétua. Geralmente são espaços anexos às igrejas paroquiais onde o Santíssimo Sacramento está exposto continuamente por 24 horas

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Capela da Adoração Perpétua na Basílica Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho

Os fiéis se comprometem a adorar ao Senhor em turnos fixos. Também chegam pessoas em horas que podem escolher de acordo com sua conveniência, mesmo que não estejam inscritas.

Esta prática devocional se tornou muito comum em quase todas as dioceses do mundo. Bento XVI já comemorava esta realidade no seu discurso de Natal de 2005: “é comovente ver a Igreja descobrindo a alegria da adoração eucarística e os frutos já se manifestam“.

Cem anos antes, São Pio X, conhecido como o Papa da Eucaristia, por haver permitido às crianças a possibilidade de comungar ainda na infância e aos fiéis a comunhão diária, chamou a  Adoração Perpétua “a obra mais sublime de todas as obras“.

Escreveu São Pedro Julião Eymard, fundador dos Sacramentinos:

Temos que tirar a Jesus Eucarístico do esquecimento para recolocá-LO no topo da sociedade cristã para que a dirija e a salve. Temos que construir um palácio, um trono, cercá-lo com uma corte de servidores fiéis, de uma família de amigos, de um povo de adoradores.”

Do que isso se trata? É necessário motivar os servidores, para que eles sejam bons amigos e adoradores fervorosos.

São Pedro Julião Eymard

Na história da igreja, vemos que até o século XII, o culto eucarístico foi limitado ao momento da celebração da Missa. Posteriormente, começaram as celebrações extra litúrgicas e públicas, sendo a mais significativa, a solenidade de Corpus Christi. Também mais tarde, outras formas de adoração como as quarenta horas, a adoração noturna ou os congressos eucarísticos.

A Adoração Perpétua, que teve a sua origem nos conventos e mosteiros, de onde foi permeando a esfera social, acolhida pelo clero secular e pelas próprias dioceses. Atualmente estima-se que em todo o mundo há cerca de 2.500 lugares com a adoração perpétua estabelecida.

O número impressiona, é uma bela conquista… mas poderia ser muito maior. Tanto mais que se comprovam os frutos nos lugares onde é eternamente adorado o Pão dos Anjos, que são: maior comparecimento e recepção dos sacramentos, muitos católicos que voltam à prática religiosa depois de terem se afastado, crescimento das vocações sacerdotais e religiosas, renovação da vida familiar, valorização da vida comunitária nas paróquias e maior participação nas pastorais…

Há um exemplo impressionante que foi muito difundido em sua época. Vale a pena registrá-lo aqui.

Foram abertas dez capelas de Adoração Perpétua na cidade de Juarez, uma das cidades mais perigosas do México devido a criminalidade, e o resultado foi extraordinário: no espaço de cinco anos (2010-2015) as taxas de homicídios foram reduzidas de 3.766 a 256 somente! É certo que a prática da adoração influenciou neste resultado!

Sono dos apóstolos no Horto das Oliveiras

Independentemente de tais resultados positivos, práticos e espirituais, Jesus nos espera sempre.

Ele permaneceu neste sacramento precisamente para estar com os homens. E os homens o deixam sozinho…

Impressiona a interpelação que faz Jesus a seus três íntimos Apóstolos no Getsêmani:


veio então aonde os discípulos estavam e os encontrou dormindo, e disse a Pedro: como não foi capaz de vigiar uma hora comigo?” (Mt 26, 40).

A cada fiel o Senhor faz a mesma pergunta; nos interroga com dor mas sem amargura e cheio de suavidade, como quem convida um amigo: “mas nem uma hora?”

O Santíssimo Sacramento é uma tábua de salvação para a nossa sociedade desviada. É também a Virgem… que nos traz a seu Divino Filho presente na Eucaristia. Há uma belíssima invocação Mariana: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. Ela foi o primeiro tabernáculo onde Jesus habitou durante nove meses.  Dando a Virgem sua carne e seu sangue, Maria nos dá a Eucaristia, remédio de imortalidade, em oposição ao funesto alimento que nos deu Eva.

Quando a humanidade se entregará para o jugo suave do Senhor que nos espera em tantos lugares onde está exposto? Quando isso acontecer, se poderá dizer que se realizou a súplica: “faça sua vontade na terra como no céu”.

Jesus nos adverte docemente para assistir à Missa de domingo. Entretanto, todos os dias, incansavelmente e sem se render,  nos atrai… tantas vezes em vão. No caminho de casa ao trabalho ou a escola, ou mesmo pelos lugares onde passamos, muitas vezes há um local onde está o Santíssimo Sacramento: uma igreja, uma capela, um oratório. E nem uma hora podemos acompanhá-lo, nem cinco minutos, nem mesmo um?

A presença real de Cristo no meu caminho é um imerecido privilégio e uma responsabilidade enorme!

Concluímos com uma reflexão: o poeta Virgílio disse “fugit irreparabile tempus” (o tempo foge irremediavelmente). Com efeito, os anos passam e vão deixando suas marcas, enquanto os corações de pedra insistem em não se beneficiar dos benditos eflúvios que partem da Hostia consagrada.

Inevitavelmente, chegará também o dia do acerto de contas…

Queira Deus que neste dia, pelos rogos de Maria Santíssima, o Rei de tremenda Majestade nos salve, pois é Ele uma fonte de piedade, como reza o hino latino Dies Irae:

Rex tremendae maiestatis, salvandos salvo livre, salva-me, fons pietatis.

Assunção, Paraguai, setembro de 2018

_____________________

*Conselheiro de Honra da Federação Mundial das Obras Eucarísticas e da Igreja.

“Tudo lhe ofereço Senhor”. Foi este o lema de sua vida

A exemplo do Sol da sua vida, que foi a Eucaristia, ela foi uma vítima imolada por Ele, como uma leiga comprometida com a Igreja, primeiro, e como uma religiosa de clausura depois. “Eu me ofereci como uma pequena vítima pelos sacerdotes “, disse ela uma vez

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Maria Felicia de Jesus Sacramentado: assim se chamava seu nome de religião da jovem Carmelita Descalça beatificada em Assunção, Paraguai, em 23 de junho, cujo encontro final com o Senhor se deu nos seus jovens 34 anos de idade, em 28 de abril de 1959. Em seu país natal, todos a chamam “Chiquitunga”; como ela foi apelidada por sua família e em seus círculos sociais.

Sua espiritualidade, simples e penetrante, vai direto ao essencial sem grandes desvios, e está de consonância com os voos místicos das três grandes Teresas: a Santa Madre Teresa de Jesus, Santa Teresa do Menino Jesus e Santa Teresa dos Andes. Maria Felicia de Jesus Sacramentado, continua o caminho aberto por elas, especialmente pela de Ávila, a grande reformadora do Carmelo.

Santa Teresa de Ávila na gloria. (Novelli)

Como as três, a nova Beata também deixou escritos de profundo sentimento cristão e Carmelita. “Tenho sede de uma entrega total”, escreveu ela. Quanta coisa está dita nesta frase tão curta! Este é um ideal de vida, o mais sublime que possa imaginar.

No blog “Amigos de Carmelo Teresiano” se colhe uma declaração muito bonita sobre ela: “sua vida foi uma missa, na escuta da Palavra, no ofertório, como consagração e como comunhão “. Sobre sua a morte, escreveram: “Se não fosse por este Pão, este Pão da Vida, Eu não sei o que eu teria sido “. Jesus Sacramentado, de quem ela tomou o nome, foi sua força, junto com Maria, a quem foi consagrada como escrava de amor.

Chiquitunga escreveu uma curta história de vida que foi publicada pelas Carmelitas Descalças do Paraguai sob o título “Diário Intimo”. Também conhecemos alguns poemas de simplicidade encantadora e densidade teológica, bem como 61 cartas escritas de sua própria mão.

Em seus escritos, palpita um amor apaixonado de uma combatente. Ela não concebeu o existência vivida na mediocridade. Na verdade, para qualquer batizado se pede integridade e não meias medidas; mas ela foi uma das poucas a alcançar essa coerência consumada, renunciando ao amor humano e promessas de bem-estar pessoal e prestígio social, que tantas vezes o mundo nos apresenta, enganosamente, como uma alternativa.

Fotos: www.irmascarmelitas.com.br

 Não é o caso de retratar nessas linhas uma vida inteira que, embora curta, era fecunda. Apenas deixo transcrito aqui alguns versos que mostram seu perfil eucarístico. São sem rimas e sem pretensão, mas muito profundos. Não são para nenhuma erudição acadêmica ou literária; são versos de uma criança ou um menina … daqueles que entram – e só eles – no Reino dos Céus.

“ A hostia elevada, com uma transparência limpa, com um brilho divino irradia no altar; Eu quero que minha vida, trocada as substâncias, qual hostia consagrada, deixe atrás de si um caminho de intensa claridade. “

“ Eu quero que em sacrifício, como uma vítima imolada, minha vida se consuma em santa claridade! Senhor, pela hóstia pura, o Pão da Vida Eterna e o Cálice do Sangue da nossa Redenção, conceda àqueles unidos assim nós vos imploramos. Perdão dos nossos pecados e salvação eterna. Meu senhor e Deus meu! “ 

Se pode dizer algo mais transcendente com tanta precisão e ingenuidade? Estamos diante de um modesto, porém verdadeiro tratado sobre teologia eucaristia, acessível a todos, de quem está recebendo a catequese para Primeira Comunhão ou do teólogo familiarizado com a ciência divina.  “Tudo lhe ofereço Senhor”, foi o lema que ela imprimiu em seus escritos como uma fórmula química “T2OS” (T ao quadrado OS). Neste sinal se resumiu a radicalidade de seu ideal.

A palavra “Tudo” não admite relativizações; Tudo é tudo e ponto final! Entretanto, o “Tudo ao quadrado” é uma excelência que pode significar por si, a totalidade. É como dizer: absolutamente tudo, de agora em diante, sem apelo e para sempre.

Então segue a noção de “oferta”, uma palavra que significa sacrifício, holocausto, imolação, destruição… Eucaristia. Como o incenso que se queima ao ser derramado em brasas, ou como a cera que se derrete ao calor do fogo; é assim que ela queria ser e assim ela foi.

E, finalmente, a razão de ser de uma oferta tão generosa: “O Senhor”.

Que a ardente beata interceda pela comunidade carmelita de Assunção com quem ela compartilhou os últimos anos de sua vida e por todas as carmelitas descalças do mundo, suas irmãs de hábito; para a Igreja do Paraguai e por seu país natal que ela tanto amava. Finalmente, por todos os cristãos do orbe, que se esforçam para cumprir os propósitos batismais entre os quais, este, tão primordial: adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento do altar.

Assunção, julho de 2018

_________________

*Conselheiro de Honra da Federação Mundial das Obras Eucarísticas e da Igreja.

Nossa Senhora do Carmo

Em 16 de julho celebra-se a Festa de Nossa Senhora do Carmo, cujas primeiras devoções remontam a discípulos de Santo Elias por volta do ano 800 AC. Mas foi o Papa Papa Inocêncio IV em 1247, que aprovou a regra e a constituição da Ordem do Carmo

Paroquia dos Santos Mártires – Málaga, Espanha

A Ordem do Carmo é o símbolo da vida contemplativa, da busca incessante da graça de Deus. Carmelo em hebreu significa “pomar bem cultivado”, “jardim fértil” e “vinha de Deus”.

Em suas fileiras, ao longo dos séculos floresceram inúmeras almas santas, entre elas: São Simão Stock, Beato Francisco Palau, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Santa Terezinha do Menino Jesus, Santa Edith Stein, entre outros.

A tradição da Ordem põe nos lábios de São Simão Stock a autoria de uma linda oração à Virgem Maria. O texto mais antigo conhecido encontra-se no Officium rhythmicum, manuscrito guardado na biblioteca universitária de Cambridge e que foi escrito depois do ano de 1507.*

Esta oração é o Hino ‘Flos Carmeli’, atribuído, portanto, a São Simão Stock (1165-1265), o qual foi entoado originalmente pelos carmelitas para a festa desse santo e, desde 1663, para a Festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo.

Fátima e a Ordem do Carmo

Há pouco celebramos o centenário das Aparições de Fátima. Lembramos que na última das aparições, em 13 de outubro, Nossa Senhora se mostrou como Nossa Senhora do Carmo**, conforme descrito pela Ir. Lúcia:

“(…)Junto ao sol apareceu a Sagrada Família: São José, com o Menino Jesus nos braços, e Nossa Senhora do Rosário. Traçando três vezes no ar uma cruz, São José abençoou o povo e o Menino Jesus fez o mesmo…Em seguida, apareceu Nossa Senhora do Carmo, coroada Rainha do Céu e do Universo, com o Menino Jesus ao colo.(…)”

A devoção dos Arautos do Evangelho à Virgem do Carmo é tão entranhada, que o nome dado à sua ordem clerical foi de Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli.

Vale a pena também lembrar que foi na Basílica do Carmo em São Paulo, no ano de 1967, que o fundador dos Arautos, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, encontrou pela primeira vez a Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, o qual foi seu mestre, orientador e formador de sua vocação e missão.

Recepção de hábito/escapulário de novos seminaristas dos Arautos

Eis algumas das razões que unem os Arautos à Ordem do Carmo e por isso são revestidos do Escapulário, além de promoverem sua devoção e seu uso.

Peçamos, nesta data tão importante que a Virgem do Carmo, Rainha do Céu e da terra, ouça nossas súplicas e realize o quanto antes sua promessa em Fátima:

“Por fim, o meu Imaculado Coração Triunfará!”

Acompanhe abaixo a letra e a melodia do belíssimo cântico, o ‘Flos Carmeli’.  

             

(clique abaixo para ouvir)

Flor do Carmelo Vinha florida, esplendor do Céu, Virgem fecunda, és singular

Doce e bendita, ó Mãe puríssima, aos carmelitas, sê tu propícia, Estrela do Mar

Raiz de Jessé, de brotos floridos, queiras, feliz, ao céu pelos séculos nos elevar

Entre os abrolhos, viçoso lírio, guarda de escolhos, o frágil ânimo, Mãe tutelar

Forte armadura Frente o adversário, Na guerra dura, o escapulário vem nos guardar

Nas incertezas, conselho sábio; nas asperezas, consolo sólido queira nos dar

Veja também: Oração para alcançar o amor da Virgem do Carmo

_____________________

* http://carmeloemmissao.blogspot.com.br/2011/06/flos-carmeli-flor-do-carmelo.html
** MONS. jOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, Por fim, o meu Imaculado Coração Triunfará. Instituto Lumen Sapientiae, São Paulo, 2017, cap. 7, pag. 76.

Retiro Espiritual em Serra Negra/SP

Membros do Apostolado do Oratório de São Paulo e cooperadores dos Arautos do Evangelho fizeram um retiro espiritual inaciano na aprazível cidade de Serra Negra

Os Retiros Espirituais Inacianos, também conhecidos como Exercícios Espirituais, foram criados por Santo Inácio de Loyola, Fundador da Companhia de Jesus.

Santo Inácio partia do pressuposto de que, assim como necessitamos exercitar o nosso corpo para termos uma boa saúde, devemos também exercitar a nossa alma, por meio da oração, da meditação e da contemplação, para sermos espiritualmente sadios.

Nesse sentido realizou-se, de 25 a 27 de maio num hotel fazenda em Serra Negra, o Retiro Espiritual pregado por Sacerdotes Arautos para Terciários e membros do Apostolado do Oratório.

O local, em meio à bela vegetação das montanhas, presta-se muito ao recolhimento. Retirarmo-nos dos afazeres e preocupações do dia a dia para, em um clima de silêncio e reflexão, meditarmos nas grandes verdades que dizem respeito à nossa salvação eterna e ao nosso relacionamento com Deus, fim último e supremo da nossa existência.

É a ocasião em que, com as luzes do Divino Espírito Santo, que fala no íntimo de nossos corações, analisamos a nossa vida, os nossos atos, identificamos nossos pontos fracos e fazemos propósitos firmes de emenda. Ocasião em que aproveitamos também para fazer uma boa confissão e assim pôr em ordem a nossa alma, confiantes sempre na infinita misericórdia de Deus e no auxílio de sua Mãe Santíssima.

Tudo isso feito na presença do Santíssimo Sacramento, que fica exposto durante todo o dia, desde o término da Missa da manhã até o início da Missa da noite.

As fotos abaixo falam por si.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Lágrimas, milagroso aviso

O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor Jesus Cristo chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá

Lacrimação de 1972 em Nova Orleans

No já longínquo ano de 1972, nos Estados Unidos, na cidade de Nova Orleans, uma Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima chorou, derramando abundantes lágrimas de Mãe.

Na ocasião, mais precisamente no dia 06 de Agosto de 1972, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Mestre do Fundador dos Arautos do Evangelho, publicou um artigo na Folha de São Paulo, sob o mesmo título que inserimos acima, comentando o ocorrido e, estabelecendo uma magnífica correlação entre as lágrimas de Nossa Senhora e o cumprimento das Profecias de Fátima.

Assim se expressou Dr. Plinio:

“Os antecedentes do fato são conhecidos. No ano de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reunida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças

Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda a parte. O Santo Padre teria muito que sofrer.

O castigo só seria obviado se os homens se convertessem, se fosse consagrada a Rússia e o Mundo ao Imaculado Coração de Maria e se se fizesse a Comunhão reparadora dos primeiros sábados de cada mês (…)

O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.

Virá para os homens do século XX, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás, que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado. (…)

Mas, dirá alguém, esta não é uma meditação própria para um domingo. – Não é preferível  – pergunto – ler hoje este artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não nos emendarmos, terão que vir?

Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado a sério o milagroso aviso de Maria

É para que minhas leitoras, meus leitores, se beneficiem dessa misericórdia, que lhes ofereço o presente artigo…”(1)

Passados quase 50 anos daquela extraordinária lacrimação de Nossa Senhora, sem que a humanidade tivesse se esforçado para buscar a conversão, ao contrário, tendo se afundado ainda mais num mar de pecados, eis que a Mãe de Deus se manifesta, novamente, a seus filhos.

Com efeito, a Agência de Notícias Gaudium Press informa que, “recentemente, no dia 25 de abril p.p, na Casa de Formação dos Arautos do Evangelho, em S. José Pinula, nas proximidades da cidade da Guatemala, dos olhos virginais de uma Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima correram abundantes lágrimas.

Lacrimação de agora, 2018

De si, o fato já é completamente extraordinário.

E se tivesse ficado por aqui, já seria suficiente para comover o coração de qualquer fiel. Mas os sinais do Céu não pararam. Também em San José, da Costa Rica, na Casa dos Arautos do Evangelho, se repetia idêntico fenômeno.

Uma imagem peregrina começara a verter abundantes lágrimas.

Uma extraordinária lacrimação ocorreu também num quadro da Mãe do Bom Conselho no dia 26 de abril, celebração da sua festa litúrgica, também na Costa Rica, na casa dos Arautos do Evangelho, e na Guatemala uma imagem de São José verteu copiosas lágrimas.

Na Espanha, foi uma pequenina imagem de Nossa Senhora de Fátima, adquirida no Santuário de Fátima, em Portugal, por uma menina que frequentava os programas de formação do ramo feminino dos Arautos de Evangelho, que durante a viagem de regresso verteu lágrimas de sangue.

Lacrimação de 2018

No total, são já 11 imagens que derramaram lágrimas em abundância”.

Estes fatos extraordinários são a prova irrefutável do Amor e da Misericórdia  de Maria Santíssima para com seus filhos!

E nós? Ficaremos indiferentes? Não nos esforçaremos para desagravar o Imaculado Coração de Maria por tantos pecados cometidos?

Veja também: A humanidade ouviu os apelos de Fátima?

_____________________

(1) Plinio Corrêa de Oliveira. Lágrimas, milagroso aviso. In Folha de São Paulo, 06/08/1972.

São Luis Maria Grignion de Montfort

Em 28 de abril a Igreja celebra a memória de São Luis Maria Grignion de Montfort, grande propagador da devoção à Santíssima Virgem e da consagração a Jesus pelas mãos de Maria, como escravo de amor

São Luís Maria Grignion de Montfort Basílica de São Pedro

São Luís Maria Grignion de Montfort nasceu em 1673 na pequena cidade bretã de  Montfort- la-Cane, atual Montfort-sur-Meu, França. Segundo dos dezoito filhos de uma família profundamente católica, fez o curso colegial no colégio jesuíta de Rennes. Sentia desde criança a inclinação ao sacerdócio, a qual se confirmou como vocação certo dia em que, rezando diante de uma imagem de Nossa Senhora da Paz, ouviu claramente uma voz interior a dizer-lhe: “Serás sacerdote”.

Aos vinte anos ingressou no célebre Seminário São Sulpício, de Paris, talvez o mais importante da França naquela época. Surgira ele sob o influxo da Escola Francesa de Espiritualidade, formada por autênticos varões de Deus, como o Cardeal Pedro de
Bérulle, o Pe. Jean-Jacques Olier, São João Eudes e outros. Reinava ali inicialmente uma grande devoção à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem.

Como não tinha recursos financeiros para as despesas do curso, os superiores puseram o jovem seminarista a trabalhar na biblioteca do seminário. Ação providencial, pois ali ele entrou em contato com as obras dos principais teólogos, dos Padres da Igreja e de numerosos Santos que iluminaram com sua doutrina o mundo cristão. Sem prejudicar seus estudos de Teologia, dedicou-se a organizar uma coleção de comentários de todos esses autores a respeito da Mãe de Deus.

Lamentavelmente, esse seminário havia se afastado das boas influências do passado e se deixado infectar pela heresia jansenista que, entre outros males, asfixiava a piedade, a devoção à Eucaristia e à Santíssima Virgem. Por esta razão, São Luís foi ali objeto de  menosprezo e de perseguição.

Ordenado sacerdote em 1700, aos vinte e sete anos de idade, lançou-se com ardor ao trabalho de evangelização, mas os jansenistas levantaram contra ele tantos obstáculos e objeções que decidiu empreender uma viagem a Roma a fim de pedir ao Papa Clemente XI que o enviasse como missionário ao Canadá. O Vigário de Cristo deu-lhe o título de missionário apostólico, com a ordem de retornar ao apostolado na França.

Voltou, pois, à França, mas, longe de cessar, as perseguições aumentaram a tal ponto que ele acabou reduzido a pregar em apenas duas dioceses: Luçon e La Rochelle.

Pressentindo que se aproximava o fim de sua curta vida – morreu aos quarenta e dois anos –, retirou-se a uma gruta nas proximidades de La Rochelle, em busca de tranquilidade. Ali compôs o Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, escrevendo “rapidamente,
cheio de entusiasmo e como que impulsionado por uma inspiração divina” (PÉREZ, SJ, Nazario. Introducción. In: SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Obras. Madrid: BAC, 1954, p.425).

Veja também: frases sobre Nossa Senhora – São Luis Maria G. de Montfort.