E Jesus compadeceu-Se delas…

XI Domingo do Tempo Comum

Não poucos sacrificaram a própria vida ao longo da História, por Deus ou por um ente querido. Mas por um inimigo, quem estaria disposto a fazê-lo? Foi o que Jesus fez para salvar cada um de nós!

Mons. João S. Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho

 

Naquele tempo, 36 vendo Jesus as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37 “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1 Jesus chamou os Doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2 Estes são os nomes dos Doze Apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5 Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6 Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7 Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 9, 36––10, 8).

Deus nos amou primeiro!

A ninguém escapa esta evidência do dia a dia: aquilo que compõe o nosso entorno é objeto de tanto maior apreço quanto mais tivermos oportunidade de o modelar segundo o nosso gosto. Por exemplo, quando compramos uma casa, é porque ela nos agrada, caso contrário não a adquiriríamos. Mas, sobretudo, é depois de despendermos todos os esforços para torná-la bela de acordo com as próprias preferências, que passamos a valorizá-la de modo especial.

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Como enfrentar as desilusões?

Comentário ao Evangelho do XXVII Domingo do Tempo Comum

Ao longo da existência nos deparamos com situações imprevistas que podem levar ao desânimo. Só na fé robusta encontraremos força para enfrentá-las

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

O ser humano quer relacionar-se com os demais

Imaginemos um homem punido com o isolamento, preso na masmorra de uma longínqua torre, convencido de estar inteiramente afastado de tudo e de todos. Nessa triste situação, sem a mínima possibilidade de comunicação com qualquer pessoa, vê passarem-se os dias…

Certa tarde de calor, porém, deita-se no chão e ouve, de repente, um rumor de vassoura em plena atividade. Surpreendido, aproxima-se da parede, coloca ali o ouvido e, percebendo pelos ruídos tratar-se da presença de alguém do lado oposto, dá algumas pancadas no muro. A resposta chega de imediato. É outro pobre preso que sofre de igual problema: isolado, deseja entrar em contato com alguém a quem possa transmitir suas aflições e que o entenda naquela infeliz situação. Depois de muitas batidas descobrem que, falando junto ao ralo da cela, conseguem se fazer ouvir um ao outro e, a partir daí, começa um verdadeiro relacionamento entre ambos os cativos, causando-lhes imensa consolação. Pois, o isolamento absoluto que era o maior tormento daquele cativeiro, por ferir o instinto de sociabilidade, de alguma forma, tinha-se rompido com o estabelecimento desse rudimentar modo de comunicação.

Essa singela história nos ilustra a necessidade intrínseca ao homem de entrar em contato com seus semelhantes.

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Meditação do Primeiro Sábado de maio 2019

III Mistério Glorioso

Descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos

Chamados a renovar a face da terra

Pentecostes – Catedral de Santa Maria La Real – Pamplona – Espanha

Composição de Lugar

Façamos nossa composição de lugar imaginando a sala onde os Apóstolos de Jesus estão reunidos, juntamente com Nossa Senhora, “perseverando em oração”.

Ali recolhidos, esperam o cumprimento da promessa de Jesus, que lhes enviaria o Espírito Santo. Em determinado momento, eles ouvem um grande ruído semelhante ao de uma forte ventania. Surpresos, veem surgir pequenas labaredas sobre suas cabeças.

Logo se sentem transformados, cheios de Fé, de amor a Deus e de entusiasmo pela missão que o Senhor lhes confiara.

 


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Somos católicos? Então somos apóstolos!

“Pregue o Evangelho em todo tempo.
Se necessário, use palavras” (São Francisco de Assis)

Ir. Alcidio Miranda, EP

“Cristo pregando aos seus discípulos” – Detalhe do púlpito da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, Montreal (Canadá)

Como bem descreveu nosso fundador, no comentário do evangelho deste domingo:

“No mundo de hoje, quantos perdem a Fé, por não aguentarem a pressão do ambiente de ateísmo prático que os envolve? E por isso, em nossos dias, talvez seja mais meritório proclamar a Fé diante do riso irônico de um círculo de pseudoamigos, do que o era ante o rugido das feras no Coliseu, nos primeiros tempos do Cristianismo.”*

Não sejamos assim. Cabe ao católico, onde estiver, em seu ambiente familiar, profissional, escolar, etc, manifestar com segurança, alegria e ufania a sua Fé.

E é assim que tem feito a coordenadora Antonia, de Manaus/MA.

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Boletim Maria Rainha dos Corações setembro/outubro 2018

Uma nova era na espiritualidade do gênero humano
se inicia publicamente com o milagre das Bodas de
Caná. Além de conferir ao casamento um altíssimo
significado, Jesus inaugura a mais excelente via para
se obter o perdão e a graça: confiar na mediação e
na onipotência suplicante de Maria

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

As bodas de Caná, Gerard Davi, Museu do Louvre, Paris

Depois de chamar os cinco primeiros seguidores, quis o Mestre operar algo para confirmá-los na Fé. Foi provavelmente por essa razão que Jesus “manifestou sua glória”, efetuando seu primeiro milagre nas Bodas de Caná (Jo
2, 11). E assim procedeu devido a uma suave e afetuosa súplica de sua Mãe.

O Evangelho ressalta o importante papel de intercessora de Maria. Jesus estava iniciando sua missão pública e desejava fundar a Igreja com vistas à santificação de todos. Ora, a célula mater da estruturação social sempre foi, e nunca deixará de ser, a família. Nas Bodas de Caná, segundo a interpretação de famosos teólogos e exegetas, Jesus quis reafirmar a importância conferida pela sociedade antiga à união conjugal e santificá-la, preparando assim as vias para dar-lhe um caráter sacramental.

A súplica onipotente de Maria

A História nada registra sobre a origem das relações entre a Sagrada Família e os nubentes, nem sequer por que Jesus e Maria foram convidados para a festa. Os detalhes perderam-se pelo caminho, talvez por desígnio de Deus, a fim de concentrar a atenção dos séculos futuros na tão paradigmática festa das núpcias de Caná. Ali está simbolizado o lar católico como deve ser, e indicada a conduta a seguir face aos problemas e dificuldades da vida. Ali está prefigurada a família cristã assistida por Cristo, através da intercessão de Maria.

A partir desse episódio, todos os cônjuges, até o fim do mundo, devem firmar-se na certeza de que Jesus solucionará qualquer drama ou aflição, se invocarem a onipotente mediação de Maria.

Por intercessão de Maria

E foi numa festa nupcial que, a pedido de sua Mãe, Jesus quis realizar seu primeiro milagre, para assim tornar patente aos olhos do mundo o quanto o matrimônio deve ser tomado como uma via de santificação. Maria já se encontrava nas bodas quando chegaram Jesus e seus discípulos. Jesus operou a transformação da água em vinho por intercessão de Maria, para nos inculcar a convicção de que, apesar de não haver chegado a hora, por uma palavra dos lábios da Mãe, Ele nos atenderá. Eis que em Caná abriu-se uma nova era na espiritualidade do gênero humano, com a inauguração de um especial regime da graça.

Ademais, em Caná, Maria nos ensina algo muito importante. Numa análise superficial, parece inexplicável a atitude de Nossa Senhora, pois, apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo quanto Este lhes dissesse. Não havia Ele dito que não chegara ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa.

Esclarecem-nos os teólogos ser esta atitude de Maria uma excelente lição para nós. Nem todas as determinações de Deus são absolutas. Há algumas que são condicionadas às nossas orações. Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os noivos e seus convidados não teriam tomado o melhor dos
vinhos da História, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre.

Em Caná, aprendemos de Maria o quanto Deus quer as nossas orações e a nossa colaboração em sua obra. Devido a esse sublime papel de medianeira e de onipotência suplicante da Santíssima Virgem, que se inicia publicamente nas Bodas de Caná, talvez pudéssemos dividir a História da espiritualidade em duas grandes eras: antes de Maria e depois de Maria.

Clique na foto para baixar o arquivo do boletim

Veja também:

A Origem do Canto Gregoriano
Grande fervor mariano na IX Peregrinação Nacional ao Santuário de Aparecida

Meditação para o Primeiro Sábado de março de 2015

– 4ª Mistério Luminoso –

I – Promessa, Fé e luta

Ao longo de todo o período da vida pública de Nosso Senhor transcorrido até o episódio narrado neste Evangelho, os Apóstolos estavam acostumados a vê-Lo realizar os mais estrondosos milagres. Tais prodígios atestavam, de forma clara, a sua divindade, (2) e sua onipotência seria manifestada ainda com maior esplendor na instituição da Eucaristia. Ao mesmo tempo, Ele acabava de revelar sua próxima Paixão, que traria uma terrível prova. Chegara também o momento no qual Nosso senhor iria se entregar à morte, sendo então preso, julgado, flagelado, coroado de espinhos e crucificado. Dura prova para a pouca Fé dos Apóstolos! Que, tíbios como eram, não tinham acreditado nas profecias que três vezes Nosso Senhor fizera, anunciando a sua Paixão, morte e Ressurreição.

1 – Jesus revela no Corpo a glória de sua Alma

Tendo em vista prepará-los para esses acontecimentos, Nosso Senhor chamou os três Apóstolos com quem tinha maior familiaridade e os levou ao Monte Tabor. Eles, depois, deveriam fortalecer os outros, consolando-os com a perspectiva da Ressurreição.

Embora a oração ocupe um lugar primordial na vida do Mestre, esta não foi seu único objetivo com a subida à montanha. Mais do que isso, pretendia mostrar quem realmente era, conforme ressalta Maldonado: “Cristo costumava subir aos montes para orar, onde a solidão é maior e mais livre é a contemplação do Céu. Não se deve concluir das palavras de Lucas, entretanto, que Cristo subiu só com o propósito de orar, mas que, conforme seu costume de rezar nos assuntos árduos quis fazê-lo desta vez antes de manifestar a sua glória. […] Não nos esqueçamos, também, que na maior parte das vezes a glória de Deus se manifesta nos montes, que estão mais próximos do Céu e mais afastados da Terra, e não nos vales”(3) (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, dependendo da versão, depois de clicar em (Leia mais aqui!), será preciso procurar o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de fevereiro de 2015