Um olhar com mil facetas

Dezenas são as festas celebradas em honra da Santíssima Virgem ao longo do ano, mas uma delas chama de modo especial a nossa atenção: a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, que a Igreja comemora no dia 1º de janeiro. Assim, o ano se inicia sob Seu olhar e Sua proteção

 

Pe. Antônio Guerra de Oliveira Jr., EP

nossa senhora do carmo
Nossa Senhora do Carmo

Muito já se escreveu e discorreu acerca da Virgem Mãe de Deus. Entretanto, faltam-nos palavras para exprimir quanto devemos à sua inigualável Pessoa. O culto a Ela remonta ao início da Cristandade, e foi crescendo ao longo do tempo, fazendo-A figurar na pluma dos mais insignes pensadores e nos lábios dos mais eloquentes pregadores, e também nas obras dos mais talentosos artistas que a História conheceu.

Empenhada em manifestar a honra que é devida à Mãe de Deus, a Revista Arautos do Evangelho vem reproduzindo, desde seu primeiro número, expressivas imagens dessa Venerável Senhora, sobretudo nas quartas capas. Ora aparece Ela com afável sorriso, ora com fisionomia compassiva ou com olhar suavemente entristecido, porém sempre nos convidando a, por meio d’Ela, mais facilmente nos aproximarmos do trono de Seu Divino Filho.

Ao longo da história

Em dois milênios de Cristianismo, a figura ímpar de Maria Santíssima foi representada das mais variadas formas. Em sua fase inicial, a Igreja A concebeu como Virgem Orante, com os braços abertos em sinal de prece, e sem o Menino Jesus. Ou ainda como Virgem Mãe, deixando transparecer uma divina pureza em sua feição.

No período românico, Maria é principalmente representada como Mãe de Deus, majestosa, ereta, com olhar hierático. Sentada em trono como Rainha, tem sobre os joelhos Jesus, a Sabedoria Eterna, e O apresenta ao mundo com gesto respeitoso, segurando-o com as duas mãos. São as imagens de Sedes Sapientiæ (Sede da Sabedoria).

Nossa Senhora de Paris

Desde o final do século XII, a hieraticidade cede lugar ao movimento. O Menino Deus “muda” de posição: tal imagem O apresenta num dos braços da Mãe, tal outra sobre os joelhos. A figura da Virgem ganha em destaque e simbolismo: difundem-se as Virgens Negras, coloração explicada por certos exegetas num sentido místico de dor e sofrimento; ou ainda as Virgens com Maçã, relembrando que a nova Eva reparou o pecado da antiga.

No século XIII, em pleno auge do gótico, tudo canta o louvor à Santíssima Virgem: inúmeras igrejas são levantadas em Sua honra, multiplicam-se nos púlpitos as referências a Ela, e a Liturgia A celebra abundantemente. Na pintura e na escultura, a Rainha e Mãe toma ares de uma nobre dama que brinca com seu Filhinho e O abraça com todo afeto. “Sempre foi verdade — afirma o padre Dinarte Passos — que o estilo gótico atingiu o ideal em todas as artes, também, portanto, aqui na arte marial”.1

Depois da Idade Média, rompem- se os estreitos vínculos entre a arte e a Fé. A escultura e a pintura se materializam. Na Renascença e no período Moderno, enquanto progredia a técnica de como fazer, perdia- se em boa medida o espírito de como criar. Mas as manifestações de devoção a Nossa Senhora não deixaram de crescer também nessa época.

Mil formas de representá-La

Mãe de Deus, Imperatriz da China

Sendo Mãe, Maria quer entrar em contato com seus filhos, procura adaptar-Se aos bons aspectos deles, transmite-lhes mensagens. Daí nasceu o culto à Virgem Maria designando- A pelo nome do local onde Ela apareceu: Nossa Senhora de Fátima ou Nossa Senhora de Lourdes, por exemplo. Invocações há que expressam veneração por algum aspecto de sua vida, como Nossa Senhora Menina; ou algum episódio do Evangelho, Nossa Senhora do Desterro, que evoca a fuga para o Egito. Há também formas de representá-La de acordo com as particulares circunstâncias em que Ela nos ajuda: Nossa Senhora da Pena, inspiradora das artes e das letras; Nossa Senhora dos Mares ou Nossa Senhora da Estrada, protetora dos viajantes.

Dezenas são as festas celebradas em honra da Santíssima Virgem ao longo do ano, mas uma delas chama de modo especial a nossa atenção: a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, que a Igreja comemora no dia 1º de janeiro. Assim, o ano se inicia sob Seu olhar e Sua proteção.

A Maternidade Divina de Nossa Senhora é tão sublime que A coloca acima de todas as outras criaturas. Pois, segundo a expressão do Cardeal Caietano: “Somente a Bem-aventurada Virgem Maria chegou aos confins da divindade por sua própria operação natural, já que concebeu, deu à luz, engendrou e alimentou com Seu leite o próprio Deus”.2

Em vista de tanta sublimidade, ninguém será capaz de exprimir de modo perfeito e acabado — por qualquer tipo de obra artística ou literária — as mil facetas d’Aquela que, segundo São Tomás, tem uma “certa dignidade infinita”.3 Poderá alguém, ao menos, escolher entre várias representações de Nossa Senhora alguma cujo olhar exprima mais adequadamente Aquela que “chegou aos confins da divindade”?

1) Cf. PASSOS, CM, Dinarte Duarte. A Imagem da SS. Virgem através da História. Revista Eclesiástica Brasileira, dezembro 1947, v.VII, f.IV, p.868.

2) CAIETANO, apud ROYO MARÍN, OP, Antonio. Teología de la Perfección Cristiana. 9.ed. Madrid: BAC, 2001, p.89.

3) SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, I, q.25, a.6, ad.4.

 Fonte: Revista Arautos do Evangelho, nº 100 – Abr. 2010

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Meditação para o Primeiro Sábado de março de 2015

– 4ª Mistério Luminoso –

I – Promessa, Fé e luta

Ao longo de todo o período da vida pública de Nosso Senhor transcorrido até o episódio narrado neste Evangelho, os Apóstolos estavam acostumados a vê-Lo realizar os mais estrondosos milagres. Tais prodígios atestavam, de forma clara, a sua divindade, (2) e sua onipotência seria manifestada ainda com maior esplendor na instituição da Eucaristia. Ao mesmo tempo, Ele acabava de revelar sua próxima Paixão, que traria uma terrível prova. Chegara também o momento no qual Nosso senhor iria se entregar à morte, sendo então preso, julgado, flagelado, coroado de espinhos e crucificado. Dura prova para a pouca Fé dos Apóstolos! Que, tíbios como eram, não tinham acreditado nas profecias que três vezes Nosso Senhor fizera, anunciando a sua Paixão, morte e Ressurreição.

1 – Jesus revela no Corpo a glória de sua Alma

Tendo em vista prepará-los para esses acontecimentos, Nosso Senhor chamou os três Apóstolos com quem tinha maior familiaridade e os levou ao Monte Tabor. Eles, depois, deveriam fortalecer os outros, consolando-os com a perspectiva da Ressurreição.

Embora a oração ocupe um lugar primordial na vida do Mestre, esta não foi seu único objetivo com a subida à montanha. Mais do que isso, pretendia mostrar quem realmente era, conforme ressalta Maldonado: “Cristo costumava subir aos montes para orar, onde a solidão é maior e mais livre é a contemplação do Céu. Não se deve concluir das palavras de Lucas, entretanto, que Cristo subiu só com o propósito de orar, mas que, conforme seu costume de rezar nos assuntos árduos quis fazê-lo desta vez antes de manifestar a sua glória. […] Não nos esqueçamos, também, que na maior parte das vezes a glória de Deus se manifesta nos montes, que estão mais próximos do Céu e mais afastados da Terra, e não nos vales”(3) (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, dependendo da versão, depois de clicar em (Leia mais aqui!), será preciso procurar o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de fevereiro de 2015

Cardeal Cipriani: Existe “a obrigação de sempre defender a verdade”

photo credit: Ostrosky Photos via photopin cc

Lima – Peru (Segunda-feira, 26-01-2015, Gaudium Press) Diversos tópicos foram abordados pelo Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, no programa “Diálogo de Fé”, no último sábado, 24. Em primeira instância o purpurado se referiu a uma particular crise cultural.

O Cardeal afirmou que o respeito e a busca da verdade estão sendo eliminados nos tempos atuais para dar lugar ao relativismo.

“Estamos vivendo em uma cultura do mundo onde há uma falta de respeito pela verdade e a honra. Eu não posso insultar a quem seja em nome da liberdade de expressão, eu não posso matar por essa liberdade de opinião, não posso insultar-te se pensas diferente de mim. Esta confusão é pela enorme soberba porque o homem se distanciou de Deus e os homens se converteram em deuses. Há um pensamento único que quer desterrar a Deus”, referiu.

Falando sobre a necessidade da coerência de vida, o purpurado disse que é preciso que o pensar e o fazer sejam coincidentes, evitando os duplos discursos.

“Esta atitude é a que está se repetindo. Não vamos mudar enquanto [não] haja dentro desse mínimo de humildade. (…) Mas surge a demagogia, a moda, a paixão, o sequestro, as mentiras. Surge o prazer, o sexo; surge o egoísmo”, disse. “A Igreja não é uma pessoa ou duas. Meu dever é ser porta-voz do que pensam muitos. Cada católico deve iluminar com suas palavras e seus atos a Fé que tem. Temos a obrigação de sempre defender a verdade. Estamos em uma destruição da defesa da verdade”, continuou.

O Cardeal Cipriani fez também uma catequese sobre o sacramento da Confissão, e assinalou que enquanto a justiça humana julga e condena, a justiça divina perdoa através do sacramento da Confissão. “Na Cruz, Jesus te redime e perdoa. A justiça divina é um mundo de misericórdia. Mas tens que estar arrependido porque de Deus não te burlas. Não enganemos a deu, não julguemos”. (GPE/EPC)

Gaudium Press

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Veja também: Estudo diz que frequentar igreja diminui pressão arterial

Homenagem a Nossa Senhora de Fátima na cidade de Borborema (SP)

Da supervisora do Apostolado do Oratório na cidade de Borborema (SP), Sra. Maria Aparecida de Martim Garcia, recebemos relato e fotos da comemoração das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. A Santa Missa foi celebrada pelo vigário paroquial, o Revmo. Pe. Valmir Davi de Oliveira.

O Santuário Borboremense realizou uma Celebração em homenagem a Nossa Senhora de Fátima em união com o Santuário Nacional de Aparecida.

Abaixo transcrevemos notícia sobre a comemoração, publicada no site Revistanet.

Santuário Borboremense em união com o Santuário Nacional homenageou Nossa Senhora de Fátima

Em Aparecida (SP), no domingo, 18/05, às 7h30min., era entronizada a Santa portuguesa na basílica nacional e no mesmo horário no Santuário Borboremense crianças da comunidade encenavam a aparição do Anjo de Portugal e a 1ª Aparição de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Participaram da Celebração em Honra a Nossa Senhora de Fátima, o Vice-Prefeito Municipal Dr. Antonio Carlos Torres de Arruda, que estava acompanhado de sua esposa; o Vereador Benedito Aparecido Anselmo, o Apostolado do Oratório e centenas de fiéis que acompanharam a homenagem em meio a lágrimas de emoção.

A celebração foi presidida pelo Vigário Paroquial Valmir Davi de Oliveira, que lembrou a todos durante a homilia do apelo feito por Nossa Senhora em Fátima, de conversão e para que rezássemos o terço diariamente. “Nossa Senhora escolheu três pastorzinhos pobres e humildes, porém de corações puros, para que sua mensagem fosse levada a todos”, explicou Padre Valmir.

Segundo Padre Valmir, esta celebração realizada marcou de forma visível a profunda união destes três santuários na celebração do centenário e tricentenário.

Até 2017, ano em que serão completados os 300 anos de encontro da imagem no rio e 100 anos das Aparições em Fátima, os santuários farão um intercâmbio de peregrinos e celebrações compartilhadas para propagar a fé e devoção à Virgem Maria.

Por: Assessoria de Comunicação do Santuário

Flashes do evento:

 

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Veja também: No povoado Serra Verde em Minas Gerais comemoração do mês de maio

“Tarde com Maria” em São Luís do Maranhão

Como parte das comemorações em torno do 13 de maio, recebemos no último dia 4 a seguinte mensagem do Sr. Fred Boáis, supervisor do Apostolado do Oratório na capital maranhense:

Irmãos em Cristo,
Salve Maria!

Hoje tivemos em nossa Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro Bequimão, em São Luís (MA), uma “Tarde com Maria” onde acolhemos os irmãos com alguns cânticos marianos. Fizemos leitura da palavra com reflexão, depois partilhamos.

Dando sequência ao evento, fiz uma pequena palestra com o titulo “Maria Mulher de Fé, pobre de Deus”; encerrando com o terço  meditado e o cântico de consagração a Nossa Senhora.

Segue em anexo algumas fotos.

Fred Boáis
Supervisor do Apostolado do Oratório

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Veja também: Em São Luís do Maranhão, homenagem a Nossa Senhora de Fátima no dia de sua primeira aparição

Meditação para o Primeiro Sábado de março de 2014

I – Dois senhores que não admitem rivais

“Pobres sempre tereis entre vós” (Jo 12, 8), respondeu Jesus a Judas que, perplexo diante de um grande gasto de Maria Madalena, que ungiu os adoráveis pés do Salvador, perguntara: “Por que não se vendeu esse bálsamo por trezentos denários e não se deu o dinheiro aos pobres?” (Jo 12, 5).

Essa é a grande ansiedade que permeia as almas de povos e nações dos últimos tempos, ou seja, a frenética busca dos bens materiais. Ora, segundo os Doutores espirituais, tanto mais se dividem os homens, quanto mais se apegam a esses bens. Pelo contrário, tanto mais união, benquerença e paz há entre eles, quanto mais se entregam aos bens espirituais. São Tomás de Aquino se serve várias vezes desse elevado pensamento de Santo Agostinho: “Os bens espirituais podem ser possuídos ao mesmo tempo por muitos, não, porém, os bens corporais”.

Assim, quanto maior for o número dos que possuem os mesmos bens do espírito, tanto melhor será.

Eis a Liturgia de hoje a nos indicar uma profunda solução para as crises atuais: a da desgastada questão social e a da ameaçada economia mundial.

Quanto mais o coração humano se entrega intensamente a uma determinada coisa, mais se aparta das outras. Seguindo essa via, alguns santos alcançaram um alto grau de virtude, sobretudo ao abraçarem o exagero. São Francisco de Assis chega a fazer um matrimônio místico com a pobreza, e Santo Inácio de Loyola, ao partir para Jerusalém, depois de sua contemplação em Manresa, deixa na praia de Barcelona tudo quanto lhe haviam dado; leva consigo três companheiras: a Fé, a Esperança e a Caridade.

“Ninguém pode servir a dois senhores: Porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.

O presente Evangelho faz parte do famoso Sermão da Montanha, do qual São Mateus transcreve as partes essenciais. Nele transparece a forte advertência do Divino Mestre contra o desvario dos que se afanam pelos tesouros deste mundo e acabam por se perder em meio às aflitivas preocupações da vida presente  (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, depois de clicar em (Leia mais aqui!) encontre o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de fevereiro de 2014