Ela (Maria) os ama (seus devotos) ternamente, e com mais ternura que todas as mães juntas. Acumulai, se puderdes, num só coração materno e por um filho único, todo o amor natural que todas as mães deste mundo têm por seus filhos: sem dúvida essa mãe amaria muito esse filho. É verdade, entretanto, que Maria ama ainda mais ternamente seus filhos do que aquela mãe amaria o seu. Ela não os ama somente com afeição, mas também com eficácia.
Sem nenhum demérito para com Nossa Senhora, São Luís Grignion de Montfort, em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, ensina que Maria, comparada à Majestade infinita do Altíssimo, é menos que um átomo. Mas que Ele, embora não tivesse absoluta necessidade d’Ela, quis servir-se de Maria na Encarnação.
Aceitar a predileção de Deus por Aquela que é ao mesmo tempo Sua Filha, Mãe e Esposa é, além de um ato de humildade e submissão, uma forma de unir-se a Deus no amor que Ele reserva especialmente para com a Santíssima Virgem.
Como nos afirma São Maximiliano Kolbe, não devemos ter receio de amar demasiadamente a Maria, já que nunca A amaremos com a intensidade com que Jesus A amou.
Sim, toda Igreja está em dívida com a Virgem Maria, já que por meio d’Ela recebeu a Cristo, de modo semelhante deve a São José, depois d’Ela, uma especial gratidão e reverência.
Hoje transcrevemos uma das inúmeras e inspiradas frases de Santa Teresa Benedita da Cruz, a religiosa carmelita de nome Edith Stein, mártir da perseguição nazista. Seu comentário a respeito do olhar diligente, maternal e protetor da Mãe de Deus faz-nos lembrar do que nos diz São Luís Grignion de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, quando recorda que foi por Maria que Nosso Senhor quis começar os seus milagres, como ocorreu com a santificação de São João Batista no ventre de Santa Isabel e, na vida adulta, quando, a pedido d’Ela, Cristo converteu a água em vinho, nas núpcias de Caná da Galileia.
A propósito, em outro trecho de sua obra, o religioso adverte: “porque os servos nas bodas de Caná seguiram o conselho da Santíssima Virgem, foram honrados com o primeiro milagre de Jesus Cristo (em sua vida pública)”.
À luz do que diz São Luís, as palavras abaixo de Santa Teresa Benedita da Cruz nos indica o quanto Maria ama e ampara os seus fiéis devotos num humilde, despretensioso e providencial silêncio.
“Que possamos voltar o nosso olhar à Mãe de Deus, Maria, nas bodas de Caná. O seu olhar silencioso e perscrutador observa tudo e repara onde falta alguma coisa. E antes que alguém perceba e ocorra algum embaraço, ela já prestou a sua ajuda. Encontra meios e modos, dá as indicações necessárias, e isso tudo em silêncio, sem deixar perceber nada.”
Lisboa, 28 abr (Ecclesia) – A Congregação dos Padres Monfortinos vai assinalar 300 anos do livro «Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem» este sábado, promovendo, em Fátima, uma jornada de reflexão.
O encontro comemorativo sobre o livro de São Luis de Montfort será no Auditório da Irmãs Concepcionistas, em Fátima.
A obra constitui uma “admirável síntese do mistério de Cristo, no qual Maria tem «parte decisiva», realça um comunicado enviado à Agência ECCLESIA
Muitos foram os que “saborearam e se deixaram tocar pela intensidade e profundidade que São Luis de Montfort revela, ao escrever sobre esta íntima comunhão com a Mãe de Jesus, entre os quais, sem dúvida, se destaca o Beato João Paulo II”, lê-se.
Programa
09.30h: Apresentação pelo padre Manuel Gonçalves Peixoto, Superior dos Missionários Monfortinos em Portugal
09.45h: «A figura de Maria na espiritualidade católica», padre Carlos Manuel Pedrosa Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima
11.00h: «A ‘Verdadeira Devoção’ de S. Luis de Montfort à luz do Vaticano II», padre Abílio Pina Ribeiro, CMF
12.30h: Celebração da Eucaristia na Capelinha das Aparições em honra de S. Luís de Montfort.
15.00h: «Contexto espiritual da Obra e vida de Montfort», padre Rui Manuel Sousa Valério, SMM
16.30h: «Uma forma de verdadeira devoção: A Consagração a Jesus pelas mãos de Maria», padre Delfim Teixeira Afonso, SMM