Solenidade de São José

Na coorte dos Santos, o primeiro abaixo de Nossa Senhora. Ao lado de todas as glórias que se acumularam sobre ele, São José recebeu, já nesta Terra, um prêmio inestimável: é o patrono da boa morte

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP


Com efeito, dir-se-ia que ele teve um passamento de causar inveja, pois faleceu entre os braços de Nossa Senhora e os de Nosso Senhor, que o cercaram de todo o carinho e consolação na sua última hora. Não se pode imaginar morte mais perfeita, com Eles ali, fisicamente presentes. De um lado, Nosso Senhor cumulava seu pai adotivo de graças cada vez maiores, à medida que a alma de São José continuava a se santificar nos derradeiros transes da agonia. De outro, Nossa Senhora lhe sorria com respeito, e procurava aumentar-lhe a confiança:

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Oração composta por Monsenhor João Clá para os grupos do Oratório

É desejo profundo do Fundador, que todos os participantes do Apostolado do Oratório cresçam sempre na devoção e união com a Virgem Santíssima.

Monsenhor João Clá - Catedral da Sé
Monsenhor João Clá – Primeiro Sábado na Catedral da Sé

Durante uma reunião plenária realizada por Monsenhor João Clá Dias, fundador do Apostolado do Oratório, um arauto pergunta se ele poderia compor uma Oração para ser rezada pelas famílias que tem a honra de receber mensalmente o Oratório de Nossa Senhora de Fátima. Atendendo a solicitação daquele arauto, Monsenhor João ditou a bela Oração que segue.

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Rogai por nós, pecadores… Por quê?

O Fundador comenta…

(O comentário abaixo foi extraído de um Boletim  Informativo, Maria Rainha dos Corações, o qual publica uma resposta de Monsenhor João Clá à pergunta de um jovem participante do Oratório. Tal fato ocorreu durante uma conferência proferida por Monsenhor João em um encontro do Apostolado do Oratório em São Paulo, Brasil.)

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Monsenhor JoãoPor que rezar à Mãe de Deus: “Rogai por nós”?
E por que “pecadores”? Quando alguém pratica a virtude, não seria melhor pedir: “Rogai por nós, virtuosos”?

Aí estão três perguntas oportunas e importantes! Elas foram feitas por um jovem participante do Apostolado do Oratório a Monsenhor João Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho.

Vamos acompanhar as respostas, pois certamente elas nos ajudarão a recorrer a Nossa Senhora com maior ardor e confiança e, assim, a ser atendidos com mais abundância e rapidez.

O poder de súplica de Maria

Nossa Senhora foi coroada pela Santíssima Trindade como Rainha do Céu e da terra. Portanto, Ela é a Soberana dos Anjos e Santos do Céu, e de todos nós que ainda estamos em situação de prova nesta vida terrena.

O que significa ser “Rainha”, “Soberana”, do Céu e da terra?

Existem ainda hoje alguns reis e rainhas; por exemplo, o Rei de Espanha e a Rainha da Inglaterra. Eles desempenham funções altamente honoríficas, recebem homenagens das tropas por ocasião dos desfiles militares, etc., mas não exercem soberania efetiva em seus países.

É assim também com Nossa Senhora? De modo algum!

Ao ser coroada, Ela recebeu o poder efetivo de governo de todo o universo. Ela se tornou “toda-poderosa”, por que o Altíssimo lhe deu o pleno poder de súplica.

Isto quer dizer que aquilo que Deus pode pelo fato de ser Deus, a Virgem Maria pode pela eficácia de suas súplicas, que são sempre atendidas pelo Todo-Poderoso. O que Ela pede para qualquer pessoa – mesmo que seja a mais depravada e criminosa do mundo – Ela obtém. Por assim dizer, Ela argumenta com Deus da seguinte forma:

– Está bem, de fato este pecador não merece ser atendido. Mas, pelo amor que Vós tendes a Mim, e Eu tenho a Vós, Eu Vos peço: atendei!

E é infalível: Deus atende sempre! A tal ponto que Ela é chamada de “onipotência suplicante” pelos Santos e teólogos.

Portanto, se queremos obter qualquer graça, o que devemos fazer é recorrer a Nossa Senhora, dizendo: “Rogai por nós.”

Para pedir a Ela o quê? – Pedir tudo! Desde as coisas mais importantes até as mais miúdas, como, por exemplo, encontrar algum objeto perdido, não perder o ônibus, etc.

Somos pecadores

“Rogai por nós, pecadores.” Em primeiro lugar, porque somos mesmo pecadores, não somos totalmente virtuosos. Com exceção da Santíssima Virgem, toda criatura humana é pecadora, por causa do pecado original. Diz a Escritura: “O justo peca sete vezes ao dia”. Só Maria nunca teve a menor sombra de pecado.

Em segundo lugar, porque é isto que nos ensina Jesus na parábola do Evangelho. Dois homens foram ao Templo rezar. Um deles, fariseu, orava: “Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens:ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.” O publicano, porém, batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tende piedade de mim, que sou um pecador.”

E o Divino Mestre adverte: “O publicano voltou para casa justificado, mas o fariseu não. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.”

…agora e na hora de nossa morteNossa Senhora

“Agora’ é em cada segundo, continuamente, sem interrupção.

Mas sobretudo “na hora de nossa morte”.

Porque a hora da morte é o momento decisivo da vida. É quando o demônio faz o esforço supremo para perder a alma, para fazê-la cair no desespero e ser condenada ao inferno. Por este motivo, é a hora em que mais precisamos do socorro de nossa celeste Advogada.

Então, quanto mais rezarmos “rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte”, mais seguros estaremos de morrer em estado de graça e ir para o Céu. Ir para o Céu!… A única coisa que tem realmente importância na vida é isto! Tudo o mais é secundário.

(Extraído do Boletim-informativo, Maria Rainha dos Corações. N° 5)

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Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Nosso e-mail: oratorio.secretaria@arautos.com.br

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No retiro, aprende-se que o homem é criado para servir a Deus

Foto: Arautos do Evangelho

Nos ensina o fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, que o homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e, mediante isto, salvar a sua alma.

Nosso Senhor Jesus Cristo nos diz no Evangelho: “De que vale ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?”. Continua o fundador dos Jesuítas dizendo que “as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para o ajudar a conseguir o fim para o qual é criado.” Este é o princípio e fundamento da vida do ser humano, matéria da primeira meditação do retiro.

Durante os dias de recolhimento, o Santíssimo Sacramento fica exposto à adoração, produzindo frutos surpreendentes na vida interior dos retirantes.

Foto: Arautos do Evangelho

A cada dia, os participantes do retiro assistem a duas pregações pela manhã e a duas à tarde, seguidas por uma meditação individual.

A suma importância da prática da virtude da humildade, a consideração sobre a maldade do pecado, o perdão e a misericórdia do Sagrado Coração de Jesus e a intercessão de Nossa Senhora como nossa advogada, foram temas tratados pelo sacerdote pregador do retiro.

Foto: Arautos do Evangelho

Assim como em todo o retiro, as refeições também são em silêncio. Os participantes do retiro embora não conversavam, escutavam atentamente a leitura de temas espirituais. Os jantares são realizados à luz de velas, o que favorece ainda mais o recolhimento.

Foto: Arautos do Evangelho

Para o encerramento de um intenso dia de convívio com o sobrenatural e para agradecer as graças recebidas, realiza-se a Procissão Luminosa, onde os circunstantes rezam os mistérios gloriosos do Santo Rosário.

Durante os dias de retiro, três sacerdotes Arautos do Evangelho ficam disponíveis para atender confissões, de forma que todos os retirantes possam dispor a qualquer momento do sacramento da reconciliação.

Abaixo vídeo do retiro, de autoria do Sr. Rodrigo Freitas, um dos retirantes:

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Sairá a lume em Roma “O Inédito sobre os Evangelhos”, obra de Mons. João Scognamiglio Clá Dias

Roma (Segunda-feira, 19-11-2012, Gaudium Press) No próximo dia 28 de novembro, será lançado em Roma o livro “L’inedito sui Vangeli” (O inédito nos Evangelhos), de autoria de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Presidente da Associação Arautos do Evangelho.

A coleção “L’inedito sui Vangeli” é uma publicação conjunta internacional em quatro línguas da Librería Editrice Vaticana e os Arautos do Evangelho. Durante o ato será apresentado o Volume V da coleção -que comenta os Evangelhos dos domigos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, e das Solenidades do Senhor no Tempo Ordinário do Ano C, e o volume VI, que comenta os Evangelhos dos Domingos do Tempo Ordinário do Ano C.

O Padre José Francisco Hernández EP, Procurador Geral dos Arautos do Evangelho, fará a Saudação inicial, após a qual algumas personalidades eclesiásticas falarão sobre a obra, dentre elas estão o Cardeal Franc Rodé, prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Dom Jean-Louis Brugès, arquivista e bibliotecário da Santa Romana Igreja, e Dom Giuseppe A. Scotti, presidente da LEV e da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger.

“Encontramos caracterizada com frequência nestas páginas a solução aos problemas espirituais do homem do século XXI”, afirma o Cardeal Rodé na apresentação que faz do livro.

O coro dos Arautos do Evangelho oferecerá aos assistentes um “Momento musical”. (EPC)

Cristo nos ensina a perdoar

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

O Evangelho nos convida à imitação de Cristo: devemos ser bons como Ele é bom, compassivos como Ele é compassivo, clementes como Ele é clemente. “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).

Para melhor compreender o alcance destas palavras, devemos ter bem presente o quanto o ódio, o desejo de vingança e a incapacidade de perdoar grassavam nas civilizações anteriores à vinda de Jesus.

O conceito de justiça vigente no Oriente bíblico fundava-se na Lei de Talião, segundo a qual o criminoso devia ser punido com rigorosa reciprocidade em relação ao dano infligido: “Olho por olho, dente por dente” — tal o crime, tal a pena. Vigendo o costume de fazer justiça pelas próprias mãos, prevalecia sempre o mais forte e o perdão era visto como sinal de fraqueza.

Nosso Senhor veio substituir a pena de talião por uma nova forma de trato: amar o próximo como a si mesmo, por amor a Deus. Para justificar a disposição de perdoar sempre, esse Mestre rigoroso no combate ao pecado nos pede um arrependimento sincero de nossas faltas.

Diante de um filho que pede perdão Deus manifesta a sua bondade sem limites e nos trata com uma misericórdia infinitamente maior do que ousaríamos esperar. Para fazê-lo, põe-nos apenas uma condição: “um coração contrito e humilhado” (Sl 50, 19).

O amor-próprio ferido leva ao desejo de vingança

Entretanto, mesmo tendo sido tantas vezes objeto da misericórdia divina, não é raro ficarmos com o amor-próprio ferido quando alguém nos faz uma ofensa, e, irritados, acalentamos o desejo de revidar.

Com frequência as pessoas perdoam formalmente, “da boca para fora”, mas guardam a mágoa e o rancor na alma e, com eles, o anseio de uma revanche. “Donde vêm as lutas e as contendas entre vós? Não vêm elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros?” (Tg 4, 1), pergunta o Apóstolo São Tiago.

Como a tendência exacerbada ao amor-próprio é consequência do pecado original, terá o homem sempre esse combate diante de si, cabendo-lhe recorrer à graça divina para vencer essa má inclinação.

Deus é clemente, mas também justo

Entretanto, o Divino Mestre não veio pregar a impunidade nem o laxismo moral. Deus é clemente, mas também justo. E, em face de benefícios gratuitos de tal monta, devemos ter presente que em certo momento teremos que prestar contas ao Benfeitor. Porque, como ensina Santo Afonso de Ligório, “a misericórdia foi prometida a quem teme a Deus e não a quem dela abusa […] se Deus espera com paciência, não espera sempre”.1

A justiça e o perdão devem andar juntos. Justiça não é vingança cega, mas reparação da ordem moral violada. Essa é a regra que Nosso Senhor veio estabelecer entre os homens.

A falta de reciprocidade afasta o perdão de Deus

Nosso Senhor é muito claro ao sublinhar a necessidade de perdoar “de todo coração” (Mt 18, 35) ao próximo, e não apenas formalmente. É preciso, portanto, eliminar do nosso espírito a amargura pela ofensa recebida, fruto do amor-próprio.

“Guardando rancor — afirma o Crisóstomo — cravamos em nós mesmos a espada. Porque, o que é aquilo que pode ter feito teu ofensor, comparado com o que fazes a ti mesmo quando te enches de ira e atrais contra ti a sentença condenatória de Deus?”.2

Com efeito, Cristo deixa claro que, se guardarmos no coração ressentimentos contra nosso irmão, estaremos pecando contra Deus. Pelo contrário, se suportarmos as afrontas do próximo, isso atrairá sobre nós a misericórdia divina.

Para a caridade, para o amor ao próximo, para o perdão não pode haver limite. Dessa atitude deu-nos belo exemplo José, o filho de Jacó, ao beneficiar de todas as maneiras possíveis seus irmãos, que o tinham vendido como escravo a mercadores. Ou ainda aquele pai da parábola, quando correu ao encontro do filho pródigo, abraçou- -o e o cobriu de beijos (cf. Lc 15, 20).

Notas

1) SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Preparação para a morte – Considerações sobre as Verdades Eternas. XVII – Abuso da Misericórdia Divina, c,I.
2) SÃO JOÃO CRISÓSTOMO. Homilia 61 sobre o Evangelho de São Mateus. c.5.

(Fonte: Transcrito do Boletim Informativo “Maria, Rainha dos Corações” do Apostolado do Oratório dos Arautos do Evangelho, nº 61-setembro/outubro de 2012.)

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