O redil só tem uma Porta

IV Domingo da Páscoa

O Céu, fechado para a humanidade depois do pecado original, nos foi aberto para sempre por Aquele que é o Cordeiro, o Bom Pastor e a Porta do redil

Mons. João S. Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 

A Porta do verdadeiro redil

Devemos compreender a presente parábola dentro do quadro político-social e econômico de Israel na época de Nosso Senhor, o que corresponde a uma realidade bem diferente da civilização industrial e globalizada em que vivemos. O pastoreio ― do qual poucos terão uma noção exata em nossos dias ― constituiu uma das principais atividades do povo eleito no Antigo Testamento, tendo penetrado profundamente na psicologia, na cultura e nos costumes judaicos.

Por conseguinte, as imagens tiradas do cotidiano pastoril eram muito acessíveis aos ouvintes do Divino Mestre. Ele as empregou para referir-Se a algo tão elevado que é impossível de ser traduzido a não ser por símbolos: Deus feito Homem cuida com toda a perfeição de cada um de nós, como de uma ovelha muito querida. Nosso Senhor Jesus Cristo Se sente representado por um Pastor ideal, zeloso e dedicado. Em consequência, a figura heroica do pastor adquiriu um cunho sagrado e, com o tempo, passou a adornar paredes de catacumbas, objetos litúrgicos, túmulos, monumentos sacros, entre outros, como designação corrente d’Aquele que veio ao mundo para salvar suas ovelhas.

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Um dos mais belos convívios da História

III Domingo da Páscoa

A acolhida afetuosa dos dois discípulos, o grande respeito dos três interlocutores entre si, a elevação do tema tratado, o tônus da conversa e, sobretudo, a delicadeza e a didática de Jesus fazem desta passagem evangélica um dos mais belos episódios do relacionamento humano

Mons. João S. Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

Jesus, exemplo do equilíbrio dos instintos

Desde o primeiro instante de nossa criação, Deus dotou-nos de instintos. Eram eles ordenados sob os influxos do dom de integridade até o momento em que Adão e Eva pecaram. A partir de então, só com auxílio da graça nos é possível utilizar cada um deles de acordo com a Lei de Deus, de maneira estável.

Um dos mais excelentes entre todos é o instinto de sociabilidade, e talvez até, por isso mesmo, um dos mais perigosos fora da atmosfera sobrenatural. Daí ter afirmado Sêneca: “Tornei-me ainda mais cruel e menos homem, porque estive entre os homens”; e Plauto: “O homem é um lobo para outro homem”. Sim, o extremo de horrores a que podem chegar os homens no seu relacionamento à base do egoísmo é simplesmente inimaginável e assustador.

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A bem-aventurança de crer no testemunho da Igreja

II Domingo da Páscoa

São Tomé não acreditou em São Pedro e nos demais Apóstolos quando lhe anunciaram a Ressurreição do Senhor. Nós somos convidados a adquirir a bem-aventurança, crendo no que a Igreja nos ensina

Monsenhor João S. Clá dias, fundador dos Arautos do Evangelho

 

A primeira aparição de Jesus ao Colégio Apostólico

Nosso Senhor Jesus Cristo, se quisesse, poderia ter ascendido aos Céus imediatamente após a Ressurreição. Entretanto, tal é o seu empenho em nos salvar que quis permanecer ainda quarenta dias na Terra, manifestando-Se em várias ocasiões a numerosas testemunhas, para deixar patente sua vitória sobre a morte e demonstrar ser Ele a garantia de nossa ressurreição. Com efeito, todos nós abandonaremos esta vida — uns antes, outros depois —, mas a Fé nos dá a certeza de que, se morrermos na graça de Deus, um dia nos congregaremos no Vale de Josafá (cf. Jl 4, 2), à direita do Supremo Juiz, e, tendo retomado nossos corpos em estado glorioso, subiremos “ao encontro do Senhor nos ares” (I Tes 4, 17), para com Ele habitarmos no Paraíso Celeste.

O penhor dessa realidade futura está presente de modo especial no Evangelho proposto pela Igreja para este domingo de encerramento da Oitava da Páscoa.

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Preciosos ensinamentos da Ressurreição

Páscoa da Ressurreição

Da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos aspectos a ela vinculados — sejam os precedentes, sejam os que se lhe seguiram — depreendem-se para nós alguns ensinamentos

Plínio Corrêa de Oliveira

 

 

O homem fiel não se deixa abater pelos reveses

O homem modelado segundo o espírito do Divino Mestre, o homem que corresponde às graças obtidas pelos rogos de Maria, o homem fiel que obedece inteiramente a vontade de Deus e tem sua alma talhada pela doutrina da Igreja, esse homem possui uma têmpera tal que não há desastre, ruína ou tristeza, não há perseguição nem miséria que o abatam e o desviem de sua trajetória apostólica.

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Até na hora da aparente derrota, o Sumo Bem sempre vence

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

Aos louvores da entrada triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém logo se sucederam as dores da Paixão. Como explicar este paradoxo?

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP


Domingo de Ramos, início das dores

Com a Encarnação do Verbo a obra das trevas conheceu sua ruína. E o confronto entre o bem e o mal encontrará sua arquetipia, até o fim dos tempos, na luta implacável de Nosso Senhor contra os escribas e os fariseus, narrada longamente por todos os evangelistas. O maldito filão do mal encontrou diante de si um Varão que fundou uma Instituição para combatê-lo, o Homem-Deus diante do qual foi obrigado a ouvir as verdades mais contundentes e penetrantes, a ponto de ser-lhe arrancada a máscara da hipocrisia, aos olhos de todo o povo.

Na Liturgia do Domingo de Ramos vamos assistir ao desfecho dessa luta. Nesse dia a Igreja comemora, ao mesmo tempo, as alegrias da entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém e o início de sua Via Sacra, com a proclamação da Paixão no Evangelho da Missa. Abre-se, assim, a Semana Santa, talvez o período do Ano Litúrgico mais cogente, durante o qual as principais celebrações se sucedem, convidando-nos a considerar com especial fervor os acontecimentos que constituem o cerne de nossa Redenção.

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A Ascensão do Senhor

Solenidade da Ascensão do Senhor

Os frutos da Ascensão nos beneficiam a cada instante, tal como a última bênção de Jesus aos Apóstolos, no Monte das Oliveiras, se prolonga através da História até cada um de nós

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Suprema glorificação de Cristo

Às vezes, a perfuração produzida por uma agulha é mais danosa do que o golpe de um martelo, sobretudo quando ela atinge pontos vitais. Essa comparação talvez ainda ganhe em substância e expressividade se revertida para o campo da polêmica doutrinária, como se verificou na refutação de São Bernardo ao judeu que, no alto do Calvário, desafiou a Cristo em sua agonia: “Se és o Filho de Deus, desce da Cruz” (cf. Mt 27, 42; Mc 15, 32).

Segundo o Fundador de Claraval, é mal concebida essa proposta para comprovar a origem divina de Jesus, pois a realeza, e mais ainda a divindade de um ser, não se torna patente pelo ato de descer, mas muito ao contrário, pelo de subir. E foi exatamente o que sucedeu com Jesus, quarenta dias após sua triunfante Ressurreição. Por isso, debaixo de certo ângulo, a Ascensão do Senhor ao Céu constitui a festa de maior importância ao representar a glorificação suprema de Cristo Jesus. Ele próprio a havia pedido ao Pai: “Glorifica-Me junto de Ti mesmo, com aquela glória que tive em Ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17, 5); “Pai, chegou a hora, glorifica o teu Filho, para que teu Filho glorifique a Ti” (Jo 17, 1).

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