A Ressurreição do Senhor

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

Entre os acontecimentos daquele dia, há episódios que passam muitas vezes despercebidos; porém, bem analisados, revelam em toda a sua força o poder do amor

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

Quia surrexit sicut dicit…”. Tal como havia anunciado aos seus, Jesus ressuscitou (cf. Mt 12, 40; 16, 21; 17, 9; 17, 22; 20, 19; Jo 2, 19-21). Esse supremo fato já havia sido previsto por Davi (cf. Sl 15, 10) e por Isaías (cf. Is 11, 10).

São Paulo ressaltará o valor desse grandioso acontecimento: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (I Cor 15, 14). Daí a importância capital da Páscoa da Ressurreição, a magna festa da Cristandade, a mais antiga, e centro de todas as outras, solene, majestosa e pervadida de júbilo: “Hæc est dies quam fecit Dominus. Exultemus et lætemur in ea — esse é o dia que o Senhor fez, seja para nós dia de alegria e felicidade” (Sl 117, 24).

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A Carta do Reino dos Céus

Comentário ao Evangelho do VI Domingo do Tempo Comum

As bem-aventuranças enunciadas por Jesus mudaram o curso da História e marcaram o início de uma nova era: o Cristianismo. A crueldade do mundo pagão foi assim ferida de morte. E a doutrina da obediência à Lei requintou-se até alcançar um sublime grau: a prática do amor e o desejo de santificação

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Os primeiros passos para a fundação da Igreja

Com a eleição dos doze Apóstolos, concluiu Jesus com chave de ouro a primeira fase do ensino. Tornava-se agora necessário expor sua doutrina de maneira metódica, a fim de conferir um embasamento lógico a todas as suas ações e ensinamentos.
E é nessa sequência que se insere o Sermão da Montanha.

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Como corresponder a um chamado grandioso?

V Domingo do Tempo Comum

O contraste entre a grandeza do chamado cristão e as limitações humanas faz com que muitos se julguem incapazes de cumprir a própria vocação. A pedagogia divina nos transmite um ensinamento diferente

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Um chamado para todos os séculos

O eco do encargo entregue aos Apóstolos às margens do lago de Genesaré repercute ao longo dos séculos e chega também a nós, conclamando-nos à missão de trabalhar pela glória de Deus e da Igreja, quer sejamos clérigos, religiosos ou leigos.

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Quinta-feira Santa – Nunca devemos rejeitar uma graça

Ao ver Cristo Se aproximar para lavar-lhe os pés, São Pedro, sempre impulsivo, teve um verdadeiro sobressalto. Como os demais Apóstolos, não podia compreender naquele momento a transcendência do gesto do Divino Mestre. Mas Nosso Senhor lhe adverte que se não o permitisse, não teria parte com Ele

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

Jesus lava os pés dos apóstolos – Igreja de São Demétrio – Loarre – Espanha


Pedro disse: “Senhor, Tu me lavas os pés?” Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. Disse-Lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se Eu não te lavar, não terás parte comigo”. Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos” (Jo 13 6-10).

Podemos imaginar o que deve ter sido sentir os próprios pés sendo lavados pela Segunda Pessoa da Santíssima Trindade!

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“Per crucem ad lucem!”

XXII Domingo do Tempo Comum

É a dor inevitável em nossa existência? Pode o fiel encontrar a verdadeira felicidade nesta vida? No que consiste ela?

Monsenhor João S. Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

 

Os antecedentes

Em sua infinita bondade, aprouve a Deus deixar inscritos no universo reflexos visíveis de suas perfeições invisíveis, para através deles os homens chegarem mais facilmente ao conhecimento de seu Criador. “Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18, 2), canta o salmista. Um dos predicados divinos manifestados de maneira admirável na natureza é, sem dúvida, a inesgotável dadivosidade.

Com efeito, para justos e pecadores, para bons e maus, a cada dia nasce radiante o Sol, com renovada e deslumbrante beleza, proporcionando vida às criaturas. Sem cessar, brotam em profusão das nascentes as águas cristalinas que dessedentam homens e animais, alimentam rios e mares onde vive uma multidão incontável de seres; as chuvas irrigam regularmente toda a terra, as árvores dão seus frutos com abundância e, assim por diante, tudo obedecendo a uma majestosa sincronia.

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E Jesus compadeceu-Se delas…

XI Domingo do Tempo Comum

Não poucos sacrificaram a própria vida ao longo da História, por Deus ou por um ente querido. Mas por um inimigo, quem estaria disposto a fazê-lo? Foi o que Jesus fez para salvar cada um de nós!

Mons. João S. Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho

 

Naquele tempo, 36 vendo Jesus as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37 “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1 Jesus chamou os Doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2 Estes são os nomes dos Doze Apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5 Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6 Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7 Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 9, 36––10, 8).

Deus nos amou primeiro!

A ninguém escapa esta evidência do dia a dia: aquilo que compõe o nosso entorno é objeto de tanto maior apreço quanto mais tivermos oportunidade de o modelar segundo o nosso gosto. Por exemplo, quando compramos uma casa, é porque ela nos agrada, caso contrário não a adquiriríamos. Mas, sobretudo, é depois de despendermos todos os esforços para torná-la bela de acordo com as próprias preferências, que passamos a valorizá-la de modo especial.

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