“Ah! Quando virá este tempo feliz em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus? Quando chegará o dia em que as almas respirarão Maria, como o corpo respira o ar?” 1
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Não resta dúvida de que há nesta previsão futura, ainda longínqua para o próprio São Luís Grignion, uma estreita ligação com o triunfo do Imaculado Coração de Maria anunciado por Nossa Senhora em Fátima.
No limiar do novo ano, voltemos nosso olhar para uma luz que brilha no horizonte dos acontecimentos atuais, e que nos convida a confiar nessa promessa feita por Nossa Senhora há cem anos.
Assim como o profeta Elias, depois da seca imposta a Israel como punição por sua prevaricação, vislumbrou muito simbolicamente “uma pequena nuvem do tamanho da palma da mão” (I Rs 18, 44) que subia do mar, prenúncio da caudalosa chuva que se avizinhava para cessar o castigo, também nós podemos dizer que vemos se aproximar uma “nuvenzinha”.
Segundo grande número de exegetas, a nuvenzinha de Elias era a prefigura d’Aquela que traria para a humanidade as águas restauradoras da Redenção: Maria Santíssima. Nos nossos dias a “nuvenzinha” é o presságio inequívoco da aurora do Reino de Maria!
A Mensagem de Fátima não é o anúncio do fim do mundo, mas sim o dobre de finados de uma era histórica culpada e pecaminosa, e a proclamação de uma nova ordem de coisas, durante a qual veremos surgir, glorioso e triunfante, o reinado dos Corações de Jesus e Maria.
Tal é a esperança que nos deve animar a continuar nossa luta. Luta enquanto católicos, luta enquanto filhos e filhas de Nossa Senhora, que querem ver a vitória de sua Mãe e o alvorecer de seu Reino. É o que ardentemente desejamos neste ano que se inicia.
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1. São Luís Maria Grignion de Montfort, Traité de la vraie devotion à la Sainte Vierge, n. 217