O fundador comenta

Aproxima-se o tempo da Quaresma. São 40 dias de preparação para a Semana Santa, onde celebraremos a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Sendo esse um tempo de penitência, no qual a Igreja exorta os fiéis a refletir sobre sua vida íntima e ver quais são os pontos em que deve melhorar, e portanto, pedir a Deus o auxílio para uma mudança de vida, publicamos nos dias que antecedem a Quaresma de 2010, um comentário de nosso fundador, Monsenhor João Clá Dias, EP, sobre a parábola do Filho Pródigo, para ajudar os nossos leitores a entrarem nesse tempo litúrgico considerando esse extraordinário sacramento que Nosso Senhor Jesus Cristo nos deixou: a confissão.

*               *               *

 

Monsenhor JoãoO Filho Pródigo e a confissão

 

De maneira singela, mas com beleza literária insuperável, a Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 1-3; 11-32) nos conta a história de um pai e dois filhos, um dos quais fará o papel de equilibrado, sensato, honesto e fiel, e o outro de apaixonado, dissoluto e esbanjador ou pródigo.

O pai é apresentado como possuidor de um coração sábio, afetuoso e até maternal, a ponto de não manifestar a menor estranheza com o pedido do filho, e, portanto, de não tentar dissuadir seu caçula de exigir a herança a que tinha direito. O Evangelho de Lucas nos narra a história:

“Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome, e ele, começou a sofrer necessidade. Foi pôr-se a serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Tendo caído em si, disse: Quantos diaristas há em casa de meu pai que têm pão  em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai.”

A fome, a dor e a provoção, acompanhadas da graça de Deus, bem podem nos conduzir a um raciocínio equilibrado, e produzir em nós uma real conversão e emenda de vida. Volta então o filho à casa paterna e as reações do pai acolhendo de volta seu filho que estava perdido, não poderiam ser mais comovedoras em matéria de bondade e de ternura. Certamente há muito ansiava revê-lo e por ele rezava.

O recém-chegado apresentava-se como um maltrapilho, nada limpo, em condição totalmente imprópria para ser abraçado. Entretanto o pai lançou-se ao pescoço do filho e o cobriu de beijos. O filho, além  de ter-se esquecido de seu pai, havia esbanjado seus bens. É a imagem do efeito do pecado na alma de um batizado: o despoja dos méritos e da virtude e o mancha com a lama da ofensa a Deus. Mas o filho confessa suas faltas e pede o perdão ao pai.

Ao acusar suas misérias no confessionário e receber a absolvição, o homem, tal como o filho arrependido, é revestido dos mais preciosos tecidos de reconciliação, as sandálias do mérito lhe são devolvidas e o anel de filho de Deus recolocado em seu dedo.

O pai com alegria faz uma festa para recebê-lo: “Haverá maior alegria no céu por um pecador que fizer penitência que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15, 7)

(Extraído do Boletim Informativo do Apostolado do Oratório, “Maria Rainha dos Corações”, n° 24)

 *              *              *

 

Meditação do Primeiro Sábado do mês

 Transcrevemos, a seguir, a meditação de fevereiro para a devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês, de autoria de Monsenhor João Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

 Apresentação do Menino Jesus no Templo

 

 Menino Jesus no Templo

“Hoje a Virgem Maria apresentou

o Menino Jesus no santo templo.

Simeao, impelido pelo Espírito,

recebeu o Menino nos seus braços

e deu graças, bendizendo ao Senhor”. (Vesp.II, ant.)

 

 

 

Oração Inicial

Oh! Virgem Santíssima, entre as inúmeras graças que tivestes, pudestes também apresentar o vosso divino Filho no Templo. Vós que colocastes vosso divino Filho nas mãos do sacerdote Simeão, vós que deste modo, entregastes o vosso Filho a Deus, porque a Ele pertencia. Vós que sabíeis perfeitamente que o vosso Filho seria martirizado, seria vítima expiatória, iria ser consumado em holocausto por amor de Deus e salvação dos homens; vós fizestes esta entrega com inteira abertura de alma, com inteira generosidade; vós sois para nós o exemplo perfeito de uma entrega total.

Nesta meditação, queremos reparar ao vosso Sapiencial e Imaculado Coração por tantas ofensas que diariamente tem recebido e por isso, pedimos as graças super excelentes, as graças eficazes, as graças superabundantes, as graças que transformem nossas almas, e que com essas graças, possamos realizar esta meditação de forma mais perfeita possível, e assim, à altura do vosso Imaculado Coração, repararmos todas as ofensas que ele tão freqüentemente tem recebido. Assisti- nos, ó Mãe, passo a passo, minuto a minuto, segundo a segundo nesta meditação. Assim seja.

Ave Maria, cheia de graça …

  Cantico

 

 I – Apresentação do Messias Prometido.

 

“Depois que se completaram os dias da purificação

 segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém,

para o apresentar ao Senhor”. (Lc. 2, 22)

 

Deus é puro espírito; nós aprendemos no catecismo que ele está em toda a parte e, de fato, não há um só recanto do Universo onde Deus não esteja presente.

Puro espírito, onipotente, onipresente, oniciente. Mas Deus está mais presente em umas partes do que em outras, é evidente! Mas onde Deus está mais presente? Onde Ele atua. Por ser puro espírito, Deus está mais presente onde Ele age. Agindo aqui, agindo lá ou acolá, Ele mais está onde mais age.

Mas, Deus que está em toda a parte, gosta de ter um lugar onde Ele é mais facilmente encontrável; claro, que nós andando por todos os cantos, estamos andando dentro de Deus, pois, como diz São Paulo por citação em sua epístola, Deus está dentro de nós, nós em Deus nos movemos, em Deus nós agimos. O homem estando no Paraíso, estava diariamente em convívio intenso com Deus. No Paraíso, Deus se manifestava todas as tardes à Adão, Ele passeava todos os dias com Adão no Paraíso.

O homem entretanto pecou, e tendo pecado, foi posto fora do Paraíso. Saindo do Paraíso, passou a levar uma vida nômade, deslocando-se de um lado para o outro, sem moradia fixa. Os locais onde os homens habitavam eram as tocas, as grutas; ele não tinha ainda construído nenhum edifício para morar, só mais tarde é que o homem vai criar as tendas. É andando de um lado para outro, que em certo momento, quando o povo judeu saiu da escravidão do Egito, que Deus deu a eles a possibilidade de terem uma tenda sagrada, onde ficava a Arca da Aliança. Era precisamente nessa tenda, que eles encontrariam mais facilmente Deus.

Só muito mais tarde – porque foram 450 anos de escravidão no Egito – no reinado de Davi, já estabelecido o reino de Israel, que o rei quis construir um templo para Deus em substituição à tenda sagrada, onde Deus seria mais facilmente encontrável. Contudo, não alcançou realizar seu sonho, quem o realizou foi seu filho Salomão.

Salomão construiu um templo que foi tão grandioso, tão bem aceito por Deus naquele tampo, que no dia em que foi inaugurado, desceu do céu uma nuvem – talvez em dia de céu muito claro – nuvem que era o símbolo do Espírito Santo e que envolveu todo o templo, para dar a ideia de que Deus tinha penetrado em sua Casa. Deus tinha tomado conta de templo.

Cânticos, alegrias, o Espírito Santo se manifestando neste e naqueles, verdadeira euforia. O que havia de melhor na época: o melhor ouro, a melhor madeira, a melhor prata, o templo estava ornado com o que havia de mais extraordinário.

Mas o povo não foi fiel e acabou sendo dominado pelos babilônios que destroem completamente o templo, destroem até a própria cidade de Jerusalém. Mais tarde, o templo é reconstruído por Zorobabel e quando foi inaugurado, o povo ao invés de alegrar-se, chorou, porque via que o templo já não tinha mais o esplendor daquele que tinha sido construído por Salomão, o novo templo era muito inferior ao antigo. Além do mais, não desceu uma nuvem do céu para envolvê-lo.

Enquanto o povo chorava, Ageu, profeta da época, fez uma profecia: este templo teria uma glória e um esplendor muito maiores do que a prórpia glória do tempo de Salomão.

Quem poderia imaginar a cena na qual a profecia de Ageu se cumpriria?

O Templo na glória de sua inauguração, ou na esperança da hora de sua reconstrução, jamais acolheu alguém mais importante, o próprio Criador Menino, nos braços de sua Mãe, para ser oferecido ao Pai! (1)  

 O dia mais glorioso no Templo

 

De fato, está aí para nós preparada a cena: o Menino Jesus nos braços de Nossa Senhora sendo introduzido no templo.

Imaginemos Nossa Senhora com o Menino Jesus chegando ao pátio das mulheres; ela ia apresentar seu filho no templo depois de quarenta dias, segundo rezava a Lei.

Imaginemos a maravilha desta cena: os passos de Nossa Senhora ecoando pelo templo, ela com o véu sobre a cabeça, roupagens daquele tempo, uma túnica lindíssima; jovenzinha, com um bebe – Jesus – o Deus vivo, Filho de Deus, sendo carregado nos braços, um bebe maravilhoso. Maria vai se aproximando das outras mulheres que estão por alí para cumprirem o preceito da Lei. Nossa Senhora junta-se a elas e todas encantadas com aquele bebe que acaba de chegar. Apesar de todas terem o seu bebe nos braços, viram-se para o Menino Jesus e dizem: que menino encantador! Que bebe extraordinário! Mas Nossa Senhora que era a humildade em pessoa – tanta humildade existia nela – interessava-se pelo filho de cada uma, e fazia um elogio a este, um elogio a aquele, isso dentro daquele convívio oriental borbulhante como costuma ser. As mães se congratulam pelos filhos, mas sobretudo faziam uma roda em torno de Nossa Senhora.

 

Divisor

 

II – Os primogênitos pertenciam à Deus.

 

A Lei de Moisés prescrevia duas situações, dois preceitos que era necessário observar: a primeira era a purificação da mulher – segundo a Lei, quando a mulher dava a luz, devia aguardar quarenta dias, se fosse menino, e oitenta dias se fosse menina; depois disso deveria se apresentar no templo e oferecer um holocausto por sua mancha legal.

Por outro lado, estando os judeus no Egito como escravos, a décima praga predita por Moisés afim de ameaçar o Faraó, constituiu, caso Faraó não permitisse a saída do povo judeu rumo a terra prometida, em que todos os primogênitos do povo egípcio, incluindo os primogênitos dos animais, seriam mortos pelo Anjo do Senhor. Pois bem, a manhã do dia seguinte foi de enterros, de prantos e lamentações terríveis, todas as famílias egípcias tiveram seu primogênito, quer fosse animal quer fosse filho, mortos.

Com isso, houve um clamor do povo: ponha esta gente fora daqui; chega de tanta maldição. Aí, então, o Faraó permitiu que eles saíssem.

Foi depois desta última praga, que Moisés estabeleceu, por mandato de Deus, que todo primogênito judeu fosse entregue a Deus, pois Ele os tinha poupado da morte, não permitindo que fossem mortos junto com os primogênitos egípcios; então, por esta condescendência, os primogênitos judeus pertenciam a Deus.

Maria Santíssima está nesta contingência: está com seu filho primogênito, podíamos dizer Unigênito, porque está com seu único filho, primeiro e único; e pela Lei ela deveria entregar este filho ao templo, para que o sacerdote o pusesse nas mãos de Deus. Maria vai então com sofreguidão, porque ela sabia que este ato tinha um sentido muito alto; ela apesar de ser virginalíssima, apesar de puríssima, apesar de ser a Mãe da própria Pureza, Nosso Senhor Jesus Cristo, porque Ele é a pureza em substancia, ela quis cumprir a Lei, não só pela razão social, para depois não estar colocada fora da sociedade, mas ela quis cumprir a Lei por amor a pureza e a humildade; ela sendo a Mãe da Pureza e sendo a virgem pura, tinha verdadeiro encanto pela virtude da pureza. É por isso que Maria se apresenta como mãe daqueles que são puros e humildes, mãe daqueles que amam a pureza e a humildade e estes são dons que Maria quer trazer ao mundo de hoje, tão perdido, tão afastado destas virtudes excelsas, desta virtude angélica – diz-se virtude angélica, porque os Anjos não tem corpo – por isso que ela quer ser a Rainha dos Corações; esta foi uma das notas mais marcantes das aparições de Nossa Senhora em Fátima.  

Apresentação Imaginemos Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços entrando no templo.

O Menino Jesus, vítima que será entregue ao sacerdote e que depois será pago um resgate por Ele; foi o único que sendo entregue ao sacerdote e tendo pago o resgate, não será aceito por Deus. Deus quis a entrega de sua própria vida, de todo o seu sangue, quis d’Ele um holocausto inteiro.

A partir do momento em que a alma de Nosso Senhor Jesus Cristo foi criada, infundida no início de gestação no claustro materno de Maria Santíssima, Ele recebeu nessa hora uma alma inteiramente consciente, com toda a inteligência, com toda a vontade, com toda a sensibilidade, com toda a graça criada, com todos os dons, com todas as virtudes – Jesus é a própria virtude que foi colocada em sua alma. Sendo assim, Ele viu perfeitamente a própria missão que tinha enquanto homem; Jesus teve uma consciência clara de que devia fazer a redenção do gênero humano; a missão Dele era a de ser vítima de holocausto; a missão d’Ele era de reparar o pecado cometido por Adão e Eva, e nesta hora em que foi concebido, aceitou de se entregar a Deus como vítima expiatória. Mas esta entrega foi particular e agora nesta meditação, o que fazemos é levá-Lo nos braços, junto com Nossa Senhora, para ser posto nos braços do sacerdote e o sacerdote O entregará a Deus para ser vítima de holocausto. Ele inteiramente consciênte e na plenitude do uso da sua razão, quis oficialmente entrega-se como vítima.

 

Saudação: Ó Virgem puríssima, quero de hoje em diante, obedecer a toda a lei de Deus, a todos os meus deveres. Dai-me, Senhora, a liberdade de coração para desapegar-me das ocasiões ou relacionamentos sociais que me afastam de vós!

 *          *          *

Oração final

 Oh Virgem Santíssima, que entregastes o vosso divino Filho com tanto desprendimento e com tanto amor a Deus para que Ele pudesse operar a Redenção do gênero humano; ainda que esta entrega consistisse em que uma espada de dor transpassasse o vosso Sapiencial e Imaculado Coração, ainda que vós sofrêsseis todos os tormentos e dores da Paixão, como de fato sofrestes, a ponto de serdes chamada Nossa Senhora das Dores; essas sete dores que transpassaram o vosso Coração, ó Virgem Santíssima, sofrestes com tanta generosidade, a ponto de entregar o maior tesouro que uma mãe pudesse possuir na face da terra; dai-me a graça de que eu também no final desta meditação seja tocado no mais fundo de minha alma, pronto para entregar tudo em vossas mãos; ser justo como Simeão e nunca pecar, ser puro como vós, amando a pureza como vós a amais; estou inteiramente disposto a sofrer tudo o que seja necessário para maior glória de Deus e santificação de minha alma.

 Assim seja!

 

 Divisor

 

Obra citadas:

. (1) Rev.Arautos do Evangelho, nº 2, Mons. João S. Clá Dias, 2002 – págs. 12-16.

Meditação Mons.João Clá Dias – 3 fevereiro de 2007

O fundador comenta

A partir de hoje, estaremos colocando no blog do Apostolado do Oratório, comentários de Monsenhor João Clá Dias sobre os evangelhos, extraídos do boletim-informativo “Maria Rainha dos Corações”.

A leitura do Evangelho do domingo passado (II° domingo do tempo comum) referia-se às Bodas de Caná. Transcrevemos a seguir, um trecho de um comentário de Monsenhor João Clá Dias sobre este Evangelho.

 

As Bodas de Caná e o papel de MariaMonsenhor João

Caná era uma cidade maior do que Nazaré. A História nada registra sobre o motivo por que Jesus e Maria foram convidados para o casamento.

As Bodas de Caná simbolizavam o lar católico como dever ser, e indica a conduta a seguir face aos problemas e dificuldades da vida. Ali está prefigurada a família cristâ assistida por Cristo, através da intercessão de Maria. A partir desse episódio, todos os cônjuges, até o fim do mundo, devem firmar-se na certeza de que Jesus solucionará qualquer drama ou aflição, se invocarem a onipotente mediação de Maria.

E foi numa festa de casamento que, a pedido de sua Mãe, Jesus quis realizar seu primeiro milagre: a transformação da água em vinho (Jo 2,1-11).

Jesus operou esse milagre para inculcar-nos a convicção de que, apesar de não haver chegado a Sua hora, por uma palavra dos lábios da Mãe, Ele nos atenderá. Eis que em Caná abriu-se uma nova era na espiritualidade do gênero humano, com a inauguração de um especial regime da graça: a intercessão de Maria.

Imaculado Coração de MariaEm Caná, Maria nos ensina algo muito importante: apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo quanto Este lhes dissesse. Não havia Ele dito que não chegara ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa…

Acontece que há algumas determinações de Deus que são condicionadas aos nossos desejos e reações. Ou seja, elas se cumprirão ou não, dependendo da nossa colaboração. Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os nubentes e seus convidados não teriam tomado o melhor dos vinhos da História, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre. Em Caná, aprendemos de Maria o quanto Deus quer a nossa colaboração em sua obra.

Devido a esse sublime papel de medianeira e de onipotência suplicante da Santíssima Virgem, que se inicia publicamente nas Bodas de Caná, talvez pudéssemos dividir a História da espiritualidade em duas grandes eras: antes de Maria e depois de Maria.

(Extraído do boletim-informativo “Maria Rainha dos Corações” n° 25)

Nosso e-mail: contato@oratorio.blog.arautos.org

 

Oração dos Oratórios

Nossa SenhoraMaria Santíssima, dia virá em que a eternidade me separará do tempo. Nesse momento, baterei à vossa porta.

 Lembrai-vos, Virgem Santíssima, que quando vós batestes à minha porta , através do Oratório do Imaculado Coração de Maria, eu não só a abri, mas escancarei-a para que vós estivésseis em minha casa.

 Dai-me a graça de, nesse momento, encontrar não só as portas da eternidade abertas, mas também os vossos braços, para me receberem no convívio com vosso Divino Filho.

 

 

Monsenhor JoãoEssa oração foi composta por Monsenhor João Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho.

O Apostolado do Oratório, promovido pelos Arautos do Evangelho, foi criado  por Monsenhor João Clá Dias.

Convidamos todos os leitores a conhecerem mais sobre a vida de  nosso fundador, visitando: http://www.joaocladias.org.br/curriculum.asp

Nosso e-mail: contato@oratorio.blog.arautos.org

 

 

Convívio

Após um ano repleto de atividades, chegou o momento de todas as pessoas que colaboram com a realização das atividades do Apostolado do Oratório, reunirem-se para um abençoado convívio às portas do Santo Natal.

No último mês de dezembro, os Supervisores, Coordenadores e amigos que frequentam a sede do Apostolado do Oratório, escolheram um lugar, com uma bela paisagem, um clima muito agradável, longe do ruído da cidade, adornado de pássaros silvestres e muito verde, em uma reserva natural nas aforas de Jundiaí. Alí, seria o encontro natalino das famílias colaboradoras do Oratório.

O programa se iniciou com a Santa Missa, celebrada pelo Rvdmo. Pe. Julio Ubellhode, EP e seguido de um almoço, com animadas conversas e, com músicas natalinas “ao vivo”, interpretadas pelo Coral do Apostolado do Oratório.

Click nas fotografias abaixo e terão uma idéia de como foi esse programa natalino, que culminou com um áudio-visual de todas as atividades realizadas pelo Apostolado do Oratório no ano 2009.

Com este post, concluímos a retrospectiva das atividades de 2009. Muitas delas deixamos de publicar para não estender demais essa retrospecitva; entre elas, estavam as Missas em ação de graças pelas Aparições de Nossa Senhora em Fátima, no dia 13 de Maio, promovidas pelos Coordenadores do Oratório, que foram celebradas em mais de 130  Paróquias de diversas cidades do país. Aqui em São Paulo, a Missa em ação de graças foi celebrada pelo nosso fundador, Monsenhor João S. Clá Dias, EP na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Seminário dos Arautos do Evangelho, na Serra da Cantareira.

Que Nossa Senhora multiplique essas atividades, que relembramos nestes últimos dias, em muitas outras neste ano que estamos iniciando.

Programa Natalino

natal-1natal-3natal-4natal-6natal-7natal-8natal-9natal-11natal-12natal-14natal-15natal-16

Nosso e-mail: contato@oratorio.blog.arautos.org

Meditação para o Primeiro Sábado

Desde São Paulo, enviamos para os Supervisores, via correio ou via e-mail, as meditações para cada Primeiro Sábado.
Essas meditações foram feitas por Mons. João S. Clá Dias, EP, nosso fundador, durante a realização da devoção reparadora dos Primeiros Sábados na Catedral da Sé, em São Paulo.
Neste post, incluímos a meditação para o mês de janeiro de 2010.

 

Meditação dos Primeiros Sábados EPIFANIA do Senhor Janeiro de 2010.


“Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe.
Prostrando-se diante dEle, o adoraram. Depois, abriram seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.”   (Mt 2, 11).
 

 

Introdução:

Amanhã é a Epifania, dentro da oitava do Natal. Vamos então nos aproximar do Presépio e junto ao Menino Jesus, Maria Santíssima e S. José, meditarmos sobre um aspecto deste terceiro mistério gozoso. Contemplaremos o trecho do Evangelho que narra a vinda dos três Reis Magos do Oriente, para adorar ao Menino Jesus.

Santo Agostinho comenta que Epifania é uma palavra grega que significa “manifestação”. Na pessoa dos Reis Magos, o Menino-Deus se revelou a todas as nações que, no futuro, seriam iluminadas pela luz da Fé.

Vamos pedir graças especiais a Nossa Senhora. Estamos aqui para reparar seu Sapiencial e Imaculado Coração. Peçamos então que nos obtenha do Menino Jesus, que se encontra em seus braços, graças especialíssimas para bem fazermos esta meditação e que esta seja uma perfeita oração.

Oração Inicial

Minha Mãe, aqui estamos diante de Vós para meditar sobre esta cena dos Reis Magos adorando o Menino Jesus, e junto com eles fazermos esta adoração, em união convosco.
Vós quisestes oferecer aos santos Reis Magos, o mais belo espetáculo de toda História: apresentar vosso divino Filho para ser adorado. Santa Mãe de Cristo, nós queríamos durante esta meditação entregar todos os nossos pensamentos, todos os nossos movimentos de vontade, nossas virtudes, toda nossa sensibilidade, para que elas sirvam junto com o ouro, incenso e mirra, de louvor a Vós e de adoração ao Vosso divino Menino Jesus. Rogamos que nos obtenha graças superabundantes e eficazes, graças místicas, a fim de que possamos compreender a fundo todo o significado da visita dos Reis Magos à Vossa casa em Belém.

Assim seja!

Preparação:

Jesus nasce pobre numa gruta em Belém; os Anjos do Céu, é verdade, reconheceram-No por seu Senhor, mas os homens da terra deixam-No abandonado. Vêm apenas uns poucos pastores para adorá-Lo. O divino Redentor, porém, já quer começar a nos comunicar a graça da Redenção, e por isso, começa a manifestar-Se aos gentios que não O conheciam. Manda uma estrela iluminar os santos Magos, para que venham conhecer e adorar o seu Salvador. Admiremos o chamado que o Menino Jesus, de Sua manjedoura, faz a todas as nações, ao enviar aos Reis Magos a sua Estrela e a sua Graça; uma para lhes iluminar os olhos e a outra para lhes falar aos corações.

I – Significado de Epifania.

A festa da Epifania – também denominada pelos gregos de Teofania, ou seja manifestação de Deus – era celebrada no Oriente já antes do século IV. É uma das mais antigas comemorações cristãs, tal como a Ressurreição de Nosso Senhor.
Não podemos esquecer que a Encarnação do Verbo se tornou efetiva logo após a Anunciação do Anjo; entretanto, apenas Maria, Isabel, José e, provavelmente, Zacarias tiveram conhecimento do grande mistério operado pelo Espírito Santo. O restante da humanidade não se deu conta do que se passou no periodo de gestação do Filho de Deus humanado.
Por fim, nasce o Redentor, como um simples bebê. Quem, estivesse, porém, tomado por um dom do Espírito Santo, discerniria naquela adorável criança os resplendores dos raios de sua fulgurante divindade.
Não se tratava de um ente puramente humano; àquela natureza se unia a própria Divindade : Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Ali estava o Homem-Deus.

1 – Epifania: público reconhecimento da divindade do Menino Jesus.

Se, por assim dizer, no Natal Deus Se manifesta como Homem, na Epifania esse mesmo Homem se revela como Deus. Assim, nestas duas festas, quis Deus que o grande mistério da Encarnação fosse revelado com todo o brilho, tanto aos judeus como aos gentios, dado o seu caráter universal.
No Ocidente, desde o princípio, celebrava-se o Natal a 25 de dezembro, e no Oriente, a Epifania a 6 de janeiro. Foi a Igreja de Antioquia, na época de São João Crisóstomo, que passou a comemorar as duas datas. Só a partir do século V é que no Ocidente começou a se celebrar a segunda festividade.
Em nossa atual fase histórica, a Liturgia comemora a Adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus.
Por outro lado, ainda permanecem alguns vestígios da antiga tradição oriental que incluía na Epifania, além da Adoração dos Reis, o milagre das Bodas de Caná e o Batismo do Senhor no Jordão.
Hoje, em nossa Liturgia, as Bodas de Caná não são mais celebradas, e o Batismo do Senhor é festejado no domingo entre os dias 7 e 13 de janeiro.
Em síntese, podemos afirmar que a Epifania, ou seja, a manifestação do Verbo Encarnado, não pode ser considerada desligada da adoração que Lhe prestaram os Reis do Oriente. Nesta cena está concernido um público reconhecimento da divindade do Menino Jesus unida à Sua humanidade.

2 – Um convite para sermos gratos ao Senhor.

Ora, o que movia o fundo da alma dos Reis Magos era o desejo de prestar culto de adoração Àquele que acabara de nascer. O significado da moção do Espírito Santo, levando-os a Belém, cifra-se no chamado universal de todas as nações à salvação e à participação nos bens da Redenção.
Se aos Reis Magos Deus os chamou por meio da estrela, a nós Ele nos chama através de Sua Igreja, com sua pregação, doutrina, governo e Liturgia. Logo, a Epifania é a festa que nos convida a agradecermos ao Senhor, como também a Lhe implorar a graça de sermos guiados sempre a por toda parte através de Sua luz celeste, bem como de acolhermos com fé e vivermos com amor todos os dons que a Santa Igreja nos dá.

II – Belém, os Magos e Herodes.

“Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá,no tempo do rei Herodes, eis que os Magosvieram do Oriente a Jerusalém”.   (Mt 2, 1).

Mateus se cala sobre maiores detalhes a respeito dos Magos; daí a divergências entre os autores. Entretanto, podemos afirmar que o nome Magos não pode ser tomado com as conotações próprias aos nossos tempos. Naquela época, significava pessoas de certo poder e muito distintas, em especial pelos conhecimentos científicos, sobretudo de astronomia. Além disso, a tradição no-los apresenta como reis. É também por tradição que consta serem três, terem sido batizados mais tarde por São Tomé Apóstolo e, tempos depois, martirizados. As relíquias dos Reis Magos foram veneradas por Bento XVI, na Catedral de Colônia, em 18 ago.2005, por ocasião da XX Jornada Mundial da Juventude.
O rei Herodes não pertencia à raça dos judeus, pois era idumeu. Chegou ao trono por apoio dos romanos, era estrangeiro. Foi muito habilidoso, restaurando com esmero o Templo de Jerusalém, no intuito de que se esquecessem de suas origens. Porém, sua fama perpetuou-se pelas grandes máculas de seus costumes dissolutos e de sua crueldade.

1 – Os Reis perante Herodes.

“Perguntaram eles: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?
Vimos “a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo”.

Os Reis Magos demonstram possuir grande fé, e não pouca intrepidez, ao formularem uma pergunta tão incisiva, tanto mais que poderia ser interpretada por Herodes como sendo uma negação de seu título e de seu poder, conquistados com tantos esforços.

“Ouvindo isto, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele”.
 

 

É de fácil compreensão esse temor, dada a irrefreável ambição, inveja e crueldade. Sua esposa e seus três filhos puderam experimentar a violência de seu péssimo e impetuoso temperamento, pois foram mortos por uma determinação tirânica sua, nascida do medo de que o destronassem.
Para um homem com essa moral desregrada e tão mau caráter, o anúncio do surgimento miraculoso de um novo rei só poderia causar perturbação …Herodes. maquina a morte do Messias com dolosa malícia; viu certamente o grande fervor dos Magos em relação a Cristo, e como não podia contar com a cumplicidade deles para matar o futuro rei, ocorreu-lhe enganá-los. Então, começou a tomas ares de devoção enquanto afiava a espada e pintava com cores de humildade a perversidade de seu coração.
Assim procedem todos os perversos: quando querem causar ocultamente algum dano muito grave a alguém, mostram-se humildes e amigos em relação a ele. ‘E, enviando-os a Belém, disse: ‘Ide e informai-vos bem a respeito do Menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo”.
Hipócrita, se faz de piedoso e suave para enganar a simplicidade, candura e inocência dos Magos.

2 – Comovedora confiança dos Reis Magos …

“Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram.
E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o Menino, e ali parou.
“A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria”.

 Assim sempre procede Deus, recompensando aqueles que são fiéis à Sua graça.
É comovedora a confiança penetrada de coragem desses Reis Magos, diante de um tirano de tão má fama. Não há dúvida de estarem sustentados por especial moção do Espírito Santo.

III – A Jesus por Maria.

Emociona esta descrição de Mateus; …

“Entrando na casa, acharam o Menino com Maria, sua mãe”.
 

 

Palavras proféticas, inspiradas pelo Espírito Santo, para deixar constando elos séculos afora que não se pode encontrar Jesus sem Maria, e menos ainda, Maria sem Jesus. A História comprova – e muito mais o fará – o quanto a devoção à Mãe conduz à adoração ao Filho, e vice-versa.

1 – Os Reis Magos voltaram por outro caminho.

“Avisados em sonho de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho”. (Mt 2, 12)

Deus jamais deixa de proteger aqueles que O servem com amor e fidelidade. Se os Magos tivessem retornado a Herodes, eles mesmos poderiam ter precedido os Inocentes na morte.
A todos nós, Deus nos faz retornar à Pátria “por outro caminho”, segundo nos ensina São Gregório Magno. Infelizmente, deixamos o Paraíso Terrestre pelo pecado de orgulho de nossos primeiros pais; mais ainda, dele nos afastamos pelo apego às coisas deste mundo e devido aos nossos próprios pecados. Deus, como bom Pai, nos oferece o Paraíso Eterno; mas, para nele entrar, o caminho é o oposto ao do orgulho e da sensualidade, ou seja, o do desprendimento, da obediência, da renúncia às nossas paixões. Ele nos oferece um caminho fácil e seguro:”Ad Jesum per Mariam!”.

(A Jesus, por Maria!).

Cfr.’Revista Arautos do Evangelho’-nº 85, jan.2009 * Mons. João S. Clá Dias, pp. 12-19.