Conclave: Fumaça branca no Vaticano, «habemus Papam»

Centro Televisivo do Vaticano
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Cidade do Vaticano, 13 mar (Ecclesia) – Os 115 cardeais reunidos em Conclave no Vaticano acabam de eleger um novo Papa, como indica a fumaça branca que está a sair da chaminé colocada sobre a Capela Sistina desde as 19h06 locais.

O sucessor de Bento XVI, que renunciou ao pontificado, foi eleito no quinto escrutínio da reunião eleitoral iniciada esta terça-feira, pelas 16h30 (hora de Roma, menos uma em Lisboa).

Os sinos da Basílica de São Pedro acompanha a ‘fumata’, ao som das palmas das pessoas que enchem a Praça de São Pedro.

Este Conclave teve aproximadamente a mesma duração do de 2005, que no dia 19 de abril elegeu Bento XVI ao fim de dois dias e quatro escrutínios.

Dentro de 45 minutos, previsivelmente, será anunciado aos fiéis de todo o mundo o nome do novo Papa.

A bênção ‘urbi et orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo), desde a varanda central da Basílica de São Pedro, é o primeiro ato público previsto para o novo Papa, após a sua eleição.

O eleito pelos cardeais no Conclave que se iniciou hoje vai surgir perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

O anúncio oficial, em latim, vai ser feito pelo cardeal protodiácono, D. Jean-Louis Tauran: ‘Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam: Emminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum …, Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem…, qui sibi nomen imposuit … (Anuncio-vos uma grande alegria, temos Papa: o eminentíssimo e reverendíssimo senhor …, cardeal da Santa Igreja Romana…, que escolheu o nome ….)”.

Pouco depois, o próprio Papa, com as vestes pontifícias, aparecerá ao balcão da Basílica do Vaticano, para uma saudação e a bênção.

O Conclave de 2013 tem uma novidade relativamente aos seus atos finais: após a eleição, há um momento de oração e o novo Papa vai rezar em privado, na Capela Paulina, antes de saudar os fiéis.

A eleição implica uma maioria de dois terços dos votos: o candidato eleito é questionado pelo cardeal que preside ao ato eleitoral (D. Giovanni Battista Re, primeiro na ordem de precedência), em latim, para saber se aceita esta decisão (Acceptasne eletionem de te canonice factam in Summum Pontificem?) e qual o nome que vai escolher (Quo nomine vis vocari?).

O mestre das cerimónias litúrgicas é chamado, desempenhando funções de notário, e redige um documento de aceitação perante dois cerimoniários (assistentes) que entram e servem de testemunhas.

Este documento entrará em vigor imediatamente depois da sua publicação no jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, por determinação de Bento XVI.

Após a aceitação, o novo Papa vai até à chamada ‘sala das lágrimas’ (a sacristia da Capela Sistina), para vestir a batina branca (preparadas em três tamanhos) e as vestes próprias, regressando para ocupar o lugar de presidência.

Nesta altura é lida uma passagem do Evangelho ligada à figura do Papa, com uma breve oração, e os cardeais prestam homenagem e apresentam a sua obediência ao novo pontífice.

OC – Agência Ecclesia

Aberto o conclave: o programa de hoje

Foto: Gustavo Kralj

Cidade do Vaticano, 12 mar (RV) – Com a Missa Pro Eligendo Pontifice, abriu-se nesta terça-feira, 12, o Conclave para a eleição do novo Papa. Desde as 7h (3h de Brasília), os 115 cardeais eleitores começaram a se acomodar na Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, onde ficarão hospedados durante toda a duração das votações. Cada um terá seu quarto – os aposentos foram definidos por sorteio.

A cerimônia foi aberta a todos que conseguiram lugar, presidida pelo cardeal decano, o italiano Angelo Sodano, e concelebrada por todos os demais cardeais, não apenas os votantes.

No primeiro dia de conclave, está prevista apenas uma votação. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, os cardeais devem seguir às 15h45 (11h45 no horário de Brasília) para o palácio apostólico.

Depois, às 16h20 (12h20 em Brasília), seguirão em procissão da Capela Paulina para a Capela Sistina. O rito será transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.

Os cardeais entram na capela, ocupam seus lugares e fazem o juramento previsto na Constituição Apostólica. O Cardeal Giovanni Batista Re, decano do conclave (por ser o mais idoso dos cardeais-bispos) fará uma introdução em latim.

Depois, cada um dos cardeais vai ao centro da capela, e com a mão sobre o Evangelho, profere o juramento, também em latim.

Então, a capela é fechada pelo Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons. Guido Marini, que intima “Extra omnes”. Antes de todos os que não participam do conclave deixarem a Capela Sistina, o Cardeal Prosper Grech, 87 anos, maltês, propõe a última meditação aos cardeais eleitores. Em seguida, começam as votações.

O cronograma prevê que a operação termine às 19h15 (15h15 em Brasília) e retornem para a Casa Santa Marta às 19h30 (15h30 em Brasília). Às 20h (16h em Brasília), será servido o jantar.

Padre Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, disse que “dificilmente” o nome do novo Papa deve sair na primeira votação, nesta tarde.

A partir de quarta-feira, 13, serão feitas duas votações pela manhã e duas à tarde, até um dos candidatos receber mais de dois terços dos votos. As cédulas serão queimadas apenas uma vez por período e a previsão é que a fumaça seja expelida pela chaminé da Capela Sistina às 12h e às 19h (8h e 15h em Brasília).

Brasileiros

Cinco cardeais brasileiros participam do conclave: o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, 78 anos, o Prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Dom João Braz de Aviz, 65, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, 63, Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo emérito de Salvador, e o arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis.

(CM) – Rádio Vaticano

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Bento XVI: último dia do Pontificado em oração

Cidade do Vaticano, 28 fev (RV) – Termina nesta quinta-feira, 28, o pontificado de Bento XVI, que no último dia 11 anunciou a sua renúncia à Sé de Pedro.

Depois da audiência geral desta quarta, 27, quando diante de 150 mil fiéis na Praça São Pedro o Papa explicou que em seu Pontificado a Igreja viveu ‘momentos difíceis’ e que com sua renúncia ele ‘não desce da Cruz’, esta manhã Papa Ratzinger se despede dos cardeais que já estão em Roma para o conclave.

Como informou o Diretor da Sala de Imprensa, Padre Federico Lombardi, o dia de hoje será passado em oração e preparação para sua transferência a Castel Gandolfo. O “Papa emérito” deve passar 2 meses nesta residência, enquanto será reformado o mosteiro de clausura nos Jardins Vaticanos, onde passará a morar.

Às 16h55 (hora local), no pátio de São Damaso, Bento XVI recebe as honras de um piquete da Guarda Suíça. Saúda o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone e outros colaboradores, e no heliporto, recebe a saudação do Cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício.

Em sua chegada a Castel Gandolfo, às 17h15, o Papa será acolhido pelo Cardeal Giuseppe Bertello, Presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano, e por Dom Giuseppe Sciacca, Secretário. Também estarão lá o bispo da diocese de Albano, Dom Marcello Semeraro, e autoridades civis da cidade.

Em seguida, Bento XVI fará uma saudação aos fiéis, do balcão do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.

Às 20h, começa a Sé Vacante. A Guarda Suíça que presta serviço em Castel Gandolfo cessará o serviço e a segurança do Papa Emérito estará a cargo da Gendarmaria do Vaticano.

O momento em que o Papa deixará o Vaticano, em helicóptero, rumo à residência de Castel Gandofo, poderá ser acompanhado no site da RV: http://www.radiovaticano.va, através do link “Vatican Player”. A transmissão das imagens será acompanhada pelo áudio original, em italiano. O evento está programado para as 16h30 locais (12h30 de Brasília).

(CM) – Rádio Vaticano

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Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente

Foto: Agência Ecclesia
Foto: Agência Ecclesia

Cidade do Vaticano, 29 jan 2013 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou hoje o programa e a mensagem de Bento XVI para o 21.º Dia Mundial do Doente, que vai ser assinalado dia 11 de fevereiro, na Alemanha.

O presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Agentes de Saúde, D. Zygmunt Zimowski, destacou o desafio do Papa para que os fiéis façam da iniciativa “um momento particular de reflexão” e de “renovada atenção” a todos aqueles que estão a sofrer.

“O Santo Padre convida as pessoas a deixarem-se interrogar pela figura do Bom Samaritano”, que desafia a uma atitude de “proximidade” e que representa “o amor profundo de Deus por todo o ser humano”, referiu o arcebispo polaco em conferência de imprensa, hoje, no Vaticano.

Na sua mensagem, inspirada na parábola bíblica do Bom Samaritano onde se afirma “Vai e faz tu também o mesmo” (Lc.10, 30-37), Bento XVI sublinha que o Ano da Fé, a decorrer na Igreja Católica até novembro, “constitui uma ocasião propícia para intensificar o serviço da caridade nas comunidades eclesiais”.

Tal como a figura descrita no evangelho de São Lucas, os cristãos devem “saber olhar com compaixão e amor aqueles que têm necessidade de ajuda e de cura”, salientou D. Zygmunt Zimowski.

O Dia Mundial do Doente, celebração instituída por João Paulo II em 1992, é assinalada anualmente pela Igreja Católica a 11 de fevereiro, na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, data que marca as aparições a Bernardette Soubirous, em 1858.

O Papa vai conceder “indulgência plenária” a todos os fiéis que vão participar nas celebrações, entre 7 e 11 do próximo mês, no Santuário de Altoetting, Alemanha.

A decisão foi revelada segunda-feira através de um decreto assinado pelo cardeal Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Igreja Católica, e D. Krzysztof Józef Nykiel, regente do Tribunal da Penitenciária Apostólica.

A indulgência plenária irá abranger todos aqueles que, “com espirito de fé e alma misericordiosa”, a exemplo do Bom Samaritano, “se colocam ao serviço dos seus irmãos que estão a sofrer” e aqueles que “estando doentes, oferecem a sua dor como testemunho de fé”.

A indulgência é definida no Código de Direito Canónico (cf. cân. 992) e no Catecismo da Igreja Católica (n.º 1471) como “a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada”, que o fiel obtém em “determinadas condições pela ação da Igreja”.

O documento publicado pela sala de imprensa da Santa Sé realça que a indulgência irá abranger também “as almas dos fiéis defuntos” e será concedida “uma vez por dia”, mediante a participação nas cerimónias religiosas, na comunhão eucarística e na oração pelas intenções do Papa para o Dia Mundial do Doente.

No programa previsto para aquela iniciativa, na Baviera, destaque para a realização de um Congresso Internacional Científico intitulado “Fazer bem a quem sofre”, que terá lugar nos dias 7 e 8 de fevereiro na Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt.

Para D. Jean-Marie Mupendawatu, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Agentes de Saúde, este congresso será dedicado ao debate e partilha de argumentos de caráter “teológico-ético” e contará com a participação de agentes e responsáveis do setor vindos de toda a Europa.

JCP/PR – Agência Ecclesia

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Bento XVI: Fé não deve limitar-se ao «sentimento» mas «entrar no concreto da existência» e orientá-la «de modo prático»

Sua Santidade o Papa Bento XVI

Cidade do Vaticano, 09 jan 2013 (Ecclesia) – O Papa frisou hoje no Vaticano que a fé “não deve ser limitada à esfera do sentimento, das emoções, mas deve entrar no concreto da existência” e orientá-la “de modo prático”.

O agir de Deus, que “não se limita às palavras” mas mergulha na história da humanidade “e assume sobre si o cansaço e o peso da vida humana”, constitui “um forte estímulo” para os cristãos se interrogarem “sobre o realismo” das suas convicções, afirmou Bento XVI aos peregrinos reunidos para a audiência geral de quarta-feira.

Ao prosseguir as catequeses semanais sobre o nascimento de Jesus, o Papa disse que no Natal “está-se por vezes mais atento aos aspetos exteriores, às ‘cores’ da festa, que ao coração da grande novidade cristã”, que Bento XVI qualificou de “absolutamente impensável, que só Deus podia realizar” e na qual se penetra “somente com a fé”.

Depois de lembrar a tradição da troca de presentes, gesto que “geralmente exprime afeto” e é “sinal de amor e de estima”, o Papa assinalou que a “doação” está no centro da liturgia da natividade de Jesus e recorda “o originário dom do Natal”: “Deus, fazendo-se carne, quis fazer-se dom para os homens, deu-se a si próprio por nós”.

“Também no nosso dar não é importante que um presente seja mais ou menos caro; quem não arrisca a dar um pouco de si próprio, dá sempre muito pouco”, vincou Bento XVI, acrescentando que por vezes se procura “substituir o coração e o empenho da doação de si com o dinheiro, com coisas materiais”.

Deus, por seu lado, “não deu qualquer coisa mas deu-se a si próprio no seu filho unigénito”, o que constitui para os crentes “um modelo” de darem-se a si próprios, porque as relações pessoais, “especialmente as mais importantes, são guiadas pela gratuidade e pelo amor”.

A catequese pontifícia explicou o significado da palavra “Incarnação”, usada pelos cristãos especialmente no Natal para exprimir que Jesus, filho de Deus, se fez homem.

“Aqui a palavra ‘carne’ índica o homem na sua integralidade”, nomeadamente na sua “caducidade e temporalidade”, “pobreza e contingência”, referiu.

Para Bento XVI a “salvação” proporcionada por Jesus toca “o homem na sua realidade concreta e em qualquer situação em que se encontre”, dado que Deus “assumiu a condição humana para a sanar de tudo o que a separa dele”.

Os católicos, habituados a ouvir falar da incarnação de Deus, nem sempre atingem “a grandeza” do acontecimento que ela exprime, apontou.

Bento XVI dirigiu uma “uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua”, a quem agradeceu a presença e desejou “a riqueza imensa e inesgotável que é Cristo, o Deus feito homem”.

“Revesti-vos de Cristo! E, com Ele, o vosso Ano Novo não poderá deixar de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção”, concluiu.

Após a audiência, o Papa deixou uma mensagem aos seus mais de 2,4 milhões de seguidores, no Twitter: “Seguindo o exemplo de Jesus, aprendamos a fazer dom total de nós mesmos. Quem não consegue dar-se a si mesmo, dá sempre demasiado pouco”.

RJM/OC