Meditação para o Primeiro Sábado

Jesus é condenado à morte

 

Cristo crucificadoEle próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário”.

(Jo 19, 17)

 

 

 “Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado”. (Is 53, 4)

  

Introdução

 

Durante esta Quaresma e, de modo especial, nos dias cheios dos imponderáveis sérios e graves da Semana Santa, acheguemo-nos aos pés da Cruz de onde pende o Salvador abandonado por quase todos – sobretudo neste século em que tantos e tantos homens só procuram o prazer e o bem-estar pessoal – e coloquemos nas mãos da Mãe Dolorosa, cuja alma foi transpassada pelo gládio da dor, toda a nossa entrega e disposição de padecer por Cristo e por Sua Igreja.

 

Oração inicial

 

 Ó Virgem Dolorosa, nós sabemos que juntamente com Vosso divino Filho sofrestes as dores da Paixão. Vós sofrestes como Mãe, quase que na própria carne – porque mais dói a dor da alma do que a do próprio corpo. No caminho do Calvário, Vós encontrastes Jesus quando carregava a cruz às costas. Ó Mãe Santíssima nós Vós pedimos graças super abundantes, graças eficazes, graças até místicas para bem realizar esta meditação e que ela de fato possa, de alguma forma, reparar o Vosso Sapiencial e Imaculado Coração por tantos crimes, tantos horrores e pecados que ocasionaram a Paixão de Vosso divino Filho. Hoje, ao considerardes esses crimes, blasfêmias, pecados, que vos recordeis das dores de Jesus e das vossas dores, em união com Ele.

Que essas dores penetrem em nossos corações e que cheios de arrependimento por nossas faltas, cheios de mágoa e ao mesmo tempo cheios de desejo de emenda para este mundo tão pecador. Alcançai-nos nesta meditação, a compreensão do quanto o pecado atrai sobre nós o castigo, e o quanto o pecado sem arrependimento, atrai a cólera de Deus.

Doce Coração de Maria, aceitai esta humilde meditação como emenda para nós e reparação ao Vosso Sapiencial e Imaculado Coração.

 

Assim seja!

1 – Jesus abraça a cruz: o símbolo da vergonha!

 

cruz com os coraçõesEm verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado”. (Is 53, 4)

 

Jamais um romano poderia ser condenado à morte de crucifixão, por ser símbolo máximo de desonra, reservada aos piores criminosos. O sinal da vergonha por excelência foi abraçado por Jesus, “Ele próprio carregava a sua cruz…” (Jo. 19, 17).

Bem se poderia ver naquela cruz a imagem de nossos pecados. “Quem pode, entretanto, ver as próprias faltas?” (Sl 18, 13). Quem entenderá o pecado ? Este é o pior de todos os males, o ato de maior oposição a Deus. Naquela cruz estavam todos os meus pecados …

Neste passo da Paixão, Jesus toma sobre Seus adoráveis ombros meus pecados Entretanto, o Divino Redentor é Rei tão grandioso que transformará a cruz em objeto de elevada nobreza e distinção. Ela será colocada no alto das torres das igrejas, nas coroas dos reis e será objeto do amor apaixonado dos santos.

Como Jesus recebeu a cruz?

A cruz está diante de Nosso Senhor que contempla aquele instrumento de dor; como Ele a acolheu ? Aceitou, já que não havia remédio; apenas aprovando o sofrimento?

Não. No caminho da Paixão, Jesus nos deu um luminoso e admirável exemplo.

Conta uma piedosa revelação que, quando recebeu das mãos dos carrascos a Cruz, Nosso Senhor se ajoelha sem auxílio de ninguém, com as forças quase desaparecidas, contudo, Ele está ali com disposição, com ardor, abraça a cruz e a beija amorosamente; e, tomando-a sobre os ombros, leva-a até o alto do Calvário.

Ora,’a teologia nos ensina que, para resgatar o gênero humano, teria bastado Nosso Senhor Jesus Cristo oferecer a Deus Pai um simples gesto, ou até mesmo um piscar de olhos, por serem de valor infinito todos os Seus atos. Portanto, uma única gota de sangue derramado durante a Circuncisão seria suficiente para realizar a obra da Redenção.

Entretanto, decretou o Padre Eterno que Ele deveria sofrer a Paixão e Morte de Cruz. O Filho, que por Sua natureza divina não era capaz de sofrer, quis assumir nossa carne em estado padecente, e não em corpo glorioso, como correspondia à Sua alma, que se encontrava na visão beatífica desde toda eternidade’. (Rev.Arautos do Evangelho nº 87, Ir. Clara Isabel Morazzani Arráiz, EP; mar.2009, p. 22)

 

Ponto de reflexão

 

Que devo eu oferecer a Jesus neste momento em que O vejo beijar a cruz ?

Ó Jesus meu! Ao ver-Vos ajoelhado para abraçar a cruz, lanço-me a Vossos pés contrito e humilhado. Quantas e inúmeras vezes Vos ofendi?

Eu me transformei no horror do universo inteiro, em todas as ocasiões que pequei contra Vós.

Perdão, Senhor, perdão! Consumi todas as minhas culpas na Vossa infinita misericórdia e transformai-as em mais uma coroa de Vossa glória.

 

 

2 – Jesus cai debaixo da cruz.

 

Cristo carregando a cruzMas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades.

O castigo que nos salva pesou sobre ele, e fomos curados graças às suas chagas”

(Is 53, 5).

Meditação  

 

Terríveis são os nossos crimes, eles fazem cair ao solo um Deus feito homem.

Não era longo o caminho até o Calvário, mas Jesus ainda cairá mais duas vezes mais. O esgotamento produzido pela flagelação, sucedida da coroação de espinhos, a noite sem dormir… O peso de nossas ofensas O faz perder as forças.

Bem poderia negar-Se a continuar Sua Via Sacra. Bastaria todo o ocorrido até aqui para justificar a incapacidade de prosseguir. Mas, Ele deseja ensinar-nos a nunca desanimar.

Nesse passo, Ele demonstra estar disposto a nos reeguer de nossas quedas, por piores que sejam.

 

Oração

 

 Ó Jesus, castigado por meus crimes e esmagado por minhas infidelidades, quanto Vos adoro e Vos agradeço por quererdes reerguer-me de minhas quedas. Elevai-me desta situação em que me encontro, produzi em mim uma verdadeira conversão, para que eu retorne ao caminho da salvação e nunca desanime. Que eu deteste tudo aquilo que me separa de Vós, morra para o pecado e jamais desonfie do Vosso socorro.

 

 

3- Jesus cai pela segunda vez!

 

…o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador”. (Is 53, 6-7)

Meditação

 

 Nada acontece a Jesus sem um profundo significado. Tudo n’Ele é simbólico e tem sua razão de ser. Essa segunda queda acentua ainda mais a noção de quanto pesam, sobre seus sagrados ombros, os nossos pecados.

Suas forças vão enfraquecendo a cada passo e, apesar do auxílio do Cireneu, a cruz vai se tornando esmagador. Quem, ao cair pela segunda vez naquelas circunstâncias, não se deixararia permanecer no solo?

Teria chegado a oportunidade para desistir. Porém, como eram suaves aquelas quedas no caminho em comparação com os sofrimentos que ainda viriam.

Ademais, quis Jesus mostrar-nos qual deve ser a extensão de nossa confiança, mesmo quando recaímos em nossas faltas. O Salvador está sempre disposto a nos perdoar e para isto é fundamental nunca desanimar. Tendo Ele assumido nossas culpas, jamais deixará de nos reerguer. Duvidar da misericórdia infinita de Deus, tão desejoso de nos perdoar e salvar, é uma ofensa ainda pior do que o próprio pecado, segundo ensina Santo Agostinho.

 

Oração

 

 Uma segunda queda, ó Jesus! Vejo bem o quanto Vos pesam os meus crimes. As pedras do caminho são menos duras que meu coração. Se elas fossem dotadas de inteligência e vontade, começariam a soluçar de compaixão!  

 

 

4- Jesus cai pela terceira vez!

 

Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os Seus passos.

Carregou os nossos pecados em Seu corpo para que, mortos os nossos pecados, vivamos para a justiça” (I Pe 2, 21, 24).

 

Meditação

 

Aí está, diante de nossos olhos e sob o peso da cruz, banhada já pelo preciosíssimo e adorável Sangue do Redentor, caído ao chão pela terceira vez.

Uma vez mais a imagem de nossa miséria. Assim somos nós. Os nossos melhores atos de virtude vêm sempre embebidos das faltas que tanto atormentam a delicada e sensível consciência dos santos. “Afinal, não pecarei mais”, foi o último gemido lançado por São Luís Grignion de Montfort, antes de expirar.

 

Reflexão

 

Quantas e quantas vezes não fomos relaxados no cumprimento de nossos deveres, na prática da virtude, no evitar as ocasiões que nos levam ao pecado… Como estamos longe da perfeição, deixando Jesus ser quase esmagado sob o peso da Cruz, sem me preocupar em ajudá-Lo!

Por outro lado, Jesus nos repete: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida!” (Jo 14, 6). Ele nos dá o divino exemplo: não devemos nos apoiar nas inconsistentes promessas humanas; só no sobrenatural está nosso amparo e proteção. Nem o ressentimento pode ser a nossa lei. Se nos abandonam ou nos perseguem, e caimos sob o madeiro das decepções, jamais o desânimo nos abaterá, desde que nós sigamos o exemplo do nosso Divino Mestre: retomar a cruz e chegar ao fim.

Sempre há mais para dar, mesmo quando o fôlego parece já não existir. Essa é também uma das lições contidas nesta Estação.

 

 

5 – Jesus é pregado na cruz

 

instrumentos da paixão “Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. Pilatos redigiu uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus” (Lc 23, 33; Jo 19, 19).

 

Meditação

 

Por fim chega Jesus ao Calvário, lugar onde segundo uma piedosa e antiga tradição, Adão havia sido sepultado. Ali abundara o pecado, ali transbordaria a graça.

Crucificado! Aquela mesma cruz que tanto Lhe pesara sobre os ombros seria Seu instrumento de morte.

Os braços abertos para atrair a Si a humanidade inteira, sem distinção de pessoas de qualquer espécie, conforme afirma São João Crisóstomo. Já em estado pré-agônico, enormes cravos perfuram Suas sagradas mãos e divinos pés, levando-O a contorcer-Se sob a ação da dor.

Ao pé da cruz, enquanto os soldados repartiam entre si do Divino Crucificado, Ele entregava mais Sua preciosa herança – Maria Santíssima – ao discípulo amado, num último e supremo gesto de amor filial. Também ali estavam as Santas Mulheres, dignas de admiração por sua corajosa determinação de permanecer junto à cruz, os olhos postos no Salvador, impávidas diante do ódio dos fariseus que pusera em fuga os Apóstolos.

Nossa Senhora das Dores. – Mas, exemplo sem igual nos dá a Mãe de Deus, como lembra Teófilo: “Imitai, ó mães piedosas, esta que tão heróico exemplo deu de amor maternal a seu amantíssimo Filho único; porque nem vós tereis mais carinhosos filhos, nem esperava a Virgem o consolo de poder ter outro”.

 

Oração Final

 

 Eu vos dou graças, Ó Jesus meu! Reconstituo, nesta meditação reparadora, o drama da loucura de amor de um Deus por suas criaturas. Se fosse eu o único a haver pecado, Vosso procedimento não teria sido outro. Por isso, afirmo com toda certeza: Vós fostes crucificado por mim. Nada faltou para Vos fazer sofrer até o extremo da dor.

Que Vossa crucifixão arranque de minha alma os caprichos e os vícios que me desviam de Vós. Quantos apegos, quantas paixões, quantos delírios… Concedei-me as mesmas graças derramadas sobre o bom ladrão e possa eu, assim, um dia estar convosco no Paraíso.

 

Ave Maria, Rainha dos Mártires, cuja alma foi transpassada pelo gládio da dor.

 

 

Referência: Via Sacra, Mons. João S.Clá Dias, Takano Editora Gráfica Ltda., 1ª edição, março de 2001.  

Retiro em Campos do Jordão-Final

Nos últimos posts, o leitor teve a oportunidade de acompanhar os flashes do Retiro em Campos do Jordão realizado pelo Apostolado do Oratório, dos Arautos do Evangelho. Hoje,  encerramos a série de notícias sobre o retiro publicando fotos do almoço de despedida.
Como notará o leitor pelas fotograf ias, não faltaram manifestações de alegria e emoção por parte dos retirantes. Era o momento de poder conversar e comentar as graças recebidas durante esses abençoados dias; alguns quiseram expressar-se publicamente para que todos pudessem compartilhar as impressões, entretanto, a emoção embargou a voz de muitos, demonstrando assim, que o retiro marcou profundamente a todos os que dele participaram.

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As palavras do Diretor da Casa Vila Dom Bosco

O almoço iniciou-se com algumas palavras de agradecimento, da parte dos Arautos ao Diretor da Casa de retiros, o Pe. Adão, sdb.
Lembrando as palavras de seu fundador, o Pe. Adão comentou que São João Bosco dizia que todo aquele que chega a uma casa dos salesianos, esse foi trazido por Nossa Senhora, e que portanto, foi Nossa Senhora quem levou os Arautos na Vila Dom Bosco.

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Benção das lembraças

O Pe. Lourenço, EP dirigiu a todos umas últimas palavras de incentivo a todos os retirantes, abençoou e entregou as lembranças a cada retirante.

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A conversa

O momento de compartilhar com os demais as impressões do retiro.

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A despedida

Terminavam os dias do retiro em Campos do Jordão. Os retirantes despediam-se um dos outros com muita estima pois, unia-os a Fé, o amor a Deus, a Nossa Senhora e o desejo de caminhar com mais fervor nas vias da perfeição.
Esperamos haver dado aos nossos leitores uma idéia de como transcorreram esses dias, e assim, haver transmitido um pouco das graças que Jesus, por meio de Maria, dispensaram a todos os retirantes, e àqueles que estiveram em toda a organização do retiro.

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Por fim, mesmo que não tenhamos a oportunidade de estar em um retiro, saibamos reservar partes de nosso dia para considerar que fomos criados por Deus, que Ele nos reserva uma grande recompensa na eternidade, e que Ele está a nossa disposição para ajudar-nos. Ele quer ajudar-nos! Ele nos dará forças para guardar seus Mandamentos. Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo que nos ajude a cada momento de nossa vida,  peçamos por meio de Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe nossa!

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Retiro em Campos do Jordão 3ª parte

Continuando a sequencia de posts sobre o Retiro em Campos do Jordão para os Supervisores do Apostolado do Oratório, hoje vamos acompanhar como foram as reuniões, e o profundo recolhimento e meditação que o tema tratado nas conferências, produziu no interior de cada retirante.

As conferências

A cada dia, os retirantes participavam de quatro reuniões, e logo depois, dedicavam-se a meditar sobre o tema que fôra tratado.

O retiro foi basicamente, dividido em três partes:

  1. Consideração sobre o por quê existimos; por que fomos criados e qual a nossa finalidade.
  2. A maldade do pecado.
  3. O perdão e a misericórdia do Sagrado Coração de Jesus e a intercessão de Nossa Senhora como nossa advogada.
Compreenderá o leitor, que não será fácil transcrever aqui a ação da graça nos retirantes. O que poderemos fazer será dar um rápido apanhado dos temas tratados, e quanto ao demais, as fotografias irão demonstrar…
 
 Por quê fomos criados? Qual a nossa finalidade?
 
Como ensina São Inácio de Loiola, “o homem foi criado para conhecer, louvar e amar a Deus sobre todas as coisas, e gozá-Lo para todo o sempre na eternidade”.
 
Portanto, devemos conhecer a Deus, louvá-Lo e amá-Lo, e nossa vida deve ter esse princípio como centro e, então, estaremos muito próximos da verdadeira felicidade, que se encontra na prática da virtude. Entretanto, será que temos bem presentes essa finalidade diante de nossos olhos? Será que colocamos outros fatores no centro de nossas vidas? E se colocamos, quais são? Esse foi o tema do primeiro dia de retiro.
 
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A maldade do pecado
 
Ofender a Deus constitui para pessoa um sofrimento. Então, quais são as ocasiões que nos levam a ofender a Deus? 
Nosso Senhor Jesus Cristo encarnou-se para minha salvação. Ele pregou a Boa Nova. Curou a vários enfermos, restituiu a luz a muitos cegos, e devolveu a paz a muitos infelizes. E como ápice de Seu amor por nós, padeceu os sofrimentos da Paixão até a morte na Cruz. E eu? Como me comporto? Qual é a minha gratidão a Jesus  por toda essa demonstração de amor? Eu O considero o centro de minha vida?
Essas são perguntas que levam os retirantes a examinarem sua consciência. A prepararem-se para uma boa confissão e fazer propósitos de emenda, pedindo a Deus,  por meio de Nossa Senhora, as forças para mudarem. 
 
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O perdão e a misericórdia
 
Nas revelações do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, há uma frase muito consoladora: “…o meu Coração descança perdoando…”
Não há falta que Jesus não esteja disposto a perdoar. Ele descança perdoando!
No retiro, a consideração das ofensas a Deus não tirou, mas pelo contrário, levou os retirantes a aproximarem-se mais do Divino Salvador através do sacramento da penitência, na certeza de que, no momento em que o sacerdote pronuncia a fórmula “Eu te absolvo de teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, nesse momento todos os pecados são perdoados, iniciando-se assim, uma vida nova.
O desânimo no caminho da virtude é o pior dos males. Portanto, confiança em Nosso Senhor Jesus Cristo! Confiança em Nossa Senhora! Eles nos darão forças!
 
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Foi com essa certeza que os retirantes terminaram a última reunião.
 
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 Os retirantes tinham a sua disposição dois sacerdotes Arautos do Evangelho unicamente dedicados a atender confissões. Todos puderam ser atendidos em todas as suas necessidades espirituais.
 
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No próximo e último post sobre o retiro, poderemos acompanhar os frutos de todas essas graças recebidas durantes esses dias, vendo as fotografias do almoço de encerramento do retiro.

Retiro em Campos do Jordão 2ª parte

Dando sequência à série “Retiro em Campos do Jordão”, hoje descreveremos como foi o programa do dia na Vila Dom Bosco.

Entre os diversos instintos que possui o gênero humano, um deles é o instinto de sociabilidade. O homem foi feito para viver em sociedade, e como tal, a comunicação é um fruto desse instinto, por onde, falar, gesticular, escrever, enfim, entrar em contato com um outro é natural no gênero humano, e por tanto, não conversar, não entrar em contato com outra pessoa a não ser por algum caso de extrema necessidade, constitui para nós uma grande mortificação.

056 Entretanto, em um retiro, por mais que se recomende aos retirantes que guardem silêncio e recolhimento, isso não constitui de nenhuma maneira uma grande mortificação (colocamos grande pois,  para muitas pessoas, ela ainda constitui uma pequena mortificação) pois, abrimos mão do contato com os demais para poder escutar melhor a voz de Jesus que sussura no fundo de nossas almas. O retiro constitui, portanto, um convívio de cada retirante com o próprio Deus.

Durante esses dias, muitas conversas se darão entre o Pai e o filho. Ele pedirá algo de nós: arrependimento e nossas misérias… E assim, como o pai que alegrou-se imensamnte ao receber o filho pródigo; Ele nos cobrirá com o melhor vestido, e colocará um anel no nosso dedo, ou seja, a graça e a união com Ele.

Com o fim de ajudar os retirantes a aproveitar todos os momentos do retiro, os Arautos do Evangelho organizaram um programa, uma vida comunitária, tal como é organizada em suas Casas.

O despertar não era ao som do despertador, mas sim, ao toque do sino!012 

O sino acompanhou os retirantes durante todo o tempo; dez toques anunciava aos retirantes o começo do dia. Uma retirante nos dizia, alguns dias depois já em sua casa, que desejava comprar um sino para colocar na sua residência  pois, sentia falta daqueles toques tão abençoados! Outros, comentavam que acordavam e ficavam escutando os toques do sino, e somente depois, levantavam-se para começar o dia, tal era o agrado que ele proporcionava aos ouvidos.

E assim, ao longo do dia, os retirantes escutavam dois toques, anunciando que faltavam cinco minutos para iniciar o próximo programa; fosse uma Santa Missa, uma reunião, uma refeição, etc.

Logo após o término dos cinco minutos prévios, três outros toques anunciava o início do programa, sempre precedido por uma oração. Desta maneira, o sino esteve presente em todas as atividades do dia.

A Santa Missa

O dia começava com a celebração da Santa Missa. Esse mistério tão sublime, onde o sacerdote consagra o pão e o vinho, e sob as espécies eucarísticas, Jesus se dá a nós no momento da comunhão.

A Liturgia da Palavra, segundo comentaram vários retirantes, parecia haver sido preparada especialmente para o retiro. Versou ela sobre os episódio onde o Rei Davi pecou contra Deus, e onde ele reconheceu seu pecado e levou uma vida de inteira penitência, enquanto o Evangelho, exortava todos à confiança, através do episódio em que Nosso Senhor Jesus Cristo dorme na barca, enquanto a tempestade assusta aos apóstolos.

A Santa Missa foi celebrada no início do dia, e precedida por uma adoração eucarística que extendeu-se durante todo o dia até a Santa Missa, celebrada no final da tarde. Portanto, todos tiveram a graça de assistir duas Missas todos os dias.

Clique nas fotos abaixo.

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Adoração ao Santíssimo Sacramento

Durante os dias do retiro, o Santíssimo Sacramento ficava exposto à adoração dos retirantes.

Alí estava Jesus Eucarístico para receber aos retirantes e iluminá-los como o “Sol da Justiça”.

No final da tarde, antes da Santa Missa, o sacerdote dava a todos a benção com o Santíssimo.

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Refeições

Outro ponto importante para que o retiro seja bem aproveitado pelos retirantes – dizia São Inácio de Loiola, fundador da Compania de Jesus e mestre dos retiros espirituais – é proporcionar boa alimentação e bom descanço, de maneira que o corpo não incomode ao retirante.

Por isso, a alimentação foi uma das preocupações dos Arautos do Evangelho, a qual, foi amplamente solucionada pela casa de retiros, proporcionando a todos uma bom e adequada alimentação.

Outra preocupação, era criar um ambiente solene durantes as refeições, pois, enquanto o “irmão corpo” era atendido, o espírito também deveria ser atendido. 

Assim como em todo o retiro, as refeições também foram em silêncio. Os retirantes não conversavam mas, escutavam atentamente a leitura que era feita durante as mesmas. O tema escolhido para as leituras fôra a “Virtude da Confiança”.

Os jantares eram com um toque todo especial, o refeitório era iluminado por luzes indiretas, e as mesas, por luzes de velas, tendo ao fundo, uma suave música com cânticos polifônicos.

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Oração do Santo Rosário

Antes do almoço, os retirantes se reuniam, ao toque do sino, na capela, para rezarem juntos um dos mistérios do Santo Rosário, geralmente, o mistério doloroso.

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E pela noite, após o jantar, era o momento do rosário solene.

Precedidos por uma cruz e, com uma velinha em uma das mãos, e o rosário na outra, era feito um cortejo pelo pátio da propriedade, rezando os mistérios gloriosos, em direção à capela, onde terminavam o dia com a Oração da Noite, feito pelo sacerdote que pregava o retiro, diante do Sacrário.

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Com esse post, o leitor já terá uma idéia de como foi o programa do retiro.

No próximo post, comentaremos as reuniões do retiro. Foram ao todo 10 reuniões muito abençoadas.

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Retiro em Campos do Jordão 1ª parte

Entre os dias 28 e 31 de janeiro do corrente ano, realizou-se na cidade de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo, um retiro espiritual para Supervisores e famílias do Apostolado do Oratório.

A casa de retiros escolhida foi a Vila Dom Bosco, dos padres Salesianos; um lugar muito acolhedor, em meio à bela vegetação das montanhas.

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O trabalho, os afazeres, as diversas responsabilidades e o “corre-corre” da vida cotidiana, muitas vezes nos leva, sem que notemos, a acostumarmos com um regime de vida voltado para o material, para o prático, e com isso, vamos, pouco a pouco, esquecendo da  parte essencial de nossa vida: o lado espiritual.

O cansaço pode ter suas raízes em um esgotamento espiritual. Sentimos que algo nos falta, que nos pesa, e por mais que reservemos alguns dias de nossa semana em descansar, curiosamente, não sentimos o cansaço passar inteiramente.

O que nos falta?

Um “descanso espiritual”! E esse descanso só é verdadeiramente “descanso” quando ele nos ajuda a reatar, a fortificar os nossos laços com Deus. Portanto, quanto mais voltemos os nossos olhos para Deus, quanto mais O coloquemos no centro de nossas vidas, estaremos adquirindo vigor espiritual que nos ajudará a enfrentar as dificuldades da vida com muito mais acerto.

Mediante isso, os Arautos do Evangelho não poderiam oferecer melhor presente aos Supervisores do Apostolado do Oratório, do que convidá-los a um retiro espiritual.

O que é um retiro espiritual?

O próprio nome já o diz: RETIRO. Nos retiramos do dia-a-dia. Nos recolhemos em um lugar, afastados das atividades cotidianas, deixando na porta de entrada, os problemas que nos afligem, as dificuldades, enfim, tudo aquilo que nos pesa, e entramos em um regime onde estaremos dedicados a meditar em temas que nos são importantíssimos para a nossa salvação eterna, e analisarmos como está a nossa vida; como está o nosso relacionamento com Deus, e assim, re-organizarmos nossa vida diária com propósitos firmes de emenda nos pontos débeis que encontrarmos durante as meditações.

Entretanto… alguém poderá dizer: “Vejo que as pessoas que participam de um retiro mudam muito; isso é apenas fruto de um esforço pessoal?”  

Retiro 292O pregador do retiro – geralmente um sacerdote – esforça-se em preparar o retiro: dedica-se especialmente à oração, estuda, procura exemplos para ilustrar a doutrina que será exposta nas reuniões; durante as mesmas, com um cuidado que lembra Jesus no Evangelho, exorta os retirantes a melhorar, a deixar de lado tal apego, tal defeito, ensinando-os como remédio, o caminho que conduz à salvação: Nosso Senhor Jesus Cristo!

 

Sagrado Coração de JesusNosso Senhor Jesus Cristo! Por detrás do pregador, está o Divino Mestre, que inunda as almas com suas graças místicas. Ele é o grande pregador que está junto a cada retirante para comunicar-lhe forças, e incutir-lhe confiança. Para dar-se a cada um na Sagrada Eucaristía, durante a Santa Missa; para escutar a cada um e absolvê-los de seus pecados no momento da confissão. E, velando, intercedendo e pedindo constatemente por cada um, a Mãe de Jesus, María Santíssima.

Aqui está uma pequena descrição do que é um retiro. Pareceu-nos necessário fazer essa explicação pois, ao ver as fotografias do retiro,ela ajudará o leitor a compreender como foram esses abençoados dias na Vila Dom Bosco, em Campos do Jordão.

Esse é o primeiro post sobre o retiro. Ainda serão colocados outros posts para ilustrar esse dias vividos na Vila Dom Bosco.

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Meditação do Primeiro Sábado do mês

 Transcrevemos, a seguir, a meditação de fevereiro para a devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês, de autoria de Monsenhor João Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

 Apresentação do Menino Jesus no Templo

 

 Menino Jesus no Templo

“Hoje a Virgem Maria apresentou

o Menino Jesus no santo templo.

Simeao, impelido pelo Espírito,

recebeu o Menino nos seus braços

e deu graças, bendizendo ao Senhor”. (Vesp.II, ant.)

 

 

 

Oração Inicial

Oh! Virgem Santíssima, entre as inúmeras graças que tivestes, pudestes também apresentar o vosso divino Filho no Templo. Vós que colocastes vosso divino Filho nas mãos do sacerdote Simeão, vós que deste modo, entregastes o vosso Filho a Deus, porque a Ele pertencia. Vós que sabíeis perfeitamente que o vosso Filho seria martirizado, seria vítima expiatória, iria ser consumado em holocausto por amor de Deus e salvação dos homens; vós fizestes esta entrega com inteira abertura de alma, com inteira generosidade; vós sois para nós o exemplo perfeito de uma entrega total.

Nesta meditação, queremos reparar ao vosso Sapiencial e Imaculado Coração por tantas ofensas que diariamente tem recebido e por isso, pedimos as graças super excelentes, as graças eficazes, as graças superabundantes, as graças que transformem nossas almas, e que com essas graças, possamos realizar esta meditação de forma mais perfeita possível, e assim, à altura do vosso Imaculado Coração, repararmos todas as ofensas que ele tão freqüentemente tem recebido. Assisti- nos, ó Mãe, passo a passo, minuto a minuto, segundo a segundo nesta meditação. Assim seja.

Ave Maria, cheia de graça …

  Cantico

 

 I – Apresentação do Messias Prometido.

 

“Depois que se completaram os dias da purificação

 segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém,

para o apresentar ao Senhor”. (Lc. 2, 22)

 

Deus é puro espírito; nós aprendemos no catecismo que ele está em toda a parte e, de fato, não há um só recanto do Universo onde Deus não esteja presente.

Puro espírito, onipotente, onipresente, oniciente. Mas Deus está mais presente em umas partes do que em outras, é evidente! Mas onde Deus está mais presente? Onde Ele atua. Por ser puro espírito, Deus está mais presente onde Ele age. Agindo aqui, agindo lá ou acolá, Ele mais está onde mais age.

Mas, Deus que está em toda a parte, gosta de ter um lugar onde Ele é mais facilmente encontrável; claro, que nós andando por todos os cantos, estamos andando dentro de Deus, pois, como diz São Paulo por citação em sua epístola, Deus está dentro de nós, nós em Deus nos movemos, em Deus nós agimos. O homem estando no Paraíso, estava diariamente em convívio intenso com Deus. No Paraíso, Deus se manifestava todas as tardes à Adão, Ele passeava todos os dias com Adão no Paraíso.

O homem entretanto pecou, e tendo pecado, foi posto fora do Paraíso. Saindo do Paraíso, passou a levar uma vida nômade, deslocando-se de um lado para o outro, sem moradia fixa. Os locais onde os homens habitavam eram as tocas, as grutas; ele não tinha ainda construído nenhum edifício para morar, só mais tarde é que o homem vai criar as tendas. É andando de um lado para outro, que em certo momento, quando o povo judeu saiu da escravidão do Egito, que Deus deu a eles a possibilidade de terem uma tenda sagrada, onde ficava a Arca da Aliança. Era precisamente nessa tenda, que eles encontrariam mais facilmente Deus.

Só muito mais tarde – porque foram 450 anos de escravidão no Egito – no reinado de Davi, já estabelecido o reino de Israel, que o rei quis construir um templo para Deus em substituição à tenda sagrada, onde Deus seria mais facilmente encontrável. Contudo, não alcançou realizar seu sonho, quem o realizou foi seu filho Salomão.

Salomão construiu um templo que foi tão grandioso, tão bem aceito por Deus naquele tampo, que no dia em que foi inaugurado, desceu do céu uma nuvem – talvez em dia de céu muito claro – nuvem que era o símbolo do Espírito Santo e que envolveu todo o templo, para dar a ideia de que Deus tinha penetrado em sua Casa. Deus tinha tomado conta de templo.

Cânticos, alegrias, o Espírito Santo se manifestando neste e naqueles, verdadeira euforia. O que havia de melhor na época: o melhor ouro, a melhor madeira, a melhor prata, o templo estava ornado com o que havia de mais extraordinário.

Mas o povo não foi fiel e acabou sendo dominado pelos babilônios que destroem completamente o templo, destroem até a própria cidade de Jerusalém. Mais tarde, o templo é reconstruído por Zorobabel e quando foi inaugurado, o povo ao invés de alegrar-se, chorou, porque via que o templo já não tinha mais o esplendor daquele que tinha sido construído por Salomão, o novo templo era muito inferior ao antigo. Além do mais, não desceu uma nuvem do céu para envolvê-lo.

Enquanto o povo chorava, Ageu, profeta da época, fez uma profecia: este templo teria uma glória e um esplendor muito maiores do que a prórpia glória do tempo de Salomão.

Quem poderia imaginar a cena na qual a profecia de Ageu se cumpriria?

O Templo na glória de sua inauguração, ou na esperança da hora de sua reconstrução, jamais acolheu alguém mais importante, o próprio Criador Menino, nos braços de sua Mãe, para ser oferecido ao Pai! (1)  

 O dia mais glorioso no Templo

 

De fato, está aí para nós preparada a cena: o Menino Jesus nos braços de Nossa Senhora sendo introduzido no templo.

Imaginemos Nossa Senhora com o Menino Jesus chegando ao pátio das mulheres; ela ia apresentar seu filho no templo depois de quarenta dias, segundo rezava a Lei.

Imaginemos a maravilha desta cena: os passos de Nossa Senhora ecoando pelo templo, ela com o véu sobre a cabeça, roupagens daquele tempo, uma túnica lindíssima; jovenzinha, com um bebe – Jesus – o Deus vivo, Filho de Deus, sendo carregado nos braços, um bebe maravilhoso. Maria vai se aproximando das outras mulheres que estão por alí para cumprirem o preceito da Lei. Nossa Senhora junta-se a elas e todas encantadas com aquele bebe que acaba de chegar. Apesar de todas terem o seu bebe nos braços, viram-se para o Menino Jesus e dizem: que menino encantador! Que bebe extraordinário! Mas Nossa Senhora que era a humildade em pessoa – tanta humildade existia nela – interessava-se pelo filho de cada uma, e fazia um elogio a este, um elogio a aquele, isso dentro daquele convívio oriental borbulhante como costuma ser. As mães se congratulam pelos filhos, mas sobretudo faziam uma roda em torno de Nossa Senhora.

 

Divisor

 

II – Os primogênitos pertenciam à Deus.

 

A Lei de Moisés prescrevia duas situações, dois preceitos que era necessário observar: a primeira era a purificação da mulher – segundo a Lei, quando a mulher dava a luz, devia aguardar quarenta dias, se fosse menino, e oitenta dias se fosse menina; depois disso deveria se apresentar no templo e oferecer um holocausto por sua mancha legal.

Por outro lado, estando os judeus no Egito como escravos, a décima praga predita por Moisés afim de ameaçar o Faraó, constituiu, caso Faraó não permitisse a saída do povo judeu rumo a terra prometida, em que todos os primogênitos do povo egípcio, incluindo os primogênitos dos animais, seriam mortos pelo Anjo do Senhor. Pois bem, a manhã do dia seguinte foi de enterros, de prantos e lamentações terríveis, todas as famílias egípcias tiveram seu primogênito, quer fosse animal quer fosse filho, mortos.

Com isso, houve um clamor do povo: ponha esta gente fora daqui; chega de tanta maldição. Aí, então, o Faraó permitiu que eles saíssem.

Foi depois desta última praga, que Moisés estabeleceu, por mandato de Deus, que todo primogênito judeu fosse entregue a Deus, pois Ele os tinha poupado da morte, não permitindo que fossem mortos junto com os primogênitos egípcios; então, por esta condescendência, os primogênitos judeus pertenciam a Deus.

Maria Santíssima está nesta contingência: está com seu filho primogênito, podíamos dizer Unigênito, porque está com seu único filho, primeiro e único; e pela Lei ela deveria entregar este filho ao templo, para que o sacerdote o pusesse nas mãos de Deus. Maria vai então com sofreguidão, porque ela sabia que este ato tinha um sentido muito alto; ela apesar de ser virginalíssima, apesar de puríssima, apesar de ser a Mãe da própria Pureza, Nosso Senhor Jesus Cristo, porque Ele é a pureza em substancia, ela quis cumprir a Lei, não só pela razão social, para depois não estar colocada fora da sociedade, mas ela quis cumprir a Lei por amor a pureza e a humildade; ela sendo a Mãe da Pureza e sendo a virgem pura, tinha verdadeiro encanto pela virtude da pureza. É por isso que Maria se apresenta como mãe daqueles que são puros e humildes, mãe daqueles que amam a pureza e a humildade e estes são dons que Maria quer trazer ao mundo de hoje, tão perdido, tão afastado destas virtudes excelsas, desta virtude angélica – diz-se virtude angélica, porque os Anjos não tem corpo – por isso que ela quer ser a Rainha dos Corações; esta foi uma das notas mais marcantes das aparições de Nossa Senhora em Fátima.  

Apresentação Imaginemos Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços entrando no templo.

O Menino Jesus, vítima que será entregue ao sacerdote e que depois será pago um resgate por Ele; foi o único que sendo entregue ao sacerdote e tendo pago o resgate, não será aceito por Deus. Deus quis a entrega de sua própria vida, de todo o seu sangue, quis d’Ele um holocausto inteiro.

A partir do momento em que a alma de Nosso Senhor Jesus Cristo foi criada, infundida no início de gestação no claustro materno de Maria Santíssima, Ele recebeu nessa hora uma alma inteiramente consciente, com toda a inteligência, com toda a vontade, com toda a sensibilidade, com toda a graça criada, com todos os dons, com todas as virtudes – Jesus é a própria virtude que foi colocada em sua alma. Sendo assim, Ele viu perfeitamente a própria missão que tinha enquanto homem; Jesus teve uma consciência clara de que devia fazer a redenção do gênero humano; a missão Dele era a de ser vítima de holocausto; a missão d’Ele era de reparar o pecado cometido por Adão e Eva, e nesta hora em que foi concebido, aceitou de se entregar a Deus como vítima expiatória. Mas esta entrega foi particular e agora nesta meditação, o que fazemos é levá-Lo nos braços, junto com Nossa Senhora, para ser posto nos braços do sacerdote e o sacerdote O entregará a Deus para ser vítima de holocausto. Ele inteiramente consciênte e na plenitude do uso da sua razão, quis oficialmente entrega-se como vítima.

 

Saudação: Ó Virgem puríssima, quero de hoje em diante, obedecer a toda a lei de Deus, a todos os meus deveres. Dai-me, Senhora, a liberdade de coração para desapegar-me das ocasiões ou relacionamentos sociais que me afastam de vós!

 *          *          *

Oração final

 Oh Virgem Santíssima, que entregastes o vosso divino Filho com tanto desprendimento e com tanto amor a Deus para que Ele pudesse operar a Redenção do gênero humano; ainda que esta entrega consistisse em que uma espada de dor transpassasse o vosso Sapiencial e Imaculado Coração, ainda que vós sofrêsseis todos os tormentos e dores da Paixão, como de fato sofrestes, a ponto de serdes chamada Nossa Senhora das Dores; essas sete dores que transpassaram o vosso Coração, ó Virgem Santíssima, sofrestes com tanta generosidade, a ponto de entregar o maior tesouro que uma mãe pudesse possuir na face da terra; dai-me a graça de que eu também no final desta meditação seja tocado no mais fundo de minha alma, pronto para entregar tudo em vossas mãos; ser justo como Simeão e nunca pecar, ser puro como vós, amando a pureza como vós a amais; estou inteiramente disposto a sofrer tudo o que seja necessário para maior glória de Deus e santificação de minha alma.

 Assim seja!

 

 Divisor

 

Obra citadas:

. (1) Rev.Arautos do Evangelho, nº 2, Mons. João S. Clá Dias, 2002 – págs. 12-16.

Meditação Mons.João Clá Dias – 3 fevereiro de 2007