Quanto à Eucaristia, Direitos e Deveres

Tributem os fiéis a máxima veneração à Santíssima Eucaristia, tomando parte ativa na celebração do sacrifício augustíssimo, recebendo este sacramento frequentemente e com muita devoção, dando-lhe culto com suma adoração (Código de Direito Canónico, cânon n° 898 )

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Praça de São Pedro, Estado do Vaticano

Entende-se por Direito o conjunto de normas que são estabelecidas para reger uma sociedade determinada.

Naturalmente, essas normas se dispõem de maneira obrigatória e seu não cumprimento pode acarretar uma sanção.

A Igreja, como o Estado ou qualquer outra sociedade, tem seu direito próprio, o Direito Canônico. Nada mais lógico, uma vez que ela é uma sociedade visível, instituída e organizada hierarquicamente, que trata das necessidades e das obrigações dos fiéis.

O Código de Direito Canónico vigente na Igreja Latina foi promulgado por São João Paulo II em 25 de janeiro de 1983.

Ele compõe-se de normas jurídicas que alcançam o amplo campo da vida eclesial; algumas são vinculantes e por isso obrigam-se em consciência, outras são discricionárias, e outras, por fim, exortativas.

Em todo caso, “a salvação das almas deve ser sempre a lei suprema da Igreja” (CDC, n° 1752).

Em uma de suas partes, o Código refere-se à função de santificar da Igreja; trata aqui sobre os sacramentos, e de modo saliente sobre o mais augusto deles que é a Santíssima Eucaristia. Com a meticulosidade que comporta, se aborda o relativo e como se celebra, clarificando as competências de clérigos e leigos.

Antes de adentrar em todo o referente à práxis do culto eucarístico, o cânon n° 898 estabelece o seguinte:

“Tributem os fiéis a máxima veneração à Santíssima Eucaristia, tomando parte ativa na celebração do sacrifício augustíssimo, recebendo este sacramento frequentemente e com muita devoção, dando-lhe culto com suma adoração: os pastores de almas, ao expor a doutrina sobre este sacramento, inculquem diligentemente aos fiéis esta obrigação”.

Eis aqui enunciada uma normativa que abarca obrigações iniludíveis que competem a todos os batizados. Como mãe e mestra, a Igreja nos ensina a ser consequentes com a Fé que professamos, e o faz com palavras graves e definitivas: “máxima veneração”, “parte ativa”, “muita devoção, “suma adoração”.

E referindo-se ao sacramento da Santíssimo Eucaristia, ele chama de “augustíssimo sacrifício”.

A força dos termos não admite erros e pode surpreender a certos católicos mornos, infectados pelo relativismo prevalecente no mundo hoje, que também está se tornando comum, infelizmente, dentro da Igreja.

Santíssimo Sacramento exposto na Basílica Nossa Senhora do Rosário dos Arautos do Evangelho

“Máxima veneração”, sim, porque se a Eucaristia é o mesmo Deus presente entre nós, o maior tesouro não criado que você pode imaginar como professa uma veneração medida, mediana ou medíocre a um Deus incomensurável que está tão perto?

Veneração máxima é o que cabe!

“Parte ativa”. Pode-se dizer que muitas pessoas que frequentam Missas dominicais e semanais, não se envolvam adequadamente com a Palavra que lhes é servida.

As leituras da liturgia – é o Espírito Santo falando – são de grande benefício para os fiéis, próprios para ilustrar as mentes, tocar corações e mover vontades.

Mas, a semente tantas vezes não cai, como deveria, em solo fértil.

“Nosso Senhor explicando aos Apóstolos a parábola do semeador” – Catedral de Santo Isaac, São Petersburgo (Rússia)

Na famosa parábola do semeador (Mt 13, 3-9) Jesus já denunciava: a semente também cai em áreas pedregosas, no meio dos cardos ou nos caminhos da vida onde é pisado por homens ou comido por pássaros.

Veja como está o mundo …

E a comunhão, o banquete eucarístico? Muitos não comungam … por que terão lá suas razões; eles entram no banquete e não provam o bocado.

Muitos outros vão mecanicamente para receber o Senhor com disposições internas ou externas (roupas, posturas) que não são adequadas para receber o Cordeiro de Deus.

Felizmente, claro, há aqueles que estão preparados e comungam com fruto. Nós vemos como se dá aplicação completa da parábola Evangélica.

Primeira Comunhão – Igreja Nossa Senhora do Carmo dos Arautos do Evangelho

Tomar “parte ativa” não é sentar, ficar de pé ou ajoelhar quando a rubrica manda, envia, ou dar a paz, às vezes com efusões excessivas …

Parte Ativa é compenetrar-se com o mistério que se celebra e por nele toda a atenção que por vezes é dissipada o telefone celular, distrações ou, simplesmente tédio.

“Muita devoção”. A devoção parte de uma impostação interior mas que deve testemunhar-se. Tem-se que ser devoto e tem que demonstrar-se isso.

Claro que não para vangloriar-se mas em atenção a Deus presente e aos circunstantes.

Por que em um casamento se vai tão elegante (e não sempre com recato) e para a Eucaristia se vai de qualquer maneira? Lamentavelmente, isto é assim; é um desajuste que grita. Ensina-se às crianças da primeira comunhão a ser devotos e criteriosos. No entanto, parece que a idade vai tornando opaca esta exigência e, com o tempo tudo passa valer.

“Suma adoração”. Se adorar é o ato máximo de culto, parece uma redundância falar de “suma adoração”. Porém trata-se disso. Porque, uma vez mais, para Deus, tudo é pouco e nada basta; e qualquer “exagero” neste empenho ficará curto.

Que distância se está desta disposição quando os afazeres do mundo desprezam o culto de suma adoração que se deve exclusivamente a Deus! Quando omitimos as obrigações devidas a Deus, deixamos de tributar a gloria que Ele tem direito de receber da parte de seus filhos, pelo que se entregou à morte.

É verdade que Ele não precisa de nada nem de ninguém, mas conta com nosso concurso para que sua gloria acidental seja satisfeita, e se dê nossa salvação.

Uma preocupação mal concebida pelos propalados direitos humanos, vai tirando da consciência dos homens os direitos de Deus.

Esquecemos que Deus se fez homem e viveu entre nós ficando tantas vezes só no altar, na custódia e nos sacrários.

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*Conselheiro de Honra da Federação Mundial das Obras Eucarísticas e da Igreja.

Veja também: Como rezar bem o Rosário

Curso de Consagração a Nossa Senhora na sede do Apostolado do Oratório

Já estão abertas as inscrições. O início das aulas será em agosto, conforme o Convite abaixo

Ir. Felipe Lecaros, EP

Uma grata e abençoada rotina

O Apostolado do Oratório vem promovendo o Curso preparatório para a Consagração a Nossa Senhora, segundo o método de São Luis Grignion de Montfort, em várias cidades do Brasil. Mas em nossa sede, em São Paulo, este Curso já vem sendo realizado desde 2010. Já são mais de mil e duzentas pessoas que participaram e se consagraram.

O Curso constará de oito encontros, onde será estudado o “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”. As aulas serão ministradas na Casa Nossa Senhora Consolata, sede do Secretariado Nacional do Apostolado do Oratório.

Aula na Sede do Secretariado Nacional do Apostolado do Oratório

A cerimônia solene de Consagração será realizada durante a Santa Missa na Basílica Nossa Senhora do Rosário, pertencente aos Arautos do Evangelho.

Foto da última cerimônia de consagração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário dos Arautos do Evangelho

São Luís Maria Grignion de Montfort, autor do Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem e grande propagador da Consagração a Nossa Senhora como escravo de amor, bem explicitou a alma e a intenção desta consagração nas palavras abaixo:

“Minha querida e amadíssima Mãe, se for possível,  fazei com que eu não tenha outro espírito a não ser o vosso para conhecer Jesus Cristo e os seus desejos divinos; que não tenha outra alma a não ser a vossa para louvar e glorificar o Senhor; que não tenha outro coração a não ser o vosso para amar Deus com caridade pura e ardente como Vós”.

Ser filho e filha e, também, escravo de amor à Santíssima Virgem, traz consigo inúmeras graças, bençãos e favores espirituais, conforme as palavras do Papa São João Paulo II:

“Não há nada entre os cristãos que faça pertencer de maneira mais absoluta a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe como a escravidão da vontade, segundo o exemplo do próprio Jesus Cristo, que assumiu a condição de escravo por amor a nós. (cf. Fl 2, 7)”

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Para quem desejar se matricular ou obter mais informações, os dados de contato estão no convite acima.

Veja a seguir algumas fotos de cursos realizados anteriormente na sede do Apostolado do Oratório.

clique nas fotos abaixo para visualizá-las em tamanho grande

Veja mais: Consagração a Nossa Senhora

Vaticano: João Paulo II e João XXIII, novos santos

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Foto: Gaudium Press

Cidade do Vaticano, 27 abr 2014 (Ecclesia) – Francisco canonizou este domingo os Papas João Paulo II e João XXIII, última etapa no reconhecimento como santo na Igreja Católica, gesto sublinhado por palmas da multidão presente no Vaticano.

Durante a Missa que decorre na Praça de São Pedro, o atual Papa proclamou a fórmula de canonização, inscrevendo os antigos pontífices no “Álbum dos Santos” e estabelecendo que “em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os Santos”.

A proclamação foi acompanhada por uma salva de palmas dos participantes na celebração, entre os quais se destacam os peregrinos polacos.

Bento XVI, Papa emérito, concelebra pela primeira vez com o seu sucessor e a sua chegada também foi assinalada com um aplauso.

Pouco depois do início da Missa, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, pediu em três momentos sucessivos que os beatos sejam inscritos no “álbum dos Santos”.

O rito prosseguiu com a colocação das relíquias junto ao altar, com as respectivas relíquias – uma ampola com sangue de João Paulo II, a mesma da beatificação em 2011, e um fragmento da pele de João XXIII, recolhido aquando da exumação, em 2000.

As relíquias de São João Paulo II foram transportadas pela costa-riquenha Floribeth Mora Díaz, curada de uma aneurisma cerebral pela intercessão do Papa polaco após a sua beatificação, e seus familiares.

Em relação às relíquias de São João XXIII, a procissão contou com familiares e o autarca de Sotto il Monte (Bérgamo), Eugenio Bolognini, terra natal do Papa italiano, para além do presidente da Fundação Giovanni XXIII, padre Ezio Bolis.

Depois da proclamação dos novos santos, o cardeal Amato agradeceu a Francisco, novamente em latim, e abraçou o Papa, terminando assim este rito de canonização.

O nome dos novos santos será pronunciado pela primeira vez durante a oração eucarística, a mais importante da Missa.

A biografia oficial de João Paulo II, preparada pelo Vaticano para a canonização, destaca o “grave atentado” sofrido pelo Papa polaco a 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro, sublinhando que o novo santo “perdoou ao autor do atentado”.

“Nenhum outro Papa se encontrou com tantas pessoas como João Paulo II”, refere o documento, aludindo, entre outros, aos mais de 17 de milhões de peregrinos que participaram nas audiências públicas semanais, e “os milhões de fiéis contactados durante as visitas pastorais em Itália e no mundo” e na celebração das Jornadas Mundiais da Juventude, que criou.

Quanto a João XXIII, destaca-se a coragem e a bondade do Papa que liderou a Igreja Católica entre 1958 e 1963, convocando o Concílio Vaticano II.

“Transparecia dele, iniciador de uma renovação da Igreja, a paz de quem confia sempre no Senhor”, acrescenta a nota biográfica. OC

Agência Ecclesia

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Os anjos na doutrina da Igreja

Numa época tão materialista como a de nossos dias, com avanços tecnológicos alucinantes, pareceria improvável que as pessoas ainda recorressem ao mundo angélico. Sem dúvida alguma, o universo dos anjos é algo que ainda hoje causa especial fascínio. Conhecer mais sobre a sua natureza e missão, é deveras útil e interessante. Com este objetivo, publicamos um artigo sobre os Santos Anjos do Sr. Guy Gabriel de Ridder, dos Arautos do Evangelho.

Recorrer aos anjos está ficando cada vez mais na moda. Mas o que sabe a grande maioria das pessoas a respeito dessas criaturas espirituais e imortais?

Guy Gabriel de Ridder

Após uma época de ceticismo e materialismo triunfante, durante a maior parte dos séculos XIX e XX, o Ocidente voltou a demonstrar uma definida apetência pelo mundo dos espíritos. Se até duas ou três décadas atrás, falar de anjos era considerado por muita gente como sinal de imaturidade ou de falta de cultura, hoje em dia tornou-se moda.

Abundam os filmes e livros retratando seres extraordinários, poderosos, dotados de qualidades sobrenaturais, seres super-humanos ante os quais o comum dos mortais é impotente. Não será isso um sintoma de interesse pelo mundo angélico? Ao lado da fantasia e do mito, obras esotéricas de grande divulgação apresentam uma visão distorcida desses seres espirituais, e a ignorância religiosa só fez aumentar os equívocos nesta matéria.

Se quisermos saber a realidade sobre os anjos, onde achar a verdade no meio de tanta desinformação?

As Sagradas Escrituras

Catedral de Notre Dame – Paris | Foto: Sergio Holmann

Muito antes das definições teológicas dos últimos séculos, o ensinamento sobre os anjos encontra-se fundamentado na autoridade das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja.

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, numerosas passagens nos mostram os anjos em ação, na tarefa de proteger e guiar os homens, e servindo de mensageiros de Deus. O versículo 11 do Salmo 90 menciona claramente os Anjos da Guarda: “Deus confiou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos”.

Se nalgumas ocasiões os anjos da mais alta hierarquia celeste são os encarregados de missões na terra — casos de São Gabriel e São Rafael — em muitas outras trata-se por certo de uma atuação do anjo guardião da pessoa concernida, mesmo se a Bíblia não o mencione especificamente. Tem-se essa impressão na leitura do profeta Daniel, salvo de ser devorado no cárcere por feras famintas, pois ele declara ao rei Dario: “Meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões, os quais não me fizeram mal algum” (Dn 6, 22). Do mesmo modo, nos Atos dos Apóstolos, quando vemos São Pedro ser libertado da prisão por um anjo (cf. At 12, 1-11).

Nosso Senhor faz uma referência muito clara aos Anjos da Guarda, quando diz: “Vede, não desprezeis um só desses pequeninos; pois vos declaro que os seus anjos nos Céus veem incessantemente a face de meu Pai, que está nos Céus” (Mt 18,10).

São Paulo, na Epístola aos Hebreus, ensina que todos os anjos são espíritos a serviço de Deus, o qual lhes confia missões em favor dos herdeiros da salvação eterna (cf. Hb 1,14).

Os Padres da Igreja

Na esteira das Sagradas Escrituras, a maioria dos Padres da Igreja trata dos anjos enquanto nossos guardiães. São Basílio Magno, na obra Adversus Eunomium, declara: “Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida”.

No século II, Hermas, na obra “O Pastor”, diz que todo homem possui seu Anjo da Guarda, o qual o inspira e o aconselha a praticar a justiça e a fugir do mal. No século III, a crença nos Anjos da Guarda de tal maneira estava arraigada no espírito cristão, que Orígenes lhe dedica várias passagens. E sobre a mesma matéria encontramos belos textos de São Basílio, Santo Hilário de Poitiers, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São Cirilo de Alexandria, São Jerônimo, os quais nos ensinam: o Anjo da Guarda preside às orações dos fiéis, oferecendo-as a Deus por meio de Cristo; como nosso guia, ele solicita a Deus que nos guarde dos perigos e nos conduza à bem-aventurança; ele é como um escudo que nos envolve e protege; ele é um preceptor que nos ensina a cultuar e a adorar; nossa dignidade é maior por termos, desde o nascimento, um anjo protetor.

Desdobramentos posteriores

No século XII, Honório de Autun promoveu a doutrina de que cada alma, no momento em que é unida ao corpo, é confiada a um anjo cuja missão é induzi-la ao bem e dar conta de suas ações a Deus. Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino, no século XIII, ensinaram, com São Pedro Damião, que o Anjo da Guarda não abandona nem sequer a alma pecadora, mas procura levá-la ao arrependimento e reconciliação com Deus.

Em 1608, o Papa Paulo V instituiu a festa dos Santos Anjos da Guarda. Posteriormente, em 1670, coube ao Papa Clemente X fixar sua comemoração de modo definitivo no dia 2 de outubro, tornando-a obrigatória para toda a Igreja.

O Catecismo da Igreja Católica trata da missão do Anjo da Guarda em relação a nós, dizendo: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão” (nº 336). E o Papa João Paulo II, na Audiência Geral de 6 de agosto de 1986, acentua que “a Igreja confessa sua fé nos Anjos Custódios, venerando-os na Liturgia com uma festa especial, e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração frequente, como na invocação ao ‘Santo Anjo do Senhor’.”

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, nº 58, outubro de 2006.

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Consagração da Irlanda ao Imaculado Coração de Maria

Por fim, o meu imaculado Coração Triunfará!

Para salvar as almas “dos pobres pecadores, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração” – dizia a Santíssima Virgem na aparição de 13 de julho de 1917, ao tratar do cerne de sua mensagem em Fátima.

A devoção ao Imaculado Coração de Maria é um dos principais remédios para a ruína contemporânea.

Na Basílica do Vaticano, em 25 de março de 1984, atendendo a um dos mais importantes pedidos de Nossa Senhora em Fátima, João Paulo II consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Na ocasião, foi trazida de Portugal a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

No próximo dia 15, solenidade da Assunção, no Santuário de Knock, a Conferência Episcopal da Irlanda anunciou que irá consagrar o país ao Imaculado Coração de Maria. O arcebispo de Armagh, primaz da Irlanda, Dom Seán Brady, presidirá a celebração.

Na cerimônia, famílias, lares e dioceses irlandesas serão confiadas a Jesus por Maria.

Da Redação com informações da Agência Ecclesia

No Angelus, Papa Francisco confia a Jornada Mundial da Juventude a Nossa Senhora Aparecida

Cidade do Vaticano, 14 jul 2013 (RV) – O Papa Francisco dirigiu-se na manhã deste domingo à Castel Gandolfo, onde recitou a Oração Mariana do Angelus junto aos peregrinos e habitantes. Na sua alocução, que precede a oração, o Papa confiou a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro a Nossa Senhora Aparecida e recordou São Camilo Lellis, “um homem que viveu plenamente o Evangelho do bom samaritano”.

photo credit: JMJ Rio 2013 via photopin cc

O Papa partiu de carro do Vaticano às 9 horas da manhã, chegando à Vila Pontifícia às 9h30min, onde encontrou os funcionários e moradores da Residência de Verão. Francisco foi saudado pelo Bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, pelo Diretor da Vila Pontifícia, Dr. Petrillo Saverio e pela Prefeita de Castel Gandolfo, Sra. Milvia Monachesi. Numa breve intervenção, o Papa agradeceu a acolhida e dirigiu-se às pessoas que “amam este lugar, encantados com a sua beleza e encontrando ali um momento de descontração”.

No pronunciamento, Papa Francisco recordou os seus predecessores que costumavam passar algum período do verão em Castel Gandolfo: “Neste momento o meu pensamento vai para o beato João Paulo II e a Bento XVI, que gostavam de passar parte do período de verão nesta residência pontifícia. Muitos de vocês tiveram a ocasião de os encontrar e acolher, conservando uma cara recordação. Que o seu testemunho seja sempre de encorajamento na fidelidade cotidiana a Cristo e no contínuo esforço para viver uma vida coerente com as exigências do Evangelho e o ensinamento da Igreja”.

Ao meio-dia, o Papa Francisco dirigiu-se à multidão que superlotava a praça em frente à Residência de verão. Ao invés de falar do balcão central, Francisco preferiu recitar a Oração mariana do Angelus em frente à Residência apostólica.

Eis a íntegra da reflexão que precede o Angelus:

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
hoje o nosso encontro dominical do Angelus vivemos aqui em Castel Gandolfo. Eu saúdo os habitantes desta linda cidadezinha! Gostaria de vos agradecer, sobretudo pelas vossas orações, e o mesmo faço com todos vocês peregrinos, que vieram em grande número aqui.

O Evangelho de hoje – estamos no capítulo 10 de Lucas – é a famosa parábola do Bom Samaritano. Quem era esse homem? Era alguém, que descia de Jerusalém em direção à Jericó na estrada que atravessa o deserto da Judéia. Há pouco, nesta estrada, um homem havia sido atacado por bandidos, roubado, espancado e deixado quase morto. Antes do samaritano, passaram um sacerdote e um levita, ou seja, duas pessoas envolvidas com o culto no Templo do Senhor. Eles vêem aquele pobre homem, mas seguem sem parar. Em vez disso, o samaritano, quando viu o homem, “teve compaixão” (Lc 10:33), diz o Evangelho. Ele aproximou-se e enfaixou as feridas, derramando um pouco de azeite e vinho, depois e colocou-o em seu próprio animal e levou-o para uma hospedaria, e pagou para ele o alojamento … Quer dizer, cuidou dele: é o exemplo de amor ao próximo. Mas porque Jesus escolheu um samaritano como protagonista desta parábola? Por que os samaritanos eram desprezados pelos judeus, por causa de diferentes tradições religiosas; e Jesus faz ver que o coração daquele Samaritano é bom e generoso e que – ao contrário do sacerdote e do levita – ele coloca em prática a vontade de Deus, que quer a misericórdia e não o sacrifício (cf. Mc 12:33). Deus sempre quer a misericórdia e não a condenação. Quer a misericórdia do coração, porque Ele é misericordioso e sabe entender bem as nossas misérias, as nossas dificuldades e também os nossos pecados. Dá a todos nós este coração misericordioso! O samaritano faz exatamente isto: imita a misericórdia de Deus, a misericórdia para aqueles que tem necessidade.

Um homem que viveu plenamente este Evangelho do Bom Samaritano é o Santo que hoje recordamos: São Camilo de Lellis, fundador dos Ministros dos Enfermos, o padroeiro dos doentes e dos profissionais de saúde. São Camilo morreu 14 de julho de 1614 e exatamente hoje se abre a celebração do seu quarto centenário, que terá o seu ápice em um ano. Saúdo com grande afeto a todos os filhos e filhas espirituais de São Camilo, que vivem o seu carisma de caridade no contato diário com os doentes. Sejam como ele bons samaritanos! E também aos médicos, aos enfermeiros e àqueles que trabalham em hospitais e asilos, auguro serem animados pelo mesmo espírito. Confiemos esta intenção à intercessão de Maria Santíssima.

E uma outra intenção eu gostaria de confiar à Nossa Senhora, junto a todos vocês. Está próxima a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Se vê que existem tantos jovens de idade, mas todos vocês são jovens no coração! Parabéns! Eu partirei em oito dias, mas muitos jovens irão ao Brasil antes. Rezemos então por esta grande peregrinação que começa, para que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, guie os passos dos participantes e abra os seus corações para acolher a missão que Cristo dará a eles”.

Após o Angelus, o Santo Padre manifestou sua proximidade espiritual com os Prelados e fiéis da Igreja na Ucrânia, reunidos na Catedral de Lutsk para a Missa em sufrágio das vítimas dos massacres de Volinia, ocorridos 70 anos atrás. “Tais atos, provocados pela ideologia nacionalista no trágico contexto da II Guerra Mundial, provocaram dezenas de milhares de vítimas e feriram as relações fraternas entre dois povos – polonês e ucraniano. Confio á misericórdia de Deus as almas das vítimas. Para os seus povos, peço a graça de uma profunda reconciliação e de um futuro sereno na esperança e na sincera colaboração pela comum edificação do Reino de Deus”.

O Papa Francisco concluiu com a tradicional saudação “Bom domingo e bom almoço”, indo em seguida ao encontro da multidão reunida na Praça diante da Residência Apostólica, saudando especialmente os doentes.

Após, almoçou com a Comunidade religiosa dos jesuítas do Observatório Astronômico (‘Specola Vaticana’), dirigido pelo argentino Padre José Gabriel Funes e retornou ao Vaticano. (JE)

Rádio Vaticano