Rogai por nós, pecadores… Por quê?

O Fundador comenta…

(O comentário abaixo foi extraído de um Boletim  Informativo, Maria Rainha dos Corações, o qual publica uma resposta de Monsenhor João Clá à pergunta de um jovem participante do Oratório. Tal fato ocorreu durante uma conferência proferida por Monsenhor João em um encontro do Apostolado do Oratório em São Paulo, Brasil.)

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Monsenhor JoãoPor que rezar à Mãe de Deus: “Rogai por nós”?
E por que “pecadores”? Quando alguém pratica a virtude, não seria melhor pedir: “Rogai por nós, virtuosos”?

Aí estão três perguntas oportunas e importantes! Elas foram feitas por um jovem participante do Apostolado do Oratório a Monsenhor João Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho.

Vamos acompanhar as respostas, pois certamente elas nos ajudarão a recorrer a Nossa Senhora com maior ardor e confiança e, assim, a ser atendidos com mais abundância e rapidez.

O poder de súplica de Maria

Nossa Senhora foi coroada pela Santíssima Trindade como Rainha do Céu e da terra. Portanto, Ela é a Soberana dos Anjos e Santos do Céu, e de todos nós que ainda estamos em situação de prova nesta vida terrena.

O que significa ser “Rainha”, “Soberana”, do Céu e da terra?

Existem ainda hoje alguns reis e rainhas; por exemplo, o Rei de Espanha e a Rainha da Inglaterra. Eles desempenham funções altamente honoríficas, recebem homenagens das tropas por ocasião dos desfiles militares, etc., mas não exercem soberania efetiva em seus países.

É assim também com Nossa Senhora? De modo algum!

Ao ser coroada, Ela recebeu o poder efetivo de governo de todo o universo. Ela se tornou “toda-poderosa”, por que o Altíssimo lhe deu o pleno poder de súplica.

Isto quer dizer que aquilo que Deus pode pelo fato de ser Deus, a Virgem Maria pode pela eficácia de suas súplicas, que são sempre atendidas pelo Todo-Poderoso. O que Ela pede para qualquer pessoa – mesmo que seja a mais depravada e criminosa do mundo – Ela obtém. Por assim dizer, Ela argumenta com Deus da seguinte forma:

– Está bem, de fato este pecador não merece ser atendido. Mas, pelo amor que Vós tendes a Mim, e Eu tenho a Vós, Eu Vos peço: atendei!

E é infalível: Deus atende sempre! A tal ponto que Ela é chamada de “onipotência suplicante” pelos Santos e teólogos.

Portanto, se queremos obter qualquer graça, o que devemos fazer é recorrer a Nossa Senhora, dizendo: “Rogai por nós.”

Para pedir a Ela o quê? – Pedir tudo! Desde as coisas mais importantes até as mais miúdas, como, por exemplo, encontrar algum objeto perdido, não perder o ônibus, etc.

Somos pecadores

“Rogai por nós, pecadores.” Em primeiro lugar, porque somos mesmo pecadores, não somos totalmente virtuosos. Com exceção da Santíssima Virgem, toda criatura humana é pecadora, por causa do pecado original. Diz a Escritura: “O justo peca sete vezes ao dia”. Só Maria nunca teve a menor sombra de pecado.

Em segundo lugar, porque é isto que nos ensina Jesus na parábola do Evangelho. Dois homens foram ao Templo rezar. Um deles, fariseu, orava: “Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens:ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.” O publicano, porém, batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tende piedade de mim, que sou um pecador.”

E o Divino Mestre adverte: “O publicano voltou para casa justificado, mas o fariseu não. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.”

…agora e na hora de nossa morteNossa Senhora

“Agora’ é em cada segundo, continuamente, sem interrupção.

Mas sobretudo “na hora de nossa morte”.

Porque a hora da morte é o momento decisivo da vida. É quando o demônio faz o esforço supremo para perder a alma, para fazê-la cair no desespero e ser condenada ao inferno. Por este motivo, é a hora em que mais precisamos do socorro de nossa celeste Advogada.

Então, quanto mais rezarmos “rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte”, mais seguros estaremos de morrer em estado de graça e ir para o Céu. Ir para o Céu!… A única coisa que tem realmente importância na vida é isto! Tudo o mais é secundário.

(Extraído do Boletim-informativo, Maria Rainha dos Corações. N° 5)

*          *          *

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Nosso e-mail: oratorio.secretaria@arautos.com.br

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Veja também: Para uma boa Confissão

Coordenadores de Maringá visitam o Seminário dos Arautos

Há poucos dias publicamos um post sobre a vinda dos coordenadores do apostolado do oratório de Maringá a São Paulo, onde estiveram presentes na devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês na Catedral de São Paulo, e de visita ao Seminário dos Arautos  para participarem da Santa Missa dominical na matriz-provisória da Paróquia Nossa Senhora das Graças localizada no seminário. Infelizmente, não possuíamos as fotografias para ilustrar esse acontecimento, entretanto, por uma cortesia do Sr. Sérgio M. chegou-nos às mãos as fotos, e agora sim, a matéria ficará completa.

O domingo foi um dia especial pois, entre os peregrinos haviam alguns meninos e adultos que fariam a sua Primeira Comunhão! O leitor poderá notar pelas fotos o ambiente abençoado que envolveu toda a cerimônia. Clique nas fotos abaixo e confira:

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Que seja essa a primeira de muitas e muitas comunhões!

Visita dos Coordenadores de Maringá

Neste último fim-de-semana, uma caravana de Coordenadores do apostolado do oratório da cidade de Maringá-PR, esteve visitando os Arautos do Evangelho aqui em São Paulo.

A caravana visitou a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, matriz-provisória da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Seminário dos Arautos do Evangelho em Caieiras – SP, participando da Santa Missa no domingo, celebrada por Monsenhor João Clá Dias; como também, estiveram presentes na Catedral de São Paulo no sábado, onde participaram da devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês promovida pelos Arautos do Evangelho. Para os nossos amigos  maringaenses, esse foi um Primeiro Sábado muito especial pois, a Santa Missa foi celebrada pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo, D. Odilo Pedro Scherer.

Infelizmente, não possuímos as fotografias que ilustram esses dois fatos narrados acima, entretanto, os Supervisores do apostolado do oratório em São Paulo convidaram os nossos amigos para um saboroso almoço na Sede do Apostolado do Oratório. E esse fato sim, vamos ilustrar com fotos!

Ademais do almoço, um surpresa estava reservada para os nossos amigos: a entrega dos medalhões dos Coordenaroes do apostolado do oratório. Clique abaixo e veja  como foi.

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Esperamos que nossos amigos maringaenses tenham gostado da recepção e aproveitado muito esses dois dias em que estiveram em contato com o carisma dos Arautos do Evangelho, e que voltem em breve!

Salve Maria!

A vitória de Cristo sobre a morte

 

O Fundador comenta…

Monsenhor JoãoMons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Tomados de adoração, uma vez mais acompanhamos ao longo da Semana da Paixão, o quanto a morte teve uma aparente vitória no Calvário.

Todos que por ali passavam podiam constatar a “derrota” de Quem tanto poder havia manifestado não só nas incontáveis curas por Ele operadas, como também em Seu caminhar sobre as águas ou nas duas vezes em que multiplicou os pães. Os mares e os ventos Lhe obedeciam, e até mesmo os demônios eram, por sua determinação, desalojados e expulsos. Aquele mesmo que tantos milagres prodigalizara havia sido crucificado entre dois ladrões…

Porém, a maneira pela qual fora removida a pedra do sepulcro e o desaparecimento dos guardas, eram de si, uma prova sensível do quanto havia sido derrotada a morte, conforme o próprio São Paulo comenta: “A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Cor 15, 55).

Os fatos subseqüentes tornaram ainda mais patente a triunfante Ressurreição de Cristo e a vitória, não só sobre Sua própria morte, como também sobre a nossa. Ele é a cabeça do Corpo Místico e, tendo ressuscitado, trará necessariamente a nossa respectiva ressurreição, pois esta nos é garantida pela presença dEle no Céu, apesar de estarmos, por ora, submetidos ao império da morte. De maneira paradoxal, aquele sepulcro violentamente aberto a partir de seu interior, deu à morte um significado oposto, passou ela a ser o símbolo da entrada na vida, pois Cristo quis “destruir pela sua morte aquele que tinha o império da morte, isto é, o demônio”, e assim libertar os que “estavam em escravidão toda a vida” (Hb 2, 14).

São Paulo tem sua alma transbordante de alegria em face da realidade da Ressurreição de Cristo e nela encontramos nosso triunfo sobre a morte, tal qual ele próprio nos diz: “E assim como todos morreram em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Cor 15, 22).

Posteriormente, não só o demônio e a morte, mas o próprio mundo foi derrotado: inúmeros pagãos passaram a se converter e muitos entregaram a própria vida para defender a cruz, animados pelas luzes da ressurreição do Salvador. Em função dela, passaram a ser acolhidos no Corpo Místico

todos os batizados que, revitalizados pela graça e sem deixarem de estar incluídos no mundo, tornaram perpétuo o triunfo de Cristo: “Tende confiança! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33).

Trata-se, portanto, de uma vitória ininterrupta, mantendo seu rútilo fulgor tal qual no dia de Sua ressurreição, sem uma fímbria sequer de diminuição. Com a redenção, Cristo lacrou as portas do seio de Abraão depois de ter libertado, de seu interior, as almas que ali aguardavam a entrada no gozo da glória eterna.

Essas são algumas considerações que nos facilitam compreender o porquê de ser a Páscoa da Ressurreição a festa das festas, a solenidade das solenidades, pois o mistério nela presente é de suma importância para a história da Cristandade, tal como afirma São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Cor 15, 14).

Podemos afirmar também ser a Ressurreição a festa de nossa esperança, pelo fato de nela encontrarmos não só o extraordinário triunfo de Cristo, como também o nosso próprio, pois se Ele ressurgiu dos mortos, o mesmo se passará

conosco. E é em vista desse futuro triunfo nosso que desde já nos é feito o convite para abandonarmos os apegos a este mundo, sem olhar para trás, fixando nossa atenção nos absolutos celestes, conforme nos aconselha o Apóstolo: “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com Ele na glória” (Cl 3, 1-4).

Aí está mais uma maravilha a aumentar a nossa esperança de que alcançaremos a verdadeira e eterna felicidade, garantida pelo próprio Cristo Ressurrecto.

(Extraído do Boletim-informativo “Maria Rainha dos Corações”, nº 40)

 

Encontro na sede do Apostolado do Oratório

Já faz alguns dias, publicamos no blog as fotografias do retiro para supervisores do Apostolado do Oratório realizado na Vila Dom Bosco, na cidade de Campos do Jordão, em São Paulo.

Recentemente, promovido pelos supervisores do Oratório, vários participantes do retiro que vivem na cidade de São Paulo e regiões vizinhas, reuniram-se para um agradável convívio na sede do Apostolado do Oratório.

Era um grande desejo dos participantes do retiro, encontrarem-se novamente e poder conversar sobre todas as impressões do retiro, e desta maneira, relembrarem juntos os abençoados momentos vividos na Vila Dom Bosco.

MISSA DOMINICAL 099O primeiro encontro foi na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Seminário dos Arautos do Evangelho, em Caieiras.

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Na ocasião puderam compartilhar com Monsenhor João Clá Dias, fundador dos Arautos, as bençãos recebidas no retiro, em uma rápida conversa antes da celebração da Missa Dominical. Na ocasião, vendo todo o benefício espiritual que o retiro havia produzido nos supervisores do Oratório, Monsenhor João Clá atendeu bondosamente ao pedido de um dos supervisores, colocando um nome ao grupo de supervisores que participaram do retiro: “Nossa Senhora do Bom Conselho”.

Na semana seguinte, o encontro realizou-se na sede do Apostolado do Oratório.

Inicialmente, o Pe. Julio Ubelhode, EP, um dos três sacerdotes que estiveram atendendo os retirantes na Vila Dom Bosco, celebrou a Santa Missa, relembrando a importância de todo os propósitos que cada um fez no retiro.

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Logo após a Missa, todos foram convidados para um jantar na mesma sede do Apostolado do Oratório, onde foi servido uma saborosa pizza. Ao final, foi projetado um áudio-visual sobre o Retiro em Campos do Jordão.

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Terminado o programa, todos regressaram a suas casas, suas cidades, onde dedicarão parte de seu tempo às atividades do Apostolado do Oratório, dos Arautos do Evangelho.

Ainda neste mês de março, começará um curso de formação em doutrina católica, dada pelos Arautos do Evangelho, aos supervisores do grupo de Nossa Senhora do Bom Conselho, onde eles poderão aprofundar seus conhecimentos para melhor dedicarem-se ao apostolado.

Meditação para o Primeiro Sábado

Jesus é condenado à morte

 

Cristo crucificadoEle próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário”.

(Jo 19, 17)

 

 

 “Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado”. (Is 53, 4)

  

Introdução

 

Durante esta Quaresma e, de modo especial, nos dias cheios dos imponderáveis sérios e graves da Semana Santa, acheguemo-nos aos pés da Cruz de onde pende o Salvador abandonado por quase todos – sobretudo neste século em que tantos e tantos homens só procuram o prazer e o bem-estar pessoal – e coloquemos nas mãos da Mãe Dolorosa, cuja alma foi transpassada pelo gládio da dor, toda a nossa entrega e disposição de padecer por Cristo e por Sua Igreja.

 

Oração inicial

 

 Ó Virgem Dolorosa, nós sabemos que juntamente com Vosso divino Filho sofrestes as dores da Paixão. Vós sofrestes como Mãe, quase que na própria carne – porque mais dói a dor da alma do que a do próprio corpo. No caminho do Calvário, Vós encontrastes Jesus quando carregava a cruz às costas. Ó Mãe Santíssima nós Vós pedimos graças super abundantes, graças eficazes, graças até místicas para bem realizar esta meditação e que ela de fato possa, de alguma forma, reparar o Vosso Sapiencial e Imaculado Coração por tantos crimes, tantos horrores e pecados que ocasionaram a Paixão de Vosso divino Filho. Hoje, ao considerardes esses crimes, blasfêmias, pecados, que vos recordeis das dores de Jesus e das vossas dores, em união com Ele.

Que essas dores penetrem em nossos corações e que cheios de arrependimento por nossas faltas, cheios de mágoa e ao mesmo tempo cheios de desejo de emenda para este mundo tão pecador. Alcançai-nos nesta meditação, a compreensão do quanto o pecado atrai sobre nós o castigo, e o quanto o pecado sem arrependimento, atrai a cólera de Deus.

Doce Coração de Maria, aceitai esta humilde meditação como emenda para nós e reparação ao Vosso Sapiencial e Imaculado Coração.

 

Assim seja!

1 – Jesus abraça a cruz: o símbolo da vergonha!

 

cruz com os coraçõesEm verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado”. (Is 53, 4)

 

Jamais um romano poderia ser condenado à morte de crucifixão, por ser símbolo máximo de desonra, reservada aos piores criminosos. O sinal da vergonha por excelência foi abraçado por Jesus, “Ele próprio carregava a sua cruz…” (Jo. 19, 17).

Bem se poderia ver naquela cruz a imagem de nossos pecados. “Quem pode, entretanto, ver as próprias faltas?” (Sl 18, 13). Quem entenderá o pecado ? Este é o pior de todos os males, o ato de maior oposição a Deus. Naquela cruz estavam todos os meus pecados …

Neste passo da Paixão, Jesus toma sobre Seus adoráveis ombros meus pecados Entretanto, o Divino Redentor é Rei tão grandioso que transformará a cruz em objeto de elevada nobreza e distinção. Ela será colocada no alto das torres das igrejas, nas coroas dos reis e será objeto do amor apaixonado dos santos.

Como Jesus recebeu a cruz?

A cruz está diante de Nosso Senhor que contempla aquele instrumento de dor; como Ele a acolheu ? Aceitou, já que não havia remédio; apenas aprovando o sofrimento?

Não. No caminho da Paixão, Jesus nos deu um luminoso e admirável exemplo.

Conta uma piedosa revelação que, quando recebeu das mãos dos carrascos a Cruz, Nosso Senhor se ajoelha sem auxílio de ninguém, com as forças quase desaparecidas, contudo, Ele está ali com disposição, com ardor, abraça a cruz e a beija amorosamente; e, tomando-a sobre os ombros, leva-a até o alto do Calvário.

Ora,’a teologia nos ensina que, para resgatar o gênero humano, teria bastado Nosso Senhor Jesus Cristo oferecer a Deus Pai um simples gesto, ou até mesmo um piscar de olhos, por serem de valor infinito todos os Seus atos. Portanto, uma única gota de sangue derramado durante a Circuncisão seria suficiente para realizar a obra da Redenção.

Entretanto, decretou o Padre Eterno que Ele deveria sofrer a Paixão e Morte de Cruz. O Filho, que por Sua natureza divina não era capaz de sofrer, quis assumir nossa carne em estado padecente, e não em corpo glorioso, como correspondia à Sua alma, que se encontrava na visão beatífica desde toda eternidade’. (Rev.Arautos do Evangelho nº 87, Ir. Clara Isabel Morazzani Arráiz, EP; mar.2009, p. 22)

 

Ponto de reflexão

 

Que devo eu oferecer a Jesus neste momento em que O vejo beijar a cruz ?

Ó Jesus meu! Ao ver-Vos ajoelhado para abraçar a cruz, lanço-me a Vossos pés contrito e humilhado. Quantas e inúmeras vezes Vos ofendi?

Eu me transformei no horror do universo inteiro, em todas as ocasiões que pequei contra Vós.

Perdão, Senhor, perdão! Consumi todas as minhas culpas na Vossa infinita misericórdia e transformai-as em mais uma coroa de Vossa glória.

 

 

2 – Jesus cai debaixo da cruz.

 

Cristo carregando a cruzMas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades.

O castigo que nos salva pesou sobre ele, e fomos curados graças às suas chagas”

(Is 53, 5).

Meditação  

 

Terríveis são os nossos crimes, eles fazem cair ao solo um Deus feito homem.

Não era longo o caminho até o Calvário, mas Jesus ainda cairá mais duas vezes mais. O esgotamento produzido pela flagelação, sucedida da coroação de espinhos, a noite sem dormir… O peso de nossas ofensas O faz perder as forças.

Bem poderia negar-Se a continuar Sua Via Sacra. Bastaria todo o ocorrido até aqui para justificar a incapacidade de prosseguir. Mas, Ele deseja ensinar-nos a nunca desanimar.

Nesse passo, Ele demonstra estar disposto a nos reeguer de nossas quedas, por piores que sejam.

 

Oração

 

 Ó Jesus, castigado por meus crimes e esmagado por minhas infidelidades, quanto Vos adoro e Vos agradeço por quererdes reerguer-me de minhas quedas. Elevai-me desta situação em que me encontro, produzi em mim uma verdadeira conversão, para que eu retorne ao caminho da salvação e nunca desanime. Que eu deteste tudo aquilo que me separa de Vós, morra para o pecado e jamais desonfie do Vosso socorro.

 

 

3- Jesus cai pela segunda vez!

 

…o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador”. (Is 53, 6-7)

Meditação

 

 Nada acontece a Jesus sem um profundo significado. Tudo n’Ele é simbólico e tem sua razão de ser. Essa segunda queda acentua ainda mais a noção de quanto pesam, sobre seus sagrados ombros, os nossos pecados.

Suas forças vão enfraquecendo a cada passo e, apesar do auxílio do Cireneu, a cruz vai se tornando esmagador. Quem, ao cair pela segunda vez naquelas circunstâncias, não se deixararia permanecer no solo?

Teria chegado a oportunidade para desistir. Porém, como eram suaves aquelas quedas no caminho em comparação com os sofrimentos que ainda viriam.

Ademais, quis Jesus mostrar-nos qual deve ser a extensão de nossa confiança, mesmo quando recaímos em nossas faltas. O Salvador está sempre disposto a nos perdoar e para isto é fundamental nunca desanimar. Tendo Ele assumido nossas culpas, jamais deixará de nos reerguer. Duvidar da misericórdia infinita de Deus, tão desejoso de nos perdoar e salvar, é uma ofensa ainda pior do que o próprio pecado, segundo ensina Santo Agostinho.

 

Oração

 

 Uma segunda queda, ó Jesus! Vejo bem o quanto Vos pesam os meus crimes. As pedras do caminho são menos duras que meu coração. Se elas fossem dotadas de inteligência e vontade, começariam a soluçar de compaixão!  

 

 

4- Jesus cai pela terceira vez!

 

Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os Seus passos.

Carregou os nossos pecados em Seu corpo para que, mortos os nossos pecados, vivamos para a justiça” (I Pe 2, 21, 24).

 

Meditação

 

Aí está, diante de nossos olhos e sob o peso da cruz, banhada já pelo preciosíssimo e adorável Sangue do Redentor, caído ao chão pela terceira vez.

Uma vez mais a imagem de nossa miséria. Assim somos nós. Os nossos melhores atos de virtude vêm sempre embebidos das faltas que tanto atormentam a delicada e sensível consciência dos santos. “Afinal, não pecarei mais”, foi o último gemido lançado por São Luís Grignion de Montfort, antes de expirar.

 

Reflexão

 

Quantas e quantas vezes não fomos relaxados no cumprimento de nossos deveres, na prática da virtude, no evitar as ocasiões que nos levam ao pecado… Como estamos longe da perfeição, deixando Jesus ser quase esmagado sob o peso da Cruz, sem me preocupar em ajudá-Lo!

Por outro lado, Jesus nos repete: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida!” (Jo 14, 6). Ele nos dá o divino exemplo: não devemos nos apoiar nas inconsistentes promessas humanas; só no sobrenatural está nosso amparo e proteção. Nem o ressentimento pode ser a nossa lei. Se nos abandonam ou nos perseguem, e caimos sob o madeiro das decepções, jamais o desânimo nos abaterá, desde que nós sigamos o exemplo do nosso Divino Mestre: retomar a cruz e chegar ao fim.

Sempre há mais para dar, mesmo quando o fôlego parece já não existir. Essa é também uma das lições contidas nesta Estação.

 

 

5 – Jesus é pregado na cruz

 

instrumentos da paixão “Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. Pilatos redigiu uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus” (Lc 23, 33; Jo 19, 19).

 

Meditação

 

Por fim chega Jesus ao Calvário, lugar onde segundo uma piedosa e antiga tradição, Adão havia sido sepultado. Ali abundara o pecado, ali transbordaria a graça.

Crucificado! Aquela mesma cruz que tanto Lhe pesara sobre os ombros seria Seu instrumento de morte.

Os braços abertos para atrair a Si a humanidade inteira, sem distinção de pessoas de qualquer espécie, conforme afirma São João Crisóstomo. Já em estado pré-agônico, enormes cravos perfuram Suas sagradas mãos e divinos pés, levando-O a contorcer-Se sob a ação da dor.

Ao pé da cruz, enquanto os soldados repartiam entre si do Divino Crucificado, Ele entregava mais Sua preciosa herança – Maria Santíssima – ao discípulo amado, num último e supremo gesto de amor filial. Também ali estavam as Santas Mulheres, dignas de admiração por sua corajosa determinação de permanecer junto à cruz, os olhos postos no Salvador, impávidas diante do ódio dos fariseus que pusera em fuga os Apóstolos.

Nossa Senhora das Dores. – Mas, exemplo sem igual nos dá a Mãe de Deus, como lembra Teófilo: “Imitai, ó mães piedosas, esta que tão heróico exemplo deu de amor maternal a seu amantíssimo Filho único; porque nem vós tereis mais carinhosos filhos, nem esperava a Virgem o consolo de poder ter outro”.

 

Oração Final

 

 Eu vos dou graças, Ó Jesus meu! Reconstituo, nesta meditação reparadora, o drama da loucura de amor de um Deus por suas criaturas. Se fosse eu o único a haver pecado, Vosso procedimento não teria sido outro. Por isso, afirmo com toda certeza: Vós fostes crucificado por mim. Nada faltou para Vos fazer sofrer até o extremo da dor.

Que Vossa crucifixão arranque de minha alma os caprichos e os vícios que me desviam de Vós. Quantos apegos, quantas paixões, quantos delírios… Concedei-me as mesmas graças derramadas sobre o bom ladrão e possa eu, assim, um dia estar convosco no Paraíso.

 

Ave Maria, Rainha dos Mártires, cuja alma foi transpassada pelo gládio da dor.

 

 

Referência: Via Sacra, Mons. João S.Clá Dias, Takano Editora Gráfica Ltda., 1ª edição, março de 2001.