A Lei mandava amar o próximo como a si mesmo. Os judeus, porém, limitavam o conceito de próximo, de forma a restringir essa importante obrigação. Jesus vem dar o verdadeiro sentido à Lei
Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP
O principal objeto do pensamento, ontem e hoje
Falhou o motor do carro, acabou a energia elétrica, os bancos entraram em greve, foi lançado um novo tipo de software, afinal a ciência encontrou a substância preventiva contra o câncer”… e, se tempo e espaço houvesse, poderíamos encher páginas e páginas com os assuntos que no mundo atual absorvem exageradamente a atenção da humanidade. Deus deixou de ser a preocupação principal de quase todas as pessoas para dar lugar a um desenfreado egocentrismo. A agitação passou a ser a nota tônica do dia a dia em toda a face da Terra, o relacionamento humano e a própria estrutura da vida social já não mais facilitam a elevação do pensamento a Deus.
A esse respeito, a situação do gênero humano era bem diversa na época da Jesus; apesar da grande decadência na qual estava ele mergulhado, o empenho em conhecer ideias era mais notório. No povo judeu, em concreto, a apetência por explicitações doutrinárias, sobretudo quando estreitamente ligadas com a religião, era robusta e contagiante. Um exemplo característico deste estado de espírito ocorre com o legista que, no Evangelho de hoje, se levanta para fazer uma pergunta a Nosso Senhor. Por mais que seu intento não fosse inteiramente isento de segundas intenções, o questionamento exposto por ele deixa transparecer qual era o teor dos assuntos tratados nas conversas comuns daquele período histórico.