A Igreja após o Juízo Final

O rico significado das ações de Jesus

No contato com certas pessoas inteligentes, de boa cultura e, sobretudo, sábias, saboreamos uma grande riqueza em suas palavras e até mesmo em seus gestos e atitudes. A profundeza e a multiplicidade de significado de suas ações são tão substanciosas que às vezes se torna difícil abarcá-las por completo. Quando essa personalidade não é humana nem angélica, mas divina, isso não é apenas difícil, mas totalmente impossível.

Como abranger os infinitos aspectos contidos em cada fato da vida de Jesus? Nossa razão daria, quando muito, alguns passos nessa impraticável tarefa, não fosse o auxílio da fé e as inspirações do Espírito Santo. É com base nas virtudes e na graça que conseguimos fazer incursões proveitosas nesse ilimitado universo.

Eis o caso do Evangelho de hoje.

Para melhor penetrarmos a simbologia contida nas cenas por ele descritas, em rápidos traços analisemos a primeira das pescas milagrosas, que se verificou por ocasião da escolha dos discípulos pelo Divino Mestre (cf. Lc 5, 1-11), ou seja, antes de se iniciarem as atividades apostólicas.

A primeira pesca milagrosa

Jesus é o Mestre. Ele ensina de maneira insuperável, aproveitando-se dos episódios do dia a dia para elevar as almas ao amoroso conhecimento das vias escolhidas para seus eleitos. Aqueles homens estavam habituados aos ofícios e mistérios do mar, e era a partir dessa realidade que o Senhor queria conduzi-los às mais altas paragens da santidade.

No milagre anterior (cf. Lc 5, 1-7), Jesus ordenara o lançamento das redes sem determinar se à esquerda ou à direita, para significar a universalidade da missão da Igreja Militante, a qual deve atingir tanto os bons quanto os maus, até o momento da separação definitiva entre o joio e o trigo. Os peixes foram recolhidos em tal abundância que chegaram a romper as redes, rompimento este, símbolo das heresias que surgiriam no futuro. As barcas quase se afundaram, representação dos riscos tremendos pelos quais, incólume, passaria a Igreja. Estas e outras figuras nos fazem compreender a situação da Igreja durante o curso da História.

Já a pesca do Evangelho de hoje, realizada depois da Ressurreição do Senhor, foi por Ele ordenada a fim de nos mostrar o estado da Igreja Triunfante após o Juízo Final.

Os discípulos antes de Pentecostes

1 Depois disto, Jesus voltou a mostrar-Se
aos seus discípulos, junto do Mar de Tiberíades.
Mostrou-Se deste modo:

Jesus não mais convivia com os seus, como anteriormente fizera. Por isso o versículo começa com as palavras: “Depois disto”. Já estava em corpo glorioso e, conforme nos ensina São Tomás, Jesus poderia ser ou não visto, dependendo de sua vontade.1 Os discípulos O veriam somente se Ele Se mostrasse. Esta é a razão teológica pela qual João narra: “Mostrou-Se deste modo”.

2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé,
chamado Dídimo, Natanael, que era de
Caná da Galileia, os filhos do Zebedeu
e dois outros dos seus discípulos.

Ainda não havia descido sobre eles o Espírito Santo. As aparições de Jesus eram esporádicas. Estavam desocupados e, assim sendo, se juntavam para mutuamente se apoiarem. Eram sete ao todo, número que chama a atenção de alguns autores pelo seu significado de multiplicidade.

3 Simão Pedro disse-lhes: “Vou pescar”.
Responderam-lhe: “Nós vamos também
contigo”. Partiram e entraram numa barca.
Naquela noite nada apanharam.

A noite é o período mais propício para a pesca e, certamente, hábeis e experientes nesse ofício, intuíam um bom êxito naquele empreendimento proposto por Pedro. Bastou ele comunicar seu plano que todos os outros se congregaram naquela aventura, tanto mais que deveriam estar carentes de subsídios para seu dia a dia. Pedro, sempre entusiasmado e não menos impetuoso, paulatinamente se havia constituído em propulsor dos Apóstolos. Deu-se a partida cheia de esperança. Entretanto, com o passar das horas, a constatação da ineficácia de seus esforços fazia-lhes crescer no coração a convicção de quanto dependiam de um auxílio divino.

Jesus aparece sem ser reconhecido

4 Chegada a manhã, Jesus apresentou-Se na praia,
mas os discípulos não conheceram que era Ele.

O senso de observação era rico naquela civilização orgânica. Sem jornal, televisão, cinema ou rádio, as notícias se espalhavam oralmente e, por essa razão, surgiam espectadores da realidade por todas as partes. Assim, tomaram com naturalidade a presença de Jesus na praia, sem reconhecê-Lo de imediato. Aliás, da mesma forma havia procedido o Mestre com os discípulos de Emaús e com Madalena.

5 Jesus disse-lhes: “Rapazes, tendes alguma coisa para comer?”
Responderam-Lhe: “Nada”.

Jesus, mesmo ao dirigir-lhes a palavra, voluntariamente não revela sua identidade, quer comunicar-Se com eles de forma exclusivamente humana, quiçá até mesmo modificando o timbre de voz e a expressividade, para não ser reconhecido. Este minúsculo detalhe nos mostra o quanto Jesus pode estar presente junto de nós em nossas atividades cotidianas, sem nós nos darmos conta. Compreenderemos no dia de nosso Juízo a que extremo Ele foi nosso companheiro a cada segundo, observando até nossos pensamentos e desejos.

Neste curto diálogo, Jesus propicia aos sete Apóstolos o sonho com um possível freguês. É curioso notar como, apesar do fracasso noturno, estão dispostos a uma nova tentativa para não perder o hipotético comprador. Assim devemos ser nós em nossos afazeres, sobretudo os apostólicos, ou seja, nunca desanimar. Sempre há uma última chance.

Uma nova pesca milagrosa

6 Disse-lhes: “Lançai a rede para o lado direito da barca e
encontrareis”. Lançaram a rede e já não a podiam arrastar,
por causa da grande quantidade de peixes.

Sendo Jesus onipotente, sua didática é divina. A fim de tornar ainda mais maravilhoso o milagre a ser por Ele operado, aproveita-se de uma noite de fracasso para aconselhar-lhes a lançar uma vez mais a rede. Nossas desilusões com as puras forças da natureza muitas vezes nos são úteis para convencer-nos da infinitude do poder de Deus.

Jesus orienta que seja do lado direito da barca. Por quê?

Quem nos explica é o grande Santo Agostinho: “Essa pesca se faz depois da Ressurreição do Senhor para nos indicar qual será o estado da Igreja após a nossa ressurreição. ‘Lançai a rede à direita da barca’ (Jo 21, 6) disse o Senhor. Os que estão à direita não se confundirão com os outros. Não esquecestes como o Filho do Homem nos garantiu sua vinda no meio dos Anjos; as nações comparecerão diante d’Ele, e Ele as separará como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, as ovelhas à direita, os cabritos à esquerda, e dirá depois às ovelhas: Vinde […] tomai posse do Reino; e aos cabritos: apartai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno (cf. Mt 25, 31-41). ‘Lançai a rede à direita’ significa, portanto, ‘vede-me ressuscitado’. Quero dar-vos uma imagem do que vai ser a Igreja na Ressurreição dos mortos. ‘Lançai à direita’ […]. Lançaram a rede à direita e mal podiam levantá-la, tal era o seu peso!”.2

O entusiasmo daquele que mais amava

7 Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro:
“É o Senhor!” Simão Pedro, ao ouvir dizer que era o Senhor,
cingiu-se com a túnica, porque estava nu, e lançou-se à água.

Compreensível e belo era que o discípulo mais amado, somando suas impressões ainda implícitas à constatação da superabundância de peixes obtida, fosse o primeiro a concluir quem era aquele possível freguês. O timbre da voz, o decidido da ordem e a plenitude do efeito levaram João a reconhecê-Lo: “É o Senhor!”, exclamou ele.

Entretanto, o que mais amava, devido ao seu temperamento impetuoso e arrojado, foi o único a lançar-se nas águas. A dor pela falta cometida, o entusiasmo por Jesus, a rede pesadíssima, etc. fizeram-no optar por vias mais rápidas e decididas. Porém, por estar usando uma roupa comum dos pescadores daqueles tempos, devido a serem quentes os ares do Lago de Genezaré naquela época do ano, viu-se Pedro na contingência de cingir-se com a túnica, para nadar os cem metros que o separavam de Jesus. O “porque estava nu” não significa que estivesse de todo despido, mas sim com o sumário traje de pescador. Curioso é de se notar que na época de Jesus nadava-se cingido de túnica.

8 Os outros discípulos, que não estavam distantes da terra senão duzentos côvados, vieram no barco puxando a rede cheia de peixes.

Ouçamos Santo Agostinho comentar este versículo:

“Trouxeram a rede até a margem. […] Ao dizer-se ‘margem’, deve-se entender ‘fim do mar’; e por ‘fim do mar’, entende-se fim do século. Na primeira pesca, as redes não foram trazidas até a margem, pelo contrário, os peixes foram colocados dentro das barcas. Agora não, são arrastadas até a praia. Espera o fim do século. Ele virá para o bem dos que estiverem à direita e para o mal dos que estiverem à esquerda”.3

 


Um gesto de divina delicadeza

9 Logo que saltaram para terra, viram umas brasas acesas, peixe
em cima delas, e pão.

Segundo São João Crisóstomo e muitos outros autores, foi intenção do Evangelista fazer notar a evidência do milagre operado por Jesus. Comentam eles a nova maneira de agir sobre a natureza, após a Ressurreição. Antes, o Senhor se aproveitava de matéria existente, agora já não, a realização é ainda mais maravilhosa, ou seja, certamente do nada tirou Jesus as brasas, o peixe e o pão. Como medir a delicadeza do gesto de quem amou os seus e os amou até o fim?

10 Jesus disse-lhes: “Trazei dois peixes que apanhastes agora”.

Esse pedido feito por Jesus não visava apenas aumentar a quantidade de peixes a serem comidos por eles. De maneira sempre afetuosa e com ilimitada bondade, Jesus deseja fazê-los comprovar a grandeza da pesca realizada. Até esse momento, os Apóstolos estavam absortos na contemplação do Mestre e até já haviam se esquecido dos peixes e da barca. Em realidade, seu propósito era o de que trouxessem todos os peixes e os contassem.

Uma pré-figura da Igreja triunfante

11 Simão Pedro subiu à barca e arrastou a rede para terra, cheia
de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, sendo tantos, não
se rompeu a rede.

Pedro, em seu ardoroso amor, está sempre pronto a, com arrojo, atender às solicitações de Jesus. Sua disponibilidade total não se cifra somente ao fato de ser ele o dono da barca. Ele sozinho termina a operação iniciada pelos outros. O primeiro no amor, o mais flexível na obediência. Aí está a verdadeira raiz da qual retiram substanciosa seiva todas as virtudes: o amor.

O número “cento e cinquenta e três” suscitou ao longo dos séculos — e até mesmo entre os Padres da Igreja — uma variada gama de opiniões. Entre somas, subtrações e multiplicações, uma corrente de teólogos e de exegetas atribuíram um notório caráter simbólico a essa cifra. Outros, porém, — e é a opinião predominante hoje em dia — julgam ter sido intenção exclusiva do Evangelista, a de ressaltar a grandeza do milagre.

Simbólica, sem dúvida alguma, é a afirmação contida no fim do versículo, ou seja, apesar do grande número e do porte dos peixes, a rede não se rompeu. Quase todos os autores procuram tornar clara essa passagem de São João. Santo Agostinho é o mais feliz em interpretá-la. Explica-nos ele a diferença entre as duas pescas, no tocante à integridade da rede. Na primeira, rompeu-se. Símbolo das heresias que surgiriam ao longo dos séculos. Na descrita pelo Evangelho de hoje, a rede manteve-se intacta apesar do enorme peso. Esta é uma pré-figura da Igreja após a ressurreição dos mortos, na qual haverá o supremo império da paz dos justos.

Jesus come com os Apóstolos

12 Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos
ousava perguntar-Lhe: “Quem és Tu?”, sabendo que era o Senhor

Se bem não afirme São João que Jesus comera nessa ocasião, pode-se supor que tenha acompanhado os Apóstolos naquela refeição matutina a beira mar. Santo Agostinho assim discorre sobre este particular: “Na futura ressurreição, os corpos dos justos não necessitarão da árvore da vida que os preserve da morte por enfermidade ou decrepitude, nem tampouco de nenhum outro alimento que os livre dos incômodos da fome e da sede, porque se acharão revestidos de uma verdadeira e inviolável imortalidade, e não terão, caso queiram, necessidade de comer; pois ainda que não estarão privados da faculdade, estarão isentos dessa necessidade; assim como nosso Salvador, depois de ressuscitado em verdadeira Carne, ainda que espiritual, comeu e bebeu com seus discípulos, não por necessidade, mas sim por poder”. 4

A sensibilidade dos Apóstolos começa a ser trabalhada pela realidade a respeito de quem é Jesus. Apesar de ensejar Ele uma conversa, ninguém ousa dirigir-Lhe a palavra. A atmosfera é de respeito, admiração e de um certo temor reverencial. Todos reconheciam n’Ele o Senhor, mas era tão luminosa a transparência de sua majestade que o silêncio se impunha.

Digno é também de se notar a bondade e o carinho do Senhor em não só lhes propiciar uma excelente pesca, mas preparar e oferecer-lhes uma refeição segundo os costumes da época. Novamente imaginamos quão deliciosos deveriam ser aqueles pães e peixes…

O insuperável afeto de Jesus

13 Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lhos, fazendo o
mesmo com o peixe.

Jesus toma a iniciativa de aproximar-Se dos discípulos, pois provavelmente guardavam uma certa distância respeitosa. Este divino procedimento nos faz comprovar uma vez mais a evidente realidade do grande empenho do Salvador em nos robustecer contra o mal. Antes mesmo de articularem qualquer palavra, ou de formularem um mínimo pedido, em sua infinita bondade dirige-se aos sete para alimentá-los, ou seja, fortalecê-los.

Transbordante e insuperável é o afeto de Jesus. Ele Se compadece em extremo pelo simples fato de nos encontrar com fome, símbolo do quanto nos assiste em nossas necessidades espirituais; basta levantar-se ao nosso redor um mínimo perigo que Ele se aproxima de nós para amparar-nos, fortalecer-nos e conceder-nos a vitória.

Muitos outros aspectos poderiam ser considerados nestas poucas palavras, ricas em significado. Ouçamos este comentário de São Gregório: “O convite último feito aos sete discípulos revela que, no banquete da glória, só estarão com Jesus aqueles que estejam cheios dos sete dons do Espírito Santo. Também os sete dias sintetizam todo o tempo deste mundo, e com frequência se designa a perfeição com este número.

Aqueles, pois, que, animados pelo desejo de perfeição, se sobrepõem às coisas terrenas, são os que gozarão do eterno convite da verdade”.5 Ter-lhes-á sido dado a comer o puro pão ou, mais uma vez, lhes ofereceu a Eucaristia? É um belo problema para a teologia resolver.

*  *  *  *  *

Os versículos finais nos mostram a reparação de Pedro junto ao Salvador, por suas três negações durante a Paixão, e mais especialmente o recebimento do poder direto e universal sobre todo o rebanho, das mãos de quem o perdoa, conforme o define o Concílio Vaticano I: “Só a Simão Pedro conferiu Jesus, depois de sua Ressurreição, a jurisdição de sumo pastor e reitor de todo o seu rebanho, ao dizer: ‘Apascenta meus cordeiros’, ‘apascenta minhas ovelhas’ (Jo 21, 15ss)”.6

Não fossem os limites destas páginas, muito se poderia comentar sobre as palavras finais de Jesus, em especial os vários sentidos do convite expressado por Ele: “Segue-Me”. Não faltará ocasião para tal.

Lições para os católicos de todos tempos

Talvez por seu convívio íntimo e diário com a Mãe de Deus, ou por ser o amado, João escreve com especial unção, mostrando-se exímio conhecedor do profundo significado de todos os fatos. Nestes versículos de hoje, sua linguagem simbólica atinge um máximo de expressividade.

Pedro se lança ao mar com mais seis companheiros nas aventuras de uma pesca noturna. E Jesus, estando em lugar firme, vigia por eles e pela barca. Nada conseguem. Jesus os orienta, eles obedecem e o resultado é inesperado. Uma vez mais se torna patente a afirmação de Jesus: “Sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5), como também aquela outra de São Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me conforta” (Fl 4, 13).

São as últimas lições deixadas pelo Divino Mestre, não só para a boa formação de seus discípulos de então, mas para os séculos vindouros, até o fim dos tempos, portanto, também para nós. Quando o fracasso arquear as nossas costas, procuremos ouvir a voz de Jesus e seguir seus ensinamentos. Ele, estando na praia da eternidade, nos dará o conselho sábio e eficaz prestes a transformar o peso que nos esgota em maravilhoso sucesso. Por isso jamais devemos desanimar, por maiores que sejam os obstáculos a transpor.

Pedro propõe a pesca, salta do barco em busca de Jesus e retorna ao mesmo para arrastar a rede. Também aqui, Pedro representa o Papa de todos os tempos, o Doce Cristo na Terra. A ele cabe a condução da Igreja sob a vigilância e orientação de Jesus.

Os Apóstolos estavam sem alimentar-se durante toda a noite, mas, antes mesmo de qualquer providência, entregam os frutos de seus esforços a Jesus. Este deve ser sempre o nosso procedimento; primeiro temos de restituir a Deus os nossos sucessos, sem nos preocuparmos conosco, pois Ele tomará a iniciativa de completar aquilo que Ele mesmo começou. Lancemo-nos às atividades apostólicas sob o influxo do Espírito Santo, compenetrando-nos de que estamos na barca cujo piloto é Pedro. Nossa entrega e esforços devem ser totais. O sustento e a energia, no-los dará Jesus.

Em todas as missões apostólicas, devemos estar convictos da presença de Cristo ao nosso lado. Nós O sentiremos se prestarmos um pouco de atenção, tal qual se deu com esses sete discípulos: “Nenhum dos discípulos ousava perguntar-Lhe: ‘Quem és Tu?’, sabendo que era o Senhor”.

Também não é frutuosa a pesca de almas realizada “à noite”. Ou seja, por mais cultura, inteligência e dons naturais que possamos ter, nada conseguiremos em nosso apostolado se quisermos contar, de modo exclusivo, com os meios meramente humanos. São eles a noite do nosso fracasso.

“Chegada a manhã…”. É na luz da graça e, portanto, na intercessão de Maria Santíssima que Jesus se apresenta na praia. Ação missionária de maravilhosos efeitos sempre tem sido a realizada à luz da aurora da mediação d’Aquela que é invocada como a Estrela da Manhã. ♦

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O Inédito sobre os Evangelhos. Vol. 05. Páscoa do Senhor.

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1) Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. Suppl., q.85.
2) SANTO AGOSTINHO. Sermo CCLI, n.2. In: Obras. Madrid: BAC, 2005, v.XXIV, p.628.
3) Idem, p.629.
4) SANTO AGOSTINHO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In Ioannem, c.XXI, v.12-14.
5) SÃO GREGÓRIO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO, Catena Aurea, op. cit.
6) Dz 1822.

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