Meditação para o Primeiro Sábado de novembro de 2013

Foto: Gustavo Kralj

I – A imensa felicidade do Paraíso Celeste

São Paulo declara aos Coríntios ter sido arrebatado ao Céu em certo momento de sua vida, e lá ter ouvido palavras impossíveis de serem transmitidas e menos ainda de poder explicá-las: “… foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras que não é possível a um homem repetir” (II Cor 12, 4).

De fato, para os místicos torna-se difícil externar suas experiências interiores, e daí bem podemos compreender o quanto faltaram a São Paulo os termos de comparação para relatar o que com ele se passara, pois, segundo o que ele mesmo havia dito anteriormente: “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam” (I Cor 2, 9). Essa é a maravilha que nos aguarda no momento de ingressarmos na vida eterna. E esse deve ter sido um considerável motivo para São Paulo perseverar até a hora de seu martírio, apesar de ter ele visto então apenas reflexos do Absoluto que hoje contempla face a face. (Leia mais aqui!)

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de outubro de 2013

Amor a Deus: O maior de todos os Mandamentos

Foto: Gustavo Kralj

O eminente doutor e místico da Igreja, São João da Cruz, sintetiza numa frase cheia de poesia e beleza o que mais pesará em nosso juízo diante do Altíssimo, ao findar de nossa existência humana: “No entardecer desta vida, sereis julgados segundo o amor!”

Como todas as virtudes, o amor encontra seu fundamento e sua essência em Deus, fonte de todo o bem. Em seu artigo na Revista Arautos do Evangelho de outubro de 2008: “A sabedoria humana contra a Sabedoria divina”, o Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, fundador e presidente dos Arautos do Evangelho, discorre admiravelmente sobre a resposta de Nosso Senhor aos fariseus, quando estes lhe perguntaram qual o maior dos Mandamentos (Mt 22, 34-40).

Abaixo um dos trechos mais significativos de seu artigo.

Jesus, supremo modelo de amor

Para se atingir o mais alto grau de perfeição da virtude do amor é indispensável admirá-la em Cristo Jesus e imitá-Lo. O amor do Filho de Deus, é todo especial, por se desenvolver dentro de um prisma sobrenatural e ter por objeto o Ser Supremo. Há, portanto, uma notável diferença entre Ele e nós. No Verbo Encarnado, o amor divino e o humano se reúnem numa só Pessoa, pela união hipostática.

Quanto a nós, “o amor de Deus se derramou em nossos corações por virtude do Espírito Santo” (Rm 5, 5); ou seja, ele nos é dado. Para poder alcançá-lo, devemos pedi-lo.

Apesar desta diferença, Jesus é o nosso insuperável modelo, pois é impossível encontrar n’Ele qualquer sombra de interesse que não seja a glória do Pai. Assim também deve ser o nosso amor. E, se bem que em Jesus nunca tenha havido fé — pois, desde o primeiro instante de Sua existência, a alma d’Ele esteve na visão beatífica — em nós, essa virtude deve estar sempre acompanhada de um caloroso amor, o mais semelhante possível ao de Jesus.

(Excerto do artigo ““A sabedoria humana contra a Sabedoria divina” do Mons. João Scognamiglio Clá Dias – Revista Arautos do Evangelho nº 82 – outubro de 2008.)

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Meditação para o Primeiro Sábado de outubro de 2013

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Neste mês, celebramos a festa da Virgem Mãe Aparecida, nossa Padroeira. Ocasião propícia para meditarmos no milagre das Bodas de Caná, quando uma nova era na espiritualidade do gênero humano se inicia. Com o seu primeiro milagre público, além de conferir ao casamento um altíssimo significado, Jesus inaugura a mais excelente via para se obter o perdão e a graça: confiar na mediação e na onipotência suplicante de Maria.

Depois de chamar os seus primeiros seguidores, quis o Mestre operar algo para confirmá-los na fé, como o fizera com Natanael. Foi provavelmente por essa razão que Jesus “manifestou sua glória”, efetuando seu primeiro milagre nas Bodas de Caná, ou seja, para levar seus discípulos a crerem na divindade de sua origem e missão (Jo 2, 11).

E assim procedeu devido a uma suave e afetuosa súplica de sua Mãe. O Evangelho ressalta o importante papel de intercessora de Maria e deixa entrever seu maternal carinho para com os futuros Apóstolos ali presentes. Era o começo da realização da promessa feita por Jesus a Natanael, três dias antes: “Verás coisas maiores do que esta” (Jo 1, 50). Seu intuito de robustecer até tornar inabalável a fé daqueles que o acompanhavam só atingiu sua plenitude com a descida do Espírito Santo. Antes disso, apesar de todas as maravilhas operadas pelo Salvador, essa virtude continuou sendo débil e imperfeita em todos eles (Leia mais aqui!).

 Veja também: Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração

Frases sobre Nossa Senhora – Mons. João S. Clá Dias

Pela boca dos Padres da Igreja, dos santos e teólogos nos ensina a doutrina cristã que de forma alguma Maria nos afasta de Cristo, pelo contrário, Ela sempre nos conduz a Ele, por amor, fidelidade, missão e dignidade. No século XII, o doutor melífluo, São Bernardo de Claraval, em uma de suas homilias afirmou que todo e qualquer louvor dirigido por nós à Virgem Santíssima pertence ao Seu Divino Filho. E o reverso também é verdadeiro, todas as vezes que honramos a Cristo, não nos afastamos de Sua gloriosa Mãe.

Fiel devoto de Maria, o Mons. João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, reafirma esta verdade numa frase sintética e, ao mesmo tempo, cheia de beleza:

“Devemos rezar com Maria, trabalhar com Maria e viver na presença de Maria; para que Ela nos mostre o bendito fruto de Seu ventre, Jesus.”

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Veja também: Frase sobre Nossa Senhora – Santo Afonso Maria de Ligório

 

Dois senhores rivais: Deus e o dinheiro

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

O Divino Mestre nos coloca diante de dois senhores diametralmente opostos no que concerne aos seus respectivos interesses: Deus e o dinheiro. O primeiro nos exige a crença n’Ele e em Suas revelações, a esperança em Suas promessas, com amor total, além da prática da castidade, da humildade, como também do cortejo de todas as virtudes. O dinheiro cobra de nós, e nos inspira ambição, volúpia de prazeres, vaidade, orgulho, menosprezo do próximo, etc.

Um nos dá forças para praticar o bem e a este inclina nossas paixões, enquanto o outro nos arrasta para o mal e nele nos vicia. O Céu e sua eterna felicidade constituem o estímulo para os esforços exigidos por um dos senhores. A terra e seus prazeres fugazes são os atrativos oferecidos pelo outro.

Esses dois senhores não admitem rivais. O pior rival do dinheiro é Deus, e vice-versa. Por isso, a desgraça do rico que entrega seu coração aos bens da terra consiste em buscar em vão sua felicidade neles; e a desgraça do pobre, em iludir-se com a pseudofelicidade oferecida pelas riquezas.

É preciso ter sempre diante dos olhos o quanto são opostos entre si, Deus e o mundo. Por isso, não queiramos servir a ambos ao mesmo tempo: “Não vos sujeiteis ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que sociedade entre a luz e as trevas? E que concórdia entre Cristo e Belial? Ou que de comum entre o fiel e o infiel? E que relação entre o templo de Deus e os ídolos? Porque vós sois templos de Deus vivo” (2 Cor 6, 14-16).

Excerto do Artigo: “Pode-se servir a Deus e às riquezas?” Mons. João Clá Dias, EP., Revista Arautos do Evangelho nº 77, maio de 2008.