Como Deus nos amou

Quinta-Feira Santa
(Missa da Ceia do Senhor)

Amar aos outros como Deus nos amou! Eis uma das mais belas formas de preparar-nos para a Eucaristia no Tempo da Páscoa que agora começa.

Mons. João S. Clá Dias, EP
Fundador dos Arautos do Evangelho

 

“Deus é amor”

Um insuperável clímax de plenitude de amor atinge o Sagrado Coração de Jesus naquelas últimas horas de convívio com os seus. Transcorrem ali, naquele histórico recinto, os momentos finais de sua vida terrena. São os derradeiros episódios que constituem o grande pórtico dos sagrados mistérios da Redenção prestes a realizarem-se. Os inimigos se agitam e se entre-estimulam a perpetrar o mais grave homicídio de todos os tempos. Encontram-se eles na dependência de um guia possuído por Satanás, aguardando o momento propício para agarrar o Messias e conduzi-Lo aos tormentos da Cruz. Não há minuto a perder, é indispensável o Salvador externar ao Pai e aos discípulos o transbordante amor a borbulhar no interior de seu sagrado peito.

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Aproximam-se as celebrações do Tríduo Pascal

Tendo em vista a aproximação do Tríduo Pascal e toda a importância da Semana Santa, postamos aqui um resumo de uma bela e oportuna explicação do Papa Bento XVI sobre o Tríduo. O texto é da sua catequese de 20 de abril de 2011.

Queridos irmãos e irmãs,

Estamos a partir de agora juntos ao coração da Semana Santa, cumprimento do caminho quaresmal. Amanhã entraremos no Tríduo Pascal, os três dias santos em que a Igreja faz memória do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O Filho de Deus, após fazer-se homem em obediência ao Pai, tornando-se em tudo semelhante a nós, exceto no pecado (cf. Heb 4,15), aceitou cumprir até o fim a sua vontade, de enfrentar por amor a nós a paixão e a cruz, para fazer-nos participantes da sua Ressurreição, a fim de que n’Ele e por Ele possamos viver para sempre, na consolação e na paz.

Exorto-vos, portanto, a acolher esse mistério de salvação, a participar intensamente do Tríduo pascal, fulcro de todo o ano litúrgico e momento de graça particular para todo o cristão; convido-vos a buscar nestes dias o recolhimento e a oração, de forma a alcançar mais profundamente essa fonte de graça.

A tal propósito, em vista das iminentes festividades, cada cristão é convidado a celebrar o Sacramento da Reconciliação, momento de especial adesão à morte e ressurreição de Cristo, para poder participar com maior fruto da Santa Páscoa.

A Quinta-feira Santa é o dia em que se faz memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio Ministerial. Pela manhã, cada comunidade diocesana, reunida na Igreja Catedral em torno do Bispo, celebra a Missa Crismal, na qual são abençoados o Santo Crisma, o Óleo dos catecúmenos e o Óleo dos Enfermos. A partir do Tríduo Pascal e por todo o ano litúrgico, esses óleos serão utilizados para os Sacramentos do Batismo, da Confirmação, das Ordenações Sacerdotal e Episcopal e da Unção dos Enfermos; nisso evidencia-se como a salvação, transmitida pelos sinais sacramentais, deriva-se exatamente do Mistério pascal de Cristo; de fato, nós somos redimidos com a sua morte e ressurreição e, mediante os Sacramentos, alcançamos aquela mesma fonte salvífica.

Agonia de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras

Durante a Missa Crismal, amanhã, acontece também a renovação das promessas sacerdotais. No mundo inteiro, cada sacerdote renova os compromissos que assumiu no dia da Ordenação, para ser totalmente consagrado a Cristo no exercício do sagrado ministério a serviço dos irmãos. Acompanhemos os nossos sacerdotes com a nossa oração.

Na tarde da Quinta-feira Santa inicia efetivamente o Tríduo Pascal, com a memória da Última Ceia, na qual Jesus instituiu o Memorial da sua Páscoa, dando cumprimento ao rito pascal hebraico. Segundo a tradição, toda família hebraica, reunida á mesa na festa da Páscoa, como o cordeiro assado, fazendo memória da libertação dos Israelitas da escravidão do Egito; assim, no cenáculo, consciente da sua morte iminente, Jesus, verdadeiro Cordeiro pascal, oferece a si mesmo pela nossa salvação (cf. 1Cor 5,7). Pronunciando a bênção sobre o pão e o vinho, Ele antecipa o sacrifício da cruz e manifesta a intenção de perpetuar a sua presença em meio aos discípulos: sob as espécies do pão e do vinho, Ele se torna presente de modo real com o seu corpo doado e o seu sangue derramado.

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