Transformação da água em vinho nas Bodas de Caná O melhor vinho para o fim: o “vinho” de Maria
Nossa Senhora atenta aos necessitados
Como sempre, despreocupada de Si, Maria Santíssima prestava atenção em tudo, desejosa de fazer o bem aos outros. Percebeu, então, talvez sem ninguém Lhe ter comunicado, a situação embaraçosa: acabara o vinho. Que vergonha para os anfitriões! Quão grande seria a decepção quando isto viesse a saber-se! Tal, porém, não aconteceu, pois o Coração de Maria não poderia ver uma necessidade, uma aflição e, mesmo sem ser rogada, intervém pedindo um milagre para tirar de embaraços esses humildes esposos.
Nossa Senhora tudo interpretava com sabedoria e por certo considerou que a Providência permitira a falta de vinho para dar a Jesus ocasião de manifestar sua Divindade. Ele ainda não operara prodígio algum, mas Ela não duvida de seu poder sobrenatural, e sua comunicação implica numa súplica de que faça o possível, mesmo um milagre.
Oração Preparatória
Ó Virgem Santíssima de Fátima, Mãe de Deus e nossa, a quem oferecemos esta meditação em reparação ao vosso Coração Imaculado: intercedei hoje por nós do mesmo modo como outrora o fizestes nas Bodas de Caná, e rogai a vosso adorável Filho que nos conceda as graças que nos faltam e das quais tanto necessitamos para aceitarmos os milagres da misericórdia divina em nossa vida e em nossa peregrinação rumo ao Céu. Amém.
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Entre as orações propostas por São Luís Maria Grignion de Montfort para crescer no amor mariano, destaca-se este belíssimo “Ato de cego abandono e de amorosa confiança na doce Virgem Maria”
Doce Virgem Maria, creio tão firmemente que, do alto Céu, velais dia e noite por mim e por todos quantos em Vós confiam, estou tão intimamente convencido de que jamais poderá faltar algo a quem tudo espera de Vós, que resolvi viver doravante sem qualquer apreensão, deixando por inteiro a vosso cargo todas as minhas inquietudes.
Doce Virgem Maria, Vós me firmastes na mais inabalável confiança. Mil vezes obrigado por tão preciosa graça! De agora em diante, permanecerei em paz, apoiado em vosso Coração tão puro; não me preocuparei senão de Vos amar e Vos obedecer, enquanto Vós mesma, ó boa Mãe, cuidareis de meus mais caros interesses.
Doce Virgem Maria, que dentre os homens alguns procurem nas riquezas ou em seus próprios talentos a felicidade; que outros se apoiem na inocência de sua vida, no rigor de sua penitência, no fervor de suas orações ou no grande número de suas boas obras; quanto a mim – pobre pecador, que não tenho senão meu pouco amor –, esperarei somente em Vós, depois de Deus, e o fundamento de minha esperança será minha confiança em vossa maternal bondade.
Doce Virgem Maria, poderá a perversidade humana roubar minha reputação e os poucos bens que eu possua; poderão as doenças tirar-me as forças e a capacidade externa de Vos servir; infelizmente, ó minha terna Mãe, poderei eu mesmo, pelo pecado, perder vossas boas graças; mas minha amorosa confiança em vossa bondade materna, esta jamais perderei! Não, nunca a perderei! Conservarei esta inabalável confiança até exalar meu último suspiro. Todas as forças do inferno juntas não serão capazes de me roubá-la. Morrerei, ó boa Mãe, repetindo mil vezes vosso nome bendito, depositando em vosso Coração toda a minha esperança.
E por que estou tão seguro de confiar sempre em Vós, senão porque Vós mesma, dulcíssima Virgem, me ensinastes que sois toda misericórdia, nada mais que misericórdia? Portanto, ó bondosíssima e amantíssima Maria, estou seguro de que sempre Vos invocarei porque sempre me consolareis; sempre Vos agradecerei porque sempre me aliviareis; sempre Vos servirei porque sempre me ajudareis; amar-Vos-ei sempre porque me amareis sempre; de Vós sempre obterei tudo, porque sempre vosso magnânimo amor ultrapassará minha esperança.
Sim, ó doce Virgem, é somente de Vós que, apesar de meus pecados, espero o único bem que almejo: a união com Jesus no tempo e na eternidade. Exclusivamente de Vós, porque sois Vós a escolhida por meu divino Salvador para me dispensar todos os favores e a Ele conduzir-me com segurança.
Sim, minha Mãe, sois Vós que, depois de me ter ensinado a compartilhar as humilhações e os sofrimentos de vosso Divino Filho, me introduzireis em sua glória e suas delícias para, junto a Vós e convosco, louvá-Lo e bendizê-Lo por todos os séculos dos séculos.
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(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2017, n. 185, p. 24 à 25)
SÃO BERNARDO. Acte d’aveugle abandon et d’amoureuse confiance en la douce Vierge Marie. In: DENIS, Gabriel. “Le Règne de Jésus par Marie”. 3.ed. Luçon: S. Pacteau, 1873, p.242-244
Este tema, aparentemente simples, foi objeto de grandes controvérsias ao longo da história da Igreja, e sofreu diversas alterações em seu transcurso. Trataremos aqui de dois aspectos: A comunhão sob as duas espécies e as disposições para receber a Sagrada Comunhão
A grande fé demonstrada pelos Reis Magos na Epifania nos deve servir de exemplo. A Santa Igreja Católica Apostólica Romana é a estrela que nos guia até Jesus.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
A Epifania do Senhor
A Solenidade da Epifania do Senhor, ou Adoração dos Reis Magos, é para nós mais importante, em certo sentido, do que o próprio Natal – embora este seja mais celebrado
– por nos tocar muito de perto. Como assim?
Era uma época auge… Auge de decadência da humanidade! A situação social, política e, sobretudo, moral, era a pior possível. O mundo, penetrado de desprezos, ódios e invejas, havia chegado ao fundo de um abismo, e a civilização antiga encontrava-se num impasse, pois ninguém vislumbrava uma solução para a crise que lhe minava os fundamentos.
E é esse o tempo em que nasce Nosso Senhor Jesus Cristo, numa localidade judaica, em Belém, de uma Mãe judia e para os judeus. Ele dirá mais tarde aos Doze, ao enviá-los em missão: “Ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel” (Mt 10, 6). Dir-se-ia que a vocação do Messias se restringia ao povo eleito. Entretanto, alguns dias depois do seu nascimento recebe os Magos, oriundos de terras longínquas, significando a universalidade da Redenção e antecipando o chamado à gentilidade, que tornaria claro na iminência de subir aos Céus, ao dar o mandato aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações;
batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19).
Ele veio para todos os outros povos, portanto também para nós. Deus se manifestou a todas as classes sociais, nobres e plebeus, à multiplicidade das raças e nações, a sábios e ignorantes, aos poderosos e aos de condição humilde, sem excluir ninguém.
Guiados por uma estrela
Um dos elementos principais, ao contemplarmos o episódio da Epifania, é a visão da estrela que levou os Magos a se porem a caminho. Segundo São Tomás de Aquino, a estrela avistada pelos Reis Magos, não era um astro como os demais, pois tinha sido criada por Deus para aquela circunstância, não no céu, mas na atmosfera, perto deles, com o objetivo de manifestar a realeza celeste do Menino que nascera em Belém.1
O Espírito Santo falou no fundo da alma dos Reis, inspirando-lhes a fé no advento do Messias. Com efeito, muitos outros avistaram a estrela, pois ela não fora invisível; todavia, nem todos acreditaram, só aqueles que foram favorecidos por moções do Espírito Santo.
Por isso ressalta São Tomás o papel da graça, como um raio de verdade mais luminoso que a estrela, a instruir os corações dos Magos. É, então, mais importante a comunicação direta do Espírito Santo, do que os meros sinais sensíveis.2
A Igreja, estrela que nos guia até Jesus
A grande fé demonstrada pelos Reis Magos na Epifania nos deve servir de exemplo. A Santa Igreja Católica Apostólica Romana é a estrela que nos guia até Jesus. Sim! Ela, a distribuidora dos Sacramentos, promotora da santificação e dispensadora de todas as graças, faz o papel de uma estrela a cintilar diante de nossos olhos, através do esplendor de sua Liturgia, da infalibilidade de sua doutrina, da santidade de suas obras, convidando-nos a obedecer à voz do Divino Espírito Santo que fala em nosso interior.
Quem a ela se abraçar terá conquistado a salvação, quem se separar dela seguirá por outros caminhos e não chegará à Belém eterna, onde está aquele Menino, agora sim, glorioso e refulgente pelos séculos dos séculos.
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1 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica, III, a.7; a.5.
2 Cf. Idem, a.5, ad 4.
I Mistério Luminoso – O batismo de Jesus às margens do Rio Jordão
Festa de esperança e santa alegria
Divindade e humildade de Cristo
“Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. Na festa do Batismo de Jesus ecoam estas palavras solenes. Elas nos convidam a reviver o momento em que Jesus, batizado por São João, sai das águas do rio Jordão e Deus Pai O apresenta como seu Filho unigênito, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Ouve-se uma voz que provém do céu, enquanto o Espírito Santo, em forma de pomba, desce sobre Jesus que dá início público à sua missão de salvação. Missão caracterizada pelo estilo do servo manso e humilde, preparado para a abnegação total.
Por meio da maternal intercessão de Nossa Senhora junto a Seu Divino Filho, cada vez mais os fiéis católicos buscam conhecer, realizar e renovar sua Consagração a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, conforme o método do grande santo francês São Luís Maria Grignion de Montfort, expresso na obra “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.
Neste sentido, na cidade de Areias e Cardeal, Distrito de Elias Fausto/SP, contando com o incentivo do pároco, padre Filipe, um grupo de paroquianos realizou, no dia dedicado a Imaculada Conceição de Maria, sua solene Consagração a Nossa Senhora.