O triunfo, a cruz e a glória

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

A conjunção da entrada triunfal do Divino Redentor em Jerusalém e dos sofrimentos de sua dolorosa Paixão nos lembram que a perspectiva da cruz está sempre nimbada pela certeza da glória futura

Mons. João S. Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

Triunfo prenunciativo da glória da Ressurreição

Ao considerar no Domingo de Ramos a entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém, devemos ter presente que a Liturgia não é apenas uma rememoração de fatos históricos, mas, sobretudo, uma ocasião para receber as mesmas graças criadas por Deus naquele momento, e distribuídas ao povo judeu que lá se encontrava. Por isso a Igreja Católica estimula os fiéis a repetir simbolicamente essa cerimônia, a fim de se iniciar a Semana Santa com a alma bem preparada.

Na Antiguidade, os grandes heróis militares e os atletas vencedores eram saudados com ramos de palma, para honrá-los pelo triunfo alcançado. Portanto, Jesus quis que sua Paixão, cujo ápice se deu no Calvário, fosse marcada pelo triunfo já na abertura, antecipando a glória da Ressurreição que viria depois.

Continue lendo “O triunfo, a cruz e a glória”

O Batismo que conquistou nosso Batismo

Festa do Batismo do Senhor

Um milagre invisível ocorre em cada celebração batismal: em suas águas é submerso um ser humano e delas emerge um filho de Deus

Mons. João S. Clá Dias, EP – Fundador dos Arautos do Evangelho


Naquele tempo, 13 Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de Se encontrar com João e ser batizado por ele. 14 Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por Ti, e Tu vens a mim?” 15 Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. 16 Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o Céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele. 17 E do Céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual Eu pus o meu agrado” (Mt 3, 13-17).

Continue lendo “O Batismo que conquistou nosso Batismo”

Cinco pães, dois peixes, mais Jesus…

XVIII Domingo do Tempo Comum

Ao realizar o milagre da multiplicação dos pães, Jesus tinha em vista não só alimentar aquela grande multidão, mas também ― finalidade muito mais elevada ― preparar as almas para aceitarem a Eucaristia

Mons. João S. Clá Dias, EP

 

Esquecido de Si, Cristo Se preocupava com os outros

13b Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades
e O seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande
multidão. Encheu-Se de compaixão por eles e curou os que
estavam doentes.

Tomadas de admiração pela verdade, bondade e beleza que emanavam do Mestre, as pessoas O seguiam sem preocupações triviais, motivadas pelo anseio de conviver com Ele, de ouvir seus ensinamentos e presenciar seus milagres. Recebiam inefáveis graças de consolação e de fervor, de modo que não mediam distâncias nem sacrifícios. Nessa ocasião, deslocaram-se apressadamente a pé, pelas margens do Mar da Galileia, enquanto Jesus fazia o percurso em um barco para poder Se isolar algum tanto.

Continue lendo “Cinco pães, dois peixes, mais Jesus…”

A paz esteja convosco! Solenidade de Pentecostes

Formamos um só corpo, e todos nós bebemos de um só Espírito (cf. I Cor 12, 13). Quem é o Espírito Santo, como foram as circunstâncias e quais as principais graças concedidas a Maria e aos discípulos por ocasião de Pentecostes? Eis os ensinamentos que a Liturgia nos coloca à disposição na Solenidade de hoje, fazendo-nos compreender onde se encontra a verdadeira paz

Monsenhor João S. Clá Dias, EP

19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-Se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio”. 22 E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes eles lhes serão retidos” (Jo 20, 19-23).

A prova pela qual haviam passado os Apóstolos excedia as forças da frágil natureza humana e, apesar do testemunho entusiasmado de Maria Madalena, não lhes era fácil crer na Ressurreição; talvez seu abatimento fosse o resultado de não se julgarem dignos de receber uma aparição do Senhor, segundo pondera São João Crisóstomo, devido ao horroroso abandono no qual deixaram o Mestre em sua agonia.

Continue lendo “A paz esteja convosco! Solenidade de Pentecostes”

Como Deus nos amou

Quinta-Feira Santa
(Missa da Ceia do Senhor)

Amar aos outros como Deus nos amou! Eis uma das mais belas formas de preparar-nos para a Eucaristia no Tempo da Páscoa que agora começa.

Mons. João S. Clá Dias, EP
Fundador dos Arautos do Evangelho

 

“Deus é amor”

Um insuperável clímax de plenitude de amor atinge o Sagrado Coração de Jesus naquelas últimas horas de convívio com os seus. Transcorrem ali, naquele histórico recinto, os momentos finais de sua vida terrena. São os derradeiros episódios que constituem o grande pórtico dos sagrados mistérios da Redenção prestes a realizarem-se. Os inimigos se agitam e se entre-estimulam a perpetrar o mais grave homicídio de todos os tempos. Encontram-se eles na dependência de um guia possuído por Satanás, aguardando o momento propício para agarrar o Messias e conduzi-Lo aos tormentos da Cruz. Não há minuto a perder, é indispensável o Salvador externar ao Pai e aos discípulos o transbordante amor a borbulhar no interior de seu sagrado peito.

Continue lendo “Como Deus nos amou”