“E nos fez mercê de preciosas e ricas promessas, para assim nos fazer partícipes da natureza divina”.
(2 Pe 1, 4)
A graça santificante
Em forma de proposição clara e simples, expor-se-á em seguida a doutrina fundamental sobre a natureza da graça, explicando depois palavra por palavra*.
Ei-la: A graça santificante é um dom divino, uma qualidade sobrenatural infundida por Deus em nossa alma, que nos dá uma participação física e formal da própria natureza divina, tornando-nos semelhantes a Ele em sua própria razão de deidade. Segue a exposição detalhada dessa magnífica proposição.
Na ordem puramente natural o homem é uma criatura de Deus, já que dEle recebeu seu próprio ser e sua própria existência através de seus pais naturais. Entretanto, falando com toda exatidão e precisão teológicas, não se pode dizer que seja nesta ordem um verdadeiro “filho” de Deus
O homem, criatura de Deus
Toda verdadeira filiação seja de que ordem for, consiste em receber, por via de geração natural a vida e a natureza específica do próprio pai. Não há outro procedimento possível para estabelecer a relação pai-filho no sentido estrito que a via de causalidade geradora.
O escultor que reproduz fielmente no mármore os traços fisionômicos exatos de seu filho, é o autor da estátua, mas de nenhum modo pai da mesma, uma vez que, por muito impressionante que seja a semelhança com seu filho natural, não pôde transmitir ao mármore sua própria vida e natureza especificamente humanas.
Ora, na ordem puramente natural, Deus Criador nos comunica, através de nossos pais, o ser e a natureza específica do homem, mas não seu próprio ser e sua própria natureza divina.
A consideração da passagem desta vida para a eternidade muitas vezes nos inquieta. Entretanto, tal pensamento é altamente benfazejo para compenetrar-nos da necessidade de evitar o pecado que, sem o arrependimento e o imerecido perdão, poderá fechar-nos, para sempre, as portas do Céu
Quem conhece as circunstâncias em que a morte vai surpreender cada um de nós? Quem nos garante a presença de um sacerdote disponível para ministrar os últimos Sacramentos?
No dia derradeiro já não haverá tempo de mudar, a não ser que nos seja concedida uma graça fulminante e eficaz, pois não somos capazes de modificar nosso comportamento no espaço de um instante e recuperar tudo aquilo que era preciso ter sido realizado durante uma vida inteira.
Portanto, perante a iminência da morte, reagiremos como estamos acostumados a fazer. (…)
Quão ilusório se patenteia, então, o cálculo de muitos: “Deus é bom! Ele certamente dar-me-á um aviso antes de me chamar, e, no fim, me arrependerei, rezarei um tanto, e com uma absolvição tudo se resolverá!”.
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Mons. João Scognamiglio Clá Dias – O inédito sobre os Evangelhos II, pgs. 361-362
Certa vez um Anjo resolveu percorrer a terra em busca da mais bela das criaturas
Contemplava, maravilhado, a obra dos seis dias e encantava-se com os reflexos das perfeições divinas nela contidos. Enternecia-se com a singeleza das plantas e a ordenação dos pequenos animais, enlevava-se com a vastidão dos mais diversos panoramas, impressionava-se com a majestosa e implacável força da natureza.
A humildade é um dos importantes esteios para a perseverança do católico, como salvaguarda da virtude da pureza e da autenticidade de qualquer ato piedoso
Plínio Correa de Oliveira
A Ladainha da Humildade, escrita pelo Cardeal Merry del Val, Secretário de Estado do Papa São Pio X, embora magnífica e de inestimável proveito para as almas, devendo ser rezada amiúde, poderia admitir certo desenvolvimento particularmente útil para os membros de nossa obra.
Contrária à visão egoísta da vida
Nesse sentido, ocorreu-me fazer uma aplicação dos mesmos conceitos enunciados pelo a um tópico que nos interessam de modo especial.
Uma nova etapa na vida espiritual de centenas de famílias se iniciou neste último fim de semana na cidade de Nazaré Paulista, ao receberem em suas casas, o Oratório do Imaculado Coração de Maria
A devoção ao Imaculado Coração de Maria e ao Rosário, hoje em dia mais do que nunca, são as principais armas do católico na luta contra si mesmo, contra suas más tendências, como também é um grande meio de atrair graças para a Igreja e para o mundo inteiro.
A esse propósito, disse a Santíssima Virgem*:
“Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação. E serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono”
Sobre a devoção do Rosário, São João Paulo II escreveu em sua carta Rosarium Virginis Mariae**: