O vade-mécum do apóstolo

XIV Domingo do Tempo Comum

Válidas para todas as épocas históricas, as normas dadas pelo Divino Mestre aos setenta e dois discípulos delineiam o perfil de um autêntico evangelizador e constituem precioso guia para conduzir os homens à verdadeira felicidade

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Conquanto não seja possível saber com precisão a ordem cronológica dos fatos ocorridos na fase da vida de Nosso Senhor contemplada no Evangelho de hoje, muitos comentaristas concordam em reunir, como concernentes a uma única viagem, o relato de São João sobre a ida de Jesus a Jerusalém, para a Festa dos Tabernáculos (cf. Jo 7, 1-53), e o de São Lucas, ao registrar que o Salvador resolvera dirigir-Se à Cidade Santa porque o tempo da Paixão se aproximava (cf. Lc 9, 51).6

Segundo essa interpretação e e de acordo com a narração do terceiro Evangelista, foi durante essa viagem que Tiago e João perguntaram ao Mestre se poderiam fazer vir fogo do céu sobre os inospitaleiros samaritanos, sendo repreendidos com a belíssima afirmação acerca da missão do Redentor: “O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9, 56). Em seguida, o Evangelista registra três diálogos entre Jesus e algumas pessoas com vocação para segui-Lo. Os conselhos dados por Nosso Senhor deixam evidenciada a seriedade do chamado para ser Apóstolo e a necessidade imposta pela vocação de romper os laços com o mundo (cf. Lc 9, 57-62).

Situando a escolha dos setenta e dois discípulos logo a seguir, São Lucas compõe um quadro bastante expressivo a respeito da impostação de espírito e da conduta que deve caracterizar os convocados a propagar o Reino de Deus. Provavelmente foi após o término das comemorações religiosas mencionadas por São João que Jesus, visando à evangelização da vasta região da Judeia, instituiu o novo método de ação apostólica considerado no trecho do Evangelho deste domingo.

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Meditação do Primeiro Sábado julho 2019

II Mistério Luminoso
A revelação de Jesus nas Bodas de Caná

“Fazei tudo o que Ele vos disser”


Introdução

Meditaremos em julho o 2º Mistério Luminoso do Rosário — A revelação de Jesus nas Bodas de Caná — em cumprimento da nossa Comunhão Reparadora do Primeiro Sábado, pedida por Maria Santíssima em Fátima. Contemplaremos este Mistério tendo em vista de modo particular a Festa de Nossa Senhora do Carmo, celebrada no dia 16 deste mês.

Ao faltar o vinho na festa de casamento em Caná, a Mãe de Deus interveio em favor dos noivos e, pelos rogos d’Ela, Jesus realizou seu primeiro milagre público. Era o início da incansável intercessão com que Maria Santíssima protege seus filhos e devotos ao longo dos tempos.

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O poder da voz de Maria

Ao som da voz de Maria Santíssima, São João Batista, ainda no seio materno, estremeceu de júbilo e, segundo os teólogos, nesse mesmo instante foi purificado da mancha original

Plínio Corrêa de Oliveira

Este fato nos revela a poderosa intercessão de Maria. O eco de sua voz transformou um homem, conferindo-lhe um eminente grau de santidade.

Eis o que devemos esperar da Santíssima Virgem: que sua voz fale no íntimo de nossas almas, e que, de um momento para o outro, esse timbre imaculado nos santifique, concedendo-nos uma virtude que anos de lutas e de trabalhos não nos proporcionaram.

Por isso, todo aquele que tenha algum desânimo, tristeza ou perplexidade na vida espiritual pode fazer a sua prece que a liturgia tomou das palavras do centurião a Jesus (Lc VIII, 6-7) e dirigir-se a Maria Santíssima: “Senhora, eu não sou digno de ouvir a vossa voz, mas dizei uma só palavra e a minha alma será transformada, de um momento para o outro, se Vós assim o quiserdes”.1

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Tesouro de bondade e misericórdia

Ao considerar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, corremos o risco de ficar muito aquém do tesouro de bondade e misericórdia que essa forma de piedade coloca à disposição dos fiéis

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Querendo resgatar o gênero humano transviado pelo pecado de nossos primeiros pais, Nosso Senhor Jesus Cristo derramou até sua última gota de sangue na Cruz. E, se necessário fosse, teria feito esse supremo sacrifício para salvar individualmente cada um de nós.

Desse ato de amor e holocausto nasceu a Santa Igreja, erigida por Nosso Senhor para restaurar e aperfeiçoar o estado de graça perdido pelo homem por causa do pecado dos nossos primeiros pais. Sociedade perfeita e visível, ela purifica as almas pelo Batismo, administra-lhes os Sacramentos e as faz participar da vida divina, em vista da eterna bem-aventurança.

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Nossa Fé é universal

“E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a
toda criatura.” (Marcos, 16,15)

 

Nossa Igreja é católica

A palavra católico significa universal no sentido de segundo a totalidade ou segundo a integridade.

O Apostolado do Oratório, em sua expansão, vem comprovando essa verdade ao ver a adesão no mundo todo de povos de diferentes culturas e tradições, mas unidos na mesma Fé.

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Meditação do Primeiro Sábado de junho 2019

II Mistério Glorioso
Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo
O Coração que, no Céu, continua a bater por nós


Um Coração que nos ama com excesso de ternura

Oh! Se compreendêssemos o amor de que o Coração de Jesus está abrasado para conosco! – exclama Santo Afonso. Jesus nos ama tanto que, se todos os homens e todos os anjos se unissem para amar a Deus com todas as suas forças, seria um amor insignificante em comparação ao amor que nos tem Jesus.

Ele nos ama imensamente mais que nós mesmos nos amamos; Ele nos ama até o excesso. E que excesso maior do que um Deus morrer pelas suas criaturas? Jesus nos amou até o fim. Sim, porque, depois de nos haver amado desde a eternidade, por nosso amor se fez homem e escolheu uma vida penosa e a morte de cruz.

Este Coração se compraz com o nosso amor

Jesus não precisa de nós, afirma Santo Afonso. Com ou sem o nosso amor é Ele igualmente feliz, rico e poderoso. Todavia, diz Santo Tomás, porque Jesus Cristo nos ama, Ele deseja tanto o nosso amor, como se o homem lhe fosse Deus e a sua felicidade dependesse da do homem. Numa palavra, Jesus acha as suas delícias em ser amado por nós e fica todo consolado quando uma alma lhe diz: Jesus, meu Deus, eu vos amo sobre todas as coisas.

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