A Luz resplandece nas trevas

Quando a escuridão do pecado parecia dominar o mundo, nasce em Belém
um Menino, que nos deixou sua luz a refulgir por todos os tempos

Ir. Leticia Gonçalves de Sousa, EP

Há certas horas da noite em que as trevas parecem estender seu reinado por toda a parte. As alegrias e vivacidades do dia são substituídas por uma densa obscuridade, pervadida de silêncio e carregada com o pesado fardo da incerteza e do perigo. Perante ela poder-se-ia perguntar: terá triunfado definitivamente a escuridão sobre a luz? A resposta, porém, está na espera… Em determinado momento, uma tênue réstia de luz quebra o negrume da noite e uma claridade suave começa a desvendar as belezas da criação.

É a aurora que chega, anunciando o dia! Não obstante, existem trevas muito mais densas e terríveis do que as da noite: são as do pecado, que passaram a dominar o mundo depois da culpa original. E para vencê-las foi preciso também esperar, durante séculos!… Até que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1, 5). Quando tudo parecia imerso  nas sombras da morte, nasce “a verdadeira luz” (Jo 1, 9), Deus feito Homem, o Cordeiro Imaculado posto nas palhas de um Presépio, para redimir o gênero humano e vencer as trevas do pecado.

“Na mais feliz noite da História, os atributos de Deus se tornaram menos impenetráveis para nós. Jesus, além de externar a grandeza de sua onipotência, elevando o homem à divinização pela graça, pôde dizer-Se impecável: ‘Quem de vós Me acusará de pecado?’ (Jo 8, 46). […] Essas dádivas todas começaram seu curso na Gruta de Belém, trazidas pelo Menino Deus, coberto não só pelo estrelado manto da noite, como também por um véu de mistério”.1

Presépio da Sede do Apostolado do Oratório em São Paulo

E que mistério!… Mesmo depois de consumada a Redenção, quis Ele deixar sua luz a refulgir por todos os tempos na Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Ela é a dispensadora das graças, pelos Sacramentos, e transforma as almas mais gélidas e obscuras em autênticos faróis de santidade. É ela que matiza o céu da História, ora com as luzes da inocência, ora com a brilhante púrpura do sofrimento, ora com o lilás das almas penitentes. Que nela fulgure sempre a luz de Cristo, e que Maria Santíssima, Mãe da Igreja, ao trazer ao mundo a aurora da salvação, obtenha a graça de que sua ação se estenda pelos quatro cantos da Terra, conquistando todos os povos para seu Divino Filho, que veio como “luz para iluminar as nações” (Lc 2, 32).

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1 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Eternidade feliz. In: O inédito sobre os Evangelhos. Comentários aos Evangelhos dominicais. Domingos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa – Solenidades do Senhor que ocorrem no Tempo Comum. Ano A. Città del Vaticano-São Paulo: LEV; Lumen Sapientiæ, 2013, v.I, p.120.

Veja mais: Dois Natais históricos

Cantata Natalina

No sentido de fazer com que todos nos sintamos mais do que nunca filhos de Jesus, Maria e José, o Coral dos Três Arcanjos fará uma Cantata Natalina em três cidades: Elias Fausto/SP no dia 15 de dezembro. Na Capital Paulista, na casa da Coordenação Nacional do Apostolado do Oratório, dia 16, e também em Itaquaquecetuba/SP no dia 17

A noite de Natal deve fazer com que nós nos sintamos mais do que nunca filhos de Jesus, filhos de Maria, filhos de São José. Filhos adotivos da Sagrada Família, portanto, irmãos uns dos outros. Nessa noite, devemos estar desejosos de termos um acréscimo do afeto recíproco, uma aumento desses vínculos que a Providência quer instituir entre nós e que são vínculos que nos conduzem ao perdão recíproco, à generosidade, aos esquecimentos das faltas, nos levam a renovar toda nossa boa vontade para com os outros, talvez um pouco cansada pelos desgastes dos dias, dos anos dos trabalhos. (Plinio Corrêa de Oliveira)

Veja também: Cantata Natalina em Salesópolis

Consagração a Nossa Senhora

No primeiro Domingo do Advento, 3 de dezembro, um grupo de 157 fiéis fizeram a Solene Consagração a Nossa Senhora segundo a espiritualidade de São Luís Maria Grignion de Montfort

Ir. Felipe Lecaros, EP

A formação constou de dez aulas, divididas em cinco encontros, nas quais foi estudado o “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”. As aulas foram ministradas na Casa Nossa Senhora Consolata, sede do Secretariado Nacional do Apostolado do Oratório.

Aula na Sede do Secretariado Nacional do Apostolado do Oratório

A cerimônia foi realizada durante a Santa Missa celebrada pelo Padre Ignácio Montojo, EP, na Basílica Nossa Senhora do Rosário, pertencente aos Arautos do Evangelho. Além dos consagrandos, participaram da solenidade, parentes, amigos e o publico que normalmente frequenta a Missa dominical. O ambiente era de muita paz e alegria, fruto das Graças que Maria Santíssima derrama por ocasião da aliança perpétua que os fiéis fazem com a Santa Mãe de Deus.

Veja abaixo fotos deste dia.

Veja também: Curso de Consagração de Nossa Senhora

Meditação para o Primeiro Sábado dezembro 2017

Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo

Nossos corações e almas se voltam para a jubilosa celebração do Natal

Nasceu-nos um Menino, um Filho nos foi dado

    O amor de Deus pelo homem é imenso, desde toda a eternidade, como Ele mesmo nos diz pela boca do profeta Jeremias: Eu te amei com amor eterno e por misericórdia te tirei do nada (Jr 31,3). Porém, como nos ensina Santo Afonso de Ligório, esse amor apareceu em toda a sua grandeza quando o Filho de Deus se fez ver sob a forma duma criança reclinada sobre palha num estábulo. Foi então que se manifestou a bondade, a ternura e o amor únicos do nosso Deus Salvador aos homens.

E para nos inspirar mais confiança

Não temamos, pois, se realmente desejamos nos emendar e mudar nossos maus hábitos, esforçando-nos em amar somente a Jesus Cristo. Em vez de nos apavorarmos, confiemos; em vez de nos afligir, alegremo-nos! O Senhor protesta que quer esquecer-se de todas as ofensas de um pecador que se arrepende: Se o ímpio fizer penitência, não me recordarei de todas as suas iniquidades. E para nos inspirar ainda mais confiança, nosso divino Salvador se fez menino. Afinal, quem temeria aproximar-se de uma criança? As crianças nada têm de terrível, respiram só doçura e amor.

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A evangelização em Canavieiras continua

No mês de setembro missionários do Apostolado do Oratório de São Paulo realizaram uma Missão Mariana em Canavieiras/BA. Entretanto, esta missão segue com a  evangelização na comunidade

Procissão Luminosa realizada durante a Missão Mariana

Transcrevemos abaixo o relato feito pelo sr. Guido e sra. Jocelina, terciários dos Arautos a frente deste trabalho missionário.

Prezados irmãos, Salve Maria!

Hoje para o Pároco de Canavieiras Pe. Euvaldo, a Jocelina e eu, foi um dia muito abençoado e especial! Pela manha às 9h no pórtico da Escolinha Municipal da Vila São José no KM 18, onde ainda não tem uma Capela Católica, foi Celebrada uma Missa onde 19 pessoas entre 3 e 35 anos de idade foram batizadas, bem como outras 10 acima de 8 anos receberam também a Santa Primeira Comunhão!

Visita a escola durante a Missão

Nesta Vila onde a vossa recente Santa Missão Mariana fez uma carreata e visitou a esta escolinha, iniciamos o nosso trabalho de apostolado em março passado, logo após o “Tríodo de São José”, incentivando a formação de um grupo de Oração do Terço onde também abordávamos temas da nossa Fé e Catecismo. No primeiro encontro participaram duas pessoas, continuamos as reuniões todos os sábados a partir das 18h e chegamos a ter mais de 30 participantes, que finalmente nos pediram para serem batizados, e para os quais fizemos um Curso de Catecismo e hoje finalmente receberam os Sacramentos por eles tão esperados!

Segue abaixo algumas fotos.  Confirmo que continuaremos as nossas reuniões para recitar o terço e incentivaremos as famílias a formar um grupo do Apostolado do Oratório. Estamos trabalhando para desenvolver o “Projeto da Construção da Capela” e se não houver atrasos nesta próxima semana, deveremos receber do engenheiro os desenhos e na seguinte será detalhado o orçamento do custo de construção, etc… O Pe. Euvaldo está trabalhando para preparar a documentação requerida pelo Vosso Fundo da Misericórdia, na esperança de ter a vossa ajuda. Nós pessoalmente daremos uma contribuição e ajudaremos na arrecadação dos demais fundos necessários para a construção da Capela.

Finalmente a nossa Capela Mãe do Bom Conselho de Genazzano foi ultimada e o Altar e Tabernáculo foram esculpidos. O Pe. Euvaldo está tentando de trazer o Bispo para fazer a Consagração.

Um forte e fraternal abraço a todos!

Em Jesus, Maria e José.

Guido e Jocelina

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Veja também: Há um ano, em novembro

Boletim Informativo novembro/dezembro 2017

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

A Santa Igreja reserva o domingo posterior ao Natal para cultuar e festejar a Sagrada Família, convidando-nos a refletir sobre o valor e o verdadeiro sentido da instituição familiar. Ela é a célula-mãe, o fundamento da sociedade, e se hoje assistimos a uma tremenda crise moral na humanidade, isso se deve em certa medida à desagregação da família. Abalada esta, o resto da sociedade não se sustenta.

Lemos no Gênesis que, depois de criar o homem e a mulher, Deus abençoou-os e lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos” (1, 28). Era a primeira família, formada por mãos divinas. Esta união é tão adequada à natureza humana que no Antigo Testamento não se compreendia o celibato, salvo no caso de vocações muito especiais como, por exemplo, a de Santo Elias. Não ter filhos, morrer sem descendência era considerado um sinal de castigo e de maldição.

A finalidade da família

Com Nosso Senhor Jesus Cristo, a família adquire caráter sobrenatural pela elevação da união matrimonial, contrato natural, à categoria de Sacramento, simbolizado na misteriosa e indissolúvel união entre Cristo e sua Igreja. Isto contraria a ideia errada, em voga na atualidade, de que a família não tem um objetivo religioso, mas apenas social ou afetivo.

Bem outro é, todavia, o conceito expresso por Nosso Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 33). Quando no seio da família se procura o Reino de Deus, ou seja, a santidade, tendo como modelo supremo Jesus, Maria e José, todo o resto – dinheiro, comida, lar, etc. – vai ser concedido por acréscimo. É mister trabalhar para ganhar o pão com o suor do rosto (cf. Gn 3, 19), mas não é essa a finalidade principal da família. Ela existe para educar os filhos na sabedoria e encaminhá-los para o Céu, pois estamos nesta Terra de passagem, preparando-os, portanto, para enfrentar as tribulações deste vale de lágrimas com vistas à eternidade.

Como deve ser a vida familiar santa

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São Paulo, em sua Epístola aos Colossenses (3, 12-21), nos mostra como deve ser uma vida familiar regada pelo amor mútuo: “Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando–vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor nos perdoou, assim perdoai também. Mas, sobretudo, amai–vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição” (Col 3, 12-14). Dentro do convívio familiar deve existir um amor intenso, nem sentimental nem romântico, decorrente do amor a Deus e visando antes de tudo a santificação do outro cônjuge e de toda a família.

É impossível – ao contrário da ideia divulgada por certos filmes ou novelas –  viver sem dificuldades. “Militia est vita hominis super terram – A vida do homem sobre a Terra é uma luta” (Jó 7, 1). Eis a verdadeira chave da felicidade familiar: o respeito recíproco entre os esposos. Nunca discutirem ou se desentenderem, sempre dispostos a perdoar as fraquezas mútuas, a suportar as diferenças temperamentais, adaptando-se às preferências do outro. Eloquente exemplo da abnegação que deve imperar em cada lar encontramos no Evangelho escolhido pela Igreja para a festa da Sagrada Família.

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Veja também: A origem do Presépio