O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira, 6 de setembro, a Santa Missa no Estádio Zimpeto, em Maputo, diante de 60 mil pessoas, último evento de sua visita apostólica a Moçambique antes de continuar sua viagem à África. Veja no vídeo
Cidade do Vaticano, 14 jul 2013 (RV) – O Papa Francisco dirigiu-se na manhã deste domingo à Castel Gandolfo, onde recitou a Oração Mariana do Angelus junto aos peregrinos e habitantes. Na sua alocução, que precede a oração, o Papa confiou a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro a Nossa Senhora Aparecida e recordou São Camilo Lellis, “um homem que viveu plenamente o Evangelho do bom samaritano”.
O Papa partiu de carro do Vaticano às 9 horas da manhã, chegando à Vila Pontifícia às 9h30min, onde encontrou os funcionários e moradores da Residência de Verão. Francisco foi saudado pelo Bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, pelo Diretor da Vila Pontifícia, Dr. Petrillo Saverio e pela Prefeita de Castel Gandolfo, Sra. Milvia Monachesi. Numa breve intervenção, o Papa agradeceu a acolhida e dirigiu-se às pessoas que “amam este lugar, encantados com a sua beleza e encontrando ali um momento de descontração”.
No pronunciamento, Papa Francisco recordou os seus predecessores que costumavam passar algum período do verão em Castel Gandolfo: “Neste momento o meu pensamento vai para o beato João Paulo II e a Bento XVI, que gostavam de passar parte do período de verão nesta residência pontifícia. Muitos de vocês tiveram a ocasião de os encontrar e acolher, conservando uma cara recordação. Que o seu testemunho seja sempre de encorajamento na fidelidade cotidiana a Cristo e no contínuo esforço para viver uma vida coerente com as exigências do Evangelho e o ensinamento da Igreja”.
Ao meio-dia, o Papa Francisco dirigiu-se à multidão que superlotava a praça em frente à Residência de verão. Ao invés de falar do balcão central, Francisco preferiu recitar a Oração mariana do Angelus em frente à Residência apostólica.
Eis a íntegra da reflexão que precede o Angelus:
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
hoje o nosso encontro dominical do Angelus vivemos aqui em Castel Gandolfo. Eu saúdo os habitantes desta linda cidadezinha! Gostaria de vos agradecer, sobretudo pelas vossas orações, e o mesmo faço com todos vocês peregrinos, que vieram em grande número aqui.
O Evangelho de hoje – estamos no capítulo 10 de Lucas – é a famosa parábola do Bom Samaritano. Quem era esse homem? Era alguém, que descia de Jerusalém em direção à Jericó na estrada que atravessa o deserto da Judéia. Há pouco, nesta estrada, um homem havia sido atacado por bandidos, roubado, espancado e deixado quase morto. Antes do samaritano, passaram um sacerdote e um levita, ou seja, duas pessoas envolvidas com o culto no Templo do Senhor. Eles vêem aquele pobre homem, mas seguem sem parar. Em vez disso, o samaritano, quando viu o homem, “teve compaixão” (Lc 10:33), diz o Evangelho. Ele aproximou-se e enfaixou as feridas, derramando um pouco de azeite e vinho, depois e colocou-o em seu próprio animal e levou-o para uma hospedaria, e pagou para ele o alojamento … Quer dizer, cuidou dele: é o exemplo de amor ao próximo. Mas porque Jesus escolheu um samaritano como protagonista desta parábola? Por que os samaritanos eram desprezados pelos judeus, por causa de diferentes tradições religiosas; e Jesus faz ver que o coração daquele Samaritano é bom e generoso e que – ao contrário do sacerdote e do levita – ele coloca em prática a vontade de Deus, que quer a misericórdia e não o sacrifício (cf. Mc 12:33). Deus sempre quer a misericórdia e não a condenação. Quer a misericórdia do coração, porque Ele é misericordioso e sabe entender bem as nossas misérias, as nossas dificuldades e também os nossos pecados. Dá a todos nós este coração misericordioso! O samaritano faz exatamente isto: imita a misericórdia de Deus, a misericórdia para aqueles que tem necessidade.
Um homem que viveu plenamente este Evangelho do Bom Samaritano é o Santo que hoje recordamos: São Camilo de Lellis, fundador dos Ministros dos Enfermos, o padroeiro dos doentes e dos profissionais de saúde. São Camilo morreu 14 de julho de 1614 e exatamente hoje se abre a celebração do seu quarto centenário, que terá o seu ápice em um ano. Saúdo com grande afeto a todos os filhos e filhas espirituais de São Camilo, que vivem o seu carisma de caridade no contato diário com os doentes. Sejam como ele bons samaritanos! E também aos médicos, aos enfermeiros e àqueles que trabalham em hospitais e asilos, auguro serem animados pelo mesmo espírito. Confiemos esta intenção à intercessão de Maria Santíssima.
E uma outra intenção eu gostaria de confiar à Nossa Senhora, junto a todos vocês. Está próxima a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Se vê que existem tantos jovens de idade, mas todos vocês são jovens no coração! Parabéns! Eu partirei em oito dias, mas muitos jovens irão ao Brasil antes. Rezemos então por esta grande peregrinação que começa, para que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, guie os passos dos participantes e abra os seus corações para acolher a missão que Cristo dará a eles”.
Após o Angelus, o Santo Padre manifestou sua proximidade espiritual com os Prelados e fiéis da Igreja na Ucrânia, reunidos na Catedral de Lutsk para a Missa em sufrágio das vítimas dos massacres de Volinia, ocorridos 70 anos atrás. “Tais atos, provocados pela ideologia nacionalista no trágico contexto da II Guerra Mundial, provocaram dezenas de milhares de vítimas e feriram as relações fraternas entre dois povos – polonês e ucraniano. Confio á misericórdia de Deus as almas das vítimas. Para os seus povos, peço a graça de uma profunda reconciliação e de um futuro sereno na esperança e na sincera colaboração pela comum edificação do Reino de Deus”.
O Papa Francisco concluiu com a tradicional saudação “Bom domingo e bom almoço”, indo em seguida ao encontro da multidão reunida na Praça diante da Residência Apostólica, saudando especialmente os doentes.
Após, almoçou com a Comunidade religiosa dos jesuítas do Observatório Astronômico (‘Specola Vaticana’), dirigido pelo argentino Padre José Gabriel Funes e retornou ao Vaticano. (JE)
Rádio Vaticano
Ó Virgem de Fátima, como peregrino em terras portuguesas e com o coração repleto de alegria, venho consagrar ao vosso Imaculado Coração, todos os jovens que estão preparando-se para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Humildemente vos pedimos, rogai pelo comité organizador local e por todos os voluntários empenhados nos mais variados serviços em preparação a este momento.
Olhai com vosso amor de Mãe todos os jovens que sofrem, vítimas da violência e do abandono, do desemprego e do descaso.
Suplicamos, Ó Rainha, que a Jornada Mundial da Juventude seja uma extraordinária experiência de encontro dos jovens com vosso amado Filho e que possa aumentar o amor de cada um deles por Cristo, único capaz de dar pleno sentido às nossas vidas, fazendo dos jovens discípulos e missionários numa sociedade em mudança.
Virgem Imaculada, que aqui na Cova da Iria vos manifestastes aos três pastorinhos e pedistes que rezássemos pela Igreja, vos rogamos que continueis intercedendo pela Esposa de Cristo e pelo Papa Francisco, para que juntos consigamos testemunhar ao mundo o quanto Deus nos ama e espera por nosso amor.
Mãe querida, vosso convite à conversão continua vivo em nossos corações e principalmente no coração dos jovens, os quais confio, nesta celebração, ao teu Puríssimo Coração.
Ave Maria…
Fátima, 12 de maio de 2012.
D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
Fonte: Agência Ecclesia
Cidade do Vaticano, 18 mar 2013 – O Papa Francisco vai receber esta terça-feira o anel do pescador e o pálio, insígnias de autoridade, antes da missa de inauguração do seu pontificado, na Praça de São Pedro, que vai reunir dezenas de milhares de pessoas.
A cerimónia tem início marcado para as 09h30 locais (menos uma em Lisboa) e será concelebrada pelos cardeais e patriarcas orientais presentes em Roma, bem como os superiores gerais dos franciscanos e dos jesuítas.
O primeiro momento da celebração decorre sobre o túmulo de São Pedro, onde Francisco vai rezar em silêncio, com dez patriarcas das Igrejas Orientais católicas, saindo em procissão acompanhados por dois diáconos com o anel e o pálio ali colocados na noite de hoje.
A procissão até ao exterior vai decorrer ao som das ‘Laudes Regiae’ (louvor ao rei, em honra a Cristo), na qual se invocam vários santos, em particular os que foram Papas.
O anel do pescador (anulus piscatoris) faz parte das insígnias oficiais do Papa, enquanto sucessor do Apóstolo Pedro, pescador da Galileia, localidade israelita onde nasceu o discípulo de Jesus.
O decano (presidente) do Colégio Cardinalício, D. Angelo Sodano, colocará o anel na mão esquerda do novo Papa antes da missa, segundo o novo ritual aprovado por Bento XVI antes de renunciar ao pontificado.
O anel do pescador escolhido por Francisco é obra do italiano Enrico Manfrini, tem uma representação de São Pedro com as chaves e é feito em prata dourada, não em ouro.
A primeira referência documental a esta insígnia aparece no ano de 1256, numa carta de Clemente IV a um sobrinho, na qual declara que os Papas costumavam selar as suas cartas privadas com “o selo do pescador”.
Aquando da morte ou renúncia de um Papa, o anel é inutilizado, num gesto que hoje tem o significado de sublinhar que no período da Sé Vacante ninguém pode assumir prerrogativas próprias do bispo de Roma.
Durante a cerimónia, o Papa receberá ainda o pálio petrino (estola branca de lã com cruzes vermelhas que representam as chagas de Cristo), igual ao de Bento XVI, uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” usada pelos bispos de Roma desde o século IV, que lhe vai ser imposta pelo cardeal protodiácono, D. Jean-Louis Tauran.
Uma representação de seis membros do Colégio Cardinalício vai simbolicamente prestar a sua “obediência” a Francisco; o gesto será repetido por representantes do resto da Igreja Católica na tomada de posse da catedral de Roma, a basílica de São João de Latrão, em data a definir.
A missa de início do “ministério petrino” decorre na Praça de São Pedro, onde estava o circo do imperador romano Nero, responsável pelo martírio do apóstolo, por volta do ano 64.
A celebração em latim vai contar a proclamação do evangelho em grego e orações em russo, árabe e chinês, entre outras línguas; 500 padres distribuirão a comunhão.
A Santa Sé anunciou que a missa não terá a presença de Bento XVI, Papa emérito, mas conta com delegações de outras Igrejas cristãs e religiões, além de chefes de Estado como o presidente português, Aníbal Cavaco Silva.
Entre os líderes religiosos conta-se o Patriarca ecuménico (Igreja Ortodoxa) de Constantinopla, Bartolomeu, o que acontece pela primeira vez desde o cisma que separou católicos e ortodoxos em 1054.
Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito como novo Papa, na quarta-feira, e escolheu o nome de Francisco.
Octávio Carmo, enviado da Agência Ecclesia ao Vaticano