Falar em silêncio

Quintana - Dia com Maria

Terminara a celebração do 13 de maio na Cova da Iria, em 1991, presidida pelo então Papa João Paulo II.

Três horas de oração intensas haviam unido uma multidão imensa que acorrera a Fátima para fazer a experiência de fé. Uma experiência que se revelaria em múltiplas e diferenciadas expressões mas, naquela hora, com um único denominador – o Papa que se fazia intérprete de todos, de todos tomando dores e esperanças para delas fazer a oferenda comum na renovada consagração da humanidade a Nossa Senhora de Fátima.

Os milhares de lenços brancos do adeus à Virgem tinham recolhido aos bolsos dos peregrinos e estes demandavam já em busca do almoço e do regresso a casa.

Lentamente, a Capelinha das Aparições e o espaço envolvente retomavam o ambiente peculiar em final de peregrinações aniversárias e para muitos constituía o habitual “check-point” destinado ao reencontro de quem se perdera.

O Papa João Paulo II tinha-se desparamentado. Um séquito reduzido preparava-se para o conduzir à Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde os bispos portugueses o aguardavam para o almoço.

Entre o “papamóvel” que os seus colaboradores lhe indicavam e o genuflexório aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima, o Papa Wojtyla escolheu o genuflexório, onde se prostrou em longa contemplação silenciosa.

Este gesto surpreendeu as poucas centenas de peregrinos que tinham decidido aguardar pelo Papa para o aclamarem numa derradeira despedida. De tal modo, que logo se quedaram os murmúrios e todos os olhares se fixaram em comunhão com o silêncio do bispo vestido de branco.

Um manto de sossego envolveu a capelinha e demais espaço envolvente. O Papa rezava mergulhado em oração íntima, completamente alheado do que se passaria em redor.

Nunca saberei se os peregrinos presentes rezaram ou não, mentalmente, em união com o Papa. Tenho, porém, a profunda convicção de que aquele silêncio uniu de uma forma fantástica os presentes, diria mesmo uma união contrastante com o ruído celebrativo da peregrinação multitudinária em que todos tinham acabado de participar.

Passados longos minutos, o Papa despertou do silêncio e surpreendeu-se com o aplauso dos peregrinos que voltaram a aclamá-lo em júbilo.

Ainda hoje sinto dificuldade em explicar aquele silêncio do Papa. Foi um momento mágico que tocou a sensibilidade do cristão, afagou o ego do repórter e lhe proporcionou esse apontamento suplementar de reportagem. Um apontamento que, na altura associei, à emoção de todos perante a vivência de momentos únicos de proximidade com o Papa e de gestos imprevistos/proféticos de João Paulo II.

Mas, 21 anos depois, ao recordar aqui esses momentos, parece-me que, em meus ouvidos, ainda ressoa aquele silêncio através do qual o Papa João Paulo II tocantemente falou.

José António Santos, secretário-geral da Agência Lusa

Presença do Apostolado do Oratório nos 150 anos da cidade de Avaré

No dia 15 de setembro, festa de Nossa Senhora das Dores, Avaré festejou seus 150 anos de história com uma bela festa religiosa. Os sinos anunciavam a tradicional Procissão dos Andores, que teve início às 16h, contando com a presença de milhares de pessoas e andores de toda a cidade. Entre eles, num belíssimo andor, o Oratório com o busto do Imaculado Coração de Maria, adornado de flores e sendo levado pelos coordenadores de oratórios. A procissão contou com a participação dos Arautos do Evangelho.

Às 17h, os andores adentraram o Santuário de Nossa Senhora das Dores, em seguida houve a Santa Missa, presidida pelo recém-ordenado Pe. Fernando Gusson Maróstica, concelebrada pelo Pe. Tarcísio César de Oliveira Pinto (pároco do santuário) e mais dois padres.

A Igreja estava repleta de fiéis que assistiram também a coroação de Nossa Senhora das Dores e a consagração à Virgem!

Em Avaré, com o favor de Nossa Senhora, temos 141 Oratórios, espalhados por 7 paróquias.

Marcos José Ortega, supervisor do Apostolado do Oratório em Avaré (SP)