Por não aceitar a cruz o mundo apedreja o justo

Sempre desvelado formador de seus seguidores, em especial os mais jovens, Dr. Plinio se empenhava em lhes fazer compreender esta verdade que todos devemos ter em conta: a via da Cruz e  do sofrimento está em contradição com o espírito do mundo, o qual, por não aceitá-la, chega até a perseguir quem pratica o bem.

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Por Plinio Corrêa de Oliveira

Todos nós que desejamos levar outros a Nossa Senhora e, por meio d’Ela, a Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos esperar essas resistências, essas grosserias de alma, essas recusas, esses apedrejamentos vindos da parte de quem beneficiamos. E devemos esperar como algo muito provável, presente no caminho daqueles que querem conduzir almas a Deus. Pois aqueles a quem fazemos bem, esses normalmente — salvo exceções raríssimas — nos apedrejarão, falarão mal de nós, objetarão nossas palavras, etc.

Por quê? Porque sentem a atração do Céu para o qual os convidamos, mas sentem também o convite da cruz. E diante deste chamado, sentem repulsa: “Eu terei que fazer tal coisa, terei de aceitar tal outra, terei de me conformar com tal situação! Esse homem quer isso de mim! Não haverá um meio mais simples de arranjar isso? Será que eu tenho de pagar todo esse preço?! Dizem-me: ‘Ele tem o direito de te exigir esse preço, porque ele mesmo o pagou’. Minha resposta é: que tenho eu lá a ver com o preço que ele pagou?! Ele quis pagar, pagou! Eu não tenho força para pagar e não pago! E me ponho contra ele, faço-me inimigo dele!”

Quantas vezes na história da evangelização vemos amizades se transformarem em indiferenças brutais, em hostilidades declaradas, em sistemáticas oposições, às quais cumpre responder como Nosso Senhor respondeu aos seus inimigos quando carregava a cruz: com mansidão, com paciência, sem um momento de cólera, oferecendo os seus sofrimentos por aqueles mesmos que O  injuriavam e O traíam.

Pode-se imaginar, durante a Via Sacra, quantas vezes Nosso Senhor pensou nos Apóstolos que não estavam lá? E quantas vezes Ele terá oferecido a dor pungente que Lhe causava a ausência dos  preferidos? E como Ele, pela voz da graça, pedia a Nossa Senhora, pedia a todas as almas fiéis, às Santas Mulheres que estavam ao pé da cruz, se unissem às orações d’Ele para que aqueles se convertessem? 

Imitemos, pois, o nosso divino modelo, e saibamos converter em outro precioso fruto de apostolado, as rejeições e indiferenças de que sejamos objeto.


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