O Batismo que conquistou nosso Batismo

Festa do Batismo do Senhor

Um milagre invisível ocorre em cada celebração batismal: em suas águas é submerso um ser humano e delas emerge um filho de Deus

Mons. João S. Clá Dias, EP – Fundador dos Arautos do Evangelho


Naquele tempo, 13 Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de Se encontrar com João e ser batizado por ele. 14 Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por Ti, e Tu vens a mim?” 15 Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. 16 Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o Céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele. 17 E do Céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual Eu pus o meu agrado” (Mt 3, 13-17).

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O verdadeiro centro da vida familiar

Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José

A docilidade dos membros da Sagrada Família à voz de Deus nos ensina que a vida familiar deve ter como objetivo a procura e o cultivo da santidade

Mons. João S. Clá Dias, EP – Fundador dos Arautos do Evangelho


Deus escolheu um lar

A Santa Igreja reserva o domingo posterior ao Natal para cultuar e festejar a Sagrada Família, convidando-nos a refletir sobre o valor e o verdadeiro sentido da instituição familiar. Ela é a célula-mãe, o fundamento da sociedade, e se hoje assistimos a uma tremenda crise moral na humanidade, isso se deve em certa medida à desagregação da família. Abalada esta, o resto da sociedade não se sustenta.

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Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

O dom mais excelso de toda a ordem da criação

Em Maria, Deus quis unir a insuperável dignidade da maternidade divina ao maior dom da graça, o qual restaurou a beleza do universo criado e iniciou a história de nossa Redenção

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório



Naquele tempo, 26 no sexto mês, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28 O Anjo entrou onde Ela estava e disse: “Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O Anjo, então, disse-Lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu Reino não terá fim”. 34 Maria perguntou ao Anjo: “Como acontecerá isso, se Eu não conheço homem algum?” 35 O Anjo respondeu: “O Espírito virá sobre Ti, e o poder do Altíssimo Te cobrirá com sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra!” E o Anjo retirou-se (Lc 1, 26-38).

A glória da Imaculada Conceição

Segundo a expressão repetida por muitos Santos, de Maria nunquam satis — de Maria nunca se dirá o suficiente. E assim como nunca nos sentimos satisfeitos de ouvir falar d’Ela, também nunca nos contentamos quando se trata de glorificá-La.

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A origem do Canto Gregoriano

A Santa Igreja comemora dia 03 a memória do Papa São Gregório Magno. Foi este grande Papa que reuniu e condensou os cânticos litúrgicos existentes até então, naquilo que hoje se chama de canto gregoriano e que tornou-se a voz oficial da Igreja

Ir. Alcidio Miranda, EP

Era meados do século VI, Roma vivia uma série de tragédias: bárbaros vindos do ocidente, tempestades climáticas intermináveis e a peste que assolava a população.

Em meio a trevas e tormentas Deus faz brilhar uma luz: um homem providencial seria proclamado Papa, assumindo corajosamente o trono de Pedro e conduzindo a Igreja e a Europa ao encontro de Cristo.

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O vade-mécum do apóstolo

XIV Domingo do Tempo Comum

Válidas para todas as épocas históricas, as normas dadas pelo Divino Mestre aos setenta e dois discípulos delineiam o perfil de um autêntico evangelizador e constituem precioso guia para conduzir os homens à verdadeira felicidade

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Conquanto não seja possível saber com precisão a ordem cronológica dos fatos ocorridos na fase da vida de Nosso Senhor contemplada no Evangelho de hoje, muitos comentaristas concordam em reunir, como concernentes a uma única viagem, o relato de São João sobre a ida de Jesus a Jerusalém, para a Festa dos Tabernáculos (cf. Jo 7, 1-53), e o de São Lucas, ao registrar que o Salvador resolvera dirigir-Se à Cidade Santa porque o tempo da Paixão se aproximava (cf. Lc 9, 51).6

Segundo essa interpretação e e de acordo com a narração do terceiro Evangelista, foi durante essa viagem que Tiago e João perguntaram ao Mestre se poderiam fazer vir fogo do céu sobre os inospitaleiros samaritanos, sendo repreendidos com a belíssima afirmação acerca da missão do Redentor: “O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9, 56). Em seguida, o Evangelista registra três diálogos entre Jesus e algumas pessoas com vocação para segui-Lo. Os conselhos dados por Nosso Senhor deixam evidenciada a seriedade do chamado para ser Apóstolo e a necessidade imposta pela vocação de romper os laços com o mundo (cf. Lc 9, 57-62).

Situando a escolha dos setenta e dois discípulos logo a seguir, São Lucas compõe um quadro bastante expressivo a respeito da impostação de espírito e da conduta que deve caracterizar os convocados a propagar o Reino de Deus. Provavelmente foi após o término das comemorações religiosas mencionadas por São João que Jesus, visando à evangelização da vasta região da Judeia, instituiu o novo método de ação apostólica considerado no trecho do Evangelho deste domingo.

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A Cruz: desastrosa derrota ou glorioso triunfo?

14 de setembro – Exaltação da Santa Cruz

A piedade católica, movida pelo Espírito Santo, modelou ao longo dos séculos variadas formas de devoção àquilo que representa, de maneira tocante, a Redenção do gênero humano: a Santa Cruz de Jesus Cristo

Pe. Alessandro Schurig, EP

Proponho vê-la por dois prismas distintos:

Crucificado

Cristo de Velasquez

No quadro pintado por Velásquez, deparamo-nos com Nosso Senhor cravado em uma cruz lisa, sem adornos, posta sobre um fundo negro, simbolizando a profunda e lúgubre humilhação na qual esteve posto o Redentor. Ele mesmo está com a cabeça visivelmente caída, e parte dos cabelos sobre o lado direito da face, indicando o quanto Ele está exangue, sem auxílio ou proteção alguma, entregue somente às mãos de Deus.

A cena nos sugere o abandono: apenas dois ladrões crucificados a seu lado, sua Mãe e um único discípulo, presenciam sua aviltante morte. Em suma, ao ver essa figura nos vem à mente quanto tudo esteve esmagado, calcado e silenciado perante sua morte.

Mas, será que na cruz aquele que proclamou: “Eu venci o mundo!” (Jo 16, 33) está um irrevogável derrotado?


Glorificado

Analisemos, em seguida, uma cruz processional levada nas Eucaristias mais solenes da igreja Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho, e feita de acordo com as indicações de Mons. João Clá Dias.

Nela, vemos Nosso Senhor morto e crucificado, como alguém que, como vimos acima, passou por terríveis humilhações. Porém, as nossas vistas não se detêm, e fixamos o olhar nas vivas e elegantes cores vermelha, branca e dourada que compõem esta cruz… Parecem nos convidar a contemplar Aquele que está nela cravado, mas por isso mesmo cumpriu o que Ele próprio profetizara:

“quando for elevado da terra atrairei a mim todo ser” ( Jo 12, 32).  

Cruz processional – Arautos do Evangelho

Sem dúvida, está despojado de suas vestes e coroado de espinhos, mas é “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19, 16), o que bem nos recorda os áureos esplendores que circundam esta cruz.

Foi deste seu oferecimento que floresceu tudo o que existiu e existirá de bom, de belo e verdadeiro na História da humanidade. Foi no momento da crucifixão que o Salvador frustrou os planos de Satanás, comprou para todo o gênero humano a Redenção e, com graças super abundantíssimas, abriu ao homem as portas do Céu.

Tudo isto que Ele concedeu como herança para a humanidade, como fruto de seu Preciosíssimo Sangue, valem imensamente mais do que qualquer pedra preciosa. Mas, as que figuram em Jesus, representando suas chagas, não simbolizarão esta maravilha, que Ele aceitou por nós e para nossa Salvação?

Rememorando o que a liturgia da Igreja reza na missa da Exaltação da Santa Cruz, “O que vencera na árvore do paraíso, na árvore da cruz foi vencido”, não parece que esta cruz quer nos fazer recordar esta gloriosa vitória de Cristo?

Coroa do Sacro Império Romano Germânico

Por ter Ele escolhido utilizar da cruz como instrumento para a redenção, tornou-se ela, de símbolo de ignomínia que era em símbolo de tudo o que há de mais elevado, de mais sagrado: nas catedrais, nas coroas, nas obras mais importantes concebidas pelo homem, aí está a cruz resplandecendo como o estandarte de triunfo do homem-Deus, que atingiu os mais altos píncaros de vitória contra o demônio, o mundo e a carne com sua ignominiosa morte no madeiro. E isto bem pode simbolizar os adornos desta cruz. (Cfr. Oliveira, Plinio Corrêa de. Revista Dr. Plinio, nº 138, setenbro de 2009, p. 4)

 Ao vê-la, temos vontade de rezar à semelhança das palavras de Dr. Plinio:

“Na vossa cruz, humilhado, começastes a reinar sobre a terra. Na cruz começou a vossa glória, e não na ressurreição. Vossa nudez é um manto real. Vossa coroa de espinhos é um diadema sem preço. Vossas chagas são vossa púrpura. Oh! Cristo-Rei, como é verdadeiro considerar-Vos na cruz como um rei”*

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* (Via Sacra. Legionário Nº 558, 18 de abril de 1943 ).