A Eucaristia, eixo da piedade católica

Por Padre Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP. No blog dos Arautos do Evangelho da Colômbia** encontrei um escrito maravilhoso sobre o Santíssimo Sacramento e quero compartilhar aqui com todos, uma vez que neste dia 11 celebraremos a Solenidade de Corpus Christi.

O texto reproduz trechos de uma conferência de um declarado adorador, o Professor Plínio Corrêa de Oliveira. Já que a matéria apresenta um grande interesse, reproduzo trechos significativos.

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Retiro Espiritual em Serra Negra/SP

Membros do Apostolado do Oratório de São Paulo e cooperadores dos Arautos do Evangelho fizeram um retiro espiritual inaciano na aprazível cidade de Serra Negra

Os Retiros Espirituais Inacianos, também conhecidos como Exercícios Espirituais, foram criados por Santo Inácio de Loyola, Fundador da Companhia de Jesus.

Santo Inácio partia do pressuposto de que, assim como necessitamos exercitar o nosso corpo para termos uma boa saúde, devemos também exercitar a nossa alma, por meio da oração, da meditação e da contemplação, para sermos espiritualmente sadios.

Nesse sentido realizou-se, de 25 a 27 de maio num hotel fazenda em Serra Negra, o Retiro Espiritual pregado por Sacerdotes Arautos para Terciários e membros do Apostolado do Oratório.

O local, em meio à bela vegetação das montanhas, presta-se muito ao recolhimento. Retirarmo-nos dos afazeres e preocupações do dia a dia para, em um clima de silêncio e reflexão, meditarmos nas grandes verdades que dizem respeito à nossa salvação eterna e ao nosso relacionamento com Deus, fim último e supremo da nossa existência.

É a ocasião em que, com as luzes do Divino Espírito Santo, que fala no íntimo de nossos corações, analisamos a nossa vida, os nossos atos, identificamos nossos pontos fracos e fazemos propósitos firmes de emenda. Ocasião em que aproveitamos também para fazer uma boa confissão e assim pôr em ordem a nossa alma, confiantes sempre na infinita misericórdia de Deus e no auxílio de sua Mãe Santíssima.

Tudo isso feito na presença do Santíssimo Sacramento, que fica exposto durante todo o dia, desde o término da Missa da manhã até o início da Missa da noite.

As fotos abaixo falam por si.

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Falar em silêncio

Quintana - Dia com Maria

Terminara a celebração do 13 de maio na Cova da Iria, em 1991, presidida pelo então Papa João Paulo II.

Três horas de oração intensas haviam unido uma multidão imensa que acorrera a Fátima para fazer a experiência de fé. Uma experiência que se revelaria em múltiplas e diferenciadas expressões mas, naquela hora, com um único denominador – o Papa que se fazia intérprete de todos, de todos tomando dores e esperanças para delas fazer a oferenda comum na renovada consagração da humanidade a Nossa Senhora de Fátima.

Os milhares de lenços brancos do adeus à Virgem tinham recolhido aos bolsos dos peregrinos e estes demandavam já em busca do almoço e do regresso a casa.

Lentamente, a Capelinha das Aparições e o espaço envolvente retomavam o ambiente peculiar em final de peregrinações aniversárias e para muitos constituía o habitual “check-point” destinado ao reencontro de quem se perdera.

O Papa João Paulo II tinha-se desparamentado. Um séquito reduzido preparava-se para o conduzir à Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde os bispos portugueses o aguardavam para o almoço.

Entre o “papamóvel” que os seus colaboradores lhe indicavam e o genuflexório aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima, o Papa Wojtyla escolheu o genuflexório, onde se prostrou em longa contemplação silenciosa.

Este gesto surpreendeu as poucas centenas de peregrinos que tinham decidido aguardar pelo Papa para o aclamarem numa derradeira despedida. De tal modo, que logo se quedaram os murmúrios e todos os olhares se fixaram em comunhão com o silêncio do bispo vestido de branco.

Um manto de sossego envolveu a capelinha e demais espaço envolvente. O Papa rezava mergulhado em oração íntima, completamente alheado do que se passaria em redor.

Nunca saberei se os peregrinos presentes rezaram ou não, mentalmente, em união com o Papa. Tenho, porém, a profunda convicção de que aquele silêncio uniu de uma forma fantástica os presentes, diria mesmo uma união contrastante com o ruído celebrativo da peregrinação multitudinária em que todos tinham acabado de participar.

Passados longos minutos, o Papa despertou do silêncio e surpreendeu-se com o aplauso dos peregrinos que voltaram a aclamá-lo em júbilo.

Ainda hoje sinto dificuldade em explicar aquele silêncio do Papa. Foi um momento mágico que tocou a sensibilidade do cristão, afagou o ego do repórter e lhe proporcionou esse apontamento suplementar de reportagem. Um apontamento que, na altura associei, à emoção de todos perante a vivência de momentos únicos de proximidade com o Papa e de gestos imprevistos/proféticos de João Paulo II.

Mas, 21 anos depois, ao recordar aqui esses momentos, parece-me que, em meus ouvidos, ainda ressoa aquele silêncio através do qual o Papa João Paulo II tocantemente falou.

José António Santos, secretário-geral da Agência Lusa