A vigilância: uma esquecida virtude?

I Domingo do Advento

Ao se iniciar o Ano Litúrgico, o Divino Mestre nos exorta a termos sempre diante dos olhos o fim último para o qual fomos criados e a estarmos preparados para o encontro com o Supremo Juiz. Para tal é indispensável a prática de uma virtude muitas vezes esquecida ou menosprezada: a vigilância


I – Fundamental virtude da vigilância

Ao contemplar a natureza, seja no campo aberto, ou no interior de uma floresta, chamam-nos a atenção certos aspectos, dos quais podemos haurir uma lição para nossa vida espiritual. Vemos, por exemplo, o voo de um pássaro levando no bico um graveto a fim de construir o ninho para colocar os ovos e perpetuar sua espécie. Aquilo é feito com a precisão de um marceneiro ― apenas por instinto e não por ter inteligência ―, uma verdadeira obra de arte. Imaginemos, então, que essa ave recebesse uma alma, não como o principium vitæ que vegetais e animais têm, mas uma alma imortal como a do homem, que subsiste mesmo quando separada do corpo pela morte. Em tal caso, caberia ao pássaro considerar mais valioso o ninho que ele está armando ou a existência eterna de sua nova alma? A segunda opção é evidente. Sem deixar de fazer o ninho, ele deveria concentrar a primeira preocupação no seu destino sempiterno.

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Cristo Rei

Solenidade de Cristo Rei

Por direito de herança e de conquista, Cristo reina com autoridade absoluta sobre todas as criaturas. Entretanto, não governa segundo os métodos do mundo

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório



35 O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo O escarneciam dizendo: “Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!” 36 Também o insultavam os soldados que, aproximando-se d’Ele e oferecendo-lhe vinagre, 37 diziam: “Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” 38 Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: “Este é o Rei dos judeus”. 39 Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra Ele, dizendo: “Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós!” 40 O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o dizendo: “Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? 41 Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal”. 42 E dizia a Jesus: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!” 43 Jesus disse-lhe: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 35-43).

I – Rei no tempo e na eternidade

Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa tão grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?

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Milagre Eucarístico: a Primeira Comunhão de Imelda

Com apenas 8 anos de idade entrou para o convento. Aos 10, recebeu o hábito de monja dominicana. Embora tivesse tão pouca idade, era uma freira em tudo exemplar nas atividades da vida religiosa. Entretanto, algo a intrigava: o fato de as pessoas receberem a Sagrada Comunhão e continuarem a viver


Consagrada a Nossa Senhora no próprio dia do nascimento

Essa angelical menina nasceu no ano de 1322 em Bolonha (Itália). Seu pai, Egano Lambertini, pertencia à alta nobreza e desempenhou cargos importantes como o de governador de Bréscia e o de embaixador na República de Veneza. A par de grande habilidade, prudência e valor militar, distinguiu-se também por sua profunda fé e amor aos pobres. Sua mãe, Castora, da nobre família Galuzzi, rogava com ardorosa fé a Nossa Senhora a graça de ter ao menos um filho.

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Católica, Apostólica, Romana e… Triunfante

XXXIII Domingo do Tempo Comum

Ao longo de sua bimilenar História, a Igreja caminhou sempre sob o signo da perseguição. Entretanto, a cada investida das forças adversárias, brilha ela com maior esplendor

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 


I – O sinal dos verdadeiros discípulos

Conta-se que São Pio X, durante audiência aos membros de um dos colégios eclesiásticos romanos, perguntou aos jovens estudantes:

– Quais são as notas distintivas da verdadeira Igreja de Cristo?
— São quatro, Santo Padre: Una, Santa, Católica e Apostólica — respondeu um deles.
– Não há mais de quatro? — indagou o Papa.
– Ela é também Romana: Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana.
– Exatamente, mas não falta mencionar ainda uma característica das mais evidentes? – insistiu o Pontífice. Após um instante de silêncio, ele próprio respondeu:
— Ela é também perseguida! Esse é o sinal de sermos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.

Ódio contra Cristo e sua Igreja

A Igreja é perseguida. De fato, sem essa nota não se entende bem a História da Esposa de Cristo, que já começa sob esse signo na mais tenra infância do seu Divino Fundador. Que mal poderia fazer a Herodes aquele Menino, filho de carpinteiro, nascido numa gruta e deitado numa manjedoura? Nenhum. Mas na ímpia tentativa de tirar-Lhe a vida, o tetrarca não hesitou em mandar assassinar crianças inocentes.

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Quando é inútil rezar?

Comentário ao Evangelho do XXX Domingo do Tempo Comum

Se quisermos ter certeza de que nossa oração é atendida por Deus, devemos imitar o modo de rezar do publicano, humilhando-nos diante d’Ele e pedindo perdão por nossos pecados

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho

 


I – O orgulho: causa de todos os vícios

“Serpentes! Raça de víboras!” (Mt 23, 33). Eis alguns dos títulos saídos dos divinos lábios de Jesus para designar os fariseus. Nesse mesmo capítulo de Mateus, estão agrupadas as principais recriminações de que foram objeto: eram “hipócritas”, despojavam as viúvas, fechavam as portas do Reino do Céu, transformavam seus prosélitos em filhos do inferno, eram “insensatos guias de cegos”, “sepulcros caiados”, herdeiros da maldição pelo “sangue inocente derramado sobre a terra”.

Na realidade, foram eles os mais ferrenhos opositores ao Reino de Deus, trazido pelo Messias. E apesar de as provas a respeito do Reino serem numerosas e evidentes, eles não só as rejeitavam como, se lhes era possível, silenciavam-nas ou ofereciam malévolas interpretações às mesmas.

Em suas almas, onde estaria fixada a raiz desse terrível pecado contra o Espírito Santo?

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O juiz e a viúva

Comentário ao Evangelho do XXIX Domingo do Tempo Comum

Com divina didática, Jesus contrapõe à iniquidade de um juiz a obstinada insistência da fragilidade feminina, para nos mostrar a necessidade de sermos incessantes na oração

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho


A alma humana tem sede do infinito. Por Deus, assim fomos criados e essa é a razão de vivermos em contínua busca da felicidade total, sem dores nem obstáculos, num relacionamento social perfeito e harmonioso. A apetência do ilimitado marca profundamente todas as nossas ações. Esta é, aliás, a principal causa do sentimentalismo romântico e de tantos outros desequilíbrios do convívio humano, no qual buscamos satisfazer entre puras criaturas esse anseio de infinito só saciável por Deus.

O querer obter, a qualquer preço ou esforço, algum bem necessário, ou livrar-se de um incômodo insuportável, não poucas vezes vem penetrado por essa aspiração de plenitude. Esses dois desejos — o de obter e o de livrar-se — são a nota tônica da parábola da Liturgia de hoje. A viúva implora sem cessar, o juiz usa de subterfúgios e evasivas para dela escapar. Por fim vence a insistência da fragilidade sobre um duro coração amante do bem-estar.

Analisemos a parábola em seus detalhes para, ao final, aproveitarmos as conclusões daí provenientes.

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