Os anjos na doutrina da Igreja

Numa época tão materialista como a de nossos dias, com avanços tecnológicos alucinantes, pareceria improvável que as pessoas ainda recorressem ao mundo angélico. Sem dúvida alguma, o universo dos anjos é algo que ainda hoje causa especial fascínio. Conhecer mais sobre a sua natureza e missão, é deveras útil e interessante. Com este objetivo, publicamos um artigo sobre os Santos Anjos do Sr. Guy Gabriel de Ridder, dos Arautos do Evangelho.

Recorrer aos anjos está ficando cada vez mais na moda. Mas o que sabe a grande maioria das pessoas a respeito dessas criaturas espirituais e imortais?

Guy Gabriel de Ridder

Após uma época de ceticismo e materialismo triunfante, durante a maior parte dos séculos XIX e XX, o Ocidente voltou a demonstrar uma definida apetência pelo mundo dos espíritos. Se até duas ou três décadas atrás, falar de anjos era considerado por muita gente como sinal de imaturidade ou de falta de cultura, hoje em dia tornou-se moda.

Abundam os filmes e livros retratando seres extraordinários, poderosos, dotados de qualidades sobrenaturais, seres super-humanos ante os quais o comum dos mortais é impotente. Não será isso um sintoma de interesse pelo mundo angélico? Ao lado da fantasia e do mito, obras esotéricas de grande divulgação apresentam uma visão distorcida desses seres espirituais, e a ignorância religiosa só fez aumentar os equívocos nesta matéria.

Se quisermos saber a realidade sobre os anjos, onde achar a verdade no meio de tanta desinformação?

As Sagradas Escrituras

Catedral de Notre Dame – Paris | Foto: Sergio Holmann

Muito antes das definições teológicas dos últimos séculos, o ensinamento sobre os anjos encontra-se fundamentado na autoridade das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja.

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, numerosas passagens nos mostram os anjos em ação, na tarefa de proteger e guiar os homens, e servindo de mensageiros de Deus. O versículo 11 do Salmo 90 menciona claramente os Anjos da Guarda: “Deus confiou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos”.

Se nalgumas ocasiões os anjos da mais alta hierarquia celeste são os encarregados de missões na terra — casos de São Gabriel e São Rafael — em muitas outras trata-se por certo de uma atuação do anjo guardião da pessoa concernida, mesmo se a Bíblia não o mencione especificamente. Tem-se essa impressão na leitura do profeta Daniel, salvo de ser devorado no cárcere por feras famintas, pois ele declara ao rei Dario: “Meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões, os quais não me fizeram mal algum” (Dn 6, 22). Do mesmo modo, nos Atos dos Apóstolos, quando vemos São Pedro ser libertado da prisão por um anjo (cf. At 12, 1-11).

Nosso Senhor faz uma referência muito clara aos Anjos da Guarda, quando diz: “Vede, não desprezeis um só desses pequeninos; pois vos declaro que os seus anjos nos Céus veem incessantemente a face de meu Pai, que está nos Céus” (Mt 18,10).

São Paulo, na Epístola aos Hebreus, ensina que todos os anjos são espíritos a serviço de Deus, o qual lhes confia missões em favor dos herdeiros da salvação eterna (cf. Hb 1,14).

Os Padres da Igreja

Na esteira das Sagradas Escrituras, a maioria dos Padres da Igreja trata dos anjos enquanto nossos guardiães. São Basílio Magno, na obra Adversus Eunomium, declara: “Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida”.

No século II, Hermas, na obra “O Pastor”, diz que todo homem possui seu Anjo da Guarda, o qual o inspira e o aconselha a praticar a justiça e a fugir do mal. No século III, a crença nos Anjos da Guarda de tal maneira estava arraigada no espírito cristão, que Orígenes lhe dedica várias passagens. E sobre a mesma matéria encontramos belos textos de São Basílio, Santo Hilário de Poitiers, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São Cirilo de Alexandria, São Jerônimo, os quais nos ensinam: o Anjo da Guarda preside às orações dos fiéis, oferecendo-as a Deus por meio de Cristo; como nosso guia, ele solicita a Deus que nos guarde dos perigos e nos conduza à bem-aventurança; ele é como um escudo que nos envolve e protege; ele é um preceptor que nos ensina a cultuar e a adorar; nossa dignidade é maior por termos, desde o nascimento, um anjo protetor.

Desdobramentos posteriores

No século XII, Honório de Autun promoveu a doutrina de que cada alma, no momento em que é unida ao corpo, é confiada a um anjo cuja missão é induzi-la ao bem e dar conta de suas ações a Deus. Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino, no século XIII, ensinaram, com São Pedro Damião, que o Anjo da Guarda não abandona nem sequer a alma pecadora, mas procura levá-la ao arrependimento e reconciliação com Deus.

Em 1608, o Papa Paulo V instituiu a festa dos Santos Anjos da Guarda. Posteriormente, em 1670, coube ao Papa Clemente X fixar sua comemoração de modo definitivo no dia 2 de outubro, tornando-a obrigatória para toda a Igreja.

O Catecismo da Igreja Católica trata da missão do Anjo da Guarda em relação a nós, dizendo: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão” (nº 336). E o Papa João Paulo II, na Audiência Geral de 6 de agosto de 1986, acentua que “a Igreja confessa sua fé nos Anjos Custódios, venerando-os na Liturgia com uma festa especial, e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração frequente, como na invocação ao ‘Santo Anjo do Senhor’.”

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, nº 58, outubro de 2006.

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Meditação para o Primeiro Sábado de novembro de 2013

Foto: Gustavo Kralj

I – A imensa felicidade do Paraíso Celeste

São Paulo declara aos Coríntios ter sido arrebatado ao Céu em certo momento de sua vida, e lá ter ouvido palavras impossíveis de serem transmitidas e menos ainda de poder explicá-las: “… foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras que não é possível a um homem repetir” (II Cor 12, 4).

De fato, para os místicos torna-se difícil externar suas experiências interiores, e daí bem podemos compreender o quanto faltaram a São Paulo os termos de comparação para relatar o que com ele se passara, pois, segundo o que ele mesmo havia dito anteriormente: “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam” (I Cor 2, 9). Essa é a maravilha que nos aguarda no momento de ingressarmos na vida eterna. E esse deve ter sido um considerável motivo para São Paulo perseverar até a hora de seu martírio, apesar de ter ele visto então apenas reflexos do Absoluto que hoje contempla face a face. (Leia mais aqui!)

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de outubro de 2013

Coordenadores do Oratório no Distrito Federal realizam Missão Mariana

Há poucos dias, recebemos de nosso irmão e correligioso, Sr. Mozart Ramiro, uma mensagem nos relatando os progressos feitos na cidade de Samambaia pelos coordenadores do Apostolado do Oratório na região. Eles não se contentam apenas em divulgar o Oratório, mais do que isso, procuram animar inúmeros outros católicos à reza do terço e participação na Santa Missa.

Sem dúvida alguma, um valioso exemplo de evangelização. Oxalá muitos outros aderentes nossos imitem a estes fervorosos missionários de Nossa Senhora.

Caríssimos senhores,
Salve Maria!

Foi feita em Brasília (DF), na cidade satélite de Samambaia, a missão na Capela Nossa Senhora de Fátima, que pertence a paróquia Nossa Senhora Aparecida, ali foram lançados 40 Oratórios na ocasião. No período pós-missão, foram acrescentados mais 2 Oratórios. Neste ano, a Missão realizou-se na Matriz Nossa Senhora Aparecida onde foram lançados mais 10 Oratórios. O pároco é o Pe. Ulisses.

Foi realizada uma reunião de atualização com os coordenadores, eles transmitiram que todos os coordenadores promovem nas casas todo o dia 13 a reza terço. Interessante saber que uma coordenadora faz questão de visitar todas as casas para convidar para o primeiro sábado e propor a reza do terço nos lares. O resultado é que no grupo dela reza-se agora toda semana, trazendo inúmeras pessoas para o terço.

Outro dado interessante é que antes da Missão Mariana, apenas 50 pessoas participavam da missa, sendo que atualmente são mais de 300; às vezes ultrapassa o número de fiéis do Domingo. Convém lembrar que este grupo já compareceu na romaria a Aparecida e já está se articulando para mais uma excursão com 2 ônibus. (…)

Por ora seria isso.

Em Jesus e Maria,

Mozart Ramiro

Abaixo fotos com alguns coordenadores:

Fotos: Mozart Ramiro

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Veja também: Apostolado do Oratório em Bacabal (MA)

Em Castanhal (PA), a semente lançada vem sendo regada e germinando

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Em agosto do presente ano, a Cavalaria de Maria dos Arautos do Evangelho promoveram uma missão mariana no município de Castanhal, no Estado do Pará. Há poucos dias, a supervisora do Apostolado do Oratório, Sra. Dilma Siman, enviou-nos a seguinte mensagem a respeito dos frutos daquele trabalho evangelizador.

Caros arautos,
Salve Maria!

Vimos através deste relatório informar que a pequena semente de evangelização plantada pelos Arautos do Evangelho na Paróquia de Cristo Jovem, na cidade de Castanhal – Pará, está sendo regada, e com (a árvore) isso está crescendo firme e robusta. Percebe-se um crescimento significativo, quando se nota uma participação maior por ocasião da reza do terço das famílias do Oratório.

 O crescimento dessa participação no momento da realização do terço, nesse segundo encontro, percebeu-se ao ver nossa Igreja bastante cheia, mas ainda falta maior participação das famílias. Esperamos crescer ainda mais na fé com a visita de Nossa Senhora de Fátima nas casas dos nossos paroquianos. Tudo isso nos fortalece não só para a reza do terço, mas para a evangelização; nesse trabalho que também é missão.

Em Jesus e Maria
Dilma Siman

Abaixo fotos do evento:

Fotos: Dilma Siman

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Veja também: Nova Evangelização nas ilhas do Oceano Pacífico

Visita a famílias carentes de nossa periferia


Desde sua origem, a Igreja tem especial cuidado e atenção para com as famílias menos favorecidas. Recentemente, em audiência no dia 14 de outubro, sua Santidade, o Papa Francisco, falando sobre o papel da Nova Evangelização, recordou com especial atenção que “o coração da evangelização é o testemunho da fé e da caridade”.

Imbuídos desta missão, coordenadores do Apostolado do Oratório de Paulo Afonso visitaram diversas famílias carentes da comunidade da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Abaixo, mensagem que recebemos do Sr. Paulo Roberto dos Santos, que nos fornece mais informações a respeito.

Caros irmãos dos Arautos do Evangelho,

Venho por meio desta informar que estivemos no mês de setembro visitando as famílias carentes de nossa comunidade, nós somos com muito amor do Apostolado do Oratório de Nossa Senhora de Fátima, da diocese do mesmo nome e da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da cidade de Paulo Afonso (BA). Estou enviando as fotos de nossa visita a famílias necessitadas de nossa comunidade onde fomos levar a palavra de Deus e o santo terço, como gesto de solidariedade e amor para com aquelas famílias carentes, principalmente de Deus em suas vidas.

Fomos muito bem recebidos por todos os que estivemos em suas casas, rezamos o terço, nos confraternizamos com todos e terminamos muito felizes. As fotos em anexo diz tudo que estou relatando.

Um abraço a todos! Salve Maria!

Paulo Roberto dos Santos

Abaixo algumas fotos das visitas:

Fotos: Paulo Roberto dos Santos

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Veja também: Frutos da Missão Mariana em Riacho Fundo (DF)

Amor a Deus: O maior de todos os Mandamentos

Foto: Gustavo Kralj

O eminente doutor e místico da Igreja, São João da Cruz, sintetiza numa frase cheia de poesia e beleza o que mais pesará em nosso juízo diante do Altíssimo, ao findar de nossa existência humana: “No entardecer desta vida, sereis julgados segundo o amor!”

Como todas as virtudes, o amor encontra seu fundamento e sua essência em Deus, fonte de todo o bem. Em seu artigo na Revista Arautos do Evangelho de outubro de 2008: “A sabedoria humana contra a Sabedoria divina”, o Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, fundador e presidente dos Arautos do Evangelho, discorre admiravelmente sobre a resposta de Nosso Senhor aos fariseus, quando estes lhe perguntaram qual o maior dos Mandamentos (Mt 22, 34-40).

Abaixo um dos trechos mais significativos de seu artigo.

Jesus, supremo modelo de amor

Para se atingir o mais alto grau de perfeição da virtude do amor é indispensável admirá-la em Cristo Jesus e imitá-Lo. O amor do Filho de Deus, é todo especial, por se desenvolver dentro de um prisma sobrenatural e ter por objeto o Ser Supremo. Há, portanto, uma notável diferença entre Ele e nós. No Verbo Encarnado, o amor divino e o humano se reúnem numa só Pessoa, pela união hipostática.

Quanto a nós, “o amor de Deus se derramou em nossos corações por virtude do Espírito Santo” (Rm 5, 5); ou seja, ele nos é dado. Para poder alcançá-lo, devemos pedi-lo.

Apesar desta diferença, Jesus é o nosso insuperável modelo, pois é impossível encontrar n’Ele qualquer sombra de interesse que não seja a glória do Pai. Assim também deve ser o nosso amor. E, se bem que em Jesus nunca tenha havido fé — pois, desde o primeiro instante de Sua existência, a alma d’Ele esteve na visão beatífica — em nós, essa virtude deve estar sempre acompanhada de um caloroso amor, o mais semelhante possível ao de Jesus.

(Excerto do artigo ““A sabedoria humana contra a Sabedoria divina” do Mons. João Scognamiglio Clá Dias – Revista Arautos do Evangelho nº 82 – outubro de 2008.)

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