A Santa Igreja comemora no próximo domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. O último domingo do Tempo Comum está destinado a honrá-lo sob esta invocação. Convidamos todos os nossos leitores a se consagrarem* a Cristo Rei
Ato de Consagração a Cristo Rei
Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração.
Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome.
A Santa Igreja celebra no dia 7 de outubro a festa de Nossa Senhora do Rosário, instituída pelo Papa São Pio V com o intuito de manifestar de maneira jubilosa a gratidão da Igreja militante para com a Santíssima Virgem Maria, cuja solícita intercessão foi que determinou a vitória da causa Católica na batalha de Lepanto.
O Rosário ocupa um lugar privilegiadíssimo na história da piedade Católica porque une o fiel a Nossa Senhora atraindo toda sorte de graças celestiais, ademais de afugentar o demônio.
Sendo um excelente meio de venerar a Santa Mãe de Deus, é incalculável a torrente de bençãos que através da recitação do Rosário os católicos no mundo inteiro obtiveram de tão boa Mãe. Neste sentido vemos inúmeros Papas e Santos que não se cansam de elogiá-lo. A própria Santíssima Virgem aparecendo a São Domingos, entregou-lhe o Rosário. De modo particular, nas aparições de Fátima em Portugal no ano de 1917, recomendou ao homens com insistência, a recitação diária do Terço.
Peçamos com todo empenho de um modo especial neste 7 de Outubro a graça de nunca nos separarmos do Terço, sabendo que embora rezado por almas frágeis, o Rosário é a prece dos fortes.
Mais do que a Encarnação ou a morte na Cruz, o amor de Deus para com os homens manifestado na Eucaristia ultrapassa nossa capacidade de compreensão.
Corria o ano de 1264. O Papa Urbano IV mandara convocar uma seleta assembleia que reunia os mais famosos mestres de Teologia daquele tempo. Entre eles encontravam-se dois varões conhecidos não só pelo brilho da inteligência e pureza da doutrina, mas, sobretudo, pela heroicidade de suas virtudes: São Tomás de Aquino e São Boaventura.
A razão da convocatória relacionava- se com uma recente bula Pontifícia instituindo uma festa anual em honra do Santíssimo Corpo de Cristo. Para o máximo esplendor desta comemoração, desejava Urbano IV que fosse composto um Ofício, bem como o próprio da Missa a ser cantada naquela solenidade. Assim, solicitou de cada um daqueles doutos personagens uma composição a ser-lhe apresentada dentro de alguns dias, a fim de ser escolhida a melhor.
Célebre tornou-se o episódio ocorrido durante a sessão. O primeiro a expor foi Frei Tomás. Serena e calmamente, desenrolou um pergaminho e os circunstantes ouviram a declamação pausada da sequência por ele composta: (…) Continue lendo clicando aqui.
À medida que as cenas da Paixão se sucedem e se multiplicam as humilhações e ofensas contra Nosso Senhor, uma indignação profunda apodera-se de nós. Vislumbramos uma realidade no Evangelho de São João que nos leva a perguntar se ele não teve a intenção de revelar qual é o dinamismo do mal que chegaria a triunfar sobre a Igreja, se não fosse a promessa do Divino Mestre: “… as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18). Sem a graça de Deus e sua intervenção direta, ninguém teria forças para resistir à sanha do demônio, pois, como diz São Pedro Crisólogo, sua insaciável crueldade “não se conforma com que os homens se tornem indignos, mas faz com que sejam também promotores de vícios e mestres da delinquência”.(1) Aí está o Autor da graça, aquele que é o Salvador, Deus Encarnado! O que o mal faz contra Ele é incalculável. Diante disso compreende-se a reação de Clóvis, rei dos Francos, que ao ouvir de São Remígio a narração da Paixão exclamou encolerizado: “Ah, se eu estivesse lá com os meus francos!”.(2) Clóvis, porém, sem o auxílio da graça, também estaria gritando: “Crucifica-O! Crucifica-O!”. Porque o homem, depois do pecado original, é capaz de todos os crimes, até do maior dos crimes: o deicídio. No entanto, Nosso Senhor Jesus Cristo, com sua morte na Cruz, derrotou o poder das trevas e quebrou-lhe o vigor e a capacidade de difusão.
Talvez sem nos apercebermos, incorremos também nós nessa imensa injustiça todas as vezes que pecamos. Quanto deveríamos ter isto presente no momento em que o demônio nos tenta ou nossas inclinações nos induzem ao mal! No fundo, esbofeteamos Jesus, como o fizeram seus cruéis algozes: o pecado é, em certa medida, uma participação no deicídio. Se todos os homens, desde Adão e Eva até o último, tivessem perseverado, e qualquer um de nós fosse o único a cometer uma só falta, seria o culpado desses tormentos, porque Jesus Se encarnaria e sofreria tudo isso, ainda que apenas por causa deste.
Modelo de castidade, pobreza e obediência
Percorramos alguns episódios de sua terrível Paixão. O que Lhe fazem? Arrancam- -Lhe a roupa. Sendo Nosso Senhor Jesus Cristo o arquétipo de toda a humanidade, seu senso de pudor é o mais excelente possível. Que deve ter sentido Ele em seu interior quando passou por extremo tão horroroso?! Ele permitiu tal humilhação para reparar os pecados de sensualidade. Quantos desvios há por vaidade, por ostentação na indumentária, por extravagância das modas.
Por causa disso, quanta perda do senso moral e do pudor! E nós, como controlamos nossa sensualidade? Esforçamo-nos por evitar as ocasiões próximas de pecado?
Ao ser despojado de suas vestes, Ele, o Rei do universo, ficou sem nada possuir. Só Lhe deixaram um símbolo ultrajante da sua realeza: a coroa de espinhos. Como é nosso apego aos bens terrenos?
Na Paixão, o Salvador também quis ser para nós um modelo de obediência. Apesar da violência exercida contra Ele, submeteu-Se a tudo, sem a mais leve manifestação de inconformidade ou revolta, para reparar nossas desobediências à Lei de Deus e às autoridades legitimamente constituídas.
A Nosso Senhor bem se poderia aplicar a frase do salmista: “Quæ utilitas in sanguine meo? — Qual a utilidade do meu sangue?” (Sl 30, 10). Esta pergunta ecoa não somente na Paixão, mas em nossos dias: que utilidade tem o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo para nós, no século XXI? Que utilidade tem esse Sangue para mim? Esse Sangue preciosíssimo derramado, até se esgotar, por mim!
Pilatos, a típica figura do tíbio
Causa espanto, por exemplo, o procedimento de Pilatos ao ouvir dos lábios de Jesus a seguinte afirmação: “O meu Reino não é deste mundo. […] Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 36-37). O governador, homem mesquinho, medíocre, vulgar e arrivista, rejeitou nessa hora um convite para pertencer a este outro Reino… “O que é a verdade?” (Jo 18, 38), perguntou e, em seguida, retirou-se. É provável que experimentasse no fundo da alma o desejo de conhecer a verdade com clareza, mas percebeu que a resposta de Nosso Senhor o obrigaria a ser inteiramente reto e abandonar os sofismas que criava para cobrir sua falta com estas ou aquelas roupagens espúrias. Pilatos sabia que não podia condenar Nosso Senhor e procurava encontrar uma saída para estar em paz com sua consciência.
A justificação do mal nos levará aos piores pecados
Ele é a imagem perfeita desses que vão elaborando raciocínios cada vez mais confusos para adormecer a própria consciência e decaem até cometer o pecado. Porque o homem é lógico como um monólito e nunca pratica o mal pelo mal, sempre está buscando uma desculpa para justificar seu crime. Quantas vezes nós pecamos, certos de que não deveríamos trilhar esse caminho! Quantas consciências se tornam deformadas, à maneira de um Pilatos, por não querer aceitar a verdade tal como ela é! Mais adiante, aguilhoado pela consciência ao ouvir que Nosso Senhor Se dizia Filho de Deus, Pilatos perguntou-Lhe: “De onde és Tu?” (Jo 19, 9). Contudo, Jesus não lhe responde, porque quando as consciências se tornam relaxadas o Senhor não lhes fala mais. Só no fim Ele dá uma última chance, recordando-lhe: “Tu não terias autoridade alguma sobre Mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem Me entregou a ti, portanto, tem culpa maior” (Jo 19, 11). E São João acrescenta: “Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus” (Jo 19, 12). Mas… a consciência que não é íntegra é arrastada pela opinião pública má, pelas companhias ruins, pelo demônio, e derrapa até cair no precipício. É o que acontece a Pilatos por sua tibieza: lava as mãos e acaba condenando Jesus sem, todavia, querer assumir a responsabilidade por sua morte. “Sou inocente do Sangue deste Homem. Isto é lá convosco” (Mt 27, 24). Esta atitude inconsequente, até o fim do mundo será lembrada no Credo: “padeceu sob Pôncio Pilatos”.
Incoerente ao extremo, a energia que não teve para enfrentar o Sinédrio e salvar a vida de Nosso Senhor que estava em suas mãos — apesar de ser advertido pela esposa (cf. Mt 27, 19), pela voz da graça e até pela própria presença de Jesus —, ele a teve quando os judeus protestaram por causa dos dizeres postos na Cruz: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (Jo 19, 19). Nesse aspecto minúsculo e secundário ele é de uma firmeza pétrea e faz prevalecer sua autoridade. E nós, somos exigentes com relação às pequenas coisas e displicentes com as graves e importantes?
O dia adequado para um bom exame de consciência
Assim, nós poderíamos percorrer todos os episódios desse relato sublime da Paixão e deles extrair mais conclusões para um exame de consciência… num artigo que nunca acabaria. Fiquemos com o que foi comentado até aqui e aproveitemos para pedir com ardor a graça de reparar tudo isso pelas nossas boas obras e, sobretudo, pelo horror ao pecado. Não é este o momento de, recordando a Paixão e Morte de Nosso Senhor, fazermos um propósito sério de emenda de vida, deixando todos os caprichos, todos os desvios, para transformar nossa existência em um ato de reparação a tudo o que Jesus sofreu? Tenhamos um verdadeiro arrependimento de nossas faltas, todo feito de espírito sobrenatural, a ponto de pedir de coração sincero a santidade, que não é tanto o fruto de nosso esforço, e sim da graça de Deus. E nós devemos implorá-la empenhadamente, pois, o Salvador no-la conquistou neste dia, no alto do Calvário. “Com a árvore da Cruz, foram-te devolvidos bens maiores do que aqueles que lamentavas ter perdido com a árvore do Paraíso”.5 Que eu me ofereça inteiro para abraçar uma vida de virtude, de pureza, de humildade, de obediência, em uma palavra, de santidade, e possa fazer companhia à Mãe de Jesus, ao pé da Cruz.
(Excerto do livro “O inédito sobre os Evangelhos” Vol VII, de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP – Comentário ao Evangelho da Quinta-feira Santa – Ceia do Senhor.)
NOTAS:
1) SÃO PEDRO CRISÓLOGO. Homilía II: Sobre el padre y sus dos hijos, hom.II, n.5. In: Homilías Escogidas. Madrid: Ciudad Nueva, 1998, p.50.
2) FRÉDÉGAIRE, III, 21, apud KURTH, Godefroid. Clovis. Paris: Jules Taillandier, 1978, p.297.
São José, amantíssimo guarda de Jesus e de Maria, concedei-nos o socorro de vossas orações em todas as nossas necessidades espirituais e temporais, afim de que possamos,
com a Bem-aventurada Virgem Maria e convosco, louvar e bendizer eternamente a Jesus Cristo, nosso Divino Redentor. Amém.
(HERBERHOLD, OFM, Eduardo. Adoremus – Manual de orações e exercícios piedosos. 21.ed. Salvador: Mensageiro da Fé, 1945, p.235-236)
Lima – Peru (Segunda-feira, 26-01-2015, Gaudium Press) Diversos tópicos foram abordados pelo Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, no programa “Diálogo de Fé”, no último sábado, 24. Em primeira instância o purpurado se referiu a uma particular crise cultural.
O Cardeal afirmou que o respeito e a busca da verdade estão sendo eliminados nos tempos atuais para dar lugar ao relativismo.
“Estamos vivendo em uma cultura do mundo onde há uma falta de respeito pela verdade e a honra. Eu não posso insultar a quem seja em nome da liberdade de expressão, eu não posso matar por essa liberdade de opinião, não posso insultar-te se pensas diferente de mim. Esta confusão é pela enorme soberba porque o homem se distanciou de Deus e os homens se converteram em deuses. Há um pensamento único que quer desterrar a Deus”, referiu.
Falando sobre a necessidade da coerência de vida, o purpurado disse que é preciso que o pensar e o fazer sejam coincidentes, evitando os duplos discursos.
“Esta atitude é a que está se repetindo. Não vamos mudar enquanto [não] haja dentro desse mínimo de humildade. (…) Mas surge a demagogia, a moda, a paixão, o sequestro, as mentiras. Surge o prazer, o sexo; surge o egoísmo”, disse. “A Igreja não é uma pessoa ou duas. Meu dever é ser porta-voz do que pensam muitos. Cada católico deve iluminar com suas palavras e seus atos a Fé que tem. Temos a obrigação de sempre defender a verdade. Estamos em uma destruição da defesa da verdade”, continuou.
O Cardeal Cipriani fez também uma catequese sobre o sacramento da Confissão, e assinalou que enquanto a justiça humana julga e condena, a justiça divina perdoa através do sacramento da Confissão. “Na Cruz, Jesus te redime e perdoa. A justiça divina é um mundo de misericórdia. Mas tens que estar arrependido porque de Deus não te burlas. Não enganemos a deu, não julguemos”. (GPE/EPC)