Um “tema proibido”, tratado por João Paulo II

Por Gaudium Press. O homem pode ​​optar por rejeitar definitivamente o amor e o perdão de Deus e renunciar assim à comunhão gozosa com Ele para sempre.

Hoje o inferno é um assunto proibido. Apesar de fazer parte da doutrina católica, e muito importante, já que se trata da eternidade, é apenas mencionada. Essa verdade desapareceu das homilias, da catequese, mesmo naquelas onde se fala da morte. Nem falemos dos funerais.

Mas nem sempre foi assim.

Sem recorrer a períodos remotos, podemos recuperar a catequese dedicada a esse problema. Há 21 anos, em 28 de julho de 1999, João Paulo II dedicou a Audiência Geral de quarta-feira ao tema do inferno.

O homem pode optar por rejeitar em definitivo e para sempre o amor e o perdão de Deus

“Deus é Pai infinitamente Bom e misericordioso”, disse o Papa, mas, infelizmente, continuou João Paulo II, o homem “pode ​​optar por rejeitar definitivamente seu amor e perdão, renunciando assim à comunhão gozosa com Ele para sempre”.

“Precisamente esta situação trágica é o que a doutrina cristã indica quando fala de condenação ou inferno”, disse o Pontífice. “Não se trata de um castigo de Deus infligido de fora, mas o desenvolvimento de premissas já postas pelo homem nesta vida.

A mesma dimensão de infelicidade que essa condição sombria acarreta pode ser intuída, de certa maneira, à luz de algumas de nossas terríveis experiências, que transformam a vida, como se costuma dizer, em “inferno”, explicou.

Inferno: consequência última do próprio pecado, que se volta contra quem o cometeu

O inferno “é a consequência última do próprio pecado, que se volta contra quem o cometeu. É a situação em que se situa definitivamente quem rejeita a misericórdia do Pai, inclusive no último instante de sua vida”.

A redenção “continua a sendo uma oferta de salvação que corresponde ao homem acolher com liberdade”, sublinhou João Paulo II.

Inferno: situação de quem livre e definitivamente se afasta de Deus

O inferno, mais que um lugar, indica a situação em que chega a encontrar-se quem livre e definitivamente se afasta definitivamente de Deus, fonte de vida e alegria.

Assim resume os dados da fé sobre este tema o Catecismo da Igreja Católica: “Morrer em pecado mortal sem estar arrependido nem aceitar o amor misericordioso de Deus, significa permanecer separado d’Ele para sempre por nossa livre escolha. Esse estado de auto exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados é o que se designa com a palavra inferno” (CIC-1033).

A “condenação” não deve ser atribuída à iniciativa de Deus

Por essa razão, a “condenação” não deve ser atribuída à iniciativa de Deus, pois em seu amor misericordioso ele só pode querer a salvação dos seres que criou.

Na realidade, é a criatura que se fecha a Seu amor.  A “condenação” consiste precisamente em que o homem se afasta definitivamente de Deus, por livre escolha e confirmado com a morte, que sela para sempre essa opção. A sentença de Deus ratifica esse estado.

O pensamento do inferno representa uma exortação necessária e saudável

“A condenação continua sendo uma possibilidade real, mas não nos é dado conhecer, sem uma revelação divina especial, quais seres humanos ficaram efetivamente implicados nela”.

O pensamento do inferno, advertiu o Santo Padre, “não deve criar psicose ou angústia; mas representa uma exortação necessária e saudável para a liberdade”. ♦


(Fonte: Infovaticana – 13-06-2020 – excertos)

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