Dois Natais históricos

Duas coroações no dia de Natal, em épocas distantes, mas que marcaram profundamente a história

O outrora poderoso Império Romano – cruel perseguidor dos cristãos – agora mais parece um navio que afunda. (…)

Batismo de Clovis
Batismo de Clovis

Sobre as ruínas do mundo pagão, quem vai agora edificar seu Santo Império é Jesus Cristo. De todos aqueles elementos em fusão vencidos e vencedores, romanos e bárbaros nascerá a sociedade cristã, a mais bela depois da do Céu.

Ficando sozinha, de pé, no meio das ruínas, a Igreja Católica converterá os bárbaros à verdadeira fé. A primeira nação a cair aos pés de Jesus será a dos Francos.

O nome de seu primeiro rei é Clóvis (Clodoveu, Ludwig, Louis ou Luís), que significa “fama no combate”. (…)

No dia de Natal do ano 496, ele e mais três mil dos seus guerreiros recebem o batismo. Deste modo, a França fica sendo a filha primogênita da Igreja. Durante os três séculos seguintes, estende Jesus o seu Reino à Irlanda, à Inglaterra, à Espanha, à Alemanha e à Itália.

A esta altura, outro bárbaro cristianizado tem debaixo de seu comando grande parte da Europa. Ele a governa não como soberano, mas como simples delegado de Jesus, o único Rei e Senhor.

Em Roma, rodeado da sua corte e de muitos bispos, Carlos Magno está orando diante do túmulo de São Pedro, no dia de Natal do ano 800. De repente apresenta-se o Papa Leão III e coloca a coroa imperial na cabeça do grande chefe da Cristandade.

Carlos_Magno_SAGRACAO_JeanFouquet
Carlos_Magno_Sagraçao_JeanFouquet

Uma longa aclamação ressoa pela Basílica do Vaticano: “Viva Carlos Augusto, pacífico Imperador dos Romanos, coroado pelo próprio Deus!”

Com 304 anos de diferença, esses dois fatos cada um a seu tempo constituíram importantes marcos na história da Cristandade.

O império cristão toma o lugar do pagão: Jesus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, reina sobre o mundo por ele vencido (Cf. BERTHE, Pe., CssR. Jesus Cristo, sua vida, sua paixão, seu triunfo. Benziger, Suíça, 1925, p. 320).

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