A criação do universo foi como um transbordamento do que há em Deus, mais ou menos à maneira de um champagne que extravasa da garrafa e se derrama em taças. Ele quis nos criar para nos tornar partícipes da felicidade d’Ele, e por isso “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14)
Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório
“O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).
Em linguagem parabólica, Jesus indica o pecado daqueles que desviam os outros da Religião verdadeira: matam as almas, afastando-as de Nosso Senhor, que é a vida. E a missão d’Ele, ao contrário, é dar aos homens essa vida, a qual é muito superior à que anima a formiga, o colibri, o esquilo, o homem e até mesmo os Anjos, pois é a vida do próprio Deus! Ele a introduz em nossa alma no Batismo e a confirma quando recebemos a Crisma.
Mas… que vida tem Deus? Parece tão simples e nossa inteligência não consegue alcançá-la, porque Ele é eterno, infinito, onipresente, onipotente, onisciente! E é tão rico que o Pai, ao pensar em Si mesmo, gera uma Segunda Pessoa, igual a Si, que é a Palavra d’Ele, o Filho. Os dois Se olham e Se amam tanto, que do encontro desses dois amores procede o Espírito Santo, a Terceira Pessoa, idêntica ao Pai e ao Filho. Eis a vida de Deus: desde toda a eternidade e por toda a eternidade, os três Se contemplam, Se entendem e Se amam mutuamente.
A criação do universo foi como um transbordamento do que há em Deus, mais ou menos à maneira de um champagne que extravasa da garrafa e se derrama em taças. Ele quis nos criar para nos tornar partícipes da felicidade d’Ele, e por isso “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Ele Se fez Pastor, Ele Se fez Porta, para que todos nós recebêssemos “da sua plenitude graça sobre graça” (Jo 1, 16), e tivéssemos a vida “em abundância”.
Se Deus põe à nossa disposição essa vida com tal generosidade, basta pedir que Ele no-la dará. E não aos pouquinhos, porque Deus não é como uma pobre mãe a quem só resta um pouco de farinha e de azeite com que preparar um pão para o filho que quer comer um bolo. Ele possui tudo o que nós precisamos! Não podemos ter horizontes estreitos, ser medíocres na oração, mas devemos ser pessoas de grandes desejos, que imploram coisas ousadas na linha da perfeição.
E como todos somos chamados à santidade, se rezarmos com decisão e energia, por meio da Santíssima Virgem, é certo que Ele nos atenderá. ♦
Excerto da obra “O inédito sobre os Evangelhos”, vol I – Mons. João Scognamiglio Clá Dias – página 317.
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Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe Santíssima!
Monsenhor João no final deste comentário ao Evangelho nos conclama à santidade; aliás, o que transparece nos escritos e fisionomia é a sabedoria e santidade dele.
Armando Cruz
Graças a Deus, por ter nos dado Nosso Senhor Jesus Cristo!!!