Dezoito anos de fidelidade à Santa Sé – parte I

A fidelidade à Santa Igreja tornou os Arautos do Evangelho uma
instituição em pleno desenvolvimento no mundo inteiro

Ir. Carmela Werner Ferreira, EP

Membros dos Arautos do Evangelho em Roma nas comemorações da Aprovação Pontifícia, em 2001

Escolhido para proclamar a Boa-Nova entre os gentios, o Apóstolo Paulo foi preparado de maneira direta pela Providência para o cumprimento de uma alta missão.

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Meditação do Primeiro Sábado fevereiro 2019

V Mistério Gozoso
Perda e encontro do Menino Jesus no Templo

Procuremos Jesus através de Maria

Composição de Lugar

Para nossa composição de lugar, imaginemos uma ampla sala no interior do templo de Jerusalém, cercada de altas colunas antigas, onde vemos um círculo de homens vestidos com túnicas e turbantes à moda dos doutores da Lei, rodeando o Menino Jesus. Numa das entradas da grande sala vemos surgir Maria e São José, com fisionomias de admiração e alívio por encontrarem o Filho no meio daqueles sábios de Israel.

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Meditação do Primeiro Sábado novembro 2018

IV Mistério Luminoso
Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mensagem de esperança e fortaleza

Introdução

Façamos nossa devoção do Primeiro Sábado de novembro voltados para a Solenidade de Cristo Rei, celebrada pela Igreja neste mês, encerrando o Tempo Litúrgico de 2018. Nesse intuito, meditaremos o 4º Mistério Luminoso: A Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Meditação do Primeiro Sábado de outubro 2018

IV  Mistério Gozoso
Apresentação do Menino Jesus no Templo e a Purificação de Maria
Luz e santidade que devem resplandecer em nós


Apresentação do Menino Jesus no Templo. Luis de Vargas. Museu de Belas Artes. Sevilha

Composição de Lugar

Para nossa composição de lugar imaginemos o amplo pátio interno do templo de Jerusalém, iluminado por um raio de sol esplendoroso que incide sobre um jovem casal que ali adentra: a Mãe leva ao colo o Filho recém-nascido, e o pai, uma cesta com um par de pombinhas.

 

Nossa Senhora e São José conduzem o Menino Jesus para ser oferecido ao Senhor. Pouco depois, o Divino Menino é recebido pelo velho Simeão, que o toma comovido em seus braços para apresentá-Lo a Deus.

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Boletim Maria Rainha dos Corações setembro/outubro 2018

Uma nova era na espiritualidade do gênero humano
se inicia publicamente com o milagre das Bodas de
Caná. Além de conferir ao casamento um altíssimo
significado, Jesus inaugura a mais excelente via para
se obter o perdão e a graça: confiar na mediação e
na onipotência suplicante de Maria

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

As bodas de Caná, Gerard Davi, Museu do Louvre, Paris

Depois de chamar os cinco primeiros seguidores, quis o Mestre operar algo para confirmá-los na Fé. Foi provavelmente por essa razão que Jesus “manifestou sua glória”, efetuando seu primeiro milagre nas Bodas de Caná (Jo
2, 11). E assim procedeu devido a uma suave e afetuosa súplica de sua Mãe.

O Evangelho ressalta o importante papel de intercessora de Maria. Jesus estava iniciando sua missão pública e desejava fundar a Igreja com vistas à santificação de todos. Ora, a célula mater da estruturação social sempre foi, e nunca deixará de ser, a família. Nas Bodas de Caná, segundo a interpretação de famosos teólogos e exegetas, Jesus quis reafirmar a importância conferida pela sociedade antiga à união conjugal e santificá-la, preparando assim as vias para dar-lhe um caráter sacramental.

A súplica onipotente de Maria

A História nada registra sobre a origem das relações entre a Sagrada Família e os nubentes, nem sequer por que Jesus e Maria foram convidados para a festa. Os detalhes perderam-se pelo caminho, talvez por desígnio de Deus, a fim de concentrar a atenção dos séculos futuros na tão paradigmática festa das núpcias de Caná. Ali está simbolizado o lar católico como deve ser, e indicada a conduta a seguir face aos problemas e dificuldades da vida. Ali está prefigurada a família cristã assistida por Cristo, através da intercessão de Maria.

A partir desse episódio, todos os cônjuges, até o fim do mundo, devem firmar-se na certeza de que Jesus solucionará qualquer drama ou aflição, se invocarem a onipotente mediação de Maria.

Por intercessão de Maria

E foi numa festa nupcial que, a pedido de sua Mãe, Jesus quis realizar seu primeiro milagre, para assim tornar patente aos olhos do mundo o quanto o matrimônio deve ser tomado como uma via de santificação. Maria já se encontrava nas bodas quando chegaram Jesus e seus discípulos. Jesus operou a transformação da água em vinho por intercessão de Maria, para nos inculcar a convicção de que, apesar de não haver chegado a hora, por uma palavra dos lábios da Mãe, Ele nos atenderá. Eis que em Caná abriu-se uma nova era na espiritualidade do gênero humano, com a inauguração de um especial regime da graça.

Ademais, em Caná, Maria nos ensina algo muito importante. Numa análise superficial, parece inexplicável a atitude de Nossa Senhora, pois, apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo quanto Este lhes dissesse. Não havia Ele dito que não chegara ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa.

Esclarecem-nos os teólogos ser esta atitude de Maria uma excelente lição para nós. Nem todas as determinações de Deus são absolutas. Há algumas que são condicionadas às nossas orações. Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os noivos e seus convidados não teriam tomado o melhor dos
vinhos da História, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre.

Em Caná, aprendemos de Maria o quanto Deus quer as nossas orações e a nossa colaboração em sua obra. Devido a esse sublime papel de medianeira e de onipotência suplicante da Santíssima Virgem, que se inicia publicamente nas Bodas de Caná, talvez pudéssemos dividir a História da espiritualidade em duas grandes eras: antes de Maria e depois de Maria.

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Veja também:

A Origem do Canto Gregoriano
Grande fervor mariano na IX Peregrinação Nacional ao Santuário de Aparecida

A Cruz: desastrosa derrota ou glorioso triunfo?

14 de setembro – Exaltação da Santa Cruz

A piedade católica, movida pelo Espírito Santo, modelou ao longo dos séculos variadas formas de devoção àquilo que representa, de maneira tocante, a Redenção do gênero humano: a Santa Cruz de Jesus Cristo

Pe. Alessandro Schurig, EP

Proponho vê-la por dois prismas distintos:

Crucificado

Cristo de Velasquez

No quadro pintado por Velásquez, deparamo-nos com Nosso Senhor cravado em uma cruz lisa, sem adornos, posta sobre um fundo negro, simbolizando a profunda e lúgubre humilhação na qual esteve posto o Redentor. Ele mesmo está com a cabeça visivelmente caída, e parte dos cabelos sobre o lado direito da face, indicando o quanto Ele está exangue, sem auxílio ou proteção alguma, entregue somente às mãos de Deus.

A cena nos sugere o abandono: apenas dois ladrões crucificados a seu lado, sua Mãe e um único discípulo, presenciam sua aviltante morte. Em suma, ao ver essa figura nos vem à mente quanto tudo esteve esmagado, calcado e silenciado perante sua morte.

Mas, será que na cruz aquele que proclamou: “Eu venci o mundo!” (Jo 16, 33) está um irrevogável derrotado?


Glorificado

Analisemos, em seguida, uma cruz processional levada nas Eucaristias mais solenes da igreja Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho, e feita de acordo com as indicações de Mons. João Clá Dias.

Nela, vemos Nosso Senhor morto e crucificado, como alguém que, como vimos acima, passou por terríveis humilhações. Porém, as nossas vistas não se detêm, e fixamos o olhar nas vivas e elegantes cores vermelha, branca e dourada que compõem esta cruz… Parecem nos convidar a contemplar Aquele que está nela cravado, mas por isso mesmo cumpriu o que Ele próprio profetizara:

“quando for elevado da terra atrairei a mim todo ser” ( Jo 12, 32).  

Cruz processional – Arautos do Evangelho

Sem dúvida, está despojado de suas vestes e coroado de espinhos, mas é “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19, 16), o que bem nos recorda os áureos esplendores que circundam esta cruz.

Foi deste seu oferecimento que floresceu tudo o que existiu e existirá de bom, de belo e verdadeiro na História da humanidade. Foi no momento da crucifixão que o Salvador frustrou os planos de Satanás, comprou para todo o gênero humano a Redenção e, com graças super abundantíssimas, abriu ao homem as portas do Céu.

Tudo isto que Ele concedeu como herança para a humanidade, como fruto de seu Preciosíssimo Sangue, valem imensamente mais do que qualquer pedra preciosa. Mas, as que figuram em Jesus, representando suas chagas, não simbolizarão esta maravilha, que Ele aceitou por nós e para nossa Salvação?

Rememorando o que a liturgia da Igreja reza na missa da Exaltação da Santa Cruz, “O que vencera na árvore do paraíso, na árvore da cruz foi vencido”, não parece que esta cruz quer nos fazer recordar esta gloriosa vitória de Cristo?

Coroa do Sacro Império Romano Germânico

Por ter Ele escolhido utilizar da cruz como instrumento para a redenção, tornou-se ela, de símbolo de ignomínia que era em símbolo de tudo o que há de mais elevado, de mais sagrado: nas catedrais, nas coroas, nas obras mais importantes concebidas pelo homem, aí está a cruz resplandecendo como o estandarte de triunfo do homem-Deus, que atingiu os mais altos píncaros de vitória contra o demônio, o mundo e a carne com sua ignominiosa morte no madeiro. E isto bem pode simbolizar os adornos desta cruz. (Cfr. Oliveira, Plinio Corrêa de. Revista Dr. Plinio, nº 138, setenbro de 2009, p. 4)

 Ao vê-la, temos vontade de rezar à semelhança das palavras de Dr. Plinio:

“Na vossa cruz, humilhado, começastes a reinar sobre a terra. Na cruz começou a vossa glória, e não na ressurreição. Vossa nudez é um manto real. Vossa coroa de espinhos é um diadema sem preço. Vossas chagas são vossa púrpura. Oh! Cristo-Rei, como é verdadeiro considerar-Vos na cruz como um rei”*

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* (Via Sacra. Legionário Nº 558, 18 de abril de 1943 ).