No contato com certas pessoas inteligentes, de boa cultura e, sobretudo, sábias, saboreamos uma grande riqueza em suas palavras e até mesmo em seus gestos e atitudes. A profundeza e a multiplicidade de significado de suas ações são tão substanciosas que às vezes se torna difícil abarcá-las por completo. Quando essa personalidade não é humana nem angélica, mas divina, isso não é apenas difícil, mas totalmente impossível.
Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões
(Lc 5, 3)
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Como todos os atos de Nosso Senhor, a escolha da barca tem profundo significado. Os comentários a esse respeito são unânimes: com tal gesto, Cristo quis indicar a proeminente posição de Simão no Colégio Apostólico, o qual em breve seria constituído, simbolizando a barca, a Igreja, então nascente.
“A partir da Igreja, Jesus, pessoalmente ou através de Pedro, seu Vigário, instrui o mundo. ‘Onde está Pedro, aí está a Igreja’. Isto nos dá a medida da adesão que devemos professar à Sé de Pedro”, explica o Cardeal Gomá y Tomás.
________________
O Inédito sobre os Evangelhos, Vol. 06, pág. 66.