A partir de hoje, estaremos colocando no blog do Apostolado do Oratório, comentários de Monsenhor João Clá Dias sobre os evangelhos, extraídos do boletim-informativo “Maria Rainha dos Corações”.
A leitura do Evangelho do domingo passado (II° domingo do tempo comum) referia-se às Bodas de Caná. Transcrevemos a seguir, um trecho de um comentário de Monsenhor João Clá Dias sobre este Evangelho.
As Bodas de Caná e o papel de Maria
Caná era uma cidade maior do que Nazaré. A História nada registra sobre o motivo por que Jesus e Maria foram convidados para o casamento.
As Bodas de Caná simbolizavam o lar católico como dever ser, e indica a conduta a seguir face aos problemas e dificuldades da vida. Ali está prefigurada a família cristâ assistida por Cristo, através da intercessão de Maria. A partir desse episódio, todos os cônjuges, até o fim do mundo, devem firmar-se na certeza de que Jesus solucionará qualquer drama ou aflição, se invocarem a onipotente mediação de Maria.
E foi numa festa de casamento que, a pedido de sua Mãe, Jesus quis realizar seu primeiro milagre: a transformação da água em vinho (Jo 2,1-11).
Jesus operou esse milagre para inculcar-nos a convicção de que, apesar de não haver chegado a Sua hora, por uma palavra dos lábios da Mãe, Ele nos atenderá. Eis que em Caná abriu-se uma nova era na espiritualidade do gênero humano, com a inauguração de um especial regime da graça: a intercessão de Maria.
Em Caná, Maria nos ensina algo muito importante: apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo quanto Este lhes dissesse. Não havia Ele dito que não chegara ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa…
Acontece que há algumas determinações de Deus que são condicionadas aos nossos desejos e reações. Ou seja, elas se cumprirão ou não, dependendo da nossa colaboração. Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os nubentes e seus convidados não teriam tomado o melhor dos vinhos da História, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre. Em Caná, aprendemos de Maria o quanto Deus quer a nossa colaboração em sua obra.
Devido a esse sublime papel de medianeira e de onipotência suplicante da Santíssima Virgem, que se inicia publicamente nas Bodas de Caná, talvez pudéssemos dividir a História da espiritualidade em duas grandes eras: antes de Maria e depois de Maria.
(Extraído do boletim-informativo “Maria Rainha dos Corações” n° 25)
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